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segunda-feira, julho 27, 2020

Vitória no derby

Vencemos a lagartada no sábado (2-1) na Luz na última jornada deste triste campeonato e não só os impedimos de ficar em 3º lugar (o Braga venceu o CRAC em casa por 2-1), como ainda vimos o Carlos Vinícius suceder ao Seferovic como o melhor marcador da Liga.

 

No primeiro derby que falhei ao vivo na Luz desde o 3-0 do Mourinho e João Tomás (2000/01) (e esperemos bem que seja o último jogo sem adeptos no estádio), e perante uma das mais fracas equipas da lagartadaque me lembro, o nosso triunfo só peca por escasso (ao contrário do que disse o Rúben Amorim no final). É certo que os lagartos entraram melhor do que nós, mas isso só durou uma dezena de minutos. A partir daí, perante a insistência deles de sair a jogar desde a baliza, mas sem jogadores de qualidade para o fazerem, pressionámo-los, começámos a recuperar a bola no último terço do campo e só a inépcia na altura do remate impediu que fôssemos marcando golos. Felizmente nas bolas paradas fomos mais eficazes e inaugurámos a cotnagem aos 28’ através de uma cabeçada do Seferovic a responder a uma assistência também de cabeça do Rúben Dias na sequência de um canto. Até ao intervalo, ainda vimos o mesmo Rúben Dias a cabecear ao poste noutro canto.

 

Na 2ª parte, forçámos novamente nos minutos iniciais e o Jardel, Gabriel (no mesmo lance) e Cervi tiveram óptimas ocasiões para marcar, mas ou o guarda-redes, ou pontapés na atmosfera ou remates muito tortos impediram-nos de avolumar o marcador. Perante isto, a lagartada reagiu, também atirou uma bola ao poste pelo ainda júnior Tiago Tomás num falhanço incrível do Jardel e aos 69’ conseguiu a igualdade pelo Sporar num remate cruzado de pé direito na sequência de um contra-ataque. Entretanto, já o Carlos Vinícius tinha entrado e foi ele que aos 88’ fez o 2-1 a desviar de pé esquerdo um cruzamento teleguiado do Pizzi, conseguindo assim o seu 19º golo (para a Liga são 18, porque o Sr. Fábio Veríssimo resolveu roubar-lhe um golo frente ao Marítimo) e conquistando o troféu de melhor marcador.

 

Em termos individuais, o Pizzi está nos dois golos, mas continua a ser exasperante na forma como sucessivamente joga para o lado e para trás em jogadas de ataque nossas, emperrando-as sobremaneira, a equipa melhorou bastante (outra vez) com a entrada a meio da 2ª parte do Florentino (não percebo porque é que não foi titular...), o Tomás Tavares na esquerda mostrou-se mais fiável do que o Nuno Tavares (espero que continue assim para a final da Taça) e o Carlos Vinícius mereceu ficar com o troféu de goleador deste campeonato.

 

Em condições normais, teríamos obrigação de golear esta lagartada. A diferença entre os plantéis é abismal, mas ainda assim arriscámos bastante (desacelerando muitas vezes o jogo quando só estava 1-0) e só perto do final garantimos os três pontos. Que não adiantaram nada em relação à nossa classificação, mas os derbies são sempre para ganhar! Para a semana, teremos a partida mais importante da temporada, mas sinceramente não estou nada confiante para a final da Taça. Oxalá me engane, mas a única diferença entre estes jogos do Nélson Veríssimo em relação aos últimos do Bruno Lage é que a bola resolveu entrar. A (pouca) qualidade exibicional mantém-se inalterada.

quarta-feira, julho 22, 2020

Expectável

Vencemos o já despromovido Aves (4-0) em sua casa, numa partida que esteve em risco de não se realizar por causa dos graves problemas financeiros da SAD do Aves, que não paga salários há seis meses e nem sequer o seguro obrigatório para que a equipa possa jogar. Ou seja, alguns anos depois do triste episódio com a U. Leiria, a história repete-se no futebol português. Obrigou-se os clubes a fazerem SADs, estas podem não ser controladas por eles e depois temos situações como a do Belenenses e, pior ainda, esta do Aves. Vem alguém do estrangeiro sem qualquer identificação com o clube nem com o futebol português, compra a SAD e depois, quando o dinheiro falta, é só fechar a porta e o clube e respectivos adeptos que se lixem. Triste, muito triste!

 

Voltando ao jogo, e depois de um primeiro minuto em que os jogadores do Aves não se mexeram em sinal de protesto, começámo-lo praticamente a ganhar com o golo do Rafa aos 4’ num grande passe do Pizzi, que isolou o extremo. Perante uma equipa que, decorrente daqueles problemas todos, nem sequer treinou todos os dias, esperava-se que isto fosse o mote para uma superioridade mais evidente da nossa parte. Puro engano. Estivemos, como em partidas anteriores, muito lentos de processos e o Aves teve uma atitude muito digna, embora sem conseguir criar grande perigo para a nossa baliza.

 

Na 2ª parte, o Aves quebrou fisicamente e nós praticamente resolvemos o jogo com o 2-0 aos 52’ num penalty muito bem marcado pelo Pizzi (ena, ena!!!), que assim passou para a frente dos melhores marcadores com 18 golos, tendo o Carlos Vinícius e o Paulinho do Braga menos um golo. Começou a haver substituições e inexplicavelmente o Veríssimo tirou o C. Vinícius de campo. É certo que o brasileiro não estava a fazer um jogo brilhante, mas está na luta pelos melhores marcadores e, com a classificação já definida e o jogo quase ganho, o nosso treinador acha que é boa ideia tirá-lo de campo aos 64’...?! Sinceramente, não percebi...! A cinco minutos do fim, o Gonçalo Ramos estreou-se com a camisola principal do Benfica e as coisas não lhe poderiam ter corrido melhor: bis aos 87’ e 93’! O primeiro, num desvio de calcanhar muito a propósito na sequência de um livre para a área, e o segundo, num remate sem hipóteses depois de uma assistência do também entretanto entrado Dyego Sousa.

 

Em termos individuais, destaque óbvio para o Gonçalo Ramos e para a influência do Pizzi no marcador, com um golo e uma assistência. O Florentino teve igualmente uma prestação positiva, ao contrário do seu colega de sector, o Gabriel, demasiado lento com a bola. O Svilar, que se estreou na baliza esta temporada, foi apenas um espectador.

 

Iremos receber a lagartada para a despedida do campeonato, antes da final da Taça frente ao CRAC. Eu sei que as atenções mediáticas estão todas viradas para o Jesus, mas é bom que a ‘estrutura’ se capacite que o segundo troféu mais importante do calendário nacional ainda está em disputa. E é fundamental nós ganharmo-lo!

domingo, julho 19, 2020

Regresso de Jorge Jesus

Uma das vantagens de já ter um blog há 16 anos é poder revisitar o que escrevi no passado e verificar se continuo a pensar o mesmo. Claro que o exercício é mais fácil com o considerando “se eu soubesse o que sei hoje”, mas, como não se pode voltar atrás com o conhecimento que entretanto se adquiriu, a principal questão para mim é sempre a mesma: pensar se, com os dados que eu tinha na altura, voltaria hoje a ter a mesma opinião? Serve este preâmbulo para dizer que, apesar de (FELIZMENTE) me ter enganado com a previsão do 35 (ou melhor, da falta dele), cinco anos depois mantenho tudo o resto que escrevi na altura da saída do Jorge Jesus (eventualmente retiraria o “histórico” do erro, porque afinal fomos três vezes campeões, mas ter sido um erro foi indirectamente admitido pelo próprio presidente do Benfica ao ir buscá-lo novamente).

 

Por outro lado, muito se falou, muito se fala e muito se irá falar (pelo menos nestes primeiros tempos) de tudo o que se passou na altura da saída, em especial naquele primeiro ano de Jorge Jesus na lagartada. O que ele disse sobre nós, a maneira como tratou o nosso treinador da altura, as desconsiderações e faltas de respeito, etc. Foi feio. Muito feio! Mas, da mesma maneira que eu acho que os meus filhos, se fizerem asneira na escola, não merecem um tratamento especial só por serem meus filhos, o Benfica só por ser o Benfica não é inimputável perante tudo o que faça. Sim, o Benfica também erra! E, naquela altura, os dirigentes do Benfica (ou melhor, a inefável ‘estrutura’) não se portaram nada bem com o Jesus. Acusações de roubo de material informático, pedido de indemnização numa soma ridícula em tribunal, etc. É como naqueles lances de bola parada em que na área o defesa e o avançado se estão a agarrar mutuamente. Não se marca falta. Neste caso, houve culpas mútuas na falta de nível do pós-separação (separação essa que partiu da nossa parte, convém recordar). Portanto, para mim, ainda estar ressabiado com o Jesus pelo que ele disse na altura sobre nós não faz sentido (até porque isso acabou por ser importante para o ‘reunir das tropas’ que conduziu ao tri, logo até lhe podemos agradecer o facto). Se nós dissemos o que dissemos dele, não estávamos à espera que ele tivesse nível e não respondesse, certo? Era preciso que não o conhecêssemos bem.

 

Agora, a parte desportiva. Também aqui mantenho o que disse na altura: a passagem de Jesus pelo Benfica foi globalmente muito positiva. Em seis campeonatos, jogámos muito bem em cinco deles e ganhámos três. Na Europa, só um dos anos foi péssimo com a saída das competições em Dezembro. Fomos a duas finais da Liga Europa, a uma meia-final (perdida com o Braga, eu sei, mas era uma meia-final) e a uns quartos-de-final, e na Champions a outros quartos-de-final (portanto, nas seis épocas, cinco com pelo menos quartos-de-final; nas últimas cinco, fomos duas vezes aos quartos...). Na Taça de Portugal, é que só uma vitória em duas finais é muito pouco para seis anos. Na menos importante de todas as competições, mas ainda assim uma competição oficial, a Taça da Liga, tivemos cinco vitórias naqueles seis anos (por contraponto a uma vitória nos últimos cinco...). Outros olharão para resultados embaraçosos que tivemos (e sim, houve uns quantos), mas eu prefiro ver a capacidade que o Jesus teve para se reinventar durante aquele tempo: o Benfica de 2014/15 não jogava da mesma maneira do que o de 2009/10. Para jogadores diferentes, tácticas e processos de jogo diferentes. E isso, para mim, é sinal de sagacidade de um treinador. Sagacidade essa que manteve nos outros três clubes que treinou, onde o impacto foi imediato e ganhou sempre títulos (felizmente menos num deles, do que nos outros dois).

 

Dito isto, esta decisão do Luís Filipe Vieira é obviamente um all in da sua parte. Mas infelizmente não é para ganhar um inédito penta ou o bicampeonato deste ano perante um CRAC intervencionado pela Uefa, cuja vida seria muitíssimo complicada se não fosse campeão. Para isso, não houve nenhum investimento semelhante a este. Este é um all in para ganhar eleições. Porque o Jesus é o treinador que mais probabilidade lhe dá de resultar no imediato e o LFV, depois do que se passou esta época, não pode correr o risco de as coisas começarem tortas, sob pena de perder essas mesmas eleições. E isso, meus caros, eu não gosto de ver: não gosto que altos responsáveis do meu clube dêem piruetas e consigam fazer um oito com a coluna vertebral só para ganharem eleições. Porque isso é indefensável, pelo menos para mim. Que fosse para conquistas desportivas, eu ainda admitia, há sapos que eu não me importaria de engolir para ganhar títulos. Agora, engolir sapos com objectivos eleitorais faz-me sentir vergonha alheia e sentir isso de altos responsáveis do meu clube é o pior que me podem fazer. Porque, como óbvio, depois do que a ‘estrutura’ do Benfica disse do Jesus, ele nunca poderia voltar com essa mesma ‘estrutura’ ainda em vigor. Porque do Jesus eu não espero mais do que pôr a equipa a jogar (bem) à bola. A personalidade dele é por demais conhecida e levar com ela é um preço que eu estou disposto a pagar para ganhar títulos (e só estou disposto a pagá-lo, porque eu não disse do Jesus o que a ‘estrutura’ do Benfica disse). Agora, dos dirigentes do meu clube eu espero um pouco mais de rectidão nos valores e nas atitudes que se tomam. Se se diz que se manda embora um treinador porque “não apostava nos jovens da formação”, se se reitera há pouco mais de um mês que o projecto da formação era para se manter, não se vai buscar esse mesmo treinador de volta. Então, e o projecto do clube? Era tudo conversa fiada e o importante é a manutenção do poder a todo o custo? Há coisas que se dizem das quais não há retorno possível. Muito menos para a prossecução de objectivos pessoais. Como é ganhar umas eleições.


* Publicado em simultâneo com a Tertúlia Benfiquista.

quarta-feira, julho 15, 2020

De feição

Vencemos ontem o V. Guimarães por 2-0 e não permitimos que o CRAC fosse campeão no sofá. Terá de (pelo menos) empatar hoje com a lagartada em Mordor para o conseguir. De qualquer maneira, será apenas uma questão de tempo até o campeonato mais mal perdido da nossa história ter um epílogo.

 

A grande diferença entre o Benfica do Bruno Lage (desde a retoma da Liga) e o do Nélson Veríssimo é... a sorte. Contra o Boavista, marcámos na primeira vez em que fomos à baliza, contra o V. Guimarães, quando inaugurámos o marcador aos 37’ pelo Chiquinho (correspondendo na área a um centro rasteiro do Nuno Tavares), o jogo só não estava já perdido, porque o Vlachodimos fez duas defesas do outro mundo e ainda vimos uma outra bola do Marcus Edwards a bater na barra e no poste. Tão simples quanto isto! De resto, durante boa parte do primeiro tempo, continuou o nosso futebol muito lento e sem ideias. Porém, ontem as coisas começaram a melhorar a partir dos 33’, quando o Veríssimo fez sair (e bem) o já amarelado Weigl (que depois do cartão teve duas entradas imprudentes que o colocaram na iminência da expulsão) e fez entrar o Florentino. Florentino, esse, que já não jogava para a Liga desde o jogo do Santa Clara nos Açores em... Novembro! O miúdo entrou muitíssimo bem, não só estando sempre no caminho da bola quando ela estava com o adversário, como fazendo um par de passes verticais que abriram brechas na retaguarda contrária. Precisamente aquilo que... ninguém tem conseguido fazer nos últimos tempos!

 

Depois do intervalo, o jogo mudou completamente com o V. Guimarães a ser muito menos perigoso e nós a controlarmos os tempos do jogo. No entanto, como não marcámos logo o segundo golo para arrumar a questão, nos últimos 20’ o V. Guimarães veio para cima de nós e ainda passámos por alguns calafrios. O que nos valeu foi que o Vlachodimos continuou seguro e a única bola que entrou na nossa baliza foi rematada por um adversário em fora-de-jogo (mas deu para comprovar que continuamos a defender pessimamente as bolas parada!). Praticamente na jogada a seguir, fizemos finalmente o segundo golo aos 87’ pelo entretanto entrado Seferovic, a corresponder bem a um centro do também substituto Rafa. Marcámos sempre depois de podermos ter sofrido e, de facto, o jogo não nos poderia ter corrido melhor.

 

Em termos individuais, destaque óbvio para o Vlachodimos, sem o qual estaríamos certamente agora a lamentar mais três pontos perdidos, para o Florentino, que foi o grande responsável pela nossa melhoria exibicional (ele estava em muito má forma quando saiu da equipa, mas porquê tanto tempo até ter nova oportunidade...?!), e para o Chiquinho, que longe de ser um craque continua a ser o melhor do plantel naquele lugar.

 

Temos mais dois jogos para cumprir calendário (Aves e lagartada) antes da final da Taça de Portugal, infelizmente o único dos grandes objectivos da época que ainda podemos conquistar. Mas temos absolutamente de o conseguir!

segunda-feira, julho 13, 2020

Tropeção (outra vez...)

Empatámos na passada 5ª feira em Famalicão (1-1) e deixámos o CRAC a apenas um ponto do título (venceu em Tondela por 3-1). Já se esperava uma partida difícil, mas até nem foi dos nossos piores jogos. No entanto, continuamos numa senda terrível, agora com 15 jogos e apenas três vitórias...

 

Com a mesma equipa que derrotou o Boavista, entrámos fortes na 1ª parte e o Cervi poderia ser inaugurado o marcador logo nos minutos iniciais com um remate rasteiro que o Defendi defendeu com o pé. Pouco depois, o argentino caiu na área e inacreditavelmente o Sr. Jorge Sousa mostrou-lhe... o amarelo! O Famalicão equilibrou as coisas, chegou a colocar o Vlachodimos à prova, mas fomos nós a colocar-nos em vantagem aos 37’: jogada do Cervi na esquerda, centro rasteiro para a área, o remate do Seferovic foi defendido pelo Defendi, mas o Pizzi na recarga só teve de encostar.

 

Na 2ª parte, o Famalicão naturalmente reagiu, porém as melhores oportunidades foram nossas com o Pizzi e o Cervi a verem defesas interceptar remates seus que dariam o 0-2. Nos últimos 20’, o Famalicão carregou mais, o Fábio Martins atirou ao poste de ângulo difícil, um disparate do André Almeida só não deu o empate, porque o remate do Walterson saiu a rasar, mas aos 84’ aconteceu mesmo a igualdade através do Guga: jogada pela direita, em que o entretanto entrado Samaris não conseguiu evitar o centro atrasado, e remate sem hipóteses para o Vlachodimos.

 

Em termos individuais, voltei a gostar do Chiquinho, cuja não-titularidade a número 10 se confirma como o grande equívoco do Bruno Lage. Todos os outros estiveram a um nível mediano, mas esforçado.

 

Faltam três jogos para acabar o martírio deste campeonato que eu espero seja objecto de profunda reflexão por quem de direito. Vamos conseguir perder um campeonato que esteve ganho... Não me venham faltar do trauma do Kelvin. Este é muito pior! Nunca me conformarei com isto.

segunda-feira, julho 06, 2020

Vitória, finalmente!

Vencemos no sábado o Boavista na Luz (3-1) e regressámos finalmente aos triunfos, com o terceiro nos últimos 14 jogos! No entanto, como o CRAC atropelou ontem o Belenenses SAD em Mordor (5-0), os seis pontos (sete na prática) de vantagem mantiveram-se, o que faz com que eles estejam a apenas duas vitórias de ganharem um campeonato que esteve mais do que nas nossas mãos. (Vai custar muito conformar-me com isto...)

 

Com o Veríssimo, adjunto do Bruno Lage, no banco, entrámos bastante mal na partida, com o Boavista a dominar, embora sem criar grandes oportunidades. A grande diferença em relação a partidas anteriores foi a nossa enorme eficácia: marcámos na primeira vez em que fomos à baliza aos 11’, numa bola lançada pelo Gabriel para o André Almeida, que o guarda-redes Helton Leite não conseguiu agarrar, tendo o nosso defesa-direito rodado bem e atirado para a baliza já de ângulo relativamente difícil. A partir daqui, o jogo mudou. O Boavista deixou praticamente de conseguir passar de meio-campo e nós tivemos uma série de oportunidades, muitas delas bem defendidas pelo Helton Leite (negou-nos o golo umas boas três ou quatro vezes). Todavia, aos 31’, fizemos o 2-0 noutra assistência do Gabriel para uma óptima cabeçada do Pizzi. O jogo estava bem encaminhado, mas todos nos lembramos de Portimão e, portanto, foi com satisfação que vi o 3-0 em cima do intervalo (42’), num remate rasteiro do Gabriel ao canto inferior esquerdo da baliza. Pouco antes disso, o Boavista tinha marcado um golo numa bola parada, mas o jogador estava fora-de-jogo.

 

Mesmo para o estado actual do Benfica, convenhamos que não seria fácil dar cabo de uma vantagem de três golos ao intervalo e a 2ª parte acabou por ser muito mais calma. Não insistimos tanto no ataque e sofremos um golo aos 68’ outra vez numa bola parada (cada lance destes é praticamente um penalty contra nós...), através do Dulanto num remate por cima do Vlachodimos (que me pareceu poder ter feito mais), mas também tivemos um golo anulado (do entretanto entrado Carlos Vinícius) por fora-de-jogo.

 

Em termos individuais, destaque para o Gabriel pelas duas assistências e pelo golo, mas para mim o melhor em campo foi o Chiquinho, que é definitivamente o único elemento do plantel a conseguir fazer a posição 10 de maneira satisfatória. Dá imensa fluidez ao nosso jogo, procura sempre a melhor solução de passe e só é pena que não tenha golo. Caso contrário, muito provavelmente não o teríamos para o ano.

 

O campeonato está obviamente perdido, mas temos mais quatro jogos para nos prepararmos convenientemente para a final da Taça de Portugal. Temos um óptimo histórico em finais contra o CRAC e, especialmente esta época, depois de lhes termos oferecido o campeonato, não podemos falhar esta conquista.

quinta-feira, julho 02, 2020

Treinador interino

Vamos lá a ver se eu percebi bem isto: o treinador principal, Bruno Lage, pede a demissão, o presidente do Benfica aceita e, ainda com seis jogos importantes até final da época (há que manter o 2º lugar e ganhar mais uma Taça de Portugal), nomeia como treinador o... adjunto do Bruno Lage, Veríssimo. Portanto, o principal elemento da equipa técnica não servia, mas o adjunto já serve. Ainda por cima, o adjunto que tinha como responsabilidade o treino das bolas paradas, que tão bons resultados tem tido ao longo da época... 'Tá certo, isto tem tudo para continuar a correr muito bem...

 

P.S. - Eu não conheço o Renato Paiva de lado nenhum, mas ainda não vi ninguém que não lhe reconheça competência, gostei do pouco que vi as equipas dele a jogar e de cada entrevista dele que li. Se era preciso "agitar as águas" neste momento, sendo ele o treinador da equipa B, parecia-me a escolha mais lógica. Que pena que quem de direito não tenha visto a luz...

 

* Publicado em simultâneo com a Tertúlia Benfiquista.