Como seria de esperar, o Rui Vitória apostou no João Carvalho para o lugar do croata, mas não é de todo a mesma coisa. Não só porque o João ainda não tem a dinâmica do Krovinovic (dois ou três bons pormenores em 60’ é manifestamente pouco para o que se pretende num médio do Benfica), como a falta daquele contagiou negativamente o resto da equipa, especialmente o Pizzi, Salvio e Jonas que baixaram significativamente de produção em relação aos jogos passados. Assim sendo, não é de estranhar que tenhamos oferecido a 1ª parte. O Belenenses, com o novo treinador Silas, saía muitas vezes a jogar do seu guarda-redes, nós roubámos algumas bolas, mas não tivemos nem arte nem engenho para criar iminentes situações de perigo.
A 2ª parte foi um pouco melhor, especialmente a partir da entrada do Zivkovic para o lugar do João Carvalho. Pouco antes de sair, o médio teve um remate em boa posição, mas a bola saiu por cima. Mas foi do Belenenses a primeira oportunidade logo no recomeço, num cabeceamento do Sasso num canto, com o Rúben Dias a ser batido nas alturas, que passou igualmente por cima. Tínhamos mais dinâmica, com mais variações de flanco e o Cervi aproveitou a sua velocidade para ganhar o duelo com um defesa e ser derrubado por este, quando tentou flectir para dentro. Estávamos no minuto 70’ e o Jonas tinha a nossa vitória nos pés. Infelizmente, bateu o penalty com pouca força (aquela segunda paradinha estragou tudo! Aposto que ele mudou o sítio para onde ia bater a meio da corrida) e o Filipe Mendes agarrou a bola. Pouco depois, foi o Cervi a ter um penalty em andamento, completamente isolado depois de ter sido muito bem desmarcado pelo André Almeida, mas a rematar inacreditavelmente por cima! O Belenenses abusava na perda de tempo (desde meados da 1ª parte!), mas foi compensado aos 86’: o André Almeida erra um passe ainda no nosso meio-campo, o estreante Nathan progride com a bola, o Rúben Dias não faz a oposição devida e deixa-o rematar à vontade, com a bola ainda a bater no poste antes de entrar. No estádio pareceu-me que o Bruno Varela talvez pudesse ter lá chegado apesar de ainda ter ido ao poste, mas na televisão dá para ver que a bola é muito desviada. Foi um balde de água fria total! Entretanto, já o Rui Vitória tinha colocado o Jiménez e o Seferovic, tirando os extremos Salvio e Cervi (este que estava a ser dos nossos melhores jogadores, pese o falhanço incrível…). E foi já no fim da compensação, aos 97’, que nos salvámos da derrota com um golão do Jonas de livre (mas porque é que ele não marca os penalties com aquela força?!), a punir falta sobre ele mesmo. Não perdemos o jogo, mas a sensação de desilusão continuou a ser muito grande.
Em termos individuais, o Cervi foi dos melhores, mas não pode falhar um golo daqueles! O Fejsa teve mais dificuldades em varrer do que em jogos anteriores, mas esteve igualmente num nível elevado. O João Carvalho ainda precisa de muita rodagem para substituir convenientemente o Krovinovic e temos ali um problema, porque já esgotámos as hipóteses todas de abébias para dar e não temos tempo para esperar que o rendimento vá subindo. O Salvio esteve muito complicativo na direita e o Pizzi parece que voltou à forma da maior parte da temporada. Todos os outros estiveram a um nível muito sofrível.
Veremos o que fazem CRAC em Moreira de Cónegos e a lagartada na recepção ao V. Guimarães, mas que as coisas não estão nada famosas para nós, isso não estão. Arriscamo-nos a ter uma época muito penosa até final.