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segunda-feira, abril 24, 2017

Fundamental

  
Empatámos no sábado no WC (1-1), mas com o magnífico empate do Feirense em Mordor ontem (0-0) mantivemos os três pontos de distância para o CRAC. Perante uma equipa que estava a jogar a sua final da Champions, fizemos uma partida com bastante personalidade e o resultado acaba por ser justo.

Depois de o Braga ter tornado a nossa Páscoa melhor na semana passada, ao empatar com o CRAC (1-1), sabíamos que desde que não perdêssemos continuaríamos na liderança. Mas o jogo não poderia ter começado pior: logo aos 5’, o Ederson domina mal uma bola num atraso do Luisão e faz penalty indiscutível sobre o Bas Dost (aliás, já frente ao Marítimo na jornada anterior, tinha brincado em zona perigosa…). Infelizmente, não foi o Bast Dost a marcar o penalty, mas sim o Adrien que atirou para o lado contrário do nosso guarda-redes. Numa partida em que não poderíamos perder, começámos logo em desvantagem… Ainda por cima, estávamos sem o Jonas, que não recuperou da lesão contraída há uma semana, tendo o Rui Vitória apostado (finalmente!) no Cervi, com o Rafa e Mitroglou na frente. Confesso que eu teria colocado Samaris e Fejsa no meio-campo, mas ainda bem que assim não foi, porque logo aos 5’ essa estratégia teria ruído. Reagimos bem ao golo, dominámos, mas não conseguimos criar grandes oportunidades. Verdade seja dita que a lagartada, essa, nem sequer atacava e deixou de rematar à nossa baliza aos 7’…! Nos últimos cinco minutos da 1ª parte, o jogo aqueceu com três penalties(!) não assinalados a nosso favor pelo Sr. Artur Soares Dias: derrube do Schelotto ao Grimaldo, empurrão do Bruno César ao Lindelof, quando este estava no ar preparado para cabecear, e puxão do William ao Rafa, que não o permitiu rematar em boas condições. Do sítio onde eu estava, confesso que não me apercebi bem destes dois últimos, mas por algum motivo o árbitro está no relvado e não na bancada… Ainda antes do intervalo, tivemos um livre perigoso à entrada da área, em que o Grimaldo proporcionou uma boa defesa ao Rui Patrício.

Na 2ª parte, voltámos a não entrar bem e a lagartada teve duas oportunidades pelo Bas Dost, uma de cabeça e outra num remate atabalhoado, mas ambas nem chegaram à baliza. O Rui Vitória apercebeu-se disso a tempo e colocou o Jiménez no lugar do inoperante (pela enésima vez…) Rafa. Pouco depois, numa boa jogada nossa, o Pizzi abriu para o Mitroglou, que rematou com perigo para o Rui Patrício defender. Até que aos 66’, tivemos novo livre perto da área, por derrube ao Salvio: quando todos estavam à espera que fosse novamente o Grimaldo a bater, eis que apareceu o Lindelof a colocá-lo na gaveta! O Rui Patrício nem se fez ao lance! Foi o delírio entre nós e o meu grito de golo veio bem cá de dentro (até porque no ano passado tinha sido a primeira vez na vida que não me tinha levantado num golo do Benfica). Desforrei-me e bem! Estávamos por cima do jogo e tenho a sensação que, se tivéssemos forçado um pouco, poderíamos ter conseguido algo mais. No entanto, o Rui Vitória achou por bem manter um pássaro na mão e trocou o Mitroglou pelo Filipe Augusto a dez minutos do final. Mais uma vez, eu teria colocado o Samaris para dar maior consistência, mas desta feita o brasileiro até entrou bem na partida. O jogo prosseguiu com intensidade até ao fim, mas sem haver lances de verdadeiro perigo em ambas as balizas. Foi pena que o Carrillo, que tinha substituído o Salvio, não tenha conseguido desembaraçar-se de um adversário quando estava só num-para-um com ele… Teria sido a cereja no topo do bolo!

Em termos individuais, destaque óbvio para o Lindelof pelo importantíssimo golo. Depois do Jardel há dois anos, temos novamente um central a ser decisivo no WC. Para além disso, em termos defensivos também esteve muito bem, à semelhança do fantástico Luisão, a provar que velhos são os trapos! Grande capitão! O Grimaldo teve muitas dificuldades perante o melhor jogador deles (Gelson), mas o Nelson Semedo no lado contrário fez uma exibição muito segura. No meio-campo, estiveram outros dois destaques: o Fejsa a ser o varredor do costume e o Pizzi a subir de produção num jogo grande, demonstrando grande classe. Na frente, o Mitroglou teve pouca bola, mas a que teve em condições obrigou o guarda-redes contrário a aplicar-se e o Cervi lutou bastante como é habitual. Aliás, tendo em conta que os nossos piores jogadores foram o Salvio e principalmente o Rafa, para mim o Cervi deveria ser titular indiscutível. O Jiménez entrou bem e deu bastante luta aos centrais, o Carrillo não destoou e o Filipe Augusto, como disse anteriormente, também não. Quando ao Ederson, espero que não se esqueça disto, para não voltar a repetir. Tem sido decisivo ao longo da época e desejo que o continue a ser… mas a nosso favor!

Faltam quatro jogos e precisamos de 10 pontos para o ambicionado e inédito tetracampeonato. No entanto, acho que todos éramos nascidos em 2013 e eu ainda não recuperei bem daquele choque, portanto cabeça fria até final, sff…!

VIVA O BENFICA!

sábado, abril 15, 2017

Justo

Vencemos o Marítimo por 3-0 e aguardamos pelo desfecho logo à noite do CRAC em Braga para saber com quantos pontos de vantagem iremos ao WC. Foi um triunfo indiscutível perante uma equipa que se limitou a defender na 1ª parte e que, depois quando quis, já não teve arte para nos conseguir criar problemas.

O Rui Vitória apostou no mesmo onze de Moreira de Cónegos, algo que perante a exibição sofrível que tivemos não deixou de me espantar. Especialmente levando em linha de conta que a equipa tinha melhorado naquele jogo com as entradas do Cervi e Zivkovic. E os primeiros 34’ desta partida frente ao Marítimo não foram muito diferentes da semana passada: com um futebol lento e previsível, era de facto difícil criar oportunidades de golo. Um par de remates do Jonas defendidos pelo Charles e uma boa intervenção deste depois de um corte defeituoso de um companheiro foram os únicos lances de relativo perigo que conseguimos. Do lado contrário, o Marítimo só assustou numa estupidez do Ederson a tentar fintar um adversário. Até que aos 34’ utilizámos pela primeira vez velocidade e inaugurámos o marcador: bola bem ganha pelo Rafa na esquerda, centro de trivela para a área e o Luís Martins, ao tentar impedir a bola de chegar ao Mitroglou (que só teria que encostar), acabou por colocá-la na baliza. Dois minutos depois, aumentámos a vantagem para 2-0 num bom remate de fora da área do Jonas, rasteiro e colocado, depois de uma combinação na esquerda entre o Rafa, o Pizzi e o próprio Jonas. Logo a seguir, numa das melhores jogadas do encontro, o Mitroglou falhou escandalosamente o terceiro golo, ao não acertar bem na bola quando só tinha o guarda-redes pela frente, depois de um centro do Nélson Semedo na direita. Mesmo em cima do intervalo, a partida ficou definitivamente resolvida com o 3-0, novamente pelo Jonas, numa recarga a um seu próprio remate depois de uma cabeçada do Luisão na sequência de um canto.

Tendo em conta que a diferença de golos pode ser um factor importante na resolução deste campeonato, pensei que aproveitaríamos esta oportunidade na 2ª parte para reduzir a nossa desvantagem perante o CRAC neste capítulo. Puro engano. Limitámo-nos a controlar a partida e a pensar mais no importantíssimo jogo da próxima semana no WC. Um remate de primeira do Mitroglou a centro do Rafa e uma perdida incrível do Salvio, isolado perante o guarda-redes pelo mesmo Rafa, foram as duas únicas ocasiões em que estivemos perto do golo. Quanto ao Marítimo, não me recordo de o Ederson ter efectuado uma única defesa. A única nota menos positiva foi a saída do Jonas aos 60’ por problemas musculares (entrou o Zivkovic), que espero não sejam impeditivos de o fazer alinhar na próxima semana.

Em termos individuais, destaque óbvio para o Jonas pelo bis, o Rafa não começou nada bem, mas foi subindo e acabou por participar nos nossos lances mais perigosos (se souber definir melhor o último passe e, principalmente, rematar à baliza pode tornar-se um caso sério, mas caso contrário podemos sempre transferi-lo para a secção de atletismo...), e o Luisão esteve irrepreensível na defesa. De jogo para jogo, o Grimaldo vai naturalmente subindo de forma e pode ser importante neste final de época, e com o Fejsa no meio-campo as coisas são sempre diferentes. Quanto aos menos, o Pizzi passou muito ao lado do jogo e o Salvio esteve de fugir.

Faltam cinco partidas para terminar o campeonato, mas a do próximo sábado no WC vai definir bastante do que se irá passar até final. Seria bom ter alguma margem de manobra (cada vez que penso que já tivemos seis pontos de vantagem, dá-me vontade de chorar...), mas isso não depende directamente de nós. De qualquer forma, sabendo que para o adversário este jogo será a final conjunta da Champions, Campeonato da Europa e Campeonato do Mundo, e que se esquecerá rapidamente da época miserável que está a fazer, se conseguir o prémio mais desejado por aqueles lados que é sempre atrasar-nos na luta pelo título, temos que ir lá para ganhar!

segunda-feira, abril 10, 2017

Lisonjeiro

Vencemos o Moreirense em Moreira de Cónegos por 1-0 e continuamos com um ponto de vantagem perante o CRAC (que derrotou o Belenenses por 3-0) e oito em relação à lagartada (4-0 ao Boavista). Em teoria, este seria o segundo jogo mais fácil até final do campeonato (superado apenas pela recepção ao Estoril), mas o que se viu deixa-me bastante apreensivo para as jornadas que se seguem (não estou mesmo a ver-nos ganhar algum dos três encontros fora que faltam a jogar desta maneira…). Se conseguimos sair com os três pontos desta partida, a um único factor isso se deve: aselhice do adversário. Algo que, como as próximas equipas são melhores, provavelmente não voltará a acontecer.

E finalmente em Abril, jogámos pela primeira vez com o Ederson, Grimaldo, Fejsa e Jonas como titulares. O que quer dizer que, a menos de dois meses(!) do final da época, estamos na máxima força (os únicos lesionados são o Jardel e o Jiménez, que não são titulares há muito tempo). Já não era sem tempo, mas em campo não se viram melhorias nenhumas. Aliás, ainda conseguimos fazer uma exibição pior do que em relação ao jogo com o Estoril na passada 4ª feira, em que alinhámos com uma maioria de suplentes. A 1ª parte define-se numa palavra: zero. Criámos zero oportunidades de golo, mas, provando que se calhar os milagres existem mesmo, marcámos um golo! Foi aos 42’ da única maneira possível: bola parada, livre bem marcado pelo Pizzi e cabeçada do Mitroglou lá para dentro. O Moreirense, treinado agora pelo Petit, fechou-se muito bem e nós nunca tivemos engenho para os desequilibrar defensivamente, porque o Pizzi está longe da melhor forma, o Rafa continua a ser um reforço mas é para a secção de atletismo, o Jonas fez dos piores jogos com a nossa camisola, o Salvio continua sem conseguir criar desequilíbrios e assim era difícil as bolas chegarem ao Mitroglou.

Pensei que na 2ª parte, como o Moreirense tinha que necessariamente atacar, o jogo fosse mais fácil para nós. Puro engano! O Moreirense atacou, sim, mas ao invés de aproveitar os espaços nas costas da sua defesa, nós não só não conseguimos fazer isso como permitimos que eles manobrassem muito à vontade no nosso meio-campo. Já se sabe que, com a gestão dos amarelos, a capacidade de luta do Pizzi (que já não é muita) baixa ainda mais e o Fejsa, que não jogava há quase dois meses, não está naturalmente na sua plenitude. Assim sendo, não é de espantar que o Moreirense tenha criado três flagrantes oportunidades de golo (uma salva pelo Lindelof já sem o Ederson na baliza, outra num remate disparatado ao lado quando o avançado só tinha o Ederson pela frente e já nos descontos um remate clamorosamente falhado na sequência de um canto). Quanto a nós, só por uma vez pelo Mitroglou estivemos à beira do golo, mas o Makaridze fez bem a mancha. Quando o Rui Vitória lá se decidiu a mexer na equipa, nós melhorámos. As entradas do Cervi (o que é que o rapaz terá feito para não ser titular…?!) e Zivkovic, substituindo o apagado Salvio e o sprinter Rafa, fizeram com que tivéssemos mais bola na frente e, principalmente, a presença do Samaris nos últimos 10’ fechou (finalmente!) o nosso meio-campo.

O Pizzi fez um bom cruzamento e a cabeçada do Mitroglou foi excelente. São os destaques individuais que me apraz fazer.

Por alguma razão, o Rui Vitória disse no final que este jogo já estava feito e ia já para o arquivo. Costuma dizer-se que o fica para o futuro é o resultado: no caso deste jogo, ainda bem! Porque tirando isso, não há mesmo nada que se possa aproveitar dele.

P.S. – Está já a preparar-se um clamor fora de campo sobre as entradas do Luisão e do Samaris. Se a do nosso capitão é na disputa de um lance (levou amarelo, mas como atinge o adversário no calcanhar se fosse vermelho não me chocava, apesar de se ver isto em ‘n’ vezes e raramente o jogador ir para a rua), a do Samaris é escusadíssima e poderá valer-lhe uma suspensão no futuro. Não percebo qual a necessidade que ele tem de entrar nestas confusões. Como as coisas estão, já se sabe que os nossos adversários pegam em tudo e isto é dar-lhes de borla lenha para a fogueira. Ainda por cima, viu-se bem o que a equipa melhorou com a sua entrada em campo. Que estupidez atroz!

quinta-feira, abril 06, 2017

Displicência inadmissível

Empatámos com o Estoril (3-3) e estamos na final da Taça de Portugal. A segunda parte da frase anterior é tudo o que de positivo teve o jogo de ontem. Depois do triunfo por 2-1 na Amoreira, esperava-se que a nossa qualificação fosse selada de forma tranquila. Puro engano! De tal maneira que nos arriscámos mesmo a ter sofrido uma das maiores humilhações da nossa história. Se há jogos em que não ganhamos e eu saio deles relativamente satisfeito, outros há em que conseguimos o objectivo e eu saio tão furioso como se tivéssemos perdido. Foi o caso de ontem.

O Rui Vitória já deveria ter percebido que, depois do que se passou no Algarve na Taça da Liga, há limites para o risco. Pode vir com as justificações todas que quiser, mas a muita da culpa do que se passou ontem é dele. Manter apenas dois titulares (Lindelof e Samaris, o Rafa é um titular intermitente) numa meia-final da segunda competição mais importante do nosso calendário foi obviamente um erro, que nos poderia ter custado muito caro. A tendência repete-se invariavelmente: muitas alterações na equipa dão (quase) sempre errado, não só porque a maior parte dos jogadores não tem ritmo, como também porque dá a sensação de desvalorizar o adversário. E toda a gente, dentro e fora de campo, percebe isso. Já assim foi logo no primeiro jogo desta edição da Taça (curiosamente também no Estoril, embora naquele caso justificada) e repetiu-se ontem. Com o Rafa e o Zivkovic a pontas-de-lança (total de dois golos, ambos do português, em toda a época), jamais se poderia esperar uma goleada, ainda para mais porque já se sabe que o Rafa isolado nunca marca (ontem, esteve para aí pela 5ª vez – contabilidade generosa – só com o guarda-redes pela frente e eu nem senti ponta de emoção, porque já calculava o desfecho) e com a altura de ambos era escusado fazer cruzamentos. O meu receio era que o Estoril marcasse primeiro, dado que isso iria inevitavelmente pôr-nos nervosos. E isso aconteceu aos 31’ num excelente remate de fora da área do Bruno Gomes. Felizmente empatámos dois minutos depois, num grande frango do Luís Ribeiro, que falhou um soco na bola e proporcionou depois ao Carrillo um remate fácil. Até ao intervalo, o Júlio César ainda voou num livre para evitar novo golo adversário.

Na 2ª parte, fomos nós a sair com a bola, mas nove segundos(!) depois ela já estava dentro da nossa baliza. Eu repito: nove segundos depois! Erro crasso do André Almeida num passe lateral e o Carlinhos rematou rasteiro, com o Júlio César a parecer-me que poderia ter feito algo mais. Ou seja, logo no reinício, a eliminatória ficou empatada. Incrível! No entanto, reagimos bem e o Zivkovic e o Cervi tiveram duas perdidas enormes ao permitirem a defesa do guarda-redes quando só o tinham pela frente, depois de dois cruzamentos da direita. Aos 54’, porém, o Zivkovic estreou-se finalmente a marcar pelo Benfica, num golão de fora da área, com um remate em arco de pé esquerdo. O jogo estavam completamente partido e eu esperei que, com a entrada do Pizzi para o lugar do (novamente lesionado) Filipe Augusto (a propósito, há uma grande diferença entre este e o Danilo, certo…? E o André Horta, porque é que fica na bancada, enquanto este, digamos, joga…?!), as coisas acalmassem. Mas o mal já estava feito e, ao não conseguirmos estancar os ataques do Estoril, era impossível ter tranquilidade. Estivemos, mesmo assim, à beira de nos colocarmos finalmente em vantagem com um chapéu do Carrillo ao poste, mas também vimos o Júlio César a negar o golo ao Estoril por duas vezes(!) na mesma jogada. Como as coisas estavam, era óbvio que tinha que entrar o Jonas e o brasileiro, só precisou de três minutos em campo para nos colocar à frente do marcador aos 72’, num desvio de pé direito depois de uma assistência do Cervi. Erradamente pensei que as coisas estavam finalmente resolvidas, mas esqueci-me que o Lisandro estava na defesa e, num mau alívio de cabeça deste, o Estoril entrou novamente na discussão do apuramento aos empatar aos 78’ num bis do Bruno Gomes. Até final, foi uma tremedeira desgraçada da nossa parte, a não conseguirmos ter posse de bola e o Estoril a ter uma grande oportunidade já à beira do 90’, num cabeceamento do Kléber que embateu nas costas do Grimaldo quando me pareceu que ia na direcção da baliza, com o Júlio César batido.

Sou absolutamente contra assobiar-se jogadores do Benfica durante os jogos, mas a equipa merecia uma tremenda vaia no final. Aquilo não foi nada e estivemos mesmo perto de uma das piores derrotas de sempre. Sofremos três golos em casa de uma equipa que luta para não descer! Eu repito: sofremos três golos do 15º classificado do campeonato! Os jogos nunca estão ganhos à partida: mentalizem-se disto! O que se viu ontem foi, acima de tudo, uma falta de respeito por todos nós, particularmente os 25.010 que foram à Luz. E isso é inadmissível!

segunda-feira, abril 03, 2017

Péssimo resultado

Empatámos em casa como CRAC (1-1) no sábado e continua a haver um ponto a separar as duas equipas, com a lagartada (que ganhou 2-1 em Arouca), agora a oito pontos de nós. Não só perdemos uma excelente oportunidade de nos colocar a salvo de uma qualquer escorregadela até final do campeonato, como abrimos novamente a luta pelo título a três. Nós e o CRAC pelo título de campeão nacional e a lagartada por um maior do que esse: impedir o Benfica de ser campeão.

Com o Fejsa ainda sem estar em condições, a única alteração foi a titularidade do Rafa em detrimento do Zivkovic. Era fundamental vencer esta partida e tivemos uma entrada muito forte em campo. Colocámo-nos em vantagem logo aos 7’ num penalty indiscutível do Felipe sobre o Jonas, que o mesmo Jonas concretizou: remate rasteiro para o meio da baliza, mais que defensável se o Casillas não se tem mexido, o que felizmente aconteceu. O CRAC esteve bastante aturdido durante os primeiros 15’, depois lá se restabeleceu, mas sem nunca criar grande perigo junto à nossa baliza. Quanto a nós, tivemos mais do que uma ocasião para dilatar a vantagem, soubéssemos ter mais cabeça fria na hora da decisão: o Nélson Semedo, depois de uma boa jogada individual, resolveu rematar de pé esquerdo(!) fora da área, quando tinha o Jonas sozinho na meia-lua em excelente posição; o Rafa ganhou uma bola em velocidade ao traidor uruguaio, mas não conseguiu fazer o passe para o Jonas ou Mitroglou que estavam literalmente só com o Casillas pela frente(!); e uma cabeçada do Luisão num livre saiu ligeiramente por cima com o guarda-redes completamente batido. Quando ao CRAC, só um livre rasteiro do Brahimi é que proporcionou ao Ederson uma boa defesa. Deveríamos ter chegado ao intervalo com a partida praticamente decidida.

A 2ª parte não poderia ter começado pior, porque o CRAC empatou logo aos 49’ pelo traidor uruguaio, num bom lance do Brahimi na esquerda (este gajo estava tão bem fora do plantel, o Otávio é que era a 8ª maravilha do mundo, quem é que mandou recuperá-lo?!) que proporcionou três remates(!) na nossa área, tendo o último entrado. Claro que fomos muito pouco lestos a aliviar a bola. Ainda faltava praticamente toda a 2ª parte, mas o CRAC só criou verdadeiro perigo mais uma vez pelo Soares, que tirou o Nélson Semedo do caminho no um-para-um, mas viu o Ederson sair rapidíssimo aos seus pés e ficar com a bola. Festejei como se tivesse sido um golo! Quanto a nós, à semelhança da época passada, lá proporcionámos ao Casillas nova exibição de luxo: remate rasteiro em arco do Jonas e defesa para canto; outra vez o Jonas a desviar já na pequena-área um centro do Salvio e o espanhol conseguiu incrivelmente desviar a bola outra vez para canto; e num livre, depois de uma cabeçada do Luisão, o Mitroglou rematou praticamente à queima-roupa e o Casillas voltou a defender não só este, como a recarga do Jonas! Com uma mulher tão bonita em casa, o que é que este tipo vem fazer ao Estádio da Luz?!

Em termos individuais, gostei do começo do jogo do Salvio, que depois foi descendo de nível, o Rafa terá feito dos melhores jogos pelo Benfica (mas ainda longe do nível que se exige a alguém que custou aquele preço), o Samaris foi o mais consistente ao longo de toda a partida e o Luisão foi imperial na defesa. O Pizzi passou um pouco ao lado do jogo, o Mitroglou foi bem marcado e não teve muitas oportunidades e o Jonas não conseguiu aguentar os 90’. Fundamental foi novamente o Ederson com aquela saída aos pés do Soares. Os laterais tiveram regulares, com o Nélson melhor na primeira do que na segunda parte, e o Eliseu sempre atento ao Corona. O Lindelof, que teve problemas físicos durante a semana, jogou como se nada tivesse acontecido. Quanto aos substitutos, o Cervi não agitou tanto as coisas como se desejava e o Carrillo entrou já muito perto do fim. A enésima lesão do Jiménez ao serviço da selecção (julgo que teremos mais do que justa causa para o impedir de voltar à selecção!) prejudicou-nos, porque o seu poderio físico teria sido muito útil naqueles minutos finais.

Sempre disse que deveríamos chegar ao WC com quatro pontos de vantagem e esta partida era crucial para que isso acontecesse. Razão pela qual saí chateadíssimo do estádio. Iremos ver o que nos reservam os próximos jogos fim, mas perdemos uma excelente oportunidade de dar um passo enorme rumo ao tetra.