quarta-feira, junho 29, 2005
A propósito de Mondovino
Fui ver na semana passada este muito interessante documentário sobre o mundo dos vinhos. O realizador pegou na sua câmara digital, percorreu três continentes e falou com diversos produtores vinícolas. Para além de uma resenha de diversas maneiras e artes de fazer vinho, o que mais sobressai no filme é a luta que existe actualmente entre os produtores tradicionais e os produtores capitalistas. Não fazia a menor ideia de que a globalização tinha chegado a este mundo desta maneira: os vinhos estão a tornar-se muito semelhantes em toda a parte do globo, porque o poder de decisão está concentrado em meia dúzia de pessoas, que impõem as suas ideias e o seu gosto. Os grandes produtores norte-americanos estão a expandir-se e abrem joint-ventures em França, Itália e Argentina. E os críticos mais influentes ditam os vinhos que vão ter sucesso ou não. O gosto tende a ser uniformizado e as diferenças entre as regiões estão cada vez mais esbatidas. A maneira de produzir está a tornar-se universal. Mais uma vez, quem tem dinheiro impõe a sua lei e os pequenos produtores estão a definhar. É paradigmático que os maiores opositores a esta globalização sejam produtores já para lá dos 65 anos, que dizem inclusive que “o vinho está morto”. Quando estes desaparecerem, vai ser difícil aos herdeiros resistirem ao apelo do vil metal, proporcionado por estas joint-ventures norte-americanas.
Vem isto tudo a propósito desta notícia sobre a compra de 98% das acções do Manchester United por parte do empresário norte-americano Malcolm Glazer, que assim ficou com o poder de obrigar os detentores dos restantes 2% a terem que lhe vender as acções. Entretanto, Glazer já nomeou três filhos para a administração do clube, retirou-o da Bolsa de Londres e consta-se que quer aumentar o preço dos bilhetes para o dobro. O que é que resta de um clube, tal como nós o conhecemos, depois disto? Aqui há um post muito elucidativo sobre estas duas maneiras de encarar o fenómeno desportivo: a puramente económica ou como indústria de “entertainment” e a dos verdadeiros adeptos que, mais do que quererem que o seu clube faça dinheiro, querem é sentir que o clube lhes pertence. Ganhar ou perder faz parte do jogo, mas é natural que a ligação dos adeptos aos clubes seja maior quão maior for o sentimento de pertença. E se vem um magnata (estrangeiro ou nacional, é indiferente), que só vê cifrões à frente, tomar conta de um clube, este vai inevitavelmente perder a sua base social de apoio a longo prazo, porque os adeptos deixam de ter poder de decisão. Aliás, não é por acaso que um grupo de apoiantes do Manchester United vai fundar um novo clube. Porque nem sempre as decisões com base puramente económica são as melhores, há que também pensar e sentir o clube para além disso. Por exemplo, vender um determinado jogador pode ser vantajoso em termos financeiros, mas desastroso em termos desportivos. Ter os cofres cheios não é sinónimo de sucesso no campo (tivemos este ano mais a norte um caso paradigmático disto).
Espero bem que o Glorioso SLB nunca se veja numa situação destas. Temos a vantagem de o nosso mercado ser bem menos apetecível do que o mercado inglês, mas é absolutamente fundamental que o clube mantenha sempre a maioria das acções da sua SAD, porque isso é a garantia que os seus sócios, enquanto puderem eleger Direcções, ainda são a voz maioritária no destino desta. E uma SAD precisa de ter um clube por detrás, mas um clube sem sócios nem adeptos não existe.
Vem isto tudo a propósito desta notícia sobre a compra de 98% das acções do Manchester United por parte do empresário norte-americano Malcolm Glazer, que assim ficou com o poder de obrigar os detentores dos restantes 2% a terem que lhe vender as acções. Entretanto, Glazer já nomeou três filhos para a administração do clube, retirou-o da Bolsa de Londres e consta-se que quer aumentar o preço dos bilhetes para o dobro. O que é que resta de um clube, tal como nós o conhecemos, depois disto? Aqui há um post muito elucidativo sobre estas duas maneiras de encarar o fenómeno desportivo: a puramente económica ou como indústria de “entertainment” e a dos verdadeiros adeptos que, mais do que quererem que o seu clube faça dinheiro, querem é sentir que o clube lhes pertence. Ganhar ou perder faz parte do jogo, mas é natural que a ligação dos adeptos aos clubes seja maior quão maior for o sentimento de pertença. E se vem um magnata (estrangeiro ou nacional, é indiferente), que só vê cifrões à frente, tomar conta de um clube, este vai inevitavelmente perder a sua base social de apoio a longo prazo, porque os adeptos deixam de ter poder de decisão. Aliás, não é por acaso que um grupo de apoiantes do Manchester United vai fundar um novo clube. Porque nem sempre as decisões com base puramente económica são as melhores, há que também pensar e sentir o clube para além disso. Por exemplo, vender um determinado jogador pode ser vantajoso em termos financeiros, mas desastroso em termos desportivos. Ter os cofres cheios não é sinónimo de sucesso no campo (tivemos este ano mais a norte um caso paradigmático disto).
Espero bem que o Glorioso SLB nunca se veja numa situação destas. Temos a vantagem de o nosso mercado ser bem menos apetecível do que o mercado inglês, mas é absolutamente fundamental que o clube mantenha sempre a maioria das acções da sua SAD, porque isso é a garantia que os seus sócios, enquanto puderem eleger Direcções, ainda são a voz maioritária no destino desta. E uma SAD precisa de ter um clube por detrás, mas um clube sem sócios nem adeptos não existe.
segunda-feira, junho 27, 2005
Futsal
Como se previa e desejava, a do voleibol não foi a única dobradinha este ano. Não tivemos a mais desejada, a do futebol, mas o futsal deu-nos uma grande alegria na 6ª feira passada. Ainda por cima frente aos lagartos, o que tem sempre um sabor especial. Depois de estarmos a perder por quatro (!) vezes, recuperámos e no prolongamento o André Lima marcou quatro dos seus cinco golos e resolveu a questão por 7-4. Em três anos de modalidade, conquistámos a dobradinha pela 2ª vez. Parabéns ao Glorioso!
sexta-feira, junho 24, 2005
A moral
Peço desculpa, mas vou ter que mencioná-lo. Ainda por cima, o nº 1 daquilo que eu não deveria mencionar. A criatura (chamar senhor ou pessoa seria um grande elogio) que preside ao clube regional deu a entender mais uma vez que o Benfica foi muito beneficiado pelos árbitros ao longo do ano e que controla o Conselho de Arbitragem da Liga (claro, claro, tal como ficou demonstrado pelo Sr. Benquerença...) . Uma pergunta: esta criatura acusar alguém de comprar árbitros não é o mesmo que o Carlos Silvino acusar alguém de ser pedófilo ou o Bin Laden acusar alguém de ser terrorista ? Porque é que ninguém lhe pergunta que moral tem ele para fazer este tipo de acusações?! Heeelloooo?!?!?!? A criatura é arguida num caso de corrupção e tráfico de influências! Ou será que não é e fui eu que sonhei com isto? É uma tristeza...
quarta-feira, junho 22, 2005
Faz hoje um mês!
SOMOS NÓS, SOMOS NÓS, OS CAMPEÕES DE PORTUGAL SOMOS NÓS!
P.S. - Excelente a entrevista de Luís Filipe Vieira na RTPN, ontem à noite. Respondeu, e bem, a todas as questões que lhe foram colocadas e deu duas óptimas notícias: a renovação com o Petit até 2010 e a tentativa de comprar a totalidade do passe do Luisão. Entretanto, em duas semanas e meia já se venderam 25.000 kits novo sócio. E há novos parceiros comerciais na lista, nomeadamente duas seguradoras que fazem descontos de 25%. O que é que estão à espera para o comprar?!
sexta-feira, junho 17, 2005
Superstições II
O meu amigo J.M., distintíssimo membro do CTLX, dá azar ao Benfica sempre que vai ver jogos ao vivo. É um facto provado cientificamente, senão vejamos a lista de jogos que ele presenciou in loco ao longo dos últimos anos: 2000/01 - Belenenses (f): 0-1; 2001/02 – Belenenses (f): 1-1; 2002/03 – clube regional (c): 0-1; 2003/04 – lagartos (c): 1-3; U. Leiria (f): 3-3; 2004-05 - Rio Ave (c): 3-3. As únicas excepções a esta regra quase não contam: o jogo de inauguração do estádio novo (Nacional de Montevideo – 2-1) e o jogo em casa contra o já despromovido E. Amadora no ano passado (3-1). Apesar deste péssimo karma, resolvi convidá-lo esta época para vir ao jogo a seguir a uma vitória nossa por 4-0. O jogo era em casa e contra a equipa que estava em último lugar. Era uma aposta quase segura para reverter o mau olhado, já que não se anteviam grandes dificuldades. Resultado: SLB – 0 – Beira-Mar – 2! Ok, eu devia ter percebido que nunca se deve facilitar. Estes três pontos foram perdidos por causa de mim, mea culpa... Em jogos oficiais, ele tem a excelente performance de 1 V - 3 E - 4 D. Em 24 pontos possíveis, fizemos 6! Escusado será dizer que o J.M. nunca mais foi à bola até ao final da época. Aliás, viu-se o resultado!
No entanto, e porque há sempre um lado positivo em tudo, há que dizer que o J.M. teve um contributo importante na nossa vitória no campeonato. Claro que a razão principal foi nunca mais ter ido ao futebol, mas não é a única. Começando no jogo contra o Marítimo em casa, viu os oito últimos jogos sempre na casa dele e com um amigo igualmente benfiquista (que levava a box da SportTV, que transmitiu a maioria dos encontros). Sabem qual foi o único jogo que não viu nestas condições? O jogo em Vila do Conde! Claro está que levou uma grande bronca assim que o vi na manhã seguinte. Com coisas sérias, não se brinca! (A excepção que confirma esta regra foi o jogo em Penafiel, mas aí, apesar de o terem visto juntos, era mesmo preciso um milagre para não termos perdido...).
Estou absolutamente convencido que isto só se alterará quando o J.M. comprar um cativo para ver os jogos todos. Acho que é praticamente impossível em 17 jogos nós não ganharmos uns quantos... Mas até o comprar, e no que depender de mim, jogos ao vivo só vai ver quando já não tivermos nada a perder!
No entanto, e porque há sempre um lado positivo em tudo, há que dizer que o J.M. teve um contributo importante na nossa vitória no campeonato. Claro que a razão principal foi nunca mais ter ido ao futebol, mas não é a única. Começando no jogo contra o Marítimo em casa, viu os oito últimos jogos sempre na casa dele e com um amigo igualmente benfiquista (que levava a box da SportTV, que transmitiu a maioria dos encontros). Sabem qual foi o único jogo que não viu nestas condições? O jogo em Vila do Conde! Claro está que levou uma grande bronca assim que o vi na manhã seguinte. Com coisas sérias, não se brinca! (A excepção que confirma esta regra foi o jogo em Penafiel, mas aí, apesar de o terem visto juntos, era mesmo preciso um milagre para não termos perdido...).
Estou absolutamente convencido que isto só se alterará quando o J.M. comprar um cativo para ver os jogos todos. Acho que é praticamente impossível em 17 jogos nós não ganharmos uns quantos... Mas até o comprar, e no que depender de mim, jogos ao vivo só vai ver quando já não tivermos nada a perder!
quinta-feira, junho 16, 2005
Fernando Chalana
Afinal, sempre vai haver um adjunto português na equipa técnica! E alguém que tem os requisitos essenciais, ou seja, é benfiquista, tem carisma e conhece bem o nosso clube. Deve ter sido o Koeman que não quis que o Álvaro continuasse, por estar conotado com o treinador anterior. É uma atitude legítima, mas continuo a achar que se deveria ter tratado do caso do Álvaro de outra maneira, menos em cima do começo da nova época. No entanto, o fundamental era ter alguém na equipa técnica que conhecesse o futebol português e era com apreensão que ia lendo que ela seria constituída apenas por holandeses. Felizmente, foi só mais uma daquelas notícias para encher jornais no defeso.
Estou obviamente contente por esse grande ex-jogador voltar novamente ao Benfica. Pode ser que descubra outro Miguel! Bem vindo, Chalana!
Estou obviamente contente por esse grande ex-jogador voltar novamente ao Benfica. Pode ser que descubra outro Miguel! Bem vindo, Chalana!
terça-feira, junho 14, 2005
Foi falta!
Graças a um comentário do HMémnon no blog do D’Arcy, tomei conhecimento desta notícia. Ainda a propósito do golo do Luisão frente aos lagartos, afirma o árbitro Paulo Paraty: “o modo afirmativo como o Ricardo se dirigiu a mim criou-me alguma dúvida quanto à possibilidade de o golo ter sido obtido, como reclamava o guarda-redes do Sporting, com a mão.” Toda a gente percebeu pelas imagens da televisão que o guarda-redes dos lagartos reclamava mão do Luisão, e não falta. O árbitro apenas o veio confirmar agora. Todavia, o próprio Ricardo afirmou dois dias depois que “quando fui falar com o árbitro assistente, foi para dizer-lhe que qualquer contacto com o guarda-redes dentro da pequena área é falta.” O “É mão! Foi com a mão” que se lê perfeitamente nos lábios, afinal queria dizer “qualquer contacto com o guarda-redes dentro da pequena área é falta.” (ufa!) Mais depressa se apanha um mentiroso...
No calor do jogo, o Ricardo reclamou com o árbitro algo que presumiu, a mão do Luisão (o que, apesar de não ter existido, até é lícito dizer a quente e vendo o movimento invulgar do corpo do nosso jogador), depois mais a frio veio dizer algo que não sentiu na altura, logo, que não existiu: a pseudo falta. Foi falta sim, mas de jeito e, posteriormente, de fair play. De qualquer maneira, e parafraseando uma tarja de um adepto do Glorioso, é caso para dizer: Obrigado, Ricardo!
No calor do jogo, o Ricardo reclamou com o árbitro algo que presumiu, a mão do Luisão (o que, apesar de não ter existido, até é lícito dizer a quente e vendo o movimento invulgar do corpo do nosso jogador), depois mais a frio veio dizer algo que não sentiu na altura, logo, que não existiu: a pseudo falta. Foi falta sim, mas de jeito e, posteriormente, de fair play. De qualquer maneira, e parafraseando uma tarja de um adepto do Glorioso, é caso para dizer: Obrigado, Ricardo!
sexta-feira, junho 10, 2005
Álvaro Magalhães
Este blog vai de fim-de-semana prolongado e só volta na 2ª feira à noite. Provavelmente a situação do Álvaro deverá ficar resolvida durante este período, pelo que não queria deixar de manifestar desde já a minha opinião. Fala-se que o Álvaro se pode ir embora, já que acaba contrato como treinador-adjunto (o Record já dá a notícia como certa, mas ainda não houve confirmação oficial). Considero isto um grande erro. Julgo que é essencial que haja um adjunto na equipa técnica que faça a transição entre diferentes treinadores principais. Isto é especialmente importante se se tratam de técnicos estrangeiros que chegam pela primeira vez ao nosso futebol, como é o caso do Ronald Koeman, e geralmente não conhecem em detalhe quer os jogadores do plantel, quer os adversários.
Durante a década de 80, a última em que ganhámos campeonatos com regularidade, os treinadores principais iam mudando, mas o Toni ficava sempre lá como adjunto. Os resultados foram os que se viram. Na minha opinião, o adjunto deve ser alguém que conhece bem o Benfica e a sua mística, como é o caso evidente do Álvaro, que tem a vantagem de saber empolgar quer os jogadores, quer os adeptos. Acho normal que o treinador principal queira trazer um adjunto da sua confiança, mas nada impede o Benfica de ter dois adjuntos. O Trapattoni prescindiu de ter um adjunto trazido por ele, mas o Camacho trouxe-o e não foi por isso que o Chalana num ano, e o Álvaro noutro, não figuravam na equipa técnica.
Espero sinceramente que esta dispensa não se confirme...
Durante a década de 80, a última em que ganhámos campeonatos com regularidade, os treinadores principais iam mudando, mas o Toni ficava sempre lá como adjunto. Os resultados foram os que se viram. Na minha opinião, o adjunto deve ser alguém que conhece bem o Benfica e a sua mística, como é o caso evidente do Álvaro, que tem a vantagem de saber empolgar quer os jogadores, quer os adeptos. Acho normal que o treinador principal queira trazer um adjunto da sua confiança, mas nada impede o Benfica de ter dois adjuntos. O Trapattoni prescindiu de ter um adjunto trazido por ele, mas o Camacho trouxe-o e não foi por isso que o Chalana num ano, e o Álvaro noutro, não figuravam na equipa técnica.
Espero sinceramente que esta dispensa não se confirme...
quinta-feira, junho 09, 2005
Ronald Koeman
Finalmente, temos treinador! Confesso que, dos três nomes que eram dados como favoritos (Koeman, Le Guen e Camacho), este é o que menos me entusiasma a priori, também por não o conhecer tão bem como os outros dois. Conhecia-o melhor como jogador, nomeadamente por causa de uma tristeza e de uma alegria: a primeira quando nos roubou a Taça do Campeões pelo PSV em 1988; a segunda quando marcou um golão ao Vítor Baía a mais de 30 metros da baliza, num memorável Barcelona – 3 – clube regional – 0 em 1992.
Naturalmente, desejo-lhe agora toda a sorte do mundo e espero para ver antes de fazer um juízo mais definitivo. Vem com boas referências, já que em sete anos de treinador principal ganhou dois Campeonatos e uma Taça pelo Ajax, enquanto o novo treinador do clube regional, Co Adriaanse, em 16 anos de responsável máximo ganhou... zero títulos! Mas isto não quer dizer nada e há que aguardar pelo início da época para ver como iremos jogar. Espera-se um futebol mais atacante e atractivo do que o apresentado nesta época, mas já agora com resultados semelhantes...!
Naturalmente, desejo-lhe agora toda a sorte do mundo e espero para ver antes de fazer um juízo mais definitivo. Vem com boas referências, já que em sete anos de treinador principal ganhou dois Campeonatos e uma Taça pelo Ajax, enquanto o novo treinador do clube regional, Co Adriaanse, em 16 anos de responsável máximo ganhou... zero títulos! Mas isto não quer dizer nada e há que aguardar pelo início da época para ver como iremos jogar. Espera-se um futebol mais atacante e atractivo do que o apresentado nesta época, mas já agora com resultados semelhantes...!
A selecção e o Jeremy Irons
No início da década de 90, quando esteve em Portugal a rodar A Casa dos Espíritos, Jeremy Irons teve uma declaração curiosa sobre a diferença entre o cinema americano e o cinema europeu, cujo sentido nunca mais me esqueci. Disse ele qualquer coisa deste género: o cinema americano é como as prostitutas, como é visto por muita gente, temos que o compartilhar com todas as pessoas quer gostemos delas ou não; o cinema europeu é como a nossa mulher, como é muito menos visto, só o compartilhamos com quem gostamos. É exactamente este o exemplo que eu dou quando me perguntam sobre a diferença entre a selecção e o Benfica. A selecção temos que a partilhar com lagartos e adeptos do clube regional, o que é bastante estranho e até contranatura, porque habitualmente a tristeza deles equivale à nossa alegria; o Benfica só o compartilhamos com quem tem o coração da mesma cor e sensações de alegria ou tristeza iguais a nós. Portanto, é-me impossível sentir o mesmo em relação aos dois. Portugal ser Campeão do Mundo ou o Benfica ganhar a Liga dos Campeões? Se tivesse que escolher só uma hipótese, a resposta seria óbvia!
P.S. – Independentemente disto, fiquei contente pela vitória de hoje na Estónia, com um grande golo de cabeça do Cristiano Ronaldo na sequência de um excelente centro do Figo. Não jogámos muito, mas ganhámos que era o fundamental. Felizmente já lá vai o tempo das “vitórias morais”...
P.S. – Independentemente disto, fiquei contente pela vitória de hoje na Estónia, com um grande golo de cabeça do Cristiano Ronaldo na sequência de um excelente centro do Figo. Não jogámos muito, mas ganhámos que era o fundamental. Felizmente já lá vai o tempo das “vitórias morais”...
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Bicadas,
Qualificação Mundial 2006,
Selecção
terça-feira, junho 07, 2005
Comentários
Como forma de comemoração de um ano de existência e a bem da interactividade, este blog passa a ter a secção de comentários. A gerência agradece que os ditos venham assinados. Dizei de vossa justiça!
Portugal – 2 – Eslováquia - 0
Que alívio foi ver ao vivo um jogo de futebol perfeitamente descansado ao fim de dois meses. Claro que fiquei contente por Portugal ter ganho, mas mesmo que não o conseguisse, que diabo, SOMOS CAMPEÕES, o que é que mais interessa?! Ainda por cima, dos nossos só jogou o Petit, o que é mais uma razão para a selecção me bater bastante menos que o Benfica. Mas foi bonito ver o estádio da Luz completamente cheio outra vez e poder ver um jogo novamente da perspectiva do 3º anel. Como já escrevi neste blog, parece um campo diferente do que é sob o prisma do piso 0, onde costumo ver os jogos do Glorioso. Se no Mundial (é impensável que Portugal não se qualifique) a nossa selecção voltar a fazer boa figura, é natural que me empolgue mais como na altura do Euro, mas até lá os jogos da selecção servem mais para descontrair do stress causado pelo Glorioso.
Quanto ao jogo em si, é de facto um privilégio poder ver um jogador como o Cristiano Ronaldo ao vivo. É já hoje um dos melhores extremos do mundo. O Ricardo teve mais sorte do que o Moreira na Final da Taça no único de lance de perigo dos eslovacos, quando a bola, que ele defendeu para a frente, passou a rasar o poste. O Deco também jogou bastante bem e o Figo provou (apesar de ser voltado à selecção, não tenhamos dúvidas, por causa da sua situação de suplente no Real Madrid) que ainda tem lugar na equipa. No entanto, a grande surpresa do jogo foi o Alex, que, de médio banalíssimo no ano passado, se transformou num promissor defesa-direito. Como ainda pertence ao Benfica, se o Miguel se for embora, aparentemente não precisamos de contratar mais ninguém.
Quanto ao jogo em si, é de facto um privilégio poder ver um jogador como o Cristiano Ronaldo ao vivo. É já hoje um dos melhores extremos do mundo. O Ricardo teve mais sorte do que o Moreira na Final da Taça no único de lance de perigo dos eslovacos, quando a bola, que ele defendeu para a frente, passou a rasar o poste. O Deco também jogou bastante bem e o Figo provou (apesar de ser voltado à selecção, não tenhamos dúvidas, por causa da sua situação de suplente no Real Madrid) que ainda tem lugar na equipa. No entanto, a grande surpresa do jogo foi o Alex, que, de médio banalíssimo no ano passado, se transformou num promissor defesa-direito. Como ainda pertence ao Benfica, se o Miguel se for embora, aparentemente não precisamos de contratar mais ninguém.
sábado, junho 04, 2005
Jantar de Bloguiquistas
Graças a esta feliz iniciativa do H Mémnon dirigida a bloggers benfiquistas, tive oportunidade de conhecer pessoalmente, para além do próprio, o D’Arcy, o Ry, o JRD, a CPC e a Miss Catty no restaurante com a melhor vista de Lisboa. O jantar só durou das 20h à 1h e o tempo passou realmente a voar. Entre a memória gloriosa do passado e as recordações (novamente magníficas) do presente, muitas experiências benfiquistas foram relatadas. Desde os 5-1 ao Real Madrid na década de 60, os três golos do Néné na Final da Taça frente ao Porto em 81, os 6-3 em Alvalade em 94 e as superstições que cada um de nós tem que ajudaram (facto cientificamente provado) a equipa conquistar o campeonato deste ano, muito se falou e muito ficou por falar. Por isso mesmo, está prometida a continuação, com o alargamento desejável dos convivas, num novo jantar onde se festeje esta bênção que é... ser benfiquista!
sexta-feira, junho 03, 2005
40 cêntimos/dia
Foi finalmente lançado o Kit Novo Sócio. Menos que uma bica, três cigarros ou metade de um jornal por dia é quanto custa ser sócio do Sport Lisboa e Benfica. Apesar das desnecessárias declarações do nosso presidente (estar sempre a ameaçar que se vai embora, neste caso se os adeptos não aderirem em massa a este projecto, não lhe fica nada bem, especialmente quando ainda lhe falta cumprir um ano de mandato), o que é certo é que esta direcção merece toda a credibilidade pelo que já fez em prol do clube. Além disso, o Benfica deu-nos uma grande alegria este ano, pelo que está na altura de os adeptos retribuírem e darem uma grande alegria ao Benfica. E essa alegria custa somente 40 cêntimos por dia ou talvez nem tanto, já que com todas as vantagens que o cartão traz, até pode sair de borla. Nunca é demais repetir este ponto: o cartão dá descontos que permitem que as quotas sejam grátis! O que é que estão à espera?! Se cada sócio actual convencer duas pessoas a tornarem-se associadas, chegaremos ao objectivo ambicioso dos 300.000. Claro que enviei um mail de convencimento aos meus contactos e o meu amigo A. já me disse que encomendou o kit. Vamos lá aderir!
quarta-feira, junho 01, 2005
O novo treinador
Para quem segue este blog, a minha escolha para ser o novo treinador é óbvia: José António Camacho. Há várias razões para tal:
- Conhece bem o plantel, o clube e o campeonato português;
- Impõe respeito, disciplina e é muito profissional*;
- É bem aceite tanto pelos jogadores como pelos adeptos;
- A equipa jogava sempre para ganhar e o futebol que apresentava era bastante atractivo. Nas suas duas épocas fizemos 75 e 74 pontos, o que daria para ganhar este campeonato com 13 e 12 pontos de diferença, respectivamente. Para além disso, o goal average foi de 74-27 e 62-28 contra o 51-31 deste ano.
- Não deve ser excessivamente caro.
* Quanto ao profissionalismo, só gostaria de relembrar um episódio que veio relatado nos jornais quando nos qualificámos para a pré-eliminatória da Liga dos Campeões em 2002/03 e ainda faltavam 3 jogos para o final do campeonato. No 1º treino depois de garantido o 2º lugar os jogadores mostraram-se mais relaxados e desconcentrados (à portuguesa) e o Camacho berrou-lhes: “isto ainda não acabou!”. Resultado: conseguimos 2 vitórias e 1 empate até ao final do campeonato.
Quanto aos outros nomes de que se fala, o Paul Le Guen não seria uma má escolha, apesar de poder ser mais caro que o Camacho (é tricampeão francês pelo Lyon), e o Ronald Koeman, que já ganhou dois campeonatos pelo Ajax, também não deve ser mau. Temos grandes responsabilidades na nova época, nomeadamente fazer boa figura na Liga dos Campeões, e um novo cartão de sócio para vender. O treinador deverá ser alguém que já tenha ganho títulos e seja respeitado pelos adeptos para a mobilização ser maior. Dito isto, só espero que não seja um português, porque não estou a ver nenhum treinador nacional com perfil para treinar o Glorioso.
- Conhece bem o plantel, o clube e o campeonato português;
- Impõe respeito, disciplina e é muito profissional*;
- É bem aceite tanto pelos jogadores como pelos adeptos;
- A equipa jogava sempre para ganhar e o futebol que apresentava era bastante atractivo. Nas suas duas épocas fizemos 75 e 74 pontos, o que daria para ganhar este campeonato com 13 e 12 pontos de diferença, respectivamente. Para além disso, o goal average foi de 74-27 e 62-28 contra o 51-31 deste ano.
- Não deve ser excessivamente caro.
* Quanto ao profissionalismo, só gostaria de relembrar um episódio que veio relatado nos jornais quando nos qualificámos para a pré-eliminatória da Liga dos Campeões em 2002/03 e ainda faltavam 3 jogos para o final do campeonato. No 1º treino depois de garantido o 2º lugar os jogadores mostraram-se mais relaxados e desconcentrados (à portuguesa) e o Camacho berrou-lhes: “isto ainda não acabou!”. Resultado: conseguimos 2 vitórias e 1 empate até ao final do campeonato.
Quanto aos outros nomes de que se fala, o Paul Le Guen não seria uma má escolha, apesar de poder ser mais caro que o Camacho (é tricampeão francês pelo Lyon), e o Ronald Koeman, que já ganhou dois campeonatos pelo Ajax, também não deve ser mau. Temos grandes responsabilidades na nova época, nomeadamente fazer boa figura na Liga dos Campeões, e um novo cartão de sócio para vender. O treinador deverá ser alguém que já tenha ganho títulos e seja respeitado pelos adeptos para a mobilização ser maior. Dito isto, só espero que não seja um português, porque não estou a ver nenhum treinador nacional com perfil para treinar o Glorioso.
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