segunda-feira, abril 30, 2007
Um
Com o empate de hoje frente aos lagartos (1-1) não só não aproveitámos a derrota do clube regional no Bessa para ficar a dois pontos do 1º lugar, como deixámos de estar dependentes de nós para atingir o 2º. Estamos a um muito pequeno passo de ter uma época decepcionante, mas o Sr. Fernando Santos diz que está a fazer um “trabalho de continuidade”. Nem quero pensar se vamos “continuar” assim...
Tivemos um contratempo de última hora, com o Simão a não recuperar totalmente e a ficar de fora (ATÉ QUE ENFIM que não jogamos com elementos a meio-gás que depois se lesionam durante meses, já não era sem tempo!), pelo que a equipa foi a mesma que alinhou frente ao Marítimo. E não poderíamos ter começado pior o jogo, com o Liedson a marcar de cabeça logo aos 2’. Cheguei a temer a reedição do que se passou no WC, mas desta vez ao contrário, até porque os lagartos se apresentavam com mais força do que nós, ganhando a maioria das bolas divididas. Aos 7’ o Sr. Pedro Henriques teve uma falha grave na sua actuação: o Miccoli ficaria isolado se o Caneira não o tem puxado, pelo que deveria ter exibido o vermelho em vez do amarelo. Os lagartos apresentavam-se mais rápidos e criaram mais dois lances de perigo até ao primeiro quarto-de-hora, mas a partir daqui nós equilibrámos o jogo. O Petit já tinha feito um remate para defesa do Ricardo, mas foi na sequência da nossa primeira grande oportunidade que empatámos: o Katsouranis remata contra o corpo do Ricardo, a bola é mal aliviada e sobra para o Miccoli, que remata de raiva e faz o 1-1. Até final da 1ª parte e apesar de ser um jogo disputado com alguma velocidade, não houve mais oportunidades de golo.
Na 2ª parte os lagartos voltaram a entrar melhor, mas a maior situação de golo foi nossa, com um bom cabeceamento do Miccoli aos 55’, na sequência do único(!) centro que o Nélson acertou, para a defesa da noite do Ricardo. Durante grande parte deste período fomos nós a controlar a partida, mas as oportunidades escasseavam, sentindo-se imenso a falta do Simão. O Miccoli era o único a rematar à baliza, mas nem sempre com direcção. A cerca de 20’ entrou o Manú (FINALMENTE não foi o Derlei o primeiro a entrar!) para o lugar do Nuno Gomes (que continua com os níveis de confiança perto do zero) e aí pensei que poderíamos criar mais perigo através da sua velocidade, mas os lagartos mostraram porque são a melhor defesa do campeonato. Aos 80’ tentámos o milagre com o Mantorras, saindo o Petit (que estava com problemas físicos), mas desta vez não resultou. Pelo que aconteceu em campo, acho que o resultado foi justo.
O melhor do Benfica foi de longe o Petit. Mesmo não tendo jogado os 90’, fez uma exibição fenomenal, especialmente a cortar jogo aos lagartos. Foi bastante merecida a standing ovation que teve quando saiu. O Miccoli também esteve em bom nível, não só pelo golo que marcou, mas porque foi praticamente o único a criar perigo. Os dois gregos não estiveram mal, com o Karagounis a demonstrar mais uma vez que será uma grande perda para nós se sair para o ano. O Rui Costa não esteve tão bem como no jogo passado (falhou pelo menos dois passes que dariam contra-ataques perigosos), mas é daqueles que nunca está a mais no campo. A defesa esteve regular, apesar de alguns sustos iniciais, estando o Anderson melhor que o David Luiz (alguma vez teria de ser a primeira!), que fez alguns cortes comprometedores. Os laterais não estão em grande forma, com o Nélson a necessitar URGENTEMENTE de praticar centros. O Nuno Gomes precisa de fazer uma reciclagem, porque deve estar na pior forma da sua carreira. Jogou 70’ sem fazer nenhum remate à baliza e teve oportunidade para isso, mas preferiu sempre passar para um colega. O Manú não entrou mal, mas é inadmissível ter falhado o controlo com o peito no último minuto num lance que poderia ter dado perigo para a baliza dos lagartos.
É certo que jogámos sem dois jogadores essenciais (Luisão e Simão), mas dos oito jogos importantes e decisivos que tivemos esta época - Manchester, clube regional, lagartos e Espanyol (já nem considero as partidas frente ao Braga e em Paris) -, ganhámos UM! O que vale é que o Sr. Fernando Santos já veio dizer que desde que fomos campeões com o Toni não tínhamos tantos pontos no campeonato. Falhámos TODOS os objectivos da época (com excepção da qualificação para a Champions onde éramos cabeças-de-série), mas como temos a maior pontuação da última década, já não somos derrotados há 17 jogos e não temos perdido tantos pontos como antigamente com as equipas mais fracas do campeonato, o Sr. Fernando Santos acha que tem condições para continuar. Passe a comparação, isto faz-me lembrar um desfile de moda onde a modelo se espalhe ao comprido na passerelle, mas acha que esteve muito bem porque o vestido era bonito. Sem comentários...
P.S. – Curiosamente tanto o Manchester Utd como o Chelsea, apesar de estarem separados por três pontos e a quatro jogos do fim, fizeram descansar alguns titulares nos jogos do campeonato deste fim-de-semana. Correu melhor para o Manchester que, com o empate do Chelsea, provavelmente irá ser campeão, mas ambos os treinadores acharam que com dois jogos europeus numa semana, há que dar descanso a alguns dos jogadores mais utilizados. Tal e qual como nós fizemos...
Tivemos um contratempo de última hora, com o Simão a não recuperar totalmente e a ficar de fora (ATÉ QUE ENFIM que não jogamos com elementos a meio-gás que depois se lesionam durante meses, já não era sem tempo!), pelo que a equipa foi a mesma que alinhou frente ao Marítimo. E não poderíamos ter começado pior o jogo, com o Liedson a marcar de cabeça logo aos 2’. Cheguei a temer a reedição do que se passou no WC, mas desta vez ao contrário, até porque os lagartos se apresentavam com mais força do que nós, ganhando a maioria das bolas divididas. Aos 7’ o Sr. Pedro Henriques teve uma falha grave na sua actuação: o Miccoli ficaria isolado se o Caneira não o tem puxado, pelo que deveria ter exibido o vermelho em vez do amarelo. Os lagartos apresentavam-se mais rápidos e criaram mais dois lances de perigo até ao primeiro quarto-de-hora, mas a partir daqui nós equilibrámos o jogo. O Petit já tinha feito um remate para defesa do Ricardo, mas foi na sequência da nossa primeira grande oportunidade que empatámos: o Katsouranis remata contra o corpo do Ricardo, a bola é mal aliviada e sobra para o Miccoli, que remata de raiva e faz o 1-1. Até final da 1ª parte e apesar de ser um jogo disputado com alguma velocidade, não houve mais oportunidades de golo.
Na 2ª parte os lagartos voltaram a entrar melhor, mas a maior situação de golo foi nossa, com um bom cabeceamento do Miccoli aos 55’, na sequência do único(!) centro que o Nélson acertou, para a defesa da noite do Ricardo. Durante grande parte deste período fomos nós a controlar a partida, mas as oportunidades escasseavam, sentindo-se imenso a falta do Simão. O Miccoli era o único a rematar à baliza, mas nem sempre com direcção. A cerca de 20’ entrou o Manú (FINALMENTE não foi o Derlei o primeiro a entrar!) para o lugar do Nuno Gomes (que continua com os níveis de confiança perto do zero) e aí pensei que poderíamos criar mais perigo através da sua velocidade, mas os lagartos mostraram porque são a melhor defesa do campeonato. Aos 80’ tentámos o milagre com o Mantorras, saindo o Petit (que estava com problemas físicos), mas desta vez não resultou. Pelo que aconteceu em campo, acho que o resultado foi justo.
O melhor do Benfica foi de longe o Petit. Mesmo não tendo jogado os 90’, fez uma exibição fenomenal, especialmente a cortar jogo aos lagartos. Foi bastante merecida a standing ovation que teve quando saiu. O Miccoli também esteve em bom nível, não só pelo golo que marcou, mas porque foi praticamente o único a criar perigo. Os dois gregos não estiveram mal, com o Karagounis a demonstrar mais uma vez que será uma grande perda para nós se sair para o ano. O Rui Costa não esteve tão bem como no jogo passado (falhou pelo menos dois passes que dariam contra-ataques perigosos), mas é daqueles que nunca está a mais no campo. A defesa esteve regular, apesar de alguns sustos iniciais, estando o Anderson melhor que o David Luiz (alguma vez teria de ser a primeira!), que fez alguns cortes comprometedores. Os laterais não estão em grande forma, com o Nélson a necessitar URGENTEMENTE de praticar centros. O Nuno Gomes precisa de fazer uma reciclagem, porque deve estar na pior forma da sua carreira. Jogou 70’ sem fazer nenhum remate à baliza e teve oportunidade para isso, mas preferiu sempre passar para um colega. O Manú não entrou mal, mas é inadmissível ter falhado o controlo com o peito no último minuto num lance que poderia ter dado perigo para a baliza dos lagartos.
É certo que jogámos sem dois jogadores essenciais (Luisão e Simão), mas dos oito jogos importantes e decisivos que tivemos esta época - Manchester, clube regional, lagartos e Espanyol (já nem considero as partidas frente ao Braga e em Paris) -, ganhámos UM! O que vale é que o Sr. Fernando Santos já veio dizer que desde que fomos campeões com o Toni não tínhamos tantos pontos no campeonato. Falhámos TODOS os objectivos da época (com excepção da qualificação para a Champions onde éramos cabeças-de-série), mas como temos a maior pontuação da última década, já não somos derrotados há 17 jogos e não temos perdido tantos pontos como antigamente com as equipas mais fracas do campeonato, o Sr. Fernando Santos acha que tem condições para continuar. Passe a comparação, isto faz-me lembrar um desfile de moda onde a modelo se espalhe ao comprido na passerelle, mas acha que esteve muito bem porque o vestido era bonito. Sem comentários...
P.S. – Curiosamente tanto o Manchester Utd como o Chelsea, apesar de estarem separados por três pontos e a quatro jogos do fim, fizeram descansar alguns titulares nos jogos do campeonato deste fim-de-semana. Correu melhor para o Manchester que, com o empate do Chelsea, provavelmente irá ser campeão, mas ambos os treinadores acharam que com dois jogos europeus numa semana, há que dar descanso a alguns dos jogadores mais utilizados. Tal e qual como nós fizemos...
quinta-feira, abril 26, 2007
Relembrar XIII - Nó cego
Como “não há fome que não dê em fartura”, aqui vai o segundo “Relembrar” seguido. Este homem deu-nos uma grande tristeza este ano, ou não fosse ele o treinador do Varzim, mas enquanto jogador fez exibições maravilhosas com a Gloriosa camisola. Esta é uma das mais famosas, quando marcou os dois golos que derrotaram os lagartos (2-1) na final da Taça de Portugal da época 86/87, o ano da nossa última dobradinha (e sim, também foi a época de um infame resultado, cujo 20º aniversário esse clube celebrou este ano. Uns celebram resultados, outros preferem comemorar títulos. Diferenças de grandeza).
O 1º golo nasce de um livre directo perto do intervalo depois de uma falta sobre o Chiquinho (que sairia lesionado deste lance). O Diamantino engana completamente o Damas (e o cameraman...), ao rematar para o poste mais próximo dele quando este estava a preparar-se para se lançar para o lado contrário. O 2º golo, aos 54’, é um dos maiores nós cegos que eu me lembro de ver ao vivo. Aliás, são dois nós cegos, já que depois de bater o Virgílio (que jogou a lateral-esquerdo neste jogo), ao passar a bola por um lado e buscando-a pelo outro, o Diamantino ainda evita o carrinho do Venâncio (fazendo-o deslizar completamente em falso) antes de fuzilar o Damas. Uma jogada que por si só pagou o bilhete da partida. Apesar de o Rui Tovar dizer que os lagartos ainda tinham muito tempo para dar a volta ao marcador, eles só marcaram um golo e nós é que ficámos com a Taça.
Este foi a última época em que o Diamantino jogou a extremo-direito, já que no ano a seguir, com a saída do Carlos Manuel para o Sion ainda na primeira metade da época, ele passou a ocupar um lugar central no meio-campo (equivalente ao nº 10 de hoje, se bem que menos adiantado). Nesta posição a sua preponderância era tal que, se o Adão não o tivesse lesionado mais ou menos um ano depois destas imagens, hoje provavelmente teríamos mais uma Taça dos Campeões nas nossas vitrinas.
O 1º golo nasce de um livre directo perto do intervalo depois de uma falta sobre o Chiquinho (que sairia lesionado deste lance). O Diamantino engana completamente o Damas (e o cameraman...), ao rematar para o poste mais próximo dele quando este estava a preparar-se para se lançar para o lado contrário. O 2º golo, aos 54’, é um dos maiores nós cegos que eu me lembro de ver ao vivo. Aliás, são dois nós cegos, já que depois de bater o Virgílio (que jogou a lateral-esquerdo neste jogo), ao passar a bola por um lado e buscando-a pelo outro, o Diamantino ainda evita o carrinho do Venâncio (fazendo-o deslizar completamente em falso) antes de fuzilar o Damas. Uma jogada que por si só pagou o bilhete da partida. Apesar de o Rui Tovar dizer que os lagartos ainda tinham muito tempo para dar a volta ao marcador, eles só marcaram um golo e nós é que ficámos com a Taça.
Este foi a última época em que o Diamantino jogou a extremo-direito, já que no ano a seguir, com a saída do Carlos Manuel para o Sion ainda na primeira metade da época, ele passou a ocupar um lugar central no meio-campo (equivalente ao nº 10 de hoje, se bem que menos adiantado). Nesta posição a sua preponderância era tal que, se o Adão não o tivesse lesionado mais ou menos um ano depois destas imagens, hoje provavelmente teríamos mais uma Taça dos Campeões nas nossas vitrinas.
terça-feira, abril 24, 2007
Relembrar XII – 5-0
Em semana de derby, e seguindo uma sugestão do Bakero, nada melhor do que recordar uma goleada aos lagartos para nos levantar o moral. Foi a maior vitória sobre eles que eu me lembro e aconteceu nos quartos-de-final da Taça de Portugal na época de 85/86. Nesse ano já tínhamos eliminado o clube regional (2-1 também em casa) e ganhámos ao Belenenses na final por 2-0. Este jogo com os lagartos aconteceu a meio da semana e à tarde, razão pela qual não pude vê-lo ao vivo. Éramos treinados pelo Mortimore e tínhamos jogadores como o Manniche, Carlos Manuel, Diamantino, Rui Águas (primeira época no plantel sénior do Benfica), Shéu, para além do saudoso Bento e do Néné, na sua última temporada como jogador. Infelizmente só não ganhámos o campeonato, porque estes mesmos lagartos vieram ganhar à Luz na penúltima jornada, oferecendo a liderança ao clube regional. Foi a primeira vez que me lembro de ter chorado pelo Benfica. Nessa tarde saí do estádio aos prantos.
Voltando a este jogo da Taça, gostaria de chamar a atenção para três pormenores: 1) no 1º golo o Rui Águas chega de cabeça onde o Damas não chega com as mãos! 2) Os comentários são desse grande lagarto chamado Miguel Prates, que tem dúvidas(!!) sobre a pantufada que o Nunes sofre na área e que dá o penalty do 4-0. Nada como ter uma visão às riscas! 3) Mais delicioso ainda é a circunstância de os jogadores verdes terem protestado maciçamente o golo que nos deu o... 5-0(!) aos...90’! Ainda por cima um golo legal, já que o Wando não estava mesmo fora-de-jogo. São lagartos e basta!
Voltando a este jogo da Taça, gostaria de chamar a atenção para três pormenores: 1) no 1º golo o Rui Águas chega de cabeça onde o Damas não chega com as mãos! 2) Os comentários são desse grande lagarto chamado Miguel Prates, que tem dúvidas(!!) sobre a pantufada que o Nunes sofre na área e que dá o penalty do 4-0. Nada como ter uma visão às riscas! 3) Mais delicioso ainda é a circunstância de os jogadores verdes terem protestado maciçamente o golo que nos deu o... 5-0(!) aos...90’! Ainda por cima um golo legal, já que o Wando não estava mesmo fora-de-jogo. São lagartos e basta!
domingo, abril 22, 2007
Regresso às vitórias
Depois de quatro empates e uma derrota voltámos finalmente a ganhar um jogo. A nossa vitória por 3-0 na Madeira frente ao Marítimo é absolutamente incontestável e não acho que tenha sido exagerada, já que criámos inúmeras oportunidades especialmente na 1ª parte.
Para piorar ainda mais a fase que estávamos a atravessar, o Simão lesionou-se e não pôde jogar esta partida, o que me fez ficar ainda mais pessimista. Felizmente o Miccoli recuperou, pelo que acabou por ser uma troca directa em relação ao jogo contra o Braga. Voltámos a começar bem um jogo e logo aos 2’ atirámos uma bola ao poste, precisamente pelo italiano. Dominávamos completamente e aos 17’ o Nuno Gomes tornou a mostrar a sua pouca confiança, ao atirar para as nuvens quando estava sozinho perto da marca de penalty, depois de um centro rasteiro do Miccoli. O Marítimo reagiu a partir de metade da 1ª parte, mas sem criar grandes ocasiões de perigo. Fez uns dois ou três remates que o Quim não teve dificuldade em suster e a melhor oportunidade que teve foi num canto em que ninguém conseguiu desviar a bola que passou pela pequena-área. Nos últimos 10’ voltámos a pressionar e tivemos mais três ocasiões, mas o Rui Costa (por duas vezes, uma das quais ao poste) e o Nuno Gomes não conseguiram marcar depois de três jogadas muito bem conseguidas por parte do nosso ataque. Íamos para o intervalo a zeros, mas era uma grande injustiça.
Na 2ª parte, a única coisa que se alterou foi a nossa eficácia. O Nuno Gomes teve mais duas possibilidades, mas quer de cabeça, quer num remate com o pé esquerdo permitiu a defesa ao Marcos. Todavia aos 55’ fez-se finalmente justiça. Depois de uma recuperação do Karagounis perto da grande-área adversária, a bola sobra para o Rui Costa que a solta para o Katsouranis, o qual espera a movimentação do Miccoli no lado direito da área e desmarca o italiano, que remata para o poste mais perto, não dando hipóteses ao guarda-redes. 235 minutos e cinco(!) bolas no poste depois, voltávamos a marcar um golo. O Marítimo mostrou-se incapaz de responder, apesar de nós lhe termos dado o domínio territorial, adoptando agora o contra-ataque. No entanto, este “contra-ataque” tem que ser colocado entre aspas, já que raramente partíamos em velocidade para o meio-campo contrário. Mesmo assim tivemos mais duas bolas oportunidades antes do 2º golo, em remates do Petit e do Miccoli que passaram muito perto da baliza. Já estava a ser um dos melhores em campo, mas aos 79’ o maestro mostrou como se dá música e, depois de um ressalto, fez um passe magistral de primeira que isolou o Miccoli, que atirou para um lado e o guarda-redes foi para outro. Finalmente podíamos descansar e colocar-nos a salvo de qualquer lance fortuito (não se estava a ver o Marítimo capaz de criar perigo, mas pode sempre haver um canto ou um livre caído do céu) que empatasse a partida. Aos 93’(!) o Marítimo tem a única oportunidade real de golo, mas o chapéu do Douglas não foi suficientemente direccionado e com força, e o Nélson acabou por cortar. Entretanto, já no período de compensação tinha entrado o Manú para permitir os aplausos merecidos ao Miccoli, mas mesmo assim ainda fez questão de ter influência no resultado ao desmarcar-se muito bem aos 95’ e sofrer uma hipotética falta para penalty. O Katsouranis (pensei que depois do jogo que fez, talvez devesse ter sido o Rui Costa a marcar) rematou, a bola ainda é tocada pelo guarda-redes, mas acabou por entrar e assim estava feito o terceiro golo, tendo o jogo terminado pouco depois.
Espero que o Rui Costa não faça um crime lesa-futebol e continue a jogar por (pelo menos) mais uma época. Foi juntamente com o Miccoli o melhor em campo e a peça-chave no bom jogo que fizemos. A equipa esteve bem na globalidade, sendo igualmente de destacar o Karagounis, que continua em muito boa forma, e o Petit. Estes dois e o Léo tiveram cuidados redobrados e conseguiram terminar o jogo sem ver nenhum amarelo, o que permite que joguem frente aos lagartos. O Nélson está a atravessar uma fase de muito pouca confiança e portanto deixou de ter tanta influência no nosso jogo atacante quanto tinha. Também a passar uma péssima fase está o Nuno Gomes, se bem que neste jogo se tenha fartado de rematar à baliza, o que já é algo de salientar. Mas também quando é substituído pelo poluidor da camisola 27, passamos logo a jogar com 10, pelo que é melhor que continue em campo.
Os anti-benfiquistas vão delirar com este jogo, mas em relação aos lances polémicos há que dizer o seguinte: 1) o braço do Petit na 1ª parte NÃO É penalty, já que ele está completamente para trás e o Petit não faz movimento nenhum com o braço na direcção da bola. A única hipótese para a bola não lhe ter tocado era ele não ter braço. 2) Há de facto um puxão de David Luiz sobre o avançado que se ia isolar, embora o lance tenha ocorrido fora-da-área. Quando o jogador caiu, o David Luiz já o tinha largado, mas o Sr. Paulo Baptista deveria ter assinalado falta e dado vermelho ao nosso jogador. No entanto, nesta altura já estávamos a ganhar por 1-0. 3) O lance do penalty sobre o Manú é muito rápido, mas na repetição percebe-se que o defesa toca primeiro na bola e depois o contacto é inevitável. Não foi penalty, mas o jogo já estava mais que resolvido nesta altura.
O Marítimo tem uma equipa muito fraca, mas acho que estivemos bem neste jogo. Quero ver o que vai acontecer para a semana frente aos lagartos, mas continuo a dizer o mesmo: se acabarmos a época sem títulos, o treinador não tem condições para continuar.
P.S. - Muito mais importante do que termos ganho esta partida, é o Eusébio ganhar o “jogo” que está a disputar no hospital neste momento. Desejo-lhe as mais sinceras melhoras.
Para piorar ainda mais a fase que estávamos a atravessar, o Simão lesionou-se e não pôde jogar esta partida, o que me fez ficar ainda mais pessimista. Felizmente o Miccoli recuperou, pelo que acabou por ser uma troca directa em relação ao jogo contra o Braga. Voltámos a começar bem um jogo e logo aos 2’ atirámos uma bola ao poste, precisamente pelo italiano. Dominávamos completamente e aos 17’ o Nuno Gomes tornou a mostrar a sua pouca confiança, ao atirar para as nuvens quando estava sozinho perto da marca de penalty, depois de um centro rasteiro do Miccoli. O Marítimo reagiu a partir de metade da 1ª parte, mas sem criar grandes ocasiões de perigo. Fez uns dois ou três remates que o Quim não teve dificuldade em suster e a melhor oportunidade que teve foi num canto em que ninguém conseguiu desviar a bola que passou pela pequena-área. Nos últimos 10’ voltámos a pressionar e tivemos mais três ocasiões, mas o Rui Costa (por duas vezes, uma das quais ao poste) e o Nuno Gomes não conseguiram marcar depois de três jogadas muito bem conseguidas por parte do nosso ataque. Íamos para o intervalo a zeros, mas era uma grande injustiça.
Na 2ª parte, a única coisa que se alterou foi a nossa eficácia. O Nuno Gomes teve mais duas possibilidades, mas quer de cabeça, quer num remate com o pé esquerdo permitiu a defesa ao Marcos. Todavia aos 55’ fez-se finalmente justiça. Depois de uma recuperação do Karagounis perto da grande-área adversária, a bola sobra para o Rui Costa que a solta para o Katsouranis, o qual espera a movimentação do Miccoli no lado direito da área e desmarca o italiano, que remata para o poste mais perto, não dando hipóteses ao guarda-redes. 235 minutos e cinco(!) bolas no poste depois, voltávamos a marcar um golo. O Marítimo mostrou-se incapaz de responder, apesar de nós lhe termos dado o domínio territorial, adoptando agora o contra-ataque. No entanto, este “contra-ataque” tem que ser colocado entre aspas, já que raramente partíamos em velocidade para o meio-campo contrário. Mesmo assim tivemos mais duas bolas oportunidades antes do 2º golo, em remates do Petit e do Miccoli que passaram muito perto da baliza. Já estava a ser um dos melhores em campo, mas aos 79’ o maestro mostrou como se dá música e, depois de um ressalto, fez um passe magistral de primeira que isolou o Miccoli, que atirou para um lado e o guarda-redes foi para outro. Finalmente podíamos descansar e colocar-nos a salvo de qualquer lance fortuito (não se estava a ver o Marítimo capaz de criar perigo, mas pode sempre haver um canto ou um livre caído do céu) que empatasse a partida. Aos 93’(!) o Marítimo tem a única oportunidade real de golo, mas o chapéu do Douglas não foi suficientemente direccionado e com força, e o Nélson acabou por cortar. Entretanto, já no período de compensação tinha entrado o Manú para permitir os aplausos merecidos ao Miccoli, mas mesmo assim ainda fez questão de ter influência no resultado ao desmarcar-se muito bem aos 95’ e sofrer uma hipotética falta para penalty. O Katsouranis (pensei que depois do jogo que fez, talvez devesse ter sido o Rui Costa a marcar) rematou, a bola ainda é tocada pelo guarda-redes, mas acabou por entrar e assim estava feito o terceiro golo, tendo o jogo terminado pouco depois.
Espero que o Rui Costa não faça um crime lesa-futebol e continue a jogar por (pelo menos) mais uma época. Foi juntamente com o Miccoli o melhor em campo e a peça-chave no bom jogo que fizemos. A equipa esteve bem na globalidade, sendo igualmente de destacar o Karagounis, que continua em muito boa forma, e o Petit. Estes dois e o Léo tiveram cuidados redobrados e conseguiram terminar o jogo sem ver nenhum amarelo, o que permite que joguem frente aos lagartos. O Nélson está a atravessar uma fase de muito pouca confiança e portanto deixou de ter tanta influência no nosso jogo atacante quanto tinha. Também a passar uma péssima fase está o Nuno Gomes, se bem que neste jogo se tenha fartado de rematar à baliza, o que já é algo de salientar. Mas também quando é substituído pelo poluidor da camisola 27, passamos logo a jogar com 10, pelo que é melhor que continue em campo.
Os anti-benfiquistas vão delirar com este jogo, mas em relação aos lances polémicos há que dizer o seguinte: 1) o braço do Petit na 1ª parte NÃO É penalty, já que ele está completamente para trás e o Petit não faz movimento nenhum com o braço na direcção da bola. A única hipótese para a bola não lhe ter tocado era ele não ter braço. 2) Há de facto um puxão de David Luiz sobre o avançado que se ia isolar, embora o lance tenha ocorrido fora-da-área. Quando o jogador caiu, o David Luiz já o tinha largado, mas o Sr. Paulo Baptista deveria ter assinalado falta e dado vermelho ao nosso jogador. No entanto, nesta altura já estávamos a ganhar por 1-0. 3) O lance do penalty sobre o Manú é muito rápido, mas na repetição percebe-se que o defesa toca primeiro na bola e depois o contacto é inevitável. Não foi penalty, mas o jogo já estava mais que resolvido nesta altura.
O Marítimo tem uma equipa muito fraca, mas acho que estivemos bem neste jogo. Quero ver o que vai acontecer para a semana frente aos lagartos, mas continuo a dizer o mesmo: se acabarmos a época sem títulos, o treinador não tem condições para continuar.
P.S. - Muito mais importante do que termos ganho esta partida, é o Eusébio ganhar o “jogo” que está a disputar no hospital neste momento. Desejo-lhe as mais sinceras melhoras.
terça-feira, abril 17, 2007
Adeus, Sr. Fernando Santos
Com o (previsível) empate de hoje 0-0 frente ao Braga dissemos definitivamente adeus ao título e colocámo-nos numa posição muito complicada para chegar ao acesso directo à Liga dos Campeões, já que fomos ultrapassados pelos lagartos. Vamos chegar ao fim da época sem nenhum título conquistado, o que considerando o plantel que temos e a estabilidade que atravessamos é algo que não podemos aceitar. Ter o título de “futebol mais bonito da década” em meia-dúzia de jornadas é parco consolo e eis a razão pela qual eu espero que o Sr. Fernando Santos coloque o seu benfiquismo acima de tudo e peça a demissão no final da época, já que não tem condições para continuar para o ano. Não será o único culpado do fracasso desta época, mas é o principal. E é especialmente culpado na péssima planificação da temporada, que nos fez chegar ao mês de todas as decisões em evidente quebra física (e consequentemente de resultados), ao contrário dos nossos rivais.
Neste jogo, e perante mais uma lesão do Miccoli, o Simão foi avançado e o Katsouranis voltou aos titulares. A 1ª parte foi muito mexida, tendo o Braga entrado melhor do que nós. Mas equilibrámos a partida sensivelmente a meio do 1º tempo e criámos algumas situações que nos deveriam ter dado golo, nomeadamente dois remates do Simão (um ao lado e outro que o Paulo Santos defendeu) e outro do Karagounis para nova defesa do guarda-redes, esta bem mais difícil. O ritmo do jogo não era nada elevado, o que nos convinha, mas o que é certo é que chegámos ao fim da 1ª parte a zeros.
Como era preciso alterar algo, o nosso treinador resolveu colocar o Mantorras, tirando o Léo (que já tinha visto um amarelo e esteve em dúvida durante toda a semana). Estranhei a substituição, especialmente por quem saiu, mas o David Luiz deu muito bem conta do recado como defesa-esquerdo, tenho o Katsouranis recuado para central. Nesta altura o Nuno Gomes tinha recuado para nº 10 e o Simão ficou com o angolano na frente. Só que aos 67’, o Sr. Fernando Santos teve a brilhante ideia de colocar em campo esse poluidor da camisola nº 27 do Benfica e retira o Nuno Gomes de campo. Os anti-Nuno Gomes teve ter rejubilado com a sua saída (ele que até estava a ser dos menos maus neste jogo), mas viu-se bem a diferença entre o seu rendimento e o do nº 27. O Braga deixou de existir nesta 2ª parte e até final do jogo ainda criámos umas quantas oportunidades, especialmente pelo Mantoras (indesculpável aquele falhanço depois da brilhante jogada do Simão na esquerda) e pelo Karagounis que fintou quatro (!) adversários e rematou com estrondo ao poste, já no último minuto. Pouco antes, aos 85’(!), o Sr. Fernando Santos resolveu colocar em campo um dos tais que só estão no plantel para fazer número, o Manú, em vez do Nélson. No penúltimo minuto dos cinco de compensação (é inacreditável como é que num jogo em que houve seis substituições e inúmeras entradas do carro-maca, o Sr. João Ferreira só dá este tempo de desconto, mas enfim...) conseguimos que a bola entrasse na baliza, mas infelizmente o Anderson estava fora-de-jogo depois de um livre bem marcado pelo Rui Costa.
Mais uma vez não é fácil destacar ninguém, já que estivemos longe de fazer uma boa exibição, mas acho que entre os melhores estiveram o David Luiz, o Karagounis e o Petit. O brasileiro adaptou-se bem a lateral-esquerdo na 2ª parte e não há dúvidas que tem classe, o grego foi um dos que mais empurrou a equipa para a frente, já para não falar da tal jogada da bola ao poste e o nº 6 voltou a ser importante na recuperação de bolas a meio-campo. O Simão está nitidamente a rebentar, mas foi mais uma vez um dos jogadores que mais perigo criaram, tendo no entanto feito mal dois centros na 1ª parte, numa altura em que estava completamente livre na direita. O Rui Costa apresentou-se com um rendimento médio (houve ocasiões que poderia ter largado a bola mais cedo), mas continuo a dizer que nos devemos sentir privilegiados por ainda o ver jogar ao vivo com a nossa camisola. O Nuno Gomes ganhou algumas bolas de cabeça na 1ª parte e acho que deveria ter estado mais tempo em campo, até porque quando saiu ficámos a jogar com 10. A defesa esteve periclitante na 1ª parte, com o Nélson a atravessar uma evidente crise de confiança, mas o Anderson desta vez melhorzinho que nos jogos anteriores. O Quim teve uma má saída na 2ª parte, mas mostrou-se seguro nos remates de longe.
Vão ser cinco penosos jogos até final da época. E ainda por cima, provavelmente vamos ter que levar com os dois rivais a festejar títulos. Irão ser semanas muito difíceis, mas desejo sinceramente que no fim o Sr. Fernando Santos mostre o benfiquista que diz ser. Terei o maior prazer em vê-lo sentado numa das bancadas da Luz a festejar os nossos golos.
P.S. – Felizmente nem tudo foi mau neste jogo. Ainda houve tempo para corrigir uma grande injustiça. O João Pinto começou por ser timidamente assobiado cada vez que tocava na bola, assobios esses que aumentaram cada vez que marcava um canto, mas eis senão quando há uma reacção de parte da bancada, nomeadamente dos No Name Boys, que começa a aplaudi-lo, abafando os assobios. Quando foi substituído, os assobios ainda começaram a ouvir-se, mas desta vez foram completamente abafados por aplausos, que ele retribuiu antes de sair. A memória curta é uma das coisas que mais me entristece ver em alguns adeptos do nosso clube. Já no ano passado no jogo frente ao Boavista critiquei os assobios que se ouviram, mas ainda bem que esta época as coisas foram diferentes. Devemos ao João Pinto uma das maiores alegrias que tivemos enquanto benfiquistas, foi ele que nos carregou ao colo durante uma série de anos e só foi despedido graças à maior NÓDOA que passou pelo nosso clube. E enquanto esteve no outro lado da 2ª Circular, NUNCA lhe ouvi nenhuma palavra contra o Benfica, pelo que só temos que lhe agradecer por tudo o que nos deu.
Neste jogo, e perante mais uma lesão do Miccoli, o Simão foi avançado e o Katsouranis voltou aos titulares. A 1ª parte foi muito mexida, tendo o Braga entrado melhor do que nós. Mas equilibrámos a partida sensivelmente a meio do 1º tempo e criámos algumas situações que nos deveriam ter dado golo, nomeadamente dois remates do Simão (um ao lado e outro que o Paulo Santos defendeu) e outro do Karagounis para nova defesa do guarda-redes, esta bem mais difícil. O ritmo do jogo não era nada elevado, o que nos convinha, mas o que é certo é que chegámos ao fim da 1ª parte a zeros.
Como era preciso alterar algo, o nosso treinador resolveu colocar o Mantorras, tirando o Léo (que já tinha visto um amarelo e esteve em dúvida durante toda a semana). Estranhei a substituição, especialmente por quem saiu, mas o David Luiz deu muito bem conta do recado como defesa-esquerdo, tenho o Katsouranis recuado para central. Nesta altura o Nuno Gomes tinha recuado para nº 10 e o Simão ficou com o angolano na frente. Só que aos 67’, o Sr. Fernando Santos teve a brilhante ideia de colocar em campo esse poluidor da camisola nº 27 do Benfica e retira o Nuno Gomes de campo. Os anti-Nuno Gomes teve ter rejubilado com a sua saída (ele que até estava a ser dos menos maus neste jogo), mas viu-se bem a diferença entre o seu rendimento e o do nº 27. O Braga deixou de existir nesta 2ª parte e até final do jogo ainda criámos umas quantas oportunidades, especialmente pelo Mantoras (indesculpável aquele falhanço depois da brilhante jogada do Simão na esquerda) e pelo Karagounis que fintou quatro (!) adversários e rematou com estrondo ao poste, já no último minuto. Pouco antes, aos 85’(!), o Sr. Fernando Santos resolveu colocar em campo um dos tais que só estão no plantel para fazer número, o Manú, em vez do Nélson. No penúltimo minuto dos cinco de compensação (é inacreditável como é que num jogo em que houve seis substituições e inúmeras entradas do carro-maca, o Sr. João Ferreira só dá este tempo de desconto, mas enfim...) conseguimos que a bola entrasse na baliza, mas infelizmente o Anderson estava fora-de-jogo depois de um livre bem marcado pelo Rui Costa.
Mais uma vez não é fácil destacar ninguém, já que estivemos longe de fazer uma boa exibição, mas acho que entre os melhores estiveram o David Luiz, o Karagounis e o Petit. O brasileiro adaptou-se bem a lateral-esquerdo na 2ª parte e não há dúvidas que tem classe, o grego foi um dos que mais empurrou a equipa para a frente, já para não falar da tal jogada da bola ao poste e o nº 6 voltou a ser importante na recuperação de bolas a meio-campo. O Simão está nitidamente a rebentar, mas foi mais uma vez um dos jogadores que mais perigo criaram, tendo no entanto feito mal dois centros na 1ª parte, numa altura em que estava completamente livre na direita. O Rui Costa apresentou-se com um rendimento médio (houve ocasiões que poderia ter largado a bola mais cedo), mas continuo a dizer que nos devemos sentir privilegiados por ainda o ver jogar ao vivo com a nossa camisola. O Nuno Gomes ganhou algumas bolas de cabeça na 1ª parte e acho que deveria ter estado mais tempo em campo, até porque quando saiu ficámos a jogar com 10. A defesa esteve periclitante na 1ª parte, com o Nélson a atravessar uma evidente crise de confiança, mas o Anderson desta vez melhorzinho que nos jogos anteriores. O Quim teve uma má saída na 2ª parte, mas mostrou-se seguro nos remates de longe.
Vão ser cinco penosos jogos até final da época. E ainda por cima, provavelmente vamos ter que levar com os dois rivais a festejar títulos. Irão ser semanas muito difíceis, mas desejo sinceramente que no fim o Sr. Fernando Santos mostre o benfiquista que diz ser. Terei o maior prazer em vê-lo sentado numa das bancadas da Luz a festejar os nossos golos.
P.S. – Felizmente nem tudo foi mau neste jogo. Ainda houve tempo para corrigir uma grande injustiça. O João Pinto começou por ser timidamente assobiado cada vez que tocava na bola, assobios esses que aumentaram cada vez que marcava um canto, mas eis senão quando há uma reacção de parte da bancada, nomeadamente dos No Name Boys, que começa a aplaudi-lo, abafando os assobios. Quando foi substituído, os assobios ainda começaram a ouvir-se, mas desta vez foram completamente abafados por aplausos, que ele retribuiu antes de sair. A memória curta é uma das coisas que mais me entristece ver em alguns adeptos do nosso clube. Já no ano passado no jogo frente ao Boavista critiquei os assobios que se ouviram, mas ainda bem que esta época as coisas foram diferentes. Devemos ao João Pinto uma das maiores alegrias que tivemos enquanto benfiquistas, foi ele que nos carregou ao colo durante uma série de anos e só foi despedido graças à maior NÓDOA que passou pelo nosso clube. E enquanto esteve no outro lado da 2ª Circular, NUNCA lhe ouvi nenhuma palavra contra o Benfica, pelo que só temos que lhe agradecer por tudo o que nos deu.
sexta-feira, abril 13, 2007
Grande desilusão
Hoje é o triste mais triste da época para mim. Estou absolutamente desolado com o empate 0-0 frente ao Espanyol que nos eliminou da Taça Uefa. Sinceramente estava à espera de chegar bastante mais longe nesta competição. Não esqueçamos que somos a equipa que tem de longe o melhor palmarés de entre as oito. Ainda por cima, somos eliminados por um adversário que estava perfeitamente ao nosso alcance.
Claro que tivemos azar, se todas as bolas nos postes tivessem entrado teríamos ganho 2-1 e seguido em frente, mas mais uma vez demos uma parte de avanço. Praticamente não existimos durante os primeiros 45 minutos. O Espanyol atirou uma bola ao poste e nós tivemos uma grande oportunidade num falhanço incrível do David Luiz, depois de um bom desvio de cabeça do Nuno Gomes na sequência de um canto. De resto, foi por demais evidente que estamos a atravessar uma fase crítica da época em termos físicos, porque nunca conseguimos empurrar os espanhóis para a sua área. O Rui Costa entrou de início, mas durante este período não teve muito espaço para manobrar e portanto raramente conseguíamos ligar uma jogada. O nosso jogo era feito com base em repelões.
Na 2ª parte, eles abdicaram completamente do ataque e nós criámos três grandes situações de golo. Em dois minutos (71’ e 72’) atirámos duas vezes ao mesmo poste, primeiro pelo Miccoli e depois pelo Rui Costa num livre, mas já antes o Nuno Gomes conseguiu não marcar depois de outro bom lance do maestro (é verdade que o 21 tirou o golo ao Simão, mas o nosso capitão estava ligeiramente fora-de-jogo, se bem que me pareceu que o fiscal-de-linha não o fosse assinalar). Sem grande discernimento, é verdade, mas o que é certo é que pressionámos o Espanyol e merecíamos ter marcado pelo menos um golo. O Mantorras ainda criou algum frisson quando entrou aos 69’, mas praticamente deixámos de jogar quando o Derlei e o Katsouranis substituíram o Nélson e o Karagounis, especialmente este que estava a ser dos melhorzinhos da equipa (aliás, este artigo é bem interessante sobre a pertinência destas substituições, ainda por cima por serem duas). Perto do fim, há um toque do Léo na nossa área que me pareceu penalty, todavia é bem menos escandaloso do que o que o Simão sofreu em Montjuïc.
Mais uma vez foi notório que a equipa bateu no fundo em termos físicos. O que de bom fazemos é muito mais com o coração do que com a cabeça, até porque já não temos capacidade para ser aquela equipa que fazia uma pressão avassaladora que impedia os adversários de pensar o jogo. Não acho que haja só um culpado desta situação, mas hoje não é altura para falar deste assunto. Individualmente destaco o Léo pelo que fez especialmente na 1ª parte e o Rui Costa, que mesmo a meio-gás consegue criar pelo menos uma situação de golo para os colegas (e hoje houve bem mais que uma). O Simão não esteve tão bem como em jogos anteriores, mas é difícil ser o carregador da equipa durante a época toda. O Petit também esteve muito abaixo do que pode fazer e disso nos ressentimos, nomeadamente na conquista da bola. A saída do Karagounis foi um erro, apesar de ele não estar a fazer uma exibição do outro mundo. Os avançados continuam a sua malapata e para a próxima época é urgente arranjar alguém que imponha respeito na área contrária. Mesmo assim, o Nuno Gomes e o Miccoli não estiveram tão mal como em jogos anteriores. O Nélson e o Anderson lá continuam na sua enorme crise de confiança e mesmo o David Luiz fez mais erros do que é habitual (especialmente no início da 2ª parte). O Quim não teve grande trabalho, mas o Pandiani ia-lhe marcando um golo semelhante ao do Quaresma. O Derlei pode voltar JÁ para a Rússia, porque está nitidamente a mais neste plantel (grande vantagem tivemos em trocar o Fonseca, que estava a começar a marcar golos, por ele...), e o Katsouranis também pode entrar já em férias.
Antevê-se um final de época muito penoso. Não estou a ver que tenhamos suficiente força física e anímica para os próximos jogos, mas o primeiro objectivo agora é manter o 2º lugar. Pode ser que aconteça um milagre e esperemos bem que sim, mas eu sempre disse que uma época sem títulos é uma época para esquecer e se isso acontecer não estou a ver que o Fernando Santos tenha condições para ser o nosso treinador para o ano.
Claro que tivemos azar, se todas as bolas nos postes tivessem entrado teríamos ganho 2-1 e seguido em frente, mas mais uma vez demos uma parte de avanço. Praticamente não existimos durante os primeiros 45 minutos. O Espanyol atirou uma bola ao poste e nós tivemos uma grande oportunidade num falhanço incrível do David Luiz, depois de um bom desvio de cabeça do Nuno Gomes na sequência de um canto. De resto, foi por demais evidente que estamos a atravessar uma fase crítica da época em termos físicos, porque nunca conseguimos empurrar os espanhóis para a sua área. O Rui Costa entrou de início, mas durante este período não teve muito espaço para manobrar e portanto raramente conseguíamos ligar uma jogada. O nosso jogo era feito com base em repelões.
Na 2ª parte, eles abdicaram completamente do ataque e nós criámos três grandes situações de golo. Em dois minutos (71’ e 72’) atirámos duas vezes ao mesmo poste, primeiro pelo Miccoli e depois pelo Rui Costa num livre, mas já antes o Nuno Gomes conseguiu não marcar depois de outro bom lance do maestro (é verdade que o 21 tirou o golo ao Simão, mas o nosso capitão estava ligeiramente fora-de-jogo, se bem que me pareceu que o fiscal-de-linha não o fosse assinalar). Sem grande discernimento, é verdade, mas o que é certo é que pressionámos o Espanyol e merecíamos ter marcado pelo menos um golo. O Mantorras ainda criou algum frisson quando entrou aos 69’, mas praticamente deixámos de jogar quando o Derlei e o Katsouranis substituíram o Nélson e o Karagounis, especialmente este que estava a ser dos melhorzinhos da equipa (aliás, este artigo é bem interessante sobre a pertinência destas substituições, ainda por cima por serem duas). Perto do fim, há um toque do Léo na nossa área que me pareceu penalty, todavia é bem menos escandaloso do que o que o Simão sofreu em Montjuïc.
Mais uma vez foi notório que a equipa bateu no fundo em termos físicos. O que de bom fazemos é muito mais com o coração do que com a cabeça, até porque já não temos capacidade para ser aquela equipa que fazia uma pressão avassaladora que impedia os adversários de pensar o jogo. Não acho que haja só um culpado desta situação, mas hoje não é altura para falar deste assunto. Individualmente destaco o Léo pelo que fez especialmente na 1ª parte e o Rui Costa, que mesmo a meio-gás consegue criar pelo menos uma situação de golo para os colegas (e hoje houve bem mais que uma). O Simão não esteve tão bem como em jogos anteriores, mas é difícil ser o carregador da equipa durante a época toda. O Petit também esteve muito abaixo do que pode fazer e disso nos ressentimos, nomeadamente na conquista da bola. A saída do Karagounis foi um erro, apesar de ele não estar a fazer uma exibição do outro mundo. Os avançados continuam a sua malapata e para a próxima época é urgente arranjar alguém que imponha respeito na área contrária. Mesmo assim, o Nuno Gomes e o Miccoli não estiveram tão mal como em jogos anteriores. O Nélson e o Anderson lá continuam na sua enorme crise de confiança e mesmo o David Luiz fez mais erros do que é habitual (especialmente no início da 2ª parte). O Quim não teve grande trabalho, mas o Pandiani ia-lhe marcando um golo semelhante ao do Quaresma. O Derlei pode voltar JÁ para a Rússia, porque está nitidamente a mais neste plantel (grande vantagem tivemos em trocar o Fonseca, que estava a começar a marcar golos, por ele...), e o Katsouranis também pode entrar já em férias.
Antevê-se um final de época muito penoso. Não estou a ver que tenhamos suficiente força física e anímica para os próximos jogos, mas o primeiro objectivo agora é manter o 2º lugar. Pode ser que aconteça um milagre e esperemos bem que sim, mas eu sempre disse que uma época sem títulos é uma época para esquecer e se isso acontecer não estou a ver que o Fernando Santos tenha condições para ser o nosso treinador para o ano.
quarta-feira, abril 11, 2007
Novo blog
O meu amigo Pedro F. Ferreira teve a bondade de me convidar para participar num novo projecto e juntar-me a um grupo de distintíssimos benfiquistas. Chama-se Tertúlia Benfiquista e promete discussões muito estimulantes. Jogasse o Glorioso sempre com a paixão com que estes meus companheiros de blog falam dele e seríamos imbatíveis. É com muito prazer que junto a minha voz à deles.
terça-feira, abril 10, 2007
Pensar na Uefa
Como se estava mesmo a ver, não temos plantel suficiente para jogar em duas competições em simultâneo nesta altura da época. O empate em Aveiro (2-2), num estádio completamente cheio e de vermelho, significou o nosso adeus ao título, já que o clube regional está agora a três pontos de distância, que na prática são quatro. Este mau resultado deve-se muito à precária condição física da maioria dos nossos jogadores, que nunca se conseguiram superiorizar neste aspecto ao Beira-Mar, o qual parecia estar a fazer o jogo da vida deles. Isto completado com duas inacreditáveis falhas defensivas foi a razão para este desperdício pontual.
Com o regresso do Katsouranis voltou também o 4-4-2 em losango e, para variar um pouco, começámos bem o jogo. Aliás, não podíamos ter começado melhor, já que marcámos logo aos 45 segundos! O problema foi que o fiscal-de-linha anulou um golo limpíssimo ao Nuno Gomes (que mal estava em linha) e assim o que se poderia ter tornado uma partida calma, começou logo mal. E para piorar as coisas, aos 23’ o Anderson voltou a oferecer um golo ao adversário, ao falhar um corte em carrinho. Pelo terceiro jogo consecutivo partíamos em desvantagem. Para quem queria uma partida fácil e resolvida cedo era o pior que poderia acontecer. A partir daqui, instalámo-nos no meio-campo adversário, mas não jogávamos com muita velocidade. Mesmo assim tivemos algumas oportunidades para marcar, mas nem o Simão nem o Nuno Gomes o conseguiram fazer. Entretanto, o Beira-Mar ia distribuindo pancada a rodos e começava a encher-se de cartões.
Na 2ª parte saiu o Karagounis para entrar o Rui Costa que, ao contrário do que se passou nos outros dois jogos, não foi tão preponderante na melhoria da equipa, até porque não reentrámos bem na partida. O Beira-Mar conseguiu fazer alguns contra-ataques ao contrário da 1ª parte e a nossa falta de pernas começou a ser notória. O jogo ia arrastando-se sem a desejada pressão da nossa parte, mas tivemos alguns remates perigosos, como um do Miccoli que o guarda-redes defendeu, dois do Rui Costa ao lado e outro do Simão que, enquadrado com a baliza e assistido pelo Miccoli, conseguiu fazer um passe ao guarda-redes. Entretanto, já tinha entrado o Derlei para o lugar do Anderson, passando o Katsouranis para central, mas o brasileiro voltou mais uma vez a ser um zero absoluto. O jogo entrava nos últimos 10 minutos e as coisas estavam negras. Até que entrou o milagreiro Mantorras (para o lugar do Nuno Gomes) que, na primeira vez que interveio numa jogada, fez golo! Foi um lance de insistência dele, depois de ganhar um ressalto, em que rematou rasteiro e cruzado, tendo a bola ainda desviado no pé de um defesa e entrado na baliza. Chegávamos ao justo empate, num golo “à Mantorras”. Faltavam sete minutos para o fim e a vitória tornava-se possível. Logo a seguir, o Simão teve uma óptima jogada pela esquerda, entrou na área sozinho, mas, à semelhança do que também aconteceu na 1ª parte, não fez bem o centro, permitindo à defesa do Beira-Mar atirar para canto. Ultrapassámos a dezena de cantos, mas sem o Luisão e com as torres dos aveirense raramente conseguimos criar perigo. Contra todas as expectativas, aos 87’ não aconteceu o balde de água fria, mas sim um banho inteiro! Num bola bombeada para a frente, há um centro na esquerda do ataque do Beira-Mar com a nossa defesa em contra-pé e o Delibasic antecipa-se ao Léo (com o Katsouranis parado na área), e bate o Quim, que também não saiu tão bem quanto deveria. Voltávamos a estar a perder e caiu-me tudo ao chão nesse momento! No entanto, com bastante dignidade ainda encontrámos forças para ir para cima deles e finalmente conseguimo-lo. Num livre à entrada da área, há um jogador do Beira-Mar que faz uma excelente defesa com o braço ao remate do Simão, mas o árbitro não assinalou nada. A TVI só conseguiu mostrar uma(!) repetição e vista de longe, mas não tenho dúvidas que foi penalty. Pouco depois, o Rui Costa coloca a sua assinatura no jogo, com uma abertura extraordinária que isola o Miccoli, só que este infelizmente está numa forma lamentável e fez um passe ao guarda-redes. É o 3º jogo consecutivo em que o italiano falha um golo de baliza aberta. Ainda bem que não se chama Nuno Gomes, senão eu faço ideia o falatório que haveria para aí. Até que aos 92’ o Simão cai na área e o Lucílio Baptista assinala penalty. Não tenho problemas nenhuns em dizer, depois de vistas as repetições, que não é falta, porque o Simão é que provoca o contacto com o adversário, mas serviu para compensar o braço anterior (e ainda há o golo anulado). O capitão conseguiu converter e salvar-nos da derrota, mas seja em que circunstâncias for, um empate na casa do último classificado é sempre um péssimo resultado.
A equipa está estoirada e as exibições individuais nunca podem ser muito boas assim. O melhor, para não variar, foi o Simão, só que o problema é que ele é o único jogador decisivo que está em boa forma. Os gregos são muito inconstantes (hoje foi o Karagounis a sair ao intervalo), o Nélson perdeu a preponderância que já teve em termos atacantes e os pontas-de-lança estão em crise de confiança, embora o Nuno Gomes melhor que o Miccoli. O Rui Costa não dá para tudo e, como vem de uma lesão, não pode ser sempre ele a dar a volta às coisas, o Derlei não existe e o Mantorras continua a não ter tanto tempo de jogo como justifica. A defesa não está nada segura, o Anderson é uma cratera, e o Luisão nunca mais volta. O próprio Leó parece-me cansado e sem a energia habitual.
Estou bastante apreensivo para 5ª feira. O Espanyol fez descansar 10(!) titulares contra nós e ainda não perderam na Taça Uefa. Acho que temos que concentrar todas as nossas atenções para esta competição, devendo tornar-se, se passarmos os espanhóis, a nossa principal prioridade. Faltam três jogos para chegar à final e este é não só um troféu que nunca ganhámos, como é um título que dá prestígio internacional e enriquece o palmarés. E convém não esquecer que não ganhamos uma competição europeia há mais de 40 anos. Quanto ao campeonato, temos que manter o 2º lugar a todo o custo e portanto controlar o posicionamento dos lagartos, mas para que esta época não seja uma grande desilusão há que ganhar a Uefa. Assim o queiram as nossas pernas...
Com o regresso do Katsouranis voltou também o 4-4-2 em losango e, para variar um pouco, começámos bem o jogo. Aliás, não podíamos ter começado melhor, já que marcámos logo aos 45 segundos! O problema foi que o fiscal-de-linha anulou um golo limpíssimo ao Nuno Gomes (que mal estava em linha) e assim o que se poderia ter tornado uma partida calma, começou logo mal. E para piorar as coisas, aos 23’ o Anderson voltou a oferecer um golo ao adversário, ao falhar um corte em carrinho. Pelo terceiro jogo consecutivo partíamos em desvantagem. Para quem queria uma partida fácil e resolvida cedo era o pior que poderia acontecer. A partir daqui, instalámo-nos no meio-campo adversário, mas não jogávamos com muita velocidade. Mesmo assim tivemos algumas oportunidades para marcar, mas nem o Simão nem o Nuno Gomes o conseguiram fazer. Entretanto, o Beira-Mar ia distribuindo pancada a rodos e começava a encher-se de cartões.
Na 2ª parte saiu o Karagounis para entrar o Rui Costa que, ao contrário do que se passou nos outros dois jogos, não foi tão preponderante na melhoria da equipa, até porque não reentrámos bem na partida. O Beira-Mar conseguiu fazer alguns contra-ataques ao contrário da 1ª parte e a nossa falta de pernas começou a ser notória. O jogo ia arrastando-se sem a desejada pressão da nossa parte, mas tivemos alguns remates perigosos, como um do Miccoli que o guarda-redes defendeu, dois do Rui Costa ao lado e outro do Simão que, enquadrado com a baliza e assistido pelo Miccoli, conseguiu fazer um passe ao guarda-redes. Entretanto, já tinha entrado o Derlei para o lugar do Anderson, passando o Katsouranis para central, mas o brasileiro voltou mais uma vez a ser um zero absoluto. O jogo entrava nos últimos 10 minutos e as coisas estavam negras. Até que entrou o milagreiro Mantorras (para o lugar do Nuno Gomes) que, na primeira vez que interveio numa jogada, fez golo! Foi um lance de insistência dele, depois de ganhar um ressalto, em que rematou rasteiro e cruzado, tendo a bola ainda desviado no pé de um defesa e entrado na baliza. Chegávamos ao justo empate, num golo “à Mantorras”. Faltavam sete minutos para o fim e a vitória tornava-se possível. Logo a seguir, o Simão teve uma óptima jogada pela esquerda, entrou na área sozinho, mas, à semelhança do que também aconteceu na 1ª parte, não fez bem o centro, permitindo à defesa do Beira-Mar atirar para canto. Ultrapassámos a dezena de cantos, mas sem o Luisão e com as torres dos aveirense raramente conseguimos criar perigo. Contra todas as expectativas, aos 87’ não aconteceu o balde de água fria, mas sim um banho inteiro! Num bola bombeada para a frente, há um centro na esquerda do ataque do Beira-Mar com a nossa defesa em contra-pé e o Delibasic antecipa-se ao Léo (com o Katsouranis parado na área), e bate o Quim, que também não saiu tão bem quanto deveria. Voltávamos a estar a perder e caiu-me tudo ao chão nesse momento! No entanto, com bastante dignidade ainda encontrámos forças para ir para cima deles e finalmente conseguimo-lo. Num livre à entrada da área, há um jogador do Beira-Mar que faz uma excelente defesa com o braço ao remate do Simão, mas o árbitro não assinalou nada. A TVI só conseguiu mostrar uma(!) repetição e vista de longe, mas não tenho dúvidas que foi penalty. Pouco depois, o Rui Costa coloca a sua assinatura no jogo, com uma abertura extraordinária que isola o Miccoli, só que este infelizmente está numa forma lamentável e fez um passe ao guarda-redes. É o 3º jogo consecutivo em que o italiano falha um golo de baliza aberta. Ainda bem que não se chama Nuno Gomes, senão eu faço ideia o falatório que haveria para aí. Até que aos 92’ o Simão cai na área e o Lucílio Baptista assinala penalty. Não tenho problemas nenhuns em dizer, depois de vistas as repetições, que não é falta, porque o Simão é que provoca o contacto com o adversário, mas serviu para compensar o braço anterior (e ainda há o golo anulado). O capitão conseguiu converter e salvar-nos da derrota, mas seja em que circunstâncias for, um empate na casa do último classificado é sempre um péssimo resultado.
A equipa está estoirada e as exibições individuais nunca podem ser muito boas assim. O melhor, para não variar, foi o Simão, só que o problema é que ele é o único jogador decisivo que está em boa forma. Os gregos são muito inconstantes (hoje foi o Karagounis a sair ao intervalo), o Nélson perdeu a preponderância que já teve em termos atacantes e os pontas-de-lança estão em crise de confiança, embora o Nuno Gomes melhor que o Miccoli. O Rui Costa não dá para tudo e, como vem de uma lesão, não pode ser sempre ele a dar a volta às coisas, o Derlei não existe e o Mantorras continua a não ter tanto tempo de jogo como justifica. A defesa não está nada segura, o Anderson é uma cratera, e o Luisão nunca mais volta. O próprio Leó parece-me cansado e sem a energia habitual.
Estou bastante apreensivo para 5ª feira. O Espanyol fez descansar 10(!) titulares contra nós e ainda não perderam na Taça Uefa. Acho que temos que concentrar todas as nossas atenções para esta competição, devendo tornar-se, se passarmos os espanhóis, a nossa principal prioridade. Faltam três jogos para chegar à final e este é não só um troféu que nunca ganhámos, como é um título que dá prestígio internacional e enriquece o palmarés. E convém não esquecer que não ganhamos uma competição europeia há mais de 40 anos. Quanto ao campeonato, temos que manter o 2º lugar a todo o custo e portanto controlar o posicionamento dos lagartos, mas para que esta época não seja uma grande desilusão há que ganhar a Uefa. Assim o queiram as nossas pernas...
sexta-feira, abril 06, 2007
Menos mau
Quando aos 58’ o Espanyol fez o 3-0, temi que fôssemos corridos da Uefa sem honra nem glória. A nossa exibição estava a ser má demais e a derrota era humilhante. Felizmente marcámos dois golos em dois minutos e recolocámo-nos em posição de discutir outra vez a eliminatória. Mas o jogo de hoje deve constituir um sério aviso à equipa, porque voltarmos às “chapas 3” do início da época é inadmissível nesta altura. Contra uma equipa mais poderosa estaríamos eliminados de certeza.
Em relação à equipa que alinhou frente ao clube regional, o Fernando Santos colocou o João Coimbra (e ainda bem, porque o Rui Costa não está com ritmo para os 90’ e era preferível que ele estivesse em campo na parte final do jogo do que no seu início) em vez do Katsouranis, que estava castigado, e o Derlei entrou para o lugar do Miccoli, quando toda a imprensa dava como certa a saída do Nuno Gomes. No entanto, o que mais me surpreendeu foi a mudança táctica, com o abandono do losango e a adopção do 4-3-3 com o Simão e Derlei junto às linhas. Curiosamente (ou talvez não...), a equipa baralhou-se completamente neste sistema e fez uma 1ª parte de fugir. Não conseguíamos ligar o jogo, o Nuno Gomes estava perdido na frente e, pior do que tudo, dávamos espaço ao Espanyol para manobrar à vontade e acercar-se da nossa área (ao contrário do que fizemos frente ao clube regional, em que apesar da também má 1ª parte, não os deixámos criar grande perigo). E os golos ridículos começaram a aparecer (hoje foram logo os três!). Aos 15’ uma grande falha do Daviz Luiz permitiu ao Tamudo isolar-se e bater o Quim que, apesar de o remate ter sido feito à queima-roupa, me pareceu que se encolheu para defender, em vez de ficar com os braços mais levantados. Pouco depois da meia-hora surgiu o segundo golo, com (desta vez sem dúvidas) grandes culpas do Quim, que hesitou e não agarrou a bola num cruzamento, e do Nélson que cabeceia a bola, que provavelmente iria para fora, para dentro da baliza. Era o desnorte completo e tanto assim foi que o Fernando Santos teve que fazer entrar o maestro ainda na 1ª parte. Até ao intervalo tivemos duas boas ocasiões para marcar, mas o guarda-redes defendeu muito bem o remate de cabeça do Simão e um desvio subtil do Nuno Gomes.
Na 2ª parte entrámos melhorzinho, todavia sem a intensidade do jogo do passado domingo. Mantínhamos o mesmo sistema de 4-3-3 e continuávamos a ter dificuldades em chegar à grande-área deles. Além disso, estávamos a jogar com 10, porque o Derlei simplesmente não estava em campo. O Espanyol não tinha o ritmo da 1ª parte (que já não era muito elevado), mas mesmo assim deu para o 3º golo aparecer aos 58’, em mais um lance que deveria ir para os “apanhados”. O Nélson dá uns bons cinco metros (!) ao extremo contrário, que assim pode centrar à vontade, e o Anderson (para não variar) deixa-se antecipar pelo Pandiani. Entretanto, o Miccoli já tinha entrado dois minutos antes e FINALMENTE voltámos a jogar no 4-4-2 em losango, para o qual estamos mais que rotinados nesta altura da época. Pareceu que tinha voltado a ser dia em Montjuïc. Voltámos a jogar um futebol com nexo e aos 63’ reduzimos através do Nuno Gomes, depois de um óptimo passe em profundidade do David Luiz a isolar o Miccoli que não foi egoísta e, com o guarda-redes pela frente, passou para o lado onde o 21 isolado só teve que empurrar. Deixámos de estar numa posição calamitosa, mas a diferença de dois golos ainda era grande. Felizmente, dois minutos depois essa diferença passou a ser só de um, quando o Simão numa boa jogada individual pelo lado esquerdo furou no meio de dois e rematou em arco, com a bola ainda a tabelar num defesa e a desviar-se do guarda-redes. A partir daqui tirámos um pouco o pé do acelerador, mas mesmo assim tivemos três oportunidades para o empate, com remates do Rui Costa, Miccoli (por cima e ao lado, respectivamente, sendo o do italiano quase indesculpável) e do Karagounis para outra boa defesa do guarda-redes. Na parte final, foram eles a criar perigo, com dois remates para duas boas defesas do Quim, especialmente um já depois dos 90’ em que uma bola mal perdida pelo Simão no meio-campo nos ia saindo muito cara, já que o adversário acabou por se isolar.
É difícil destacar alguém individualmente, porque toda a equipa teve culpas nos péssimos primeiros 60’ que fizemos. No entanto, um dos melhores acabou por ser o Petit que, especialmente na 2ª parte, cortou imensos espaços aos centro-campistas adversários. O Simão melhorou bastante quando passou para o meio e o Rui Costa foi muito importante nessa melhoria, já que passou a ter ele a responsabilidade de organizar o nosso jogo e já se sabe que a bola fica logo mais redonda. O Nuno Gomes acabou por não fazer um mau jogo, porque criou uma boa oportunidade na 1ª parte e teve acção directa nos dois golos. O Karagounis também subiu imenso na 2ª parte, como vem sendo hábito nele, e o Miccoli foi bastante importante porque mexeu com o nosso ataque, embora qualquer um tivesse feito melhor que o Derlei que foi de longe o nosso pior jogador (reconhecia-lhe alguma capacidade técnica, mas o homem mais do que uma vez precisou de 5m para dominar a bola...). A defesa esteve bastante mal, sendo o David Luiz o melhorzinho, apesar da falha do 1º golo. O Léo, apesar de não ter culpas directas nos golos, não me parece bem fisicamente e talvez fosse de considerar a hipótese de colocar o Miguelito frente ao Beira-Mar. O Nélson está ligado a dois golos sofridos e o Anderson continua de uma insegurança atroz.
Uma derrota é sempre um mau resultado (até porque não marcámos pontos para o nosso ranking), mas com este resultado é nossa obrigação marcar presença na 12ª meia-final de uma competição europeia. Espero que o Luisão já esteja apto e que o estádio esteja cheio. E dentro do possível talvez fosse boa ideia dar descanso a um ou dois jogadores frente ao Beira-Mar.
P.S. – Como é possível não se marcar um penalty daqueles sobre o Simão? O resultado ainda estava 3-0 e o árbitro estava muitíssimo bem colocado. Já não falo de um lance na 1ª parte em que também me pareceu mão de um jogador do Espanyol depois de um cabeceamento do Nuno Gomes, nem das inúmeras faltas que não eram assinaladas contra nós, mas é impossível não se ver um penalty daqueles. Será que o Sr. Eric Braamhaar se confundiu com aquelas camisolas e achou que estava a arbitrar um jogo de uma certa equipa do campeonato português?
Em relação à equipa que alinhou frente ao clube regional, o Fernando Santos colocou o João Coimbra (e ainda bem, porque o Rui Costa não está com ritmo para os 90’ e era preferível que ele estivesse em campo na parte final do jogo do que no seu início) em vez do Katsouranis, que estava castigado, e o Derlei entrou para o lugar do Miccoli, quando toda a imprensa dava como certa a saída do Nuno Gomes. No entanto, o que mais me surpreendeu foi a mudança táctica, com o abandono do losango e a adopção do 4-3-3 com o Simão e Derlei junto às linhas. Curiosamente (ou talvez não...), a equipa baralhou-se completamente neste sistema e fez uma 1ª parte de fugir. Não conseguíamos ligar o jogo, o Nuno Gomes estava perdido na frente e, pior do que tudo, dávamos espaço ao Espanyol para manobrar à vontade e acercar-se da nossa área (ao contrário do que fizemos frente ao clube regional, em que apesar da também má 1ª parte, não os deixámos criar grande perigo). E os golos ridículos começaram a aparecer (hoje foram logo os três!). Aos 15’ uma grande falha do Daviz Luiz permitiu ao Tamudo isolar-se e bater o Quim que, apesar de o remate ter sido feito à queima-roupa, me pareceu que se encolheu para defender, em vez de ficar com os braços mais levantados. Pouco depois da meia-hora surgiu o segundo golo, com (desta vez sem dúvidas) grandes culpas do Quim, que hesitou e não agarrou a bola num cruzamento, e do Nélson que cabeceia a bola, que provavelmente iria para fora, para dentro da baliza. Era o desnorte completo e tanto assim foi que o Fernando Santos teve que fazer entrar o maestro ainda na 1ª parte. Até ao intervalo tivemos duas boas ocasiões para marcar, mas o guarda-redes defendeu muito bem o remate de cabeça do Simão e um desvio subtil do Nuno Gomes.
Na 2ª parte entrámos melhorzinho, todavia sem a intensidade do jogo do passado domingo. Mantínhamos o mesmo sistema de 4-3-3 e continuávamos a ter dificuldades em chegar à grande-área deles. Além disso, estávamos a jogar com 10, porque o Derlei simplesmente não estava em campo. O Espanyol não tinha o ritmo da 1ª parte (que já não era muito elevado), mas mesmo assim deu para o 3º golo aparecer aos 58’, em mais um lance que deveria ir para os “apanhados”. O Nélson dá uns bons cinco metros (!) ao extremo contrário, que assim pode centrar à vontade, e o Anderson (para não variar) deixa-se antecipar pelo Pandiani. Entretanto, o Miccoli já tinha entrado dois minutos antes e FINALMENTE voltámos a jogar no 4-4-2 em losango, para o qual estamos mais que rotinados nesta altura da época. Pareceu que tinha voltado a ser dia em Montjuïc. Voltámos a jogar um futebol com nexo e aos 63’ reduzimos através do Nuno Gomes, depois de um óptimo passe em profundidade do David Luiz a isolar o Miccoli que não foi egoísta e, com o guarda-redes pela frente, passou para o lado onde o 21 isolado só teve que empurrar. Deixámos de estar numa posição calamitosa, mas a diferença de dois golos ainda era grande. Felizmente, dois minutos depois essa diferença passou a ser só de um, quando o Simão numa boa jogada individual pelo lado esquerdo furou no meio de dois e rematou em arco, com a bola ainda a tabelar num defesa e a desviar-se do guarda-redes. A partir daqui tirámos um pouco o pé do acelerador, mas mesmo assim tivemos três oportunidades para o empate, com remates do Rui Costa, Miccoli (por cima e ao lado, respectivamente, sendo o do italiano quase indesculpável) e do Karagounis para outra boa defesa do guarda-redes. Na parte final, foram eles a criar perigo, com dois remates para duas boas defesas do Quim, especialmente um já depois dos 90’ em que uma bola mal perdida pelo Simão no meio-campo nos ia saindo muito cara, já que o adversário acabou por se isolar.
É difícil destacar alguém individualmente, porque toda a equipa teve culpas nos péssimos primeiros 60’ que fizemos. No entanto, um dos melhores acabou por ser o Petit que, especialmente na 2ª parte, cortou imensos espaços aos centro-campistas adversários. O Simão melhorou bastante quando passou para o meio e o Rui Costa foi muito importante nessa melhoria, já que passou a ter ele a responsabilidade de organizar o nosso jogo e já se sabe que a bola fica logo mais redonda. O Nuno Gomes acabou por não fazer um mau jogo, porque criou uma boa oportunidade na 1ª parte e teve acção directa nos dois golos. O Karagounis também subiu imenso na 2ª parte, como vem sendo hábito nele, e o Miccoli foi bastante importante porque mexeu com o nosso ataque, embora qualquer um tivesse feito melhor que o Derlei que foi de longe o nosso pior jogador (reconhecia-lhe alguma capacidade técnica, mas o homem mais do que uma vez precisou de 5m para dominar a bola...). A defesa esteve bastante mal, sendo o David Luiz o melhorzinho, apesar da falha do 1º golo. O Léo, apesar de não ter culpas directas nos golos, não me parece bem fisicamente e talvez fosse de considerar a hipótese de colocar o Miguelito frente ao Beira-Mar. O Nélson está ligado a dois golos sofridos e o Anderson continua de uma insegurança atroz.
Uma derrota é sempre um mau resultado (até porque não marcámos pontos para o nosso ranking), mas com este resultado é nossa obrigação marcar presença na 12ª meia-final de uma competição europeia. Espero que o Luisão já esteja apto e que o estádio esteja cheio. E dentro do possível talvez fosse boa ideia dar descanso a um ou dois jogadores frente ao Beira-Mar.
P.S. – Como é possível não se marcar um penalty daqueles sobre o Simão? O resultado ainda estava 3-0 e o árbitro estava muitíssimo bem colocado. Já não falo de um lance na 1ª parte em que também me pareceu mão de um jogador do Espanyol depois de um cabeceamento do Nuno Gomes, nem das inúmeras faltas que não eram assinaladas contra nós, mas é impossível não se ver um penalty daqueles. Será que o Sr. Eric Braamhaar se confundiu com aquelas camisolas e achou que estava a arbitrar um jogo de uma certa equipa do campeonato português?
terça-feira, abril 03, 2007
1.316
Tenho estado a conter-me para não falar mais dos incidentes de domingo passado na Luz, até porque me estão a faltar diferentes sinónimos de m****, que é o que são aquelas coisas que estiveram no piso 3 da bancada de Coca-Cola. Nem de animais podem ser qualificados, porque o seu nível (ou melhor, a total falta dele) não se aproxima nem de longe nem de perto do deles.
No entanto, o comunicado que aquele clube execrável emitiu ontem leva uma pessoa a sair fora-de-si. NUNCA é dito que lamentam o que se passou no domingo, antes preferem uma condenação da violência em geral (claro, deve ser desde que não seja praticada contra adeptos do Benfica), e culpabilizam o Benfica e a Polícia pelo sucedido. Isto é tão inacreditável que nem vou acrescentar mais nada para além disto que li algures aí pelos blogs: a lógica deste argumento é o mesmo que dizer que as raparigas são violadas porque andam de tops e saias muito curtas. Para além de irresponsável, é uma desculpabilização absolutamente nojenta, bem conforme ao clube que são.
A única solução para evitar mais situações como esta é o Benfica se recusar a enviar mais bilhetes para os adeptos daquele clube, enquanto aquele ser for presidente deles. É ele que os instiga, é ele que os defende e é ele que é protegido por eles quando vai ao tribunal. Nunca ninguém lhe ouviu qualquer declaração a condená-los pelos 3.452.526 actos de vandalismo que já provocaram até hoje. Paguem-se as multas que forem necessárias à Liga, à Federação, ou a quem quer que seja, mas o lugar dos animais é no zoo e o lugar daquelas coisas é no esgoto. Se as entidades responsáveis não os vêem como tal, o problema é delas, agora na Catedral não deveriam entrar NUNCA mais. Até porque, segundo o comunicado do Benfica, deixámos de vender 1.316 bilhetes para criar uma “bolsa de segurança” para eles. Mesmo ao preço mais barato de 10€ cada, deixámos de facturar pelo menos 13.160€ por causa disto. O ar ficaria mais respirável, o estádio torna-se-ia seguro, a receita seria maior e até a magnífica coreografia poderia ser feita na totalidade das bancadas. Seriam só vantagens.
[Adenda: chamo a atenção e recomendo vivamente a leitura deste post do Antitripa, que estava no sector onde caíram os petardos e as cadeiras. Elucidativo.]
No entanto, o comunicado que aquele clube execrável emitiu ontem leva uma pessoa a sair fora-de-si. NUNCA é dito que lamentam o que se passou no domingo, antes preferem uma condenação da violência em geral (claro, deve ser desde que não seja praticada contra adeptos do Benfica), e culpabilizam o Benfica e a Polícia pelo sucedido. Isto é tão inacreditável que nem vou acrescentar mais nada para além disto que li algures aí pelos blogs: a lógica deste argumento é o mesmo que dizer que as raparigas são violadas porque andam de tops e saias muito curtas. Para além de irresponsável, é uma desculpabilização absolutamente nojenta, bem conforme ao clube que são.
A única solução para evitar mais situações como esta é o Benfica se recusar a enviar mais bilhetes para os adeptos daquele clube, enquanto aquele ser for presidente deles. É ele que os instiga, é ele que os defende e é ele que é protegido por eles quando vai ao tribunal. Nunca ninguém lhe ouviu qualquer declaração a condená-los pelos 3.452.526 actos de vandalismo que já provocaram até hoje. Paguem-se as multas que forem necessárias à Liga, à Federação, ou a quem quer que seja, mas o lugar dos animais é no zoo e o lugar daquelas coisas é no esgoto. Se as entidades responsáveis não os vêem como tal, o problema é delas, agora na Catedral não deveriam entrar NUNCA mais. Até porque, segundo o comunicado do Benfica, deixámos de vender 1.316 bilhetes para criar uma “bolsa de segurança” para eles. Mesmo ao preço mais barato de 10€ cada, deixámos de facturar pelo menos 13.160€ por causa disto. O ar ficaria mais respirável, o estádio torna-se-ia seguro, a receita seria maior e até a magnífica coreografia poderia ser feita na totalidade das bancadas. Seriam só vantagens.
[Adenda: chamo a atenção e recomendo vivamente a leitura deste post do Antitripa, que estava no sector onde caíram os petardos e as cadeiras. Elucidativo.]
segunda-feira, abril 02, 2007
Ocasião perdida
Desperdiçámos hoje uma óptima possibilidade de nos colocarmos na frente do campeonato ao empatar em casa com o clube regional por 1-1. Continuamos a um ponto deles (que na prática são dois), mas estou bastante pessimista para o resto do campeonato especialmente por duas razões: temos um calendário bastante mais difícil do que eles e ainda estamos nas competições europeias.
Com a recuperação do Quim, voltámos a alinhar com o nosso onze-base, com excepção do Luisão. Entrámos pessimamente no jogo e a nossa 1ª parte esteve ao nível dos piores jogos da época. Não conseguíamos fazer uma jogada com pés e cabeça, a bola era constantemente chutada para a frente sem nexo, o meio-campo foi completamente absorvido pelo do clube regional, enfim foi um desastre. O que valeu foi que adversário não criou grandes situações de golo, com excepção de uma do Adriano que uma óptima saída do Quim aos seus pés resolveu. A nossa única grande ocasião foi um remate de recarga do Petit a um livre dele próprio, em que a bola passou a rasar o poste, com o Helton já batido. A cinco minutos do intervalo na sequência de um livre do lado esquerdo, o Quaresma centra, o Anderson esquece-se (para variar...) de marcar o Pepe e o clube regional coloca-se em vantagem que, já naquela altura, apesar do seu domínio territorial era imerecida. Nesta 1ª parte viu-se bem a diferença entre ter um só jogador (e que mesmo assim só alinhou durante 90’) ou cinco (em que quatro deles alinharam os dois jogos completos) envolvidos nas selecções. Em termos físicos notou-se uma grande discrepância entre as equipas.
Para o 2º tempo, o Fernando Santos trocou o inoperante Katsouranis e colocou o maestro em campo. Isto e uma atitude diametralmente oposta à dos primeiros 45 minutos fizeram com que estivéssemos durante toda a 2ª parte em cima do clube regional. Inevitavelmente as oportunidades foram aparecendo, mas a bola não entrava. Remates do Nuno Gomes, Miccoli, Petit ou Rui Costa ou eram defendidos pelo Helton ou era cortados pelo defesas. O clube regional deixou de atacar, mas estava muito bem fechado atrás, o que nos criou bastantes problemas para furar a defesa. Para além disso, havia uma certa confusão táctica na nossa equipa, que tanto se dispunha no losango como em 4-3-3. Muitas vezes via-se vários jogadores do Benfica estarem juntos no meio do terreno. No entanto, a sete minutos do fim tivemos o nosso momento de sorte, porque depois de um livre do Simão uma bola cabeçada pelo David Luiz embateu no poste, ressaltou no corpo do Lucho Gonzalez e acabou por entrar na baliza. Estava feita mais que justiça! O jogo ainda durou mais 12 minutos e foi já nos descontos que tivemos as nossas melhores oportunidades, com uma cabeçada do Mantorras que o Helton defendeu milagrosamente (é a defesa do campeonato, fazendo lembrar a do Banks frente ao Pélé no Mundial do México em 1970, considerada a melhor defesa dos Mundiais), um pontapé acrobático do Derlei para outra defesa do guarda-redes, e um remate disparatado do Rui Costa já dentro da área depois de um canto “à Camacho” do Simão. É certo que o clube regional também teve dois contra-ataques perigosos, mas com um bocado mais de sorte teríamos ganho a partida.
Em termos individuais, tenho que destacar o David Luiz e o Karagounis. Espero bem que o Fernando Santos seja um pouco corajoso e retire o Anderson quando o Luisão voltar. O miúdo brasileiro é mesmo bom jogador (não me lembro de ele ter perdido nenhum lance) e tem a grande vantagem de sair com a bola controlada da defesa, e criar desequilíbrios no meio-campo contrário. O grego esteve muito discreto na 1ª parte, mas subiu imenso na 2ª e foi ele um dos principais responsáveis pela nossa dinâmica atacante. O Simão esteve muito bem marcado pelo Paulo Assunção e não foi tão desequilibrador como em jogos passados, mas já se sabe que nunca joga mal. O Rui Costa também entrou bem e criou finalmente estabilidade no nosso meio-campo. Houve um ou dois lances em que poderia ter tomado uma opção diferente (nomeadamente aquele contra-ataque em que não passou a tempo ao Derlei, que estava sozinho na direita, antes de sofrer a falta do Quaresma) e aquele remate final tinha obrigação de ser melhor, mas é um grande prazer vê-lo de volta a estes jogos. O Petit também subiu na 2ª parte e fartou-se de recuperar bolas. Os pontas-de-lanças lutaram muito, mas não tiveram grandes ocasiões para rematar, embora aquele falhanço do Miccoli já na grande-área seja imperdoável para um jogador da sua qualidade. O Derlei entrou bem no jogo e felizmente desta vez não pôs em prática os ensinamentos cotovelísticos que recebeu no clube regional. O Nélson não esteve bem nos dois primeiros centros, mas depois lá acertou e especialmente não deixou o Quaresma fazer nada durante todo o jogo. O Léo foi importantíssimo na 2ª parte, em que fez várias piscinas do lado esquerdo. O Katsouranis está a passar por uma fase de menos pulmão e espero que o descanso em Barcelona (por causa do cartões) lhe faça bem. O Anderson tem culpas no golo e continua muito distante do jogador da época passada, enquanto o Quim não teve grande trabalho com excepção daquela tal saída aos pés do Adriano.
Já nesta 5ª feira reentramos no esquema de três jogos por semana e temo bem que a nossa equipa não tenha pernas para isso. Se ainda quisermos ter ambições no título temos que chegar ao jogo frente aos lagartos sem nenhum ponto perdido, o que quer dizer que temos que ganhar os próximos três. Isto tudo com Taça Uefa pelo meio. Vamos ver no que dá, mas seria frustrante estarmos numa de “quase”...
P.S. – Quando se abre uma pocilga tem que se ter cuidado com o que de lá sai. Gostava de saber de quem foi a brilhante ideia de colocar aqueles excrementos da raça humana no 3º anel do estádio. Tinham caminho livre para atirarem coisas para o 1º anel e o resultado foi o rebentamento de pelo menos meia-dúzia de petardos, e dois adeptos do Benfica que saíram em maca, um dos quais com a cabeça partida por causa do arremesso de uma cadeira. Isto tudo perante a atitude impávida da polícia-de-choque e dos stewards, que só tinham era que evacuar aquela bancada por questões de segurança. Bem sei que no estrangeiro os adeptos visitantes, quando são em grande número, geralmente ficam nos pisos superiores, mas atenção que aí estamos a falar de PESSOAS, o que não é de todo este o caso. Aquelas coisas são um atentado à raça humana e é inadmissível que ainda sejam tratados como pessoas. Uma viagenzinha directa e grátis até ao piso 0 é o que eles mereciam! Não se perdia nada...
Com a recuperação do Quim, voltámos a alinhar com o nosso onze-base, com excepção do Luisão. Entrámos pessimamente no jogo e a nossa 1ª parte esteve ao nível dos piores jogos da época. Não conseguíamos fazer uma jogada com pés e cabeça, a bola era constantemente chutada para a frente sem nexo, o meio-campo foi completamente absorvido pelo do clube regional, enfim foi um desastre. O que valeu foi que adversário não criou grandes situações de golo, com excepção de uma do Adriano que uma óptima saída do Quim aos seus pés resolveu. A nossa única grande ocasião foi um remate de recarga do Petit a um livre dele próprio, em que a bola passou a rasar o poste, com o Helton já batido. A cinco minutos do intervalo na sequência de um livre do lado esquerdo, o Quaresma centra, o Anderson esquece-se (para variar...) de marcar o Pepe e o clube regional coloca-se em vantagem que, já naquela altura, apesar do seu domínio territorial era imerecida. Nesta 1ª parte viu-se bem a diferença entre ter um só jogador (e que mesmo assim só alinhou durante 90’) ou cinco (em que quatro deles alinharam os dois jogos completos) envolvidos nas selecções. Em termos físicos notou-se uma grande discrepância entre as equipas.
Para o 2º tempo, o Fernando Santos trocou o inoperante Katsouranis e colocou o maestro em campo. Isto e uma atitude diametralmente oposta à dos primeiros 45 minutos fizeram com que estivéssemos durante toda a 2ª parte em cima do clube regional. Inevitavelmente as oportunidades foram aparecendo, mas a bola não entrava. Remates do Nuno Gomes, Miccoli, Petit ou Rui Costa ou eram defendidos pelo Helton ou era cortados pelo defesas. O clube regional deixou de atacar, mas estava muito bem fechado atrás, o que nos criou bastantes problemas para furar a defesa. Para além disso, havia uma certa confusão táctica na nossa equipa, que tanto se dispunha no losango como em 4-3-3. Muitas vezes via-se vários jogadores do Benfica estarem juntos no meio do terreno. No entanto, a sete minutos do fim tivemos o nosso momento de sorte, porque depois de um livre do Simão uma bola cabeçada pelo David Luiz embateu no poste, ressaltou no corpo do Lucho Gonzalez e acabou por entrar na baliza. Estava feita mais que justiça! O jogo ainda durou mais 12 minutos e foi já nos descontos que tivemos as nossas melhores oportunidades, com uma cabeçada do Mantorras que o Helton defendeu milagrosamente (é a defesa do campeonato, fazendo lembrar a do Banks frente ao Pélé no Mundial do México em 1970, considerada a melhor defesa dos Mundiais), um pontapé acrobático do Derlei para outra defesa do guarda-redes, e um remate disparatado do Rui Costa já dentro da área depois de um canto “à Camacho” do Simão. É certo que o clube regional também teve dois contra-ataques perigosos, mas com um bocado mais de sorte teríamos ganho a partida.
Em termos individuais, tenho que destacar o David Luiz e o Karagounis. Espero bem que o Fernando Santos seja um pouco corajoso e retire o Anderson quando o Luisão voltar. O miúdo brasileiro é mesmo bom jogador (não me lembro de ele ter perdido nenhum lance) e tem a grande vantagem de sair com a bola controlada da defesa, e criar desequilíbrios no meio-campo contrário. O grego esteve muito discreto na 1ª parte, mas subiu imenso na 2ª e foi ele um dos principais responsáveis pela nossa dinâmica atacante. O Simão esteve muito bem marcado pelo Paulo Assunção e não foi tão desequilibrador como em jogos passados, mas já se sabe que nunca joga mal. O Rui Costa também entrou bem e criou finalmente estabilidade no nosso meio-campo. Houve um ou dois lances em que poderia ter tomado uma opção diferente (nomeadamente aquele contra-ataque em que não passou a tempo ao Derlei, que estava sozinho na direita, antes de sofrer a falta do Quaresma) e aquele remate final tinha obrigação de ser melhor, mas é um grande prazer vê-lo de volta a estes jogos. O Petit também subiu na 2ª parte e fartou-se de recuperar bolas. Os pontas-de-lanças lutaram muito, mas não tiveram grandes ocasiões para rematar, embora aquele falhanço do Miccoli já na grande-área seja imperdoável para um jogador da sua qualidade. O Derlei entrou bem no jogo e felizmente desta vez não pôs em prática os ensinamentos cotovelísticos que recebeu no clube regional. O Nélson não esteve bem nos dois primeiros centros, mas depois lá acertou e especialmente não deixou o Quaresma fazer nada durante todo o jogo. O Léo foi importantíssimo na 2ª parte, em que fez várias piscinas do lado esquerdo. O Katsouranis está a passar por uma fase de menos pulmão e espero que o descanso em Barcelona (por causa do cartões) lhe faça bem. O Anderson tem culpas no golo e continua muito distante do jogador da época passada, enquanto o Quim não teve grande trabalho com excepção daquela tal saída aos pés do Adriano.
Já nesta 5ª feira reentramos no esquema de três jogos por semana e temo bem que a nossa equipa não tenha pernas para isso. Se ainda quisermos ter ambições no título temos que chegar ao jogo frente aos lagartos sem nenhum ponto perdido, o que quer dizer que temos que ganhar os próximos três. Isto tudo com Taça Uefa pelo meio. Vamos ver no que dá, mas seria frustrante estarmos numa de “quase”...
P.S. – Quando se abre uma pocilga tem que se ter cuidado com o que de lá sai. Gostava de saber de quem foi a brilhante ideia de colocar aqueles excrementos da raça humana no 3º anel do estádio. Tinham caminho livre para atirarem coisas para o 1º anel e o resultado foi o rebentamento de pelo menos meia-dúzia de petardos, e dois adeptos do Benfica que saíram em maca, um dos quais com a cabeça partida por causa do arremesso de uma cadeira. Isto tudo perante a atitude impávida da polícia-de-choque e dos stewards, que só tinham era que evacuar aquela bancada por questões de segurança. Bem sei que no estrangeiro os adeptos visitantes, quando são em grande número, geralmente ficam nos pisos superiores, mas atenção que aí estamos a falar de PESSOAS, o que não é de todo este o caso. Aquelas coisas são um atentado à raça humana e é inadmissível que ainda sejam tratados como pessoas. Uma viagenzinha directa e grátis até ao piso 0 é o que eles mereciam! Não se perdia nada...
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