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sábado, fevereiro 28, 2009

Desnecessário sofrimento

Vencemos o Leixões (2-1) e, aconteça o que acontecer amanhã no jogo do CRAC frente aos lagartos, iremos sempre ganhar pontos em relação a pelo menos um deles. Foi uma vitória muito sofrida, o que, se à partida se estaria à espera já que o Leixões é a grande revelação do campeonato, depois de termos feito o 2-0 aos 67’ foi uma desagradável surpresa.

Iniciámos muito bem o jogo, facto a que não foi alheio a colocação do Ruben Amorim ao lado do Katsouranis no meio-campo e a um Di María mais objectivo e lutador do que em partidas anteriores. Pode até dizer-se que entrámos com um dinâmica de 2ª parte e foi sem surpresa que chegámos ao golo aos 16’. Quer dizer, chegaram ao golo por nós, neste caso o defesa-central Elvis (se bem que, se ele não tivesse tocado na bola, o Cardozo que estava mesmo atrás certamente faria golo). Mais uma vez fomos incapazes de marcar um golo nos primeiros 45’, mas desde que a bola entre na baliza adversária está tudo bem para mim :-). Pouco depois foi por um triz que o Luisão não marcou um dos golos do campeonato, já que o seu pontapé de bicicleta passou rente ao poste. Até final da 1ª parte, o jogo manteve-se equilibrado, mas sem o Leixões conseguir fazer um remate com perigo à nossa baliza. De salientar pela negativa a lesão muscular do Ruben Amorim, que foi substituído pelo Carlos Martins, o que teve como consequência o abaixamento da nossa produção. Mesmo perto do intervalo, o Cardozo resolveu armar-se em Nuno Gomes e tentar fazer um passe para um colega, quando estava em boa posição de rematar à baliza. Foi pena, porque iríamos para os balneários mais descansados.

E, como que a confirmar isso, a 2ª parte foi completamente diferente da 1ª e para pior. Demos a iniciativa ao adversário, o que teoricamente não estaria mal visto se fôssemos mais acutilantes e perigosos no contra-ataque. Porém, isso não aconteceu muitas vezes. Mesmo assim tivemos boas oportunidades para marcar pelo Reyes (boa defesa do Beto) e Cardozo (péssima recepção a um passe de morte do Di María). Aos 67’ o paraguaio redimiu-se ao fazer uma boa jogada pela direita e centrar para a cabeça do Nuno Gomes (que entretanto tinha substituído o Reyes), que fez o 2-0. Pensei eu que poderíamos ficar descansados até ao fim, mas foi pura ilusão. Numa decisão inexplicável, o Quique resolveu esgotar as substituições aos 72’, fazendo entrar o Balboa para o lugar do Di María. Quanto a mim, estando a equipa a ganhar, é sempre de deixar uma alteração para fazer mais perto do fim do jogo para que não aconteça exactamente o que aconteceu nesta partida: dois minutos depois, o Carlos Martins teve uma lesão muscular e ficámos a jogar com 10 até final. E, para piorar as coisas, o Leixões reduziu o marcador nesse mesmo minuto 74’. Como se já não bastasse estarmos com 10, o nosso meio-campo era constituído pelo Balboa, Katsouranis, Aimar e Nuno Gomes a extremo-esquerdo! Temi imenso pela vitória, mas um espírito de sacrifício de saudar, uma entreajuda enorme e uma capacidade muito boa de adormecer o jogo fez com que conseguíssemos manter o resultado.

Gostei muito do Miguel Vítor, que demonstra uma sobriedade invulgar para os seus 19 anos, além de ter gerido muito bem o amarelo da 1ª parte, do Cardozo, muito bem naquilo em que não é tão bom (jogar para os colegas, tabelar e assistir) e menos bem na sua especialidade (a finalização), e do Luisão, que foi muito importante para manter as tropas unidas lá atrás na altura do aperto. O Aimar está a subir de forma e fisicamente parece muito bem, embora por vezes não solte a bola tão rápido quanto fosse desejável. Também o Di María me pareceu mais adulto e mais disponível para ajudar a defender. Mas em geral toda a equipa esteve bastante bem no plano da entrega ao jogo. Só foi pena o jogo ter passado ao lado do Reyes, muito menos decisivo que em alturas anteriores. E, claro está, eu gosto sempre que o Nuno Gomes faça golos (embora depois a defender, numa posição que está muito longe de ser a sua, tenha feito alguns passes errados).

Gostaria de terminar este post com uma pergunta ao Quique: qual foi a sua ideia de, estando a ganhar, esgotar as substituições a 18’ do fim e ainda por cima para colocar o Balboa?! O facto de a maioria dos treinadores, quando estão a ganhar, deixar uma substituição por fazer até aos minutos finais deveria querer dizer alguma coisa. Eu achei logo na altura que era desafiar a sorte, o que se veio infelizmente a confirmar. Por favor, não volte a fazer o mesmo, sim? É que eu vou viver menos cinco anos por causa do sofrimento desta parte final...


P.S. - Depois da vergonha deste jogo, voltámos a ter o desprazer de ser arbitrados pelo Sr. Lucílio Baptista. Que, dentro do seu estilo insuportavelmente espalhafatoso, conseguiu não nos prejudicar desta vez. Oito jogos depois, voltámos a ganhar uma partida arbitrada por este espécime. Ainda há milagres.

domingo, fevereiro 22, 2009

Culpa própria

Perdemos no WC (2-3) e não só nos atrasámos em relação ao CRAC (quatro pontos), como fomos apanhados pelos lagartos no 2º lugar embora mantenhamos vantagem no confronto directo. Ou seja, desperdiçámos uma oportunidade soberana de colocar os nossos rivais de sempre fora de luta pelo título. E o que mais custa neste jogo, é que o resultado até acaba por ser simpático para nós, já que uma lamentável e inacreditável 2ª parte nos poderia ter custado uma derrota mais copiosa.

O Quique apostou na mesma equipa que jogou em casa do CRAC, mas a exibição esteve a léguas de distância. Entrámos praticamente a perder com um golo do etíope dos supermercados logo aos 11’ na sequência de um canto cedido depois de um disparate do David Luiz. Demorámos tempo a reagir, mas os lagartos não criaram mais nenhuma grande oportunidade. A meio da 1ª parte equilibrámos as coisas e tivemos o nosso melhor período, com uma cabeçada do Yebda ao poste e outra boa jogada em que o francês chegou atrasado a um centro do Reyes. A dez minutos do intervalo, e 25(!) anos depois, voltámos a beneficiar de um penalty na casa dos lagartos. Falta indiscutível do Polga sobre o Suazo, mas foi preciso ser o fiscal-de-linha a marcá-la, já que o Sr. Olegário tem graves problemas de visão quando nós estamos em campo. O Reyes marcou para o centro da baliza e rasteiro (que susto!), mas a bola lá entrou. Estava feito o empate e pouco depois chegou o intervalo.

Na 2ª parte, e à semelhança do jogo da Taça no ano passado, não sei o que se passou com a equipa. Praticamente deixámos de jogar. Os lagartos entravam pela nossa defesa como queriam, tinham todo o espaço do mundo, corriam mais que nós e chegavam naturalmente primeiro à bola. Claro que para isto ajudou e muito um golo logo aos 47’. Depois de outra má intervenção do David Luiz, que deixou o Derlei sozinho, este, como costuma fazer contra nós no WC, não falhou. Foi penoso ver como não conseguimos reagir ao golo sofrido e neste período acabámos por ter sorte por o resultado não ser ter avolumado. As substituições (entradas do Di María e Cardozo) melhoraram ligeiramente a equipa, mas não o suficiente para que passássemos a criar perigo de uma maneira regular. E, infelizmente, foi sem surpresa que sofremos o 3º golo aos 82’, novamente pelo etíope dos supermercados num grande golpe de cabeça. Curiosamente reagimos melhor a este golo do que ao 2-1 e ainda conseguimos marcar no último minuto, depois de um bom centro do Maxi e uma ainda melhor cabeçada do Cardozo. Só que já não houve tempo para mais.

Individualmente, os menos maus foram o Moreira (com excepção de uma saída um pouco extemporânea, esteve muito seguro), o Luisão e, com um bocadinho de boa vontade, o Aimar. O problema foi que houve uma série de jogadores que estiveram muito abaixo das suas potencialidades: Suazo (só ganhou o penalty, não fez mais nada), Reyes (muito fraco para quem tinha o Pedro Silva pela frente), Ruben Amorim (nem quando passou para o meio melhorou) e, claro está, o David Luiz (que terá feito o pior jogo pelo Benfica). Fraquitos também estiveram o Katsouranis e o Yebda. E, por último, só um recado. Sr. Quique, perceba por favor uma coisa: o Cardozo é o MELHOR avançado do Benfica. Marcou 22 golos na sua época de estreia na Europa no ano passado e este ano, com mais 20’ de utilização que o Suazo, marcou quase o dobro dos golos dele (7 contra 4). Eu não me interessa se o Suazo é mais rápido ou melhor tecnicamente, a valia de um avançado mede-se com golos e neste aspecto o paraguaio bate todos os outros. Já para não falar no pequeno pormenor de ele ser 100% jogador do Benfica, enquanto o hondurenho está cá por empréstimo, sem direito de opção, e com um ordenado incompatível para a nossa realidade.

Na próxima 6ª feira teremos um dos jogos mais importantes da época. Iremos receber o Leixões na véspera de um CRAC – lagartos. Temos OBRIGATORIAMENTE que ganhar para aproveitar o facto de um deles (ou os dois) perderem pontos. Caso contrário, temo muito pelo resto da época.

P.S. – Já sei que a lagartada virá falar do penalty não assinalado por causa da mão/cotovelo do Maxi perto do intervalo. Têm toda a razão, mas espero que não se esqueçam do puxão ao Aimar dentro da área logo no início do jogo que poderia ter mudado o curso do mesmo.

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Chateado

Vencemos o Paços de Ferreira (3-2) e continuamos a um ponto do CRAC, tendo os lagartos três pontos atrás de nós. No entanto, este jogo teve o condão de me deixar muito chateado à saída do estádio, o que raramente acontece após uma vitória. E a razão é muito simples: é INADMISSÍVEL que o Benfica chegue aos 92’ a ganhar por 3-1 e nos dois minutos finais só não tenha empatado a partida porque existe uma coisa chamada poste. Ainda por cima, tivemos por duas vezes uma vantagem de dois golos e em ambas as ocasiões exibimos desconcentrações IMPERDOÁVEIS na defesa. Foi quase um déjà vu do Benfica – Belenenses disputado no Estádio Nacional em 2003/04.

Para não fugir à regra, a 1ª parte foi para esquecer. Lentos, sem ideias, sem criar situações de golo, com excepção de uma cabeçada do Luisão à trave na sequência de um livre e posterior recarga do Aimar para grande defesa do guarda-redes Cássio. Fazer uma jogada de jeito (pela esquerda com o Aimar que depois resultou em canto) em 45’ é de uma pobreza franciscana atroz. Em relação à partida na casa do CRAC, entraram o nº 25, Carlos Martins e Cardozo para os lugares do Maxi Pereira (castigado, jogando o David Luiz no seu lugar), Yebda (com o 4º amarelo) e Suazo (com fadiga muscular). Mas toda a atitude da equipa foi muito má nos primeiros 45’. Raramente utilizámos a velocidade, o Cardozo estava marcadíssimo na frente, o Aimar manietado pelos defesas e o Carlos Martins completamente desastrado no passe. Juntando a isto um Ruben Amorim e um Katsouranis uns furos abaixo do habitual, facilmente se chega à conclusão que o Reyes não dá para tudo.

Na 2ª parte as coisas melhoraram, principalmente em termos de atitude. Fomos mais aguerridos nas disputas dos lances e começámos a empurrar o Paços para o meio-campo deles. Só que o golo não aparecia, até que o Quique fez uma substituição que virou a partida: entrou o Di María e saiu o Carlos Martins. O argentino entrou muito bem no jogo e FINALMENTE vimos o Ruben Amorim na sua posição de origem no meio-campo. A nossa exibição mudou da noite para o dia e em quatro minutos (69’ e 73’) marcámos dois golos: Cardozo (quebrou a malapata!) e Ruben Amorim (grande remate de fora da área). Só que dois minutos depois o Paços reduziu, num lance em que o Sidnei facilitou. Parece que está escrito este ano que não temos direito a ver nenhum jogo na Luz sossegados. Faltavam 15’ para terminar a partida e o Paços não mostrava capacidade para chegar com perigo à nossa baliza. No entanto, um golo de vantagem deixa-me sempre muito nervoso. Mas aos 86’ o Di María resolveu marcar o golo do campeonato: remate de primeira a 35m da baliza e bola lá dentro. Todos respirámos de alívio, só que foi precoce. Porque nos últimos dois minutos o Paços não só reduziu, num lance em que o defesa-esquerdo deles apareceu sozinho na área (onde estava o acompanhamento do Di María?!) e depois o David Luiz provocou uma falta desnecessária que resultou na tal bola ao poste. Acabámos por ter sorte no final, mas estes lances tiraram-me completamente o sabor da vitória: não podemos ficar à mercê da sorte a ganhar 3-1 aos 92’!!

A exibição colectiva não foi muito conseguida e isso reflecte-se também nas performances individuais. Gostei imenso de ver o Ruben Amorim no meio, ele que estava a fazer um jogo muito mau até aí, o Di María se jogar sempre assim (não foi só o golo) torna-se um caso sério e o Reyes é dos poucos que não tem medo de partir para o um contra um.

A vitória, ao contrário do que disse o treinador do Paços, Paulo Sérgio, é justíssima. Aliás, tenho muito pena que ninguém lhe tenha perguntado o porquê da vergonha de queimar tempo logo a partir dos 5'! Perdi a conta às vezes que um jogador deles parecia que morria em campo e lá entrava a maca. O que é que equipas destas estão a fazer na I Divisão?! Para a semana vamos ao WC e sinceramente estou confiante. Nos jogos grandes costumamo-nos superar.

P.S. – Um penalty marcado num lance muito semelhante a um do Suazo frente ao Braga que não foi nada e um 2-1 num salto ao eixo do Farias sobre o central a 4’ do fim, com os cumprimentos do Sr. Elmano Santos (o tal do Belenenses – Benfica...), assinalaram o vitória do CRAC frente ao Rio Ave. A pouca vergonha continua.

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

A esterqueira do costume

Um LADRÃO chamado Sr. Pedro Proença impediu-nos de ganhar na casa do CRAC (1-1). É tão simples quanto isto. É mais um lance que este GATUNO decide contra nós e que nos ROUBA pontos. Não há palavras para descrever a indignação, o ódio e a revolta que sinto contra esta ESTRUMEIRA de futebol em que estamos inseridos, em que o expoente máximo é este clube que só continua a pavonear-se na I Divisão porque a Justiça em Portugal é igual à democracia na China. Continua tudo na mesma e as moscas e o seu alimento continuam a poluir o desporto em Portugal. Assim sendo, nada mais nos resta do que esperar que a Natureza faça o seu curso ou que haja alguma cadeira salvadora. O campeão nacional deste e dos próximos anos já está encontrado. Este país mete NOJO!

Fizemos um bom jogo, aliás na senda de outros jogos importantes em que a nossa qualidade exibicional melhorou substancialmente. O CRAC teve algumas oportunidades no início da partida, mas o Moreira não teve que fazer nenhuma defesa particularmente difícil. A partir de metade da 1ª parte, assumimos o controlo do jogo e não o largámos até final. Perto do intervalo, um canto muito bem marcado pelo Reyes descobre o Yebda ao segundo poste e fomos para o descanso em vantagem. Na 2ª parte, o CRAC teve mais posse de bola, mas nenhuma grande oportunidade de golo. E os poucos remates que foram à baliza encontraram um muito seguro Moreira. Nós tivemos outra boa hipótese para marcar pelo Suazo, mas o seu cabeceamento passou rente ao poste já com o Helton batido. Até que aos 71’ o Sr. Pedro Proença, a dois metros da jogada, resolve DELIBERADAMENTE marcar penalty numa simulação grosseira do Lisandro perante o Yebda. E, como o Lucho só falha penalties contra os lagartos, foi feito o empate num lance que é o espelho da CORRUPÇÃO que nos infesta todos há 30 anos. Até final ainda tivemos um remate do David Luiz que poderia ter sido com mais força, mas que se fosse golo muito provavelmente ainda seria anulado.

Numa exibição muito bem conseguida que se não fosse o ESTERCO de futebol em que estamos inseridos nos teria valido a vitória, não é fácil destacar alguém individualmente. No entanto, acho que o Aimar merece uma referência porque até hoje tinha feito muito pouco com a gloriosa camisola. Também gostei do Moreira que se apresentou sempre muito seguro. O Yebda subiu igualmente de produção em relação a partida anteriores, ao contrário do Katsouranis que errou mais passes do que é habitual. A defesa esteve quase sempre bem, com excepção dos primeiros 20’ em que os jogadores do CRAC tiveram algumas ocasiões para rematar à vontade.

Um palavra final para o Di María que substituiu o Suazo (apagado, porque veio de uma lesão) aos 62’: não te vale de nada saberes fintar meia-equipa contrária, se depois tens o remate mais ridículo da história do futebol. Estás há um ano e meio no Benfica e não se vê evolução nenhuma! Tens o Cardozo na equipa e o Eusébio no clube, pede-lhes explicações sobre os remates à baliza: nesta partida fizeste três e qual deles terá sido o mais idiota? Quando se remata, convém estar com os olhos abertos, caso contrário acontece o que acontece quando tu rematas. Estar lá o guarda-redes ou não estar é a mesma coisa: a bola nunca vai à baliza. Pensa nisto, está bem?

Resta-nos lutar até ao final do campeonato pela melhor posição possível, ou seja, o 2º lugar. Da mesma maneira que nesta jornada não nos deixaram ganhar, assim vai acontecer até final do campeonato. A imundice continua e todos assobiam para o lado. Este cheiro nauseabundo causa-me cada vez mais vómitos. Que se afoguem nela todos os que são coniventes com esta CORRUPÇÃO é o que eu desejo.

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Na final

Vencemos o V. Guimarães (2-1) e estamos na final da Taça da Liga, onde iremos defrontar os lagartos. A exibição, à semelhança de há alguns jogos para cá, esteve longe de ser brilhante, mas o principal objectivo foi cumprido. E, aparentemente, também não se magoou ninguém para o importante jogo do próximo domingo em casa do CRAC, o que é sempre de saudar quando do outro lado joga o Flávio Meireles.

Não entrámos nada bem na partida, mas o V. Guimarães esteve muito longe de incomodar a nossa baliza. Tivemos uma boa atitude em campo, se bem que por vezes não introduzíssemos a velocidade necessária para criar desequilíbrios. O Cardozo continua com a malapata dos postes (hoje foi mais uma bola), mas não pode falhar um golo como aquele na pequena-área. Não precisa de tentar sempre furar as redes quando remata e, naquele caso, um pequeno desvio do guarda-redes era mais que suficiente. Para além disso, ainda teve outros dois remates perigosos (um defendido pelo guarda-redes e outro ao lado).

Na 2ª parte, voltámos a não entrar bem e o tempo ia passando sem grandes ocasiões de golo e pouca réplica do adversário, que parecia mais interessado em esperar pelos penalties. Até que se deu um momento quase único na minha história de benfiquismo, em que tive que me manifestar veementemente contra a substituição que o Quique operou: tirou o Cardozo e colocou o Di María. Quer dizer, tirou o único ponta-de-lança em campo, dos poucos jogadores do plantel que sabe rematar à baliza, quando o resultado ainda estava 0-0 e o V. Guimarães não dava mostrar de subir muito a defesa (suponho que a entrada do Di María fosse para aproveitar a sua velocidade, mas para isso era preciso ter espaço). Só que para grande sorte nossa, dois minutos depois desta inexplicável substituição, aos 69’, abrimos o marcador com um autogolo do Gregory na sequência de um canto. A partir daí, a substituição deu frutos, já que o adversário teve que subir no terreno e naturalmente houve espaços nas costas dos defesas. Mas nem quero pensar no que teria sido se o resultado se mantivesse 0-0... É que, ainda por cima, o Cardozo é exímio a marcar penalties. Na parte final, o jogo voltou a aquecer, pois marcámos o 2-0 pelo Aimar (até que enfim, um golo!) aos 87’, depois de um grande passe do Katsouranis, o Di María teve uma péssima decisão ao não passar ao isolado Reyes e preferir o remate à baliza (logo ele, que é um grande especialista...), V. Guimarães reduziu em cima dos 90’ e ainda deu para falharmos outro golo (Reyes) e vermos o Carlitos atirar para as nuvens quando só tinha o Quim pela frente. Este lance surgiu depois de uma grande falha do David Luiz, que fora isto até esteve bem, mas aquela intervenção ia estragando tudo.

Individualmente, é difícil destacar alguém quando a mediania foi quase geral. Mesmo assim, acho que o Luisão foi dos melhores, tal como o Katsouranis. O Carlos Martins também não fez um mau jogo e o Reyes provou mais uma vez que é muito mais influente a dormir do que o Di María acordado. O Aimar marcou um belo golo, mas não esteve feliz durante a maior parte do jogo. No entanto, espera-se que, com a melhoria física, se torne o jogador que todos nós conhecemos. Quanto ao Cardozo, volto a afirmar que ele tem que ser titular do Benfica. São raros os remates dele que não criam perigo e isso é priceless.

Como é óbvio, espero que vençamos este troféu, porque não podemos passar mais um ano sem nenhum título. Por outro lado, claro que, para termos o troféu mais apetecível de todos, o jogo do próximo domingo é fundamental. Se tudo correr dentro da normalidade e não do que é normal em casa do CRAC, acho que teremos hipóteses, porque este ano temo-nos superado nos jogos mais difíceis. De qualquer maneira, qualquer que seja o resultado, continuamos na luta, mas sem dúvida que uma vitória iria aumentar imenso a nossa confiança.

domingo, fevereiro 01, 2009

São Pedro

Um golo do salvador Mantorras permitiu-nos derrotar o Rio Ave (1-0) numa partida marcada por um dilúvio bíblico que não tenho memória de ter existido no novo estádio. É claro que já houve jogos à chuva, mas ininterrupta durante 90’ é a 1ª vez. Nestas condições era difícil que o encontro fosse muito bem jogado, mas valeu pela entrega dos jogadores.

Perante a lesão do Suazo e o inacreditável castigo ao Katsouranis (por dizer o que toda a gente viu: que o Benfica – Nacional foi um roubo), o Quique resolveu apostar no Cardozo e Nuno Gomes, deixando o Aimar no banco, e no Carlos Martins a fazer companhia ao Yebda. O Reyes ficou igualmente no banco, mantendo o Di María a titularidade. Não entrámos nada bem na partida, com a maioria dos jogadores a ter dificuldade em perceber que, naquelas condições, o jogo rasteiro era quase impossível de ter sucesso. No entanto, tivemos uns óptimos 10’ finais da 1ª parte, em que atirámos uma bola ao poste pelo Cardozo, com uma recarga inacreditável do Di María (de longe, o pior jogador da equipa), que conseguiu atirar para fora com a baliza completamente à mercê, e um livre do Carlos Martins que proporcionou ao guarda-redes adversário a melhor defesa da partida.

Na 2ª parte pressionámos mais e o Rio Ave abdicou dos tímidos contra-ataques da 1ª. A solução passava quase sempre por jogar com a bola no ar, porque o relvado ia ficando cada vez mais impraticável. Um bom centro do Maxi Pereira proporcionou ao Cardozo a segunda bola ao poste (está cá com um galo...) e aos 66’ o Quique decidiu-se pela entrada do Mantorras (estreia no campeonato) para o lugar do Nuno Gomes. E o angolano só precisou de 4’ para deixar a sua marca na partida. Boa assistência de cabeça do Cardozo e uma óptima protecção da bola, seguida de rotação, para um remate rasteiro para o fundo da baliza por parte do nº 9. Foi o delírio nos 21.398 resistentes à chuva, frio e vento que marcaram presença no Estádio da Luz. Até final ainda apanhámos dois sustos (erros do Luisão e Moreira, que iam custando a vitória), mas felizmente o adversário revelou a pontaria consentânea com o último lugar que ocupa.

Individualmente há que destacar naturalmente o Mantorras. De facto, há qualquer coisa de sobrenatural nele. Dizem as estatísticas que marca um golo a mais ou menos cada 120’, o que é uma média excepcional para quem, ainda por cima, não é titular. O homem entra, o público e a equipa galvanizam-se, e não raras vezes mete a bola na baliza. Mais palavras para quê? É óbvio que tem lugar neste e nos futuros plantéis do Benfica até acabar a sua carreira. A mística também passa muito por aqui. Gostei igualmente bastante do Cardozo (duas bolas aos postes, a assistência para o golo e uma inesgotável capacidade de luta) e espero que o Quique se tenha convencido de uma vez por todas que ele TEM que ser titular. Outro que esteve em bom nível foi o Carlos Martins, que na 1ª parte foi dos poucos que percebeu que a bola tinha que ser jogada pelo ar por causa do estado do relvado. No entanto, há que ser justo e dizer que toda a equipa batalhou imenso e que isso compensou o pouco futebol que apresentámos, mas também acho que naquelas condições era difícil fazer melhor.

O ridículo futebol português em que vivemos não nos permite saber se iremos jogar na 4ª feira para a Taça da Liga e contra que adversário. No entanto, teremos isso sim uma partida importantíssima no próximo domingo. Iremos à pocilga defrontar o CRAC. Na pior das hipóteses, estaremos um ponto atrás deles, o que é uma melhoria significativa em relação às últimas épocas. Como este ano temos jogado bastante melhor as partidas teoricamente mais difíceis, tenho curiosidade em saber como será a nossa exibição. Espero é que não haja influências exteriores a decidir o curso do jogo. Que é como quem diz, o Sr. Lucílio Baptista. Alguém quer apostar que vai ser ele o árbitro?