sábado, dezembro 31, 2016
Enfadonho
Vencemos na passada 5ª feira o Paços de Ferreira por 1-0 na fase de grupos
da Taça da Liga, mas, como no dia seguinte o V. Guimarães foi marcar o 2-1 em
Vizela aos 92’(!), estamos em igualdade pontual com eles, mas atrás na
diferença de golos.
Basta só lembrarmo-nos deste primeiro jogo a seguir à pausa natalícia nas últimas
épocas para vermos que é sempre a mesma coisa: fazemos indiscutivelmente uma
das piores exibições do ano. No entanto, nunca deixámos de ganhar! E isso faz
toda a diferença. Toda! Em relação à partida com o Rio Ave, o Rui Vitória
colocou o Jardel em vez do Lindelof (será que está em trânsito para
Manchester?) e o Celis no lugar do castigado Pizzi. Na frente, voltou o Jiménez
em vez do Mitroglou e o mexicano foi dos menos maus na 1ª parte. Até entrámos
bem no jogo, com remates do Cervi, cabeçada do Luisão e do Celis, este
proporcionando ao guarda-redes uma boa defesa do Mário Felgueiras (foi a
primeira coisa de jeito que fez com a nossa camisola…). Ainda antes do
quarto-de-hora, o Jiménez isolou o Rafa, mas este como de costume, quando tem
só o guarda-redes pela frente, não o conseguiu desfeitear. A partida entrou
numa fase mais monótona também devido às lesões
dos jogadores do Paços (que ficaram milagrosamente
curadas depois do nosso golo…). Quando eu já pensava que íamos para o intervalo
a zeros, eis que surge o único golo do encontro: excelente abertura do Rafa a
isolar o André Almeida na esquerda, o guarda-redes sai ao seu encontro, o
Almeida assiste o Gonçalo Guedes, cujo remate é intercepcionado por um defesa
quase sobre a linha e sobra para o Cervi, que na recarga fuzila para dentro da
baliza. O argentino, logo na sua primeira época na Europa, já marcou em todas
as cinco competições!
À semelhança da primeira, também entrámos bem na 2ª parte. O Jardel quase
ia conseguindo antecipar-se de cabeça ao guarda-redes, o Gonçalo Guedes
proporcionou outra boa defesa ao Mário Felgueiras e o Jiménez teve um bom lance
individual que só pecou pelo remate ligeiramente ao lado. Isto tudo novamente
nos primeiros 15’. A partir daí, e apesar da entrada do Jonas, a nossa exibição
foi perdendo fulgor e ainda tivemos que levar com mais uma lesão muscular,
desta feita do Jiménez, que foi substituído pelo Mitroglou. Vamos lá a ver se o
mexicano não fica muito tempo no estaleiro. O Paços de Ferreira só criou
relativo perigo perto do fim num remate fora da área que o Ederson agarrou
muito bem. No entanto, já se sabe que jogos com a vantagem mínima são sempre
muito arriscados de gerir e eu só consegui descansar com o apito final.
Em termos individuais, destaque para o Cervi pelo golo e para o Jiménez,
especialmente na 1ª parte. Saúda-se igualmente o regresso para uns minutos do
André Horta. Todos os outros não saíram muito da mediania.
Era bom que chegássemos a Guimarães na última jornada com dois resultados a
nosso favor, mas para isso temos de ganhar ao Vizela (e preferencialmente com
uns quantos golos). Não gosto nada de jogos seguidos com o mesmo adversário e vamos
à Cidade Berço com três dias de intervalo. Felizmente que o primeiro jogo é
para o campeonato, mas eu também gostava muito de manter a tradição e ir longe
na Taça da Liga.
domingo, dezembro 25, 2016
Feliz Natal
Os meus sinceros desejos que todos os que têm a pachorra de passar por aqui tenham um Natal Glorioso!
quinta-feira, dezembro 22, 2016
Calmo
Vencemos com relativa tranquilidade o Rio
Ave por 2-0 e vamos fechar o ano de 2016 na liderança do campeonato com quatro
pontos de vantagem para o CRAC no 2º lugar. Aliás, este ano na Luz foi excepcional
em termos nacionais, porque em 18 jogos só perdemos com o CRAC e empatámos
contra o V. Setúbal. Ou seja, tivemos 88,9% de vitórias.
Estava com algum receio deste jogo, porque o
Rio Ave tinha igualado a melhor série da sua história com quatro vitórias
seguidas e nós já estivemos a jogar melhor do que actualmente. Para além disso,
era um encontro a meio da semana antes das férias do Natal e a cabeça dos
jogadores já poderia estar noutras festas. No entanto, entrámos bem na partida
e, depois de um remate em arco à entrada da área do Mitroglou que passou rente
ao poste, há um penalty claro sobre o Gonçalo Guedes aos 8’ (atropelamento e
fuga) que o Sr. Rui Gomes Costa não assinalou (aliás, esta peça já é bem nossa conhecida desde há muito tempo... Acrescentem-lhe
o “Gomes” no meio, sff, não poluam o nome!). Continuávamos a tentar e o Pizzi
proporcionou uma boa defesa ao Cássio antes de o Mitroglou abrir a contagem aos
14’: centro do Cervi na direita, o grego tentou o calcanhar, mas um defesa
cortou para a entrada da área, onde o Pizzi rematou de pé esquerdo muito
enrolado e acabou por involuntariamente colocar o nº 11 só com o guarda-redes
pela frente (a defesa ficou a dormir).
O Mitroglou só teve de escolher o lado da baliza para onde atirar. Um golo
relativamente cedo era óptimo e pensei que tentássemos rapidamente o segundo
para nos tranquilizarmos de vez. No entanto, acabámos por deixar adormecer o
jogo e só uma tentativa de chapéu do Luisão praticamente desde o meio-campo
(seria o golo do século e o jogo poderia acabar logo ali!) e uma grande jogada
do Mitroglou, a fintar vários adversários à
Messi mas a rematar fraco, abanaram um pouco as coisas. Verdade seja dita
que o Rio Ave não conseguiu criar perigo nenhum. Quando pensei que as coisas
iriam assim para o intervalo, aos 42’ o Pizzi resolveu inventar o segundo golo: faz uma simulação à entrada da área que
tira um adversário do caminho, tabela com o Rafa, isola-se e pica a bola por
cima do Cássio. Que golão!
A atacar para a baliza grande na 2ª parte, estava à espera que a equipa se
galvanizasse mais, mas o jogo foi ainda mais morno. Nós controlávamos a partida
sem dar grandes hipótese ao Rio Ave de criar perigo, todavia também não
impúnhamos a velocidade necessária para provocar desequilíbrios. No entanto, há
que dizer que houve pelo menos um fora-de-jogo muito mal assinalado ao
Mitroglou que ficaria isolado. O lance de maior perigo do segundo tempo foi um
remate do Rúben Ribeiro muito bem defendido pelo Ederson para canto. Nem a
entrada do Jonas conseguiu agitar as coisas e um dos destaques negativos foi o
amarelo por protestos ao Pizzi (inacreditável como se leva uma amarelo por
isto, quando se está tapado, num jogo sem cartões!) que o tiraria da difícil
partida em Guimarães se não tivesse provocado o segundo e respectiva expulsão
já em tempo de desconto.
O destaque do jogo terá de ir para o Pizzi,
porque marcou um golo e assistiu (involuntariamente) noutro. Gostei igualmente
do Mitroglou e não só pelo golo: pareceu muito mais comprometido com o jogo,
mais activo e lutador (o bem que faz uns joguitos no banco...!). O André
Almeida também sobressaiu, o que diz
muito sobre a exibição geral da equipa. Uma palavra final para o Ederson, que
manteve a nossa baliza a zeros com uma excelente defesa.
Podemos ir comer o bacalhau e o peru
tranquilos e recuperar energias para a segunda parte da época, que promete ser
muito trabalhosa. Como diz, e bem, o nosso treinador, somos a única equipa
portuguesa em todas as competições. Quando voltarmos, haverá dois jogos da Taça
da Liga para digerir as festas e eventualmente dar minutos aos menos
utilizados, mas atenção que eu quero ir ao Algarve no final de Janeiro...!
segunda-feira, dezembro 19, 2016
Complicadíssimo
Com o Salvio lesionado, jogámos com Rafa e Cervi nas alas. Mas foi o
Gonçalo Guedes a ter a primeira grande oportunidade do jogo, com um remate na
atmosfera quando estava em óptima posição depois de um centro do Jiménez. O
Luisão, na sequência de um canto, teve outro falhanço incrível quando cabeceou
à vontade muito por cima. E o Jiménez obrigou o Moreira a uma grande defesa num
pontapé fora da área. No entanto, o maior calafrio da 1ª parte surgiu na nossa
baliza, com um cabeceamento ao poste depois de um livre, embora o jogador
estivesse em fora-de-jogo (que não foi assinalado).
Ou melhorávamos muito na 2ª parte, ou as coisas tornar-se-iam muito negras.
O que é certo é que depois do intervalo aumentámos o ritmo do jogo, embora não
tivéssemos oportunidades flagrantes. Até que aos 60’, uma boa jogada do Cervi é
cortada pelo braço de um defesa na sequência de um carrinho. O Jiménez, com
toda aquela calma que me exaspera bastante(!), bateu para o lado esquerdo da
baliza, com o Moreia a mal se mexer (estava à espera da bola para o meio,
certamente). Estávamos a conseguir controlar o Estoril, até com outra chance de
golo sem que o Guedes tenha conseguido chegar à bola, quando aos 68’ o Rui
Vitória resolveu seguir aquela regra muito particular que diz que o primeiro a
sair é sempre o Cervi! Entrou o Mitroglou para o seu lugar, quando o Guedes
tinha levado uma pantufada e o próprio Rafa já estava a perder gás (além de que
o argentino é muito mais generoso a defender do que aqueles dois).
Consequência: perdemos completamente o controlo do meio-campo e o Estoril
começou a criar bastante perigo! Valeu-nos, como já vem sendo habitual, São Ederson com três defesas
fundamentais. Só 10’ depois, com o muito aguardado regresso do Jonas, é que a
equipa voltou a estabilizar. O brasileiro é indiscutivelmente um jogador de
eleição e, na dezena de minutos que esteve em campo, viu-se bem a diferença.
Foram dele duas excelente ocasiões para marcar, com duas cabeçadas muito
perigosas na sequência de dois cantos (uma a rasar o poste, a outra bem
defendida pelo Moreira). Até final, uma recarga do Pizzi foi parar às mãos do
Moreira e, já no período de descontos, o coração de todos nós parou quando num
canto há um desvio ao primeiro poste e um jogador do Estoril completamente
solto no segundo cabeceou ao lado com a baliza à sua mercê. Falhanço
inacreditável!
Em termos individuais, destaco novamente o Ederson por ter sido o garante
da nossa vitória. O Jiménez, como autor do golo da vitória, também merece uma
palavra, assim como o Jonas por ter lançado um pouco de perfume sobre o nosso futebol em tão pouco tempo. A velocidade do
Rafa causa sempre embaraços a qualquer defesa, mas tem que decidir melhor os
lances. Voltei a gostar do Cervi e viu-se bem o que a equipa perdeu quando ele
saiu. Ao invés, nota menos positiva para o Luisão (que, com duas escorregadelas
a fazer lembrar o Marítimo, ia permitindo golos ao adversário), Gonçalo Guedes
(muito batalhador como sempre, mas um pouco inconsequente) e Pizzi (muitas
bolas perdidas a meio-campo e complicativo em demasia, especialmente na parte
final do encontro).
Esteve longe de ser uma exibição memorável, mas conseguimos o mais
importante. O regresso do Jonas faz-nos ter esperança que a qualidade do nosso
futebol aumente, mas desde que continuemos a ganhar eu não me vou queixar
nunca.
quinta-feira, dezembro 15, 2016
Superioridade
Em relação à lagartada, o Rui
Vitória só manteve o Ederson (até porque o Júlio César está lesionado) e o
André Almeida. Ou seja, havia outros nove jogadores que tinham uma óptima
oportunidade para se afirmarem como opção. Mas tal não pareceu especialmente
durante a 1ª parte. Esperava que tivessem aprendido alguma coisa com o susto
com o 1º de Dezembro, mas os primeiros 45’ foram uma cópia ipsis verbis. Já se sabe que, quando o Carrillo está em campo, é
como se estivéssemos com 10, mas o Danilo também fez um primeiro tempo de
fugir. Só um remate do Zivkovic e uma cabeçada do Mitroglou é que criaram
perigo, ao passo que o Real Massamá também teve um remate desviado pelo
Lisandro que ia na direcção da baliza.
Na 2ª parte, o Rui Vitória achou por bem voltar a jogar com 11 e entrou o
Gonçalo Guedes. A mudança foi da noite para o dia. Claro que, marcar logo aos
47’, ajudou a tranquilizar a equipa: canto do Zivkovic e cabeçada do Mitroglou
ao primeiro poste. Depois do golo não abrandámos e tivemos algumas
oportunidades para fazer o segundo, nomeadamente num remate do Guedes muito por
cima quando estava em boa posição e noutro do Cervi, quando só tinha o
guarda-redes pela frente. O Real Massamá teve um livre perigoso, mas o Ederson
fez uma boa defesa. Até que aos 81’, fizemos finalmente o golo que dissipou
todas as dúvidas, num penalty indiscutível sobre o Guedes muito bem
concretizado pelo Mitroglou. Entretanto, já tinha entrado o Pizzi e entrou a
seguir ao golo o Jiménez, que ainda foi a tempo de fazer o 0-3 aos 86’ num
remate forte depois de tirar um defesa da frente.
Em termos individuais, destaque óbvio para o Gonçalo Guedes pelo que mexeu
no jogo da nossa equipa. Bem sei que, entrando para o lugar do Carrillo,
basta-lhe correr para ser imediatamente melhor, mas para além disso teve
participação activa nos golos. O Cervi foi outro que se destacou enquanto
esteve em campo e dos poucos que, na 1ª parte, tentou combater a marasmo geral.
Regresso que se saúda é o do Jardel. O Zivkovic subiu imenso na 2ª parte, mas
ainda não está de todo ao nível do Markovic quando chegou à Luz. O Danilo foi
péssimo na 1ª parte e passou mais despercebido na 2ª. Quanto ao Carrillo, vamos
entrar em período de Natal, espero sinceramente que não volte do Peru depois
das férias. O problema não é tanto a nulidade que é, mas sim a falta de vontade
que demonstra!
Já disse aqui várias vezes que adoro ir ao Jamor e, portanto, é com
satisfação redobrada que assisto às nossas vitórias na Taça. Veremos o que nos
reserva o sorteio dos quartos-de-final.
P.S. – Na passada 2ª feira, aconteceu o sorteio dos oitavos-de-final da Champions: eu preferia o Leicester, mas
acabou por nos calhar o Dortmund, com a 1ª mão na Luz a 14 de Fevereiro e a 2ª
na Alemanha a 8 de Março, uma data muito especial para mim. Por isso e porque
aquele estádio é mítico para quem gosta de futebol, se tudo correr bem, lá
estarei a apoiar o Glorioso.
segunda-feira, dezembro 12, 2016
Importantíssimo
Vencemos a lagartada por 2-1 e
voltámos a aumentar a vantagem sobre eles para cinco pontos, mantendo o CRAC os
quatro de distância. Depois de duas derrotas seguidas, era fundamental dar uma
boa resposta e principalmente não deixar que se visse o mesmo filme da época
passada ao contrário: uma equipa com sete pontos de vantagem que os vai
perdendo e é ultrapassada quando recebe o 2º classificado. Era isto que mais me
importava neste jogo, porque estava plenamente convencido que, se isso acontecesse,
o momentum passava todo para o lado
deles. Mas voltando a estar a cinco pontos e ainda por cima fora da Europa
(grande Legia!), a pressão aumenta muito para aqueles lados (então se o V.
Setúbal fizer uma gracinha na 4ª
feira…!).
O Rui Vitória apostou no Rafa em vez do Cervi e devo dizer que me pareceu
um grande disparate: o Cervi estava a ser dos nossos melhores jogadores,
ajudava imenso o André Almeida a defender e, ainda para mais, o Gelson iria
atacar por aquele lado. Temi o pior, mas felizmente nada disso se confirmou,
com o Rafa a ser dos melhores em campo (mas, para mim, não o man of the match). A lagartada entrou muito pressionante e a
não nos deixar jogar. Aparentemente o descalabro da Polónia (onde perderam com
uma equipa que não ganhava um jogo na Champions
há 21 anos! Há coisas que só eles conseguem e, por isso, há que ter a hombridade
de lhes agradecer por tornarem a nossa vida bem mais divertida!) não se fazia
sentir em campo e, durante os minutos iniciais, eles conseguiram ligar mais o jogo
do que nós. Num contra-ataque perigoso nosso, vi uma coisa que nunca tinha
visto num campo de futebol: o árbitro interromper essa jogada de perigo, porque
estavam cartolinas amachucadas dentro de campo! Pontos para o sr. Jorge Sousa
pela inovação… Que roubo
inacreditável! A lagartada ia
incomodando, teve um ou outro remate que o Ederson parou, mas fomos nós a abrir
o marcador aos 24’: contra-ataque conduzido pelo Gonçalo Guedes, passe para o
Rafa na esquerda e centro deste de trivela para o Salvio fazer um grande golo
do lado contrário! Foi o delírio na Luz! Até ao intervalo, a grande
oportunidade foi nossa, com o Jiménez a ficar isolado num ressalto, mas a
permitir que o Rui Patrício tocasse na bola com a mão quando a tentou levantar.
A 2ª parte começou frenética, com o Gonçalo Guedes quase a chegar à bola
num mau atraso e do outro lado uma bola ao poste do Bas Dost, depois de um
centro em esforço do Campbell que entrou para o lugar do Bruno César (que, para
mim, até nem estava a jogar mal) ao intervalo. No entanto, na jogada seguinte,
o Jiménez redimiu-se do falhanço e fez o 2-0 aos 47’ numa cabeçada em voo
depois de um centro do Nélson Semedo. Grande golo! Aos 55’, o Salvio, que tinha
ficado tocado no ombro na 1ª parte, não aguentou mais e entrou o Danilo. Achei
outro tremendo disparate, mas aqui tive razão: com o Samaris no banco, não se
compreende que o Rui Vitória coloque num jogo destes, com 35’ (mais descontos)
para jogar, alguém que só fez 90’ esta temporada (e já foi há dois meses!).
Perdemos (ainda mais) o meio-campo e a lagartada
começou a criar ocasiões em catadupa. Aí sobressaiu (e de que maneira) o
Ederson: defendeu remates do William e Bas Dost. No entanto, já não pode fazer
nada aos 69’, quando o Campbell meteu o turbo na esquerda e centrou para o Bas
Dost só ter que encostar. Com o tempo que ainda faltava até final, confesso que
achei que não iríamos conseguir segurar a vantagem, porque estávamos
completamente encostados às cordas. Pouco antes do golo da lagartada, tinha entrado o Cervi para o lugar do Guedes e
finalmente voltávamos a ter bola na frente. O Rafa rematou mal de primeira uma
bola centrada pelo argentino na esquerda e pouco depois fez uma grande jogada,
mas falhou na assistência ao mesmo Cervi com um passe com muita força, quando o
Rui Patrício já não estava na baliza. Foi pena…! A dez minutos do fim, o Jesus
fez-nos um grande favor ao tirar o Bas Dost para pôr o André. Deixaram de
conseguir ganhar lances de cabeça na nossa área, o que nos facilitou imenso a
vida. Como se disse numa pergunta ao Rui Vitória na conferência de imprensa,
acabámos por defender melhor o 2-1 do que o 2-0. Mantivemos a lagartada longe da nossa área até final
e alcançámos um triunfo preciosíssimo.
O melhor em campo foi o Ederson, essencial naquela fase a seguir ao 2-0,
com várias defesas que foram mantendo a vantagem. Se não fosse o Ederson,
votaria no Jiménez, porque, para além do golo, fartou-se de batalhar e esteve
muito bem nas tabelinhas com os colegas (algo que não costuma ser habitual
nele). O André Almeida, que teve que enfrentar o melhor jogador deles,
manteve-se muito concentrado, ganhou e perdeu lances, mas, volto a dizer, é dos
jogadores mais úteis do nosso plantel. Os centrais melhoraram imenso em relação
aos jogos anteriores, mas o Nélson Semedo passou um mau bocado depois do
intervalo, com o Campbell muito activo. O Rafa teve pormenores de grande
classe, contabilizou uma assistência, mas precisa de melhorar (e muito) o
capítulo do remate à baliza. O Salvio marcou um golão e esteve melhor do que em
partidas anteriores, já o Pizzi não está a atravessar a melhor fase da época. O
Guedes também trabalhou e lutou muito, assim como o Fejsa que teve que
enfrentar o meio-campo deles muitas vezes sozinho. O Cervi entrou muito bem e
cada vez me convence mais.
Por todas as razões, era uma partida transcendental e estivemos muito bem,
tendo em conta todas as condicionantes. Estamos longe de estar a actuar na
máxima força, mas vemos os rivais a quatro e a cinco pontos. Com a recuperação
progressiva dos lesionados, as coisas só podem ter tendência a melhorar. Não
estamos a fazer exibições deslumbrantes (com tanta gente importante de fora,
convenhamos que também seria difícil), mas para esse peditório da nota
artística eu já dei! Volto a repetir: já perdemos mais do que um campeonato nos
últimos anos em que fomos de longe a melhor equipa. Jogando bem ou mal, eu
quero é o tetra!
P.S. – A lagartada já está a vir com
a ladainha do costume em relação a dois pretensos penalties ambos na 1ª parte:
no primeiro, o Pizzi nem sequer está a olhar para a bola, que é cabeceada muito
à queima pelo Lindelof para o seu
braço; no segundo, o Nélson Semedo está com o braço inclinado para trás e nem
sequer o mexe quando a bola lhe toca. Tenham juízo!
quarta-feira, dezembro 07, 2016
Segundo
Perdemos em casa com o Nápoles por 1-2, mas como o Besiktas foi goleado em
Kiev (0-6) conseguimo-nos qualificar para os oitavos-de-final na Champions pela primeira vez em duas
épocas consecutivas. E, pronto, este foi o único aspecto positivo do jogo de
hoje. Não é de somenos, evidentemente, mas duas derrotas seguidas é algo que já
não estávamos habituados há muito tempo e um mau prenúncio para o próximo
domingo.
Em relação à Madeira, entrou o Jiménez em vez do Mitroglou. Já se sabe que
o Nápoles tem uma boa equipa, especialmente do meio-campo para a frente, mas a
1ª parte acabou por ser muito repartida. Houve oportunidades para ambos os
lados, embora nós tivéssemos um grande problema em acertar na baliza, o que só
aconteceu por uma vez numa cavalgada do Jiménez, que rematou rasteiro para
defesa do Reina. Na nossa área e por mais do que uma vez, foi o Ederson a
resolver problemas e a conseguir levar-nos empatados até ao intervalo.
A 2ª parte foi totalmente dos italianos. Tendo o jogo na Ucrânia ido para o
descanso com 4-0 a favor dos ucranianos e já com um turco expulso, a
probabilidade de acontecer o mesmo que nos aconteceu na Turquia era,
convenhamos, ínfima. Deu a nítida sensação de que os jogadores do Benfica
sabiam isso e, portanto, não era preciso arriscar correr e batalhar muito… Os
italianos abriram então o marcador aos 60’ pelo Callejón aproveitando um enorme
buraco na zona central da nossa defesa com o Luisão e o Lindelof a ficar muito
mal no lance (especialmente o sueco). Com bastante tempo ainda para jogar, nós
nunca mais nos reencontrámos e a bola raramente chegava lá à frente. Um livre
directo do Pizzi passou perto do poste, mas foi o Nápoles a fazer o 0-2 aos
79’: o Mertens partiu os rins ao
Luisão e viu o seu remate ainda embater no poste antes de entrar. Verdade seja
dita que Rui Vitória já tinha começado a fazer poupanças para domingo, caso
contrário não teria colocado a abécula Carrillo em vez do Cervi. A três minutos
dos 90’ e numa altura em que, puxados pelo topo sul, todo o estádio começou a
cantar pelo Benfica, fizemos o 1-2 pelo Jiménez depois de aproveitar um erro
inacreditável do Albiol. Até final, exasperei-me porque não conseguimos colocar
a bola na área para aproveitar qualquer ressalto.
Em termos individuais, destaque para o Jiménez não só pelo golo, como
também por nunca ter virado a cara à luta e se ter farto de ganhar lances
divididos. Também voltei a gostar do Cervi e, mais uma vez, quando ele saiu nós
apagámo-nos. Pela negativa, há que dizer que os centrais se perderam nalgumas
partes do jogo e o Pizzi passou completamente ao lado dele. Por sua vez, espero
que o Carrillo aproveite este Natal para passar mais tempo com a família e até
escusa de regressar da América do Sul. Que nulidade!
O mais importante foi conseguido, mas esta exibição não pode deixar de nos
preocupar, até porque vêm aí jogos decisivos no campeonato. E vamos receber a lagartada na pior fase da época.
domingo, dezembro 04, 2016
Afogamento
Perdemos na 6ª feira nos Barreiros com o Marítimo por 1-2 e, com as
vitórias da lagartada em casa frente
ao V. Setúbal (2-0) e do CRAC em Mordor perante o Braga (1-0 aos 95’!), ficámos
agora com dois e quatro pontos de vantagem respectivamente. As derrotas nunca
vêm em boa altura, mas a primeira da época em provas nacionais na véspera do derby ainda é pior. Ainda por cima, uma
derrota que aconteceu por exclusiva culpa nossa, com erros defensivos de
principiante e inabitual ineficácia atacante.
Com o Eliseu e o Grimaldo lesionados, o Rui Vitória apostou previsivelmente
no André Almeida para a lateral-esquerda e voltou a dar a titularidade do
Mitroglou em detrimento do Jiménez. Por norma, eu não gosto nada de jogar
contra a mesma equipa em pouco tempo. Porque se correu bem da primeira vez,
tendo sempre a pensar que eles estão melhor preparados para nos defrontar na
segunda. As idas a Moreira de Cónegos na época passada foram uma excepção, mas
estava com bastante receio deste jogo frente ao Marítimo. Infelizmente, não foi
infundado. Começámos pessimamente e sofremos logo um golo a frio, aos 5’ pelo
arménio Ghazaryan num lance em que, para além de o Luisão ter escorregado na
pior altura, se a bola não tem ressaltado no Nélson Semedo, iria ligeiramente
para fora. Sentimos muito o golo e o Marítimo só não fez o segundo à passagem
dos 20’, numa perda de bola inacreditável do Pizzi a meio-campo que deixou um
adversário isolado, porque o Ederson fez duas magníficas defesas (na recarga, a
defesa ainda é melhor do que a mancha).
Depois de um remate do Mitroglou que deveria ter tido melhor direcção,
igualámos a partida aos 27’ num golo inadvertido do Gonçalo Guedes, porque a
bola rematada pelo Nélson Semedo iria muito para fora se não tivesse ressaltado
no seu pé. Logo a seguir, o Mitroglou tem um excelente movimento, em que na
meia-lua recebe com o pé esquerdo e remata de primeira com o direito, mas a
bola saiu muito perto do poste. Até ao intervalo, foi o Salvio com um remate em
boa posição que deveria ter tido muito melhor direcção.
A 2ª parte começou praticamente com a nossa melhor oportunidade: lance do
Almeida pela esquerda e centro para a cabeça do Salvio que já na pequena-área
atira ao poste! (Não foi tão escandaloso como na Turquia, mas andou lá perto…)
Tive um mau pressentimento logo ali, porque teria sido fundamental
colocarmo-nos em vantagem cedo no reinício. O Marítimo continuava a dar pancada de meia-noite com a complacência
do Sr. Vasco Santos e a partida prometia sofrimento até ao fim. Entretanto,
entrou o Rafa para o lugar do apagadíssimo Salvio e teve uma excelente
oportunidade de cabeça que eu ainda estou para saber como o Gottardi foi
buscar. Pouco depois, aos 69’ aconteceu um balde de água fria: canto para o
Marítimo, o Ederson foi estorvado por um adversário (à semelhança de um lance
na 1ª parte que só não deu golo, porque a cabeçada foi ao lado; não percebo
como é que nenhum jogador do Benfica chamou a atenção para o árbitro logo nessa
altura!), o Lindelof salta mas não chega à bola e o André Almeida deixa o
Maurício meter-se à frente dele e cabecear na pequena-área! Entretanto, o
Ederson fez-se tarde à bola, porque tinha acabado de empurrar o adversário que
lhe estava a fazer obstrução. Ou seja, uma série de erros incríveis na mesma
jogada! Logo a seguir, só não igualámos, porque o Rafa continua a não acertar
na baliza com os pés, depois de uma excelente jogada do Cervi na esquerda.
Cervi que também assistiu pouco depois o Jiménez para uma cabeçada que saiu a
rasar o poste, mas que tinha obrigação de ter ido lá para dentro.
Incompreensivelmente o Rui Vitória achou que para os últimos oito minutos era
melhor tirar o argentino para colocar a nulidade Carrillo! Há coisas que
definitivamente não percebo…! O Marítimo lá começou a ver amarelos por causa
das sucessivas faltas e fez dos antijogos mais nojentos que me lembro de ter
visto. Houve seis minutos de compensação (deveria ter havido mais), mas curiosamente
(ou talvez não…) não conseguimos criar grandes situações desde a saída do
Cervi.
Em termos individuais, talvez o Cervi seja mesmo o grande destaque.
Raramente faz os 90’, mas é algo que o Rui Vitória tem que rever, já que também
na Turquia foi a sua saída que deu início à nossa inoperância atacante e
consequente descalabro posterior. Eu até estava a gostar do André Almeida, mas
a forma infantil como foi batido no segundo golo deitou tudo por terra. O
Ederson tem que resolver de outra forma os bloqueios de que é alvo nas bolas
paradas e que não lhe permitem chegar a tempo à bola. O resto da equipa esteve
longe do nível habitual.
Este resultado não estava nada nas previsões e reduzimos a nossa margem de
manobra a zero. Temos dois jogos importantíssimos na Luz nesta semana que
poderão decidir muito do que vai ser esta época. Não só pelos resultados, mas
principalmente pelo acréscimo (ou decréscimo) de motivação que lhes está
inerente. Se a qualificação para os oitavos na Champions, será um tónico muito importante para domingo, há que não
esquecer que no ano passado também uma equipa teve sete pontos de vantagem e
perdeu a liderança em casa quando defrontou o segundo classificado. E nenhum de
nós quer ver essa situação repetida ao contrário este ano.
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