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Um fim-de-semana prolongado por terras do Gerês impediu-me de postar mais cedo sobre o nosso empate na Madeira frente ao Nacional por 1-1. Só consegui ver em directo a última meia-hora (shame on me!), mas tenho o jogo todo gravado e faço tensões tenções de vê-lo até ao final da semana. Pelo relato, resumo e A Bola do dia seguinte, percebi que a nossa 1ª parte não fugiu muito à pobreza franciscana dos últimos tempos. Tivemos uma oportunidade de golo pelo Simão e pouco mais.
Na 2ª parte, houve o golão do Miccoli e o falhanço de cabeça do Manduca (semelhante ao do Mantorras frente ao Marítimo) e a partir do que tive oportunidade de ver em directo aconteceu o que já aqui critiquei por várias vezes: a falta de killer instinct. Irritei-me profundamente com a ronha que o Benfica fez com a vantagem mínima. Não percebo como é que não se tenta alargar a diferença para dois golos para, depois sim, gerir o jogo. É que se estava mesmo a ver o que poderia acontecer. Este ano não cedemos muitas vezes pontos nos últimos minutos, mas defender 1-0 é sempre um enorme risco. Pode haver um lance fortuito que deite tudo a perder, como o canto que deu o golo do empate aos 88 minutos. Quase parti o hall do hotel, onde estava a ver o jogo, com a fúria!
Individualmente não posso fazer grandes comentários por enquanto, mas espero que a lesão do Simão não seja grave para que possamos despedir-nos dele convenientemente no próximo jogo na Luz. Muito lhe devemos nestes cinco anos em que usou a gloriosa camisola e merece uma última ovação em campo.
Quando tudo parecia perdido, eis que os lagartos nos oferecem logo a seguir uma benesse que nos permite ainda sonhar com o 2º lugar. A Naval, que nos roubou quatro pontos este ano, foi a Alvalade tirar dois. Os lagartos não jogaram nada e cada dia que passa descobrem sempre um novo penalty que ficou por assinalar (no próprio dia era um, ontem o presidente já falava em três!). O Sá Pinto foi expulso por palavras e vai ter o final de carreira que merece, passando os dois próximos jogos na bancada. Nas suas duas últimas aparições em campo, foi para a rua duas vezes. Coincidência?
P.S. – Se tivéssemos feito a nossa obrigação frente aos clubes da Madeira, já estaríamos em 2º lugar...
A nossa vitória por 2-0 no Bessa (ao fim de 10 anos voltámos a triunfar na casa do Boavista!), juntamente com o empate dos lagartos na Amadora, permite-nos ter algumas esperanças em chegar ainda ao 2º lugar (se não fosse aquele empate com o Marítimo na semana passada...). Foi um jogo bastante mais fácil do que se estava à espera e aproveitámos bem a fase menos positiva do Boavista para matar o segundo borrego contra equipas da cidade do Porto. Não deixa de ser curioso que tenhamos esta performance contra as equipas da invicta (quatro jogos, quatro vitórias) e não consigamos ser campeões.
A 1ª parte foi fraquinha no seguimento da maioria dos jogos que temos feito nos últimos tempos. Desta vez, o Koeman fez-me a vontade e colocou o Karagounis de início, mas o grego continua a desperdiçar as oportunidades que tem a titular e passou ao lado do jogo. Tão ao lado que foi substituído ao intervalo pelo Geovanni e a diferença notou-se bem no 2º tempo. Tivemos um período inicial de 10 minutos de alguma velocidade com dois remates perigosos (Léo e, principalmente, Manduca), mas ficámo-nos por aí. O Boavista também não criou oportunidades, com excepção de um remate do João Pinto já perto do intervalo, pelo que a 1ª parte foi muito enfadonha.
Na 2ª parte melhorámos imenso para o que muito contribuiu o golo logo aos 51 minutos. Foi o que valeu marcar bem um livre (pelo Simão) para dentro da área, já que a bola foi desviada pelo Tiago e traiu o Khadim. Quando se marca livres assim, tensos e na direcção da baliza, têm-se grandes hipóteses de ser bem sucedido, bastando um pequeno toque para a bola entrar. A partir daqui, o jogo ficou praticamente ganho, porque o Boavista nunca se mostrou capaz de criar oportunidades de golo. Infelizmente, não aproveitámos para fazer contra-ataques com a frequência desejada e deixámos o Boavista ter mais posse de bola. Para os adeptos (ou pelo menos para mim) isto é muito stressante, já que controlar um jogo com a vantagem mínima provoca sempre calafrios, mas a posteriori há que admitir que estamos cada vez melhor nesta arte de segurar resultados. Logo a seguir ao nosso golo, um remate do Miccoli proporcionou a Khadim a melhor defesa do jogo, mas só voltaríamos a marcar perto do fim pelo Mantorras, na sequência de uma abertura muito boa do Simão que o isolou. O angolano é um caso sério de eficácia e é, pelo 2º ano consecutivo, o nosso avançado que precisa de menos tempo para marcar um golo (menos de 90 minutos). Pode ser que o Koeman já não o ache dispensável agora... Esta produtividade não pode ser fruto do acaso e, apesar de alguns lance onde me irrita solenemente (como os fora-de-jogo infantis), o Mantorras é um jogador que personifica bem o espírito do Benfica: “um clube lutador”. Aliás, isto é bem verdade.
Em termos individuais o Simão esteve em destaque, já que participou directamente nos dois tentos, mas continua a falhar golos incríveis isolado frente ao guarda-redes. O Manuel Fernandes também jogou bem e continua a subir de forma. Com a lesão do Léo no final da 1ª parte (e a do Ricardo Rocha mesmo antes do jogo começar), tivemos que adaptar o Beto a defesa-direito e ele curiosamente não esteve nada mal. O Nélson foi outro que se apresentou um pouco melhor do que nos últimos jogos. A entrada do Manduca permite-nos ter um pouco mais de velocidade do que com o Robert, mas a verdadeira posição dele continua a parecer-me que é a extremo-esquerdo e só quando o Simão se for embora é que ele deverá ter a sua oportunidade aí. O Miccoli esteve bastante isolado na 1ª parte, muito por culpa do Karagounis que não o apoiou como deveria, mas na 2ª falhou um golo de cabeça que, apesar de não ser fácil, um jogador da categoria dele tinha obrigação de marcar. Menos positivo esteve o Anderson, que me pareceu desconcentrado principalmente na 1ª parte (aquele atraso ao Moretto que parou nos pés de um avançado...), confirmando que nunca reentra bem na equipa depois de estar um jogo fora.
No final do jogo lá tivemos os 15 minutos de fama habituais de quem nos defronta. O Carlos Brito queixou-se da arbitragem, nomeadamente da falta de critério nas faltas. Não poderia estar mais de acordo: na 1ª parte há pelo menos três faltas atacantes do Boavista que o Bruno Paixão não assinalou e que deram origem a ataques algo perigosos (incluindo o tal remate do João Pinto), e perto do final o Tiago deveria ter sido expulso por uma rasteira bárbara (reminiscências do estilo Jaime Pacheco?) sobre o Simão. Isto já para não falar do golo anulado ao Manduca em que me parece que ele estava em jogo. E termino com uma pergunta: porque é que a Sport TV repetiu até à exaustão o suposto lance de penalty do Nélson e não deu uma única repetição de um lance exactamente igual na grande-área deles sobre o Luisão pouco depois?
P.S. – A ser verdade a notícia sobre o salário do Robert ser o mais alto do plantel, o que obviamente não é bem aceite pelos jogadores mais carismáticos, isso explica muito do que foi a nossa 2ª volta. E, se assim for, é um erro abissal da SAD.
Ao enviar o clip para este post do D’Arcy, apercebi-me que quem faz o comentário é o Miguel Prates, que tem estado na berra nos últimos dias por supostamente ter feito, pensando estar offline, um comentário jocoso na Sport TV acerca do Benfica (“parece o Penafiel”) no intervalo do jogo em Camp Nou. Tomei conhecimento disto pela 1ª vez no Mar Vermelho e neste comentário ao post está uma hipotética resposta do próprio Miguel Prates a desmentir ter feito tal afirmação, dizendo que foi alguém que estava a passar “na nossa área de comentário”. De qualquer maneira, e porque esta rubrica tem estado muito esquecida neste blog (só este e este post até agora), cá vai uma imagem do dito jornalista em 1990.
Reparem na ligação cromática entre o pullover dele e o cenário, nas suas mãos meio entrelaçadas e principalmente no seu olhar. Será que teve alguma coisa a ver com o resumo do Glorioso que tinha acabado de dar? É um olhar de matador ou de enfado?
Como certamente já leram aqui e aqui, o hábito manteve-se no passado sábado: foi um convívio fantástico! Desta vez temperado pelo jogo no estádio dos azulejos ao qual só raramente demos atenção, porque estávamos a discutir e trocas ideias sobre algo bem mais importante: o Glorioso. Aliás, viemos a saber depois, naquele estádio também se lembraram do Benfica (como não podia deixar de ser), já que não houve pejo em se colocar a “Barcelona” do Freddie Mercury e Montserrat Caballé antes do início do jogo. O que é que interessava o jogo do título, quando o Benfica foi eliminado da Liga dos Campeões nessa mesma semana? Quando se nasce reles, é difícil deixar de o ser. Adiante…
Mais uma vez tivemos as expulsões habituais (do restaurante, primeiro, e do perímetro do estádio, depois) tendo a noite durado das 20h às 2h30. Mantivemos a média, portanto. Houve três baixas de última hora, a Laura, o Corto Maltese e o BP, todas mais que justificadas. Sendo assim, os convivas desta vez foram: HMémnon, D’Arcy, TMA, T-Rex (e respectiva consorte), Superman Torras, MB, EO, Pedro e eu próprio. Ficou manifestada a vontade de reduzir a periodicidade destes encontros, quiçá realizar um almoço da próxima vez (o que não é garantia que o convívio não se prolongue até às horas do costume…) e tentar que quem não pode estar presente desta ocasião o esteja no futuro.
Perdemos uma soberana oportunidade de ficar a dois pontos do 2º lugar ao empatarmos (2-2) em casa com o Marítimo. E poderia ter sido pior, porque a 12 minutos do fim estávamos a perder por 2-0. Assim, ficámos a quatro pontos dos lagartos, o que torna a tarefa da entrada directa na Champions muito complicada. Felizmente o Braga perdeu em Setúbal e deveremos ter pelo menos o 3º lugar assegurado, já que ficámos com seis pontos de vantagem sobre eles.
O Koeman fez entrar o Nélson, Robert e Marcel para a equipa principal e deixou o Karagounis e o Geovanni no banco. A nossa 1ª parte foi muito má, mas curiosamente até entrámos bem no jogo, com alguma velocidade nos minutos iniciais. Infelizmente, foi sol de pouca dura. Tivemos uma grande oportunidade num bom remate do Marcel, que o guarda-redes defendeu para a barra, mas a partir dos 10 minutos fizemos tudo muito lentamente. O Marítimo pouco perigo criava, mas aproveitou um canto para se colocar em vantagem, numa altura que o Ricardo Rocha estava fora do campo. O jogador deles saltou à vontade e cabeceou para o 2º poste, onde estava o Léo no início do canto. Todavia, enquanto a bola ia no ar, o nosso defesa deu inexplicavelmente dois passos para o lado e, quando a bola passou, ele já não estava no poste. Tivesse ele mantido a posição e não seria golo. Até ao final da 1ª parte, ainda deu para o Miccoli levar uma grande chapada dentro da grande área, mas sem que o Sr. Augusto Duarte assinalasse o respectivo penalty e expulsão.
Na 2ª parte mostrámos mais vontade, mas as coisas persistiam em não correr bem. Ao quarto-de-hora, o Koeman tirou o Marcel e o Nélson e colocou o Karagounis e o Mantorras, ficando nós a jogar com três defesas. Todavia, a 20 minutos do fim aconteceu um balde de água fria com o 2º golo do Marítimo, num lance em que o Manuel Fernandes defende muito mal a linha lateral, é batido pelo Evaldo que centra à vontade, o Luisão falha o corte e o Léo não acompanha o Zé Carlos, que bate o Moretto. Triplo erro defensivo! A partir daqui toda a gente achava que o jogo estava perdido, mas mais com o coração do que com a cabeça, como é normal nestes casos, conseguimos uma recuperação assinalável. Aos 79 minutos, o Petit aproveita um alívio para a entrada da área para, sem deixar a bola cair no chão, fuzilar o guarda-redes. A esperança renascia e o que é certo é que até ao fim do jogo tivemos pelo menos três flagrantes oportunidades: o Mantorras cabeceou na pequena-área e o Marcos defendeu sobre a linha (não me pareceu que a bola tivesse entrado); o Miccoli em fora-de-jogo introduziu a bola na baliza na sequência de um cabeceamento do Manduca, mas o Luisão chocou (fora da área) com o guarda-redes no início da jogada e não se percebeu se o árbitro marcou falta ou fora-de-jogo; e aos 92 minutos nova bola na barra cabeceada pelo Mantorras. O árbitro deu seis minutos de compensação (mais que justificados) e aos 94 surgiu um penalty indiscutível por mão de um defesa. O Simão, muito concentrado, livrou-nos da derrota.
Com um deficiente jogo colectivo, é difícil destacar algum jogador individualmente, mas o Ricardo Rocha terá sido dos menos maus e ainda teve tempo para sofrer um penalty que foi transformado em falta atacante. O Moretto continua um susto a jogar com os pés, mas tem a estrelinha do lado dele já que ainda não foi hoje que sofremos um golo por causa disso. O Nélson precisa de ser operado rapidamente, porque a pubalgia e a hérnia não o deixam jogar o que sabe. O Luisão e o Léo tiveram as falhas que apontei, todavia foram generosos como habitualmente. O Petit não está de facto em boa forma, mas marcou um golo memorável. O Manuel Fernandes esteve regular, apesar das culpas no 2º golo deles. O Simão e o Miccoli estiveram mais discretos do que habitualmente, mas são jogadores dos quais se pode sempre esperar um golpe de asa que nos resolva o jogo. O Karagounis e o Mantorras vieram dar mais dinamismo à equipa e continuo sem perceber a insistência do Koeman em sentar o grego no banco.
E deixo para o fim, propositadamente, os dois novos “Michael Thomas” ou “Paulo Almeidas” do plantel: Marcel e Robert. O brasileiro nem entrou mal no jogo, ganhou algumas bolas de cabeça e teve o tal lance à barra, mas assim que começou a ter intervenções menos boas, a contestação iniciou-se. Quanto ao francês é um caso ainda pior. É certo que o homem não é de grandes corridas, mas esteve longe de ser um dos piores em campo. É verdade que os livres e cantos não lhe saíram bem, mas teve alguns pormenores bastante bons e fez alguns centros perigosos que foram desaproveitados. Além disso, defendeu mais do que é normal. Não obstante, foi muito assobiado (tal como o Marcel) na altura da substituição. Com uma pressão destas sobre os nossos próprios jogadores, não sei como é que os benfiquistas esperam que eles rendam. Ao primeiro falhanço são logo assobiados. A paciência é uma virtude, mas infelizmente não do povo português.
As duas próximas jornadas são fulcrais, já que temos duas saídas dificílimas: Bessa e Choupana. Era essencial chegarmos ao 2º lugar, ainda por cima porque estamos em ano de Mundial e alguns dos nossos jogadores vão ter férias mais curtas. Começar a época antes de todos os outros e ainda ter de disputar uma pré-eliminatória é algo a evitar a todo o custo.
P.S. – O Manú foi expulso “por palavras” no Gil Vicente – E. Amadora. Que conveniente… Com quem é que joga o Estrela para a semana?
Confesso que nunca estive tão indeciso quanto ao resultado que prefiro no sábado quando as duas versões do Anti-Benfica se defrontarem naquele estádio dos azulejos. Sabe Deus que eu odeio o clube regional acima de todas as coisas, mas maior do que esse ódio é o amor ao Benfica e portanto acho que prefiro que o clube regional ganhe, porque é melhor para nós. Não farei o mínimo festejo, porque como é óbvio mais facilmente beberia um litro de água do Rio Trancão do que celebraria de alguma forma, por pequena que fosse, um golo marcado por esse clube, mas há que ser realista e ver que o melhor resultado para nós é a sua vitória. Como só um milagre nos faria ainda ganhar o campeonato, o principal objectivo deve ser o 2º lugar para ter o acesso directo à Champions. Ainda por cima, olhando para o calendário, os jogos do clube regional são mais fáceis do que os dos lagartos, pelo que estes perderem cinco pontos é mais provável do que o clube regional sete. Senão vejamos: depois desta partida o clube regional recebe o Leiria, vai a Penafiel, recebe o Guimarães e acaba no Bessa; os lagartos vão à Amadora, recebem a Naval, vão a Vila do Conde e recebem o Braga.
Mesmo que o clube regional perdesse no sábado ainda teria que perder mais um e empatar outro jogo. Com os adversários que vai ter, não se percebe como. Se os lagartos perderem ainda terão que perder mais um ou empatar dois, o que convenhamos que apesar de difícil é mais possível do que o outro caso. Se houvesse empate, os lagartos teriam de perder um e empatar outro, o que seria mais complicado. Por outro lado, apesar do grau de execrabilidade não ser idêntico, já não posso ouvir os lagartos falar da teoria do colo, pelo que era bem feito continuarem este ano a ser o clube do “quase”. Além de que se ganhassem o campeonato teria que levar com os festejos deles aqui ao pé, o que seria bastante penoso.
P.S. – O deadline para inscrições para o jantar dos bloguiquistas é sábado às 14h, via email. Até este momento, temos as seguintes presenças confirmadas: HMémnon, D’Arcy, TMA, T-Rex, Superman Torras, MB, Corto Maltese, EO, Laura, Pedro e BP. Infelizmente não vão poder estar connosco o Ry, Antitripa, Plaka e GR1904. Aguardo respostas dos seguintes: Anita, Gwaihir, os restantes Mar Vermelho, a equipa do Vermelho à Moda do Porto, Guitarrista, as Catarinas, Magnolia Azul, FPVC e o SL Benfica Ultra. Quanto aos/às outro(a)s todo(a)s bloguiquistas que me tenha eventualmente esquecido de referir, feel free to register and come.
Aconteceu o mais previsível: fomos eliminados da Liga dos Campeões pelo Barcelona, ao perder por 2-0 na 2ª mão. Temos que ser realistas e admitir que a qualificação do Barça é justa no conjunto das duas mãos. Foram mais fortes que nós e tiveram mais oportunidades em ambos os jogos. Esta nossa presença nos quartos-de-final deveria ser a “cereja no topo do bolo” da época e uma hipotética vitória na Champions seria sempre algo de extraordinário. O problema é que relegámos a competição nacional um pouco para segundo nível a favor de uma boa participação europeia e agora o mais provável é só ficarmos com a Supertaça no currículo desta época (a Taça continua-me atravessada…). No entanto, mais que cumprimos a nossa obrigação lá fora, já que eliminámos dois colossos do futebol europeu e a denominada melhor equipa da Europa só descansou completamente no último minuto quando fez o 2-0. O nosso prestígio está recuperado e espero que para o ano o possamos aumentar.
Apesar desta previsível eliminação, fiquei com um grande amargo de boca por uma razão muito simples: ambos os golos do Barça eram perfeitamente evitáveis. No 1º, o Beto tem uma intervenção ao nível dos Infantis ao tocar na bola com o pé de apoio enquanto armava o remate. Ainda por cima estava perto da nossa área e claro que o Barça não perdoou. Bastava dar um toque para o lado, já que o Léo estava desmarcado sobre a esquerda. No 2º golo, o Petit em vez de lançar de primeira o Léo, demora uma eternidade, é desarmado e na sequência do contra-ataque o Anderson tem uma falha incrível (parecida à de Lisboa em que o Eto’o fica isolado) e permite que a bola chegue ao Giuly que passa ao camaronês para marcar à vontade. Fiquei com a sensação que o Moretto poderia ter saído da baliza para fechar o ângulo, mas assim não aconteceu.
Mais uma vez fizemos uma 1ª parte para esquecer. Logo aos quatro minutos o Petit faz de Motta, mas claro que neste caso o penalty é assinalado. O Koeman bem o tinha prevenido na conferência de imprensa a seguir ao jogo da Luz. No entanto, o Moretto faz uma grande defesa e não permite que o Ronaldinho marque. Mas voltando ao início, se tivesse sido eu a fazer a equipa teria colocado o Karagounis em vez do Geovanni, porque se fosse preciso mudar alguma coisa (como foi) a velocidade do brasileiro poderia ser importante como foi a do Miccoli na 1ª mão. Ainda por cima, mais convencido fiquei de que deveria ter sido desta maneira, quando o Koeman colocou o Simão a “10” durante toda a 1ª parte, com o Manuel Fernandes a descair para a esquerda. Não percebi. Como também não percebi a 1ª substituição do nosso treinador pouco depois do intervalo. Coloca o grego, mas tira o… Geovanni. Com o Beto perfeitamente desastrado e nós a perder, esta opção é injustificável. Claro que mais tarde emenda a mão e tira o brasileiro para colocar o Robert, mas este não tem nem de perto nem de longe a categoria e o poder desequilibrador do Geovanni.
Infelizmente não voltámos a ter eficácia no ataque, apesar de só termos criado duas verdadeiras oportunidades de golo. Então na 1ª parte, a pobreza foi mesmo franciscana, já que só por uma vez rematámos à baliza, mas o cabeceamento do Anderson saiu ao lado (poderia e deveria ter feito bem melhor). Na 2ª atacámos um pouco mais e tivemos o momento do jogo: na sequência de um contra-ataque a partir de uma grande abertura do Karagounis, ficam dois atacantes para dois defesas. O Miccoli desmarca primorosamente o Simão que, isolado dentro da grande área e só com o guarda-redes pela frente, remata ao lado. Foi um falhanço incrível que a ser concretizado provavelmente tornaria a história do jogo diferente. O Simão não podia mesmo ter desperdiçado tão soberana chance, ainda pior do que a de Lisboa. A outra oportunidade surgiu mesmo antes do golo deles no último minuto, quando o Karagounis tem um bom remate fora-da-área que o Valdés defende com dificuldade. Fiquei com a ideia que se o Miccoli (que se baixou) tivesse desviado ligeiramente a bola de cabeça o guarda-redes poderia ter sido traído. É certo que foram poucas as oportunidades, mas não esqueçamos que estávamos a jogar em Camp Nou (quantas oportunidades teve o Chelsea lá?).
Individualmente, o Luisão foi de longe o melhor. Vai ser muito difícil segurá-lo no fim da época, o que será um problema porque não temos outro como ele. O Anderson demonstrou mais uma vez uma grande insegurança (dupla falha no 2ª golo: para além de não ter cortado a bola, antes do Eto’o rematar, pára inexplicavelmente) e não me parece um jogador para estas andanças, já que não é muito agressivo a defender, o que perante alguns dos melhores jogadores do mundo é essencial (a forma como é batido no 1º golo pelo Eto’o é demonstrativa disso). O Moretto também foi dos nossos melhores jogadores. Fez duas ou três defesas muito importantes para que continuássemos a acreditar que era possível. Se calhar, no 2º golo poderia ter feito mais, como referi, mas a maior responsabilidade não é dele. O Ricardo Rocha realizou mais um excelente jogo, o mesmo não se passando com o Léo, que fez uma excelente desmarcação para o Van Bommel na 1ª parte e esteve mais inseguro do que é habitual. O Petit deve ter feito dos piores jogos pelo Benfica. Para além da falha no 2º golo, esteve sempre bastante lento a lançar os ataques e recorreu muito à falta para travar os adversários. O Manuel Fernandes esteve mais discreto do que seria de esperar, mas jogou a extremo-esquerdo (!) durante toda a 1ª parte. O Beto… não faço comentários, aquele lance é mau demais. O Geovanni e o Simão foram muito marcados e tiveram pouca liberdade e o Miccoli esteve sempre muito sozinho na 1ª parte, mas ainda fez dois remates na 2ª, para além da tal abertura para o Simão. No entanto, um aspecto a rever é a boa concorrência que faz ao Mantorras em termos de foras-de-jogo idiotas. O Karagounis entrou razoavelmente e deu ideia que poderia ter sido titular ou ter entrado logo ao intervalo. O Robert não teve grandes hipóteses de brilhar e mais uma vez não lhe deixaram marcar um livre mesmo à medida dele já nos descontos. Assim sendo, não percebo porque joga…
Tivemos a nossa melhor participação europeia da década e devemos estar orgulhosos por isso. Obrigado, Benfica, por nos teres feito sonhar tão alto! O próprio Barcelona não esteve nada relaxado durante a partida e naqueles minutos finais a inquietação deles foi visível. Sonhámos ser possível eliminá-los, o que obviamente não teria o mesmo valor do que ultrapassar colossos como o Halmstads ou o Artmedia, mas tal como os outros não o conseguimos. No entanto, domingo lá estarei na Luz com um aplauso muito especial para os rapazes como forma de lhes agradecer este percurso inolvidável.
P.S. – E espero que no sábado os bloguiquistas estejam em peso neste evento na Catedral da Cerveja para celebrarmos o facto de pertencermos a este maravilhoso clube. O email continua à espera de inscrições.
A frase preferida do Trapattoni (eternamente grato pelo campeonato, eternamente grato por se ter ido embora) pode ser aplicada ao jogo de hoje à noite. Só que enquanto o Trapattoni a proferiu frente a adversários como o Belenenses, CSKA ou Estugarda, no caso deste jogo contra uma das melhores equipas do mundo ela pode e deve ser aplicada, porque nos garantirá (caso marquemos) a passagem aos quartos-de-final da Liga dos Campeões. No entanto, deveremos sempre pensar alto (como diz uma música muito em voga hoje em dia: “é esta a vantagem da ambição / podes não chegar à Lua / mas tiraste os pés do chão”) e ter a vitória em mente, porque assim teremos mais possibilidades de alcançar um resultado que nos qualifique. Temos essa vantagem sobre o Barça: para eles só um resultado interessa, para nós servem dois. E eu acredito que seja possível marcar em Camp Nou.
Só espero que o árbitro seja melhorzinho do que o da 1ª mão. Já a arbitragem do Barcelona – Chelsea foi muito caseira (e a do jogo frente ao Real Madrid, nem se fala). Eu sei que para a maioria dos adeptos de futebol (entre os quais quatro milhões de portugueses, que estarão muito mais preocupados com este jogo do que com o do próximo sábado) é preferível continuarem a ver o Ronaldinho jogar. No entanto, se assim for que seja apenas por mérito futebolístico.
Parece uma tarefa impossível, mas tal como disse no post anterior “deixem-me sonhar”. Os jornais catalães já pensam nas meias (já lá está o Milan que levou um banho de bola do Lyon, esteve todo o jogo na ronha e muito irritantemente ganhou-o aos 88 minutos! Cada vez mais detesto as equipas italianas, parece que gozam com os adversários, porque já sabem que ganham o jogo nos últimos minutos. É inacreditável!), os treinos do Barça são uma festa, todos estão relaxados e hiperconfiantes. Mas esquecem-se que it has been done before e numa situação muito semelhante. Em todo o caso, independentemente do que se vier a passar logo à noite, o orgulho manter-se-á inalterado. SEMPRE!
FORÇA BENFICA!
Mais uma vitória na véspera do jogo mais importante da época. Apesar de um mau início de jogo, com um golo sofrido muito cedo, a justeza do nosso triunfo em Belém por 2-1 é incontestável. Conseguimos dar a volta ao marcador ainda na 1ª parte e na 2ª, a exemplo do que já sucedera frente ao Braga, limitámo-nos a controlar (nem sempre bem) a partida, embora devido à vantagem mínima tivesse sido um jogo de algum sofrimento para os adeptos.
Finalmente quebrei o enguiço este ano! Tinha ido ver o Glorioso fora duas vezes (Manchester e Braga) e tínhamos perdido ambos os jogos, pelo que à terceira foi de vez. Ainda por cima tive o privilégio de ter a companhia do meu amigo D’Arcy, o que tornou o serão futebolístico quase perfeito (faltou só que os lagartos não tivessem ganho em Guimarães). Confesso que com o golo sofrido logo aos oito minutos (no estádio pareceu-me frango do Moretto, mas a TV mostra que o remate do José Pedro foi bem colocado, embora desse a ideia que o nosso guarda-redes se poderia ter lançado mais cedo) vi a minha vida andar para trás. Queres ver que eu dava azar ao Glorioso fora de casa?! Quando, pouco depois na sequência de uma excelente abertura do Miccoli, o Nuno Gomes demora séculos a rematar e por via disso deixa-se desarmar e lesiona-se com alguma gravidade (é quase certo que falhe Barcelona), ainda mais apreensivo fiquei. O jogo não nos estava a correr nada bem, mas eis senão quando o Beto faz a sua jogada da época, conduz a bola por entre três adversários e já dentro da área liberta no momento exacto para o Miccoli que, só com a recepção tira o defesa do caminho, remata em arco e obtém um magnífico golo. Poucos minutos volvidos, o Miccoli conduz um ataque e passa ao Karagounis que remata fora da área e estreia-se a marcar pelo Benfica. Mais uma vez no estádio pareceu-me que o Marco Aurélio teve algumas culpas, mas a repetição na televisão mostra que o remate é ligeiramente desviado por um jogador do Belenenses. Estava dada a volta ao resultado antes do intervalo e até ao final da 1ª parte poderíamos ter acabado com o jogo quando, na nossa melhor jogada, o Miccoli desmarca o Simão que remata cruzado (de ângulo já difícil) ao lado.
Como o D’Arcy e eu suspeitávamos, na 2ª parte o Benfica preparava-se para deixar correr o marfim à espera do fim do jogo. E assim foi. O Belenenses entrou muito pressionante e durante 15 minutos encostou-nos às cordas. Ao contrário do que seria desejável, nós nem sequer tentávamos o contra-ataque. Estávamos já com a cabeça em Barcelona, o que era uma atitude muito perigosa só com a vantagem mínima no marcador. O Koeman mexeu na equipa e para minha surpresa tirou o Karagounis e colocou o Geovanni. Trocou um médio por um avançado, quando eu esperava que saísse o Miccoli, até para o poupar para a próxima 4ª feira. Todavia, por esta altura o gás do Belenenses já se tinha esgotado, mas nós também não estávamos interessados em dar a estocada final na partida. O nosso único lance de perigo na 2ª parte foi uma boa jogada do Léo, a menos de dez minutos do fim, que culminou num remate em arco à barra, com o Marcou Aurélio a seguir a trajectória da bola com os olhos. No entanto, mesmo no último minuto de descontos o Belenenses tem uma boa oportunidade com o Meyong isolado na área a cabecear por cima. Era uma grande penalização para nós, mas era o que daria estar a fechar a loja com apenas 2-1.
Individualmente, o Miccoli destacou-se porque participou nos dois golos e mexeu com o nosso ataque todo. A sua qualidade é indesmentível, vale bem os cinco milhões de euros da cláusula de opção, mas o grande problema são as sucessivas lesões musculares que tem. Será um bom investimento? Confesso que estou indeciso. O Beto também fez um bom jogo e está decididamente a viver a sua melhor fase no Benfica. O Luisão foi imperial nas alturas, apesar de na 1ª parte ter sofrido um pouco com o Meyong. O Simão também está de volta à boa forma e a ajuda defensiva que deu na 2ª parte foi de louvar (magistral a forma como se desenvencilhou do Rui Jorge junto à linha lateral perto da nossa área). O Geovanni entrou muito bem no jogo e o resto da equipa esteve num nível razoável. Dada a lesão do Nuno Gomes, deveremos jogar com Simão, Miccoli e Geovanni na próxima 4ª feira, mas eu não sei se não guardaria um destes dois para a 2ª parte, já que a sua velocidade pode causar muitos estragos à defesa do Barça. Vai ser muito difícil e espera-se um sofrimento atroz, mas como diria o José Torres “deixem-me sonhar”.
P.S. – Acho piada como os treinadores adversários aproveitam o jogo frente ao Benfica para cascar nas arbitragens. Contra o clube regional (principalmente) e os lagartos são roubados até mais não, mas ficam sempre calados. Dos lances que o Couceiro reclama, o do Petit não me parece penalty, porque ele vai à bola ao mesmo tempo que o José Pedro (aliás, este na flash interview, quando questionado, nem sequer se lembrou desta jogada). O do Manduca foi mesmo à minha frente e pareceu-me que ele bateu com o ombro na bola. Na televisão fica-se com mais dúvidas, mas infelizmente não houve imagem desse lado para tirá-las. Mesmo assim, admito que possa ter sido penalty. Porém, a diferença de critério do Pedro Henriques da 1ª para a 2ª parte é que foi de realçar. Na 1ª deixou jogar como habitualmente, mas na 2ª cada vez que o jogador do Belenenses caía era falta. Aliás, o próprio Couceiro reconheceu isto.