quarta-feira, novembro 13, 2024
60 anos
Goleámos o CRAC (4-1) no passado domingo e reduzimos a distância para eles para dois pontos, com um jogo em atraso, tendo a lagartada ainda a oito depois de terem ganho em Braga por 4-2, no último jogo do Ruben Amorim no banco (até qu’enfim!). Depois da tempestade de Munique, veio a bonança da Luz, com uma exibição convincente em especial na 2ª parte que deu origem a um resultado inusitado, dado que a última vez que tínhamos marcado quatro golos ao CRAC para o campeonato tinha sido há seis décadas!
Com o regresso do Florentino à titularidade e do Bah vindo de lesão, a equipa esteve muito bem desde o início, fazendo uma forte pressão sobre a linha defensiva do CRAC, que raramente conseguiu sair a jogar. Tendo feito aquele truque muito baixinho de escolher o nosso lado preferido do campo (para onde gostamos de atacar na 2ª parte), o CRAC até teve a primeira oportunidade num remate do Galeno por cima. Também nós pelo Di María atirámos ao lado, depois de o argentino ter sido bem desmarcado pelo Pavlidis. À passagem da vintena de minutos, o Sr. João Pinheiro não deu a lei da vantagem num lance óbvio e invalidou-nos um golo do Pavlidis. Uma vergonha! Mas aos 30’ marcámos mesmo numa boa abertura do Tomás Araújo para o Carreras, que puxou para dentro para o pé direito e não deu hipóteses ao Diogo Costa. Estávamos completamente por cima do jogo e uma grande jogada do Aktürkoğlu quase deu em novo golo logo a seguir, tendo pouco depois o Pavlidis atirado ao poste num remate rasteiro de pé esquerdo. Infelizmente cinco minutos antes do intervalo, algo inacreditável aconteceu: num dos topos da Luz foram acesas uma série de tochas e atiradas(!) para o relvado, obrigando à interrupção do jogo! Gente que não atingiu o estádio normal do desenvolvimento cerebral resolveu achar que era boa ideia cortar o ritmo do jogo, numa altura em que estávamos completamente por cima do CRAC...! É preciso ser-se muito acéfalo! O jogo esteve parado cerca de 2’ e, quando foi retomado, o Benfica veio desconcentrado e o CRAC fez a igualdade num cruzamento da esquerda, enorme falha do Otamendi e o Samu só teve de encostar...! Foi a primeira vez que vi uma claque da equipa da casa contribuir para um golo adversário! Imperdoável!
Confesso que estava muito apreensivo para a 2ª parte, porque julguei que o momentum do jogo tinha virado, até porque o público da Luz não estava em uníssono depois daquela bela cena... No entanto, felizmente, o nosso regresso ao relvado foi avassalador. Um remate do Aursnes de fora da área ao lado deu o mote e aos 56’ o mesmo Aurnes, depois de uma bola ganha pelo Aktürkoğlu isolou brilhantemente o Di María, que desviou do Diogo Costa à sua saída. Um remate à figura do Trubin do Fábio Vieira foi a única resposta do outro lado, mas aos 61’ fizemos nós o 3-1 num autogolo do central Nehuén Pérez, acossado pelo Pavlidis, depois de um centro da direita do Bah, muito bem desmarcado pelo Tomás Araújo. O CRAC sentiu naturalmente este golo, começou a fazer substituições, mas foi perdendo ligação entre os sectores até final. Como estava mais balanceado para a frente, nós fomos aproveitando para contra-atacar e ficámos a dever-nos um resultado ainda mais histórico. Só conseguimos mais um golo, aos 82’, num penalty do Di María a castigar pontapé na cara do Otamendi na sequência de um livre para a área. O nº 11 enganou o Diogo Costa na marcação do penalty, marcando daquela forma que me tira do sério, porque se o guarda-redes acerta o lado faz uma defesa muito fácil. Mas a bola entrou, que foi o que interessou. Até final, também esgotámos as substituições, mas mais ninguém voltou a marcar.
Destaque individual para o Di María com um bis, para o Aktürkoğlu que, apesar de não ter marcado, foi sempre uma seta apontada à baliza contrária, para o Pavlidis, que marcou um golo invalidado, atirou uma bola ao poste e ainda esteve quase a marcou o nosso terceiro golo, para o Aursnes no meio-campo (apesar de um passe muito arriscado que , por pouco, não isolou o Samu na nossa área...!) e para o Bah e Carreras nas laterais. O Florentino fez o trabalho do costume a meio-campo e é bom que se perceba que tem de ser titular na maior parte dos jogos. O Otamendi é que teve uma falha incompreensível no golo adversário. Mas globalmente a equipa exibiu-se toda em grande nível, dando uma boa resposta ao que se passou em Munique.
Iremos agora parar uma semana para as selecções e teremos a Taça de Portugal, quando regressarmos. Esperamos que este resultado histórico nos catapulte para um patamar exibicional mais constante, que nos permita voltar a conquistar troféus.
sexta-feira, novembro 08, 2024
Pequenino
Perdemos em Munique frente ao Bayern na 4ª feira por 0-1, mas ainda estamos em zona de play-off na fase da liga da Champions deste ano. Aviso já que este deve ser o post mais pequeno que fiz em 19,5 anos deste blog, mas é para fazer pendant com a nossa exibição.
Se quisermos ver as coisas pelo lado positivo (ou menos negativo), podemos dizer que só perdemos por um a zero.
Se quisermos ver o que se passou na realidade, basta colocar aqui as estatísticas do jogo: tivemos 30% de posse de bola, 1(!!!) remate à baliza (o mínimo da competição, até agora, eram 3 remates...), fizemos 12 ataques e não tivemos nenhum canto a favor. Ora, isto são número que, desconfio, nem uma equipa da 3ª Divisão teria na Luz. Perdemos toda a moral para criticar os Casa Pia e os E. Amadora que vêm à Luz com um autocarro, porque nós tivemos dois em Munique! O Lage resolver inventar com três centrais, o Kaboré na direita, o Renato Sanches no meio e o Amdouni na frente, deixando o Florentino, Di María e Pavlidis no banco. E depois veio lamentar-se no final que a equipa não conseguiu fazer dois passes seguidos e esticar o jogo...! De facto, é mesmo de estranhar, dada a imensa rotina que estes jogadores e esta táctica tinham...!
Enfim, foi uma exibição que me envergonhou bastante, porque actuámos como uma equipa pequena, sem coragem, nem audácia. Foi o oposto do que deve ser o Sport Lisboa e Benfica. A única dúvida era quando é que o Bayern marcaria. Só o conseguiu fazer aos 68' numa cabeçada do Musiala, porque o Trubin foi o melhor em campo. Foi tudo bastante lamentável.
terça-feira, novembro 05, 2024
Sofrível
Vencemos no sábado o Farense no Estádio do Algarve (2-1) na exibição menos conseguida a nível nacional desde que o Bruno Lage voltou ao comando do Benfica. Sendo este o terceiro jogo em sete dias, a equipa revelou algum cansaço físico e emocional, o que tornou esta partida mais difícil do que se antevia, dado que estávamos a defrontar o último classificado, que, antes deste, só tinha somado quatro pontos em nove jogos.
O Lage voltou ao 4-3-3, com o regresso do Florentino ao meio-campo e a ida do Beste para o banco. Porém, logo aos 15’ sofremos um golo pelo Darío Poveda a aproveitar um centro da direita para se antecipar ao Bah. A nossa resposta foi imediata com o golo do empate a surgir aos 21’ pelo Carreras depois de uma boa acção atacante do Aktürkoğlu, que depois assistiu o defesa espanhol na esquerda. Um movimento à ponta-de-lançado Pavlidis, a rodar e tirar um adversário do caminho, que culminou num remate relativamente fraco à figurade pé esquerdo, foi a nossa outra boa chance de marcar até ao intervalo.
Para a 2ª parte, o Lage trocou o tocado Bah pelo Beste, mas o fundamental é que a equipa se apresentou com outra atitude. O Pavlidis continuava em destaque a dar trabalho ao guarda-redes Ricardo Velho, que efectuou uma excelente defesa num remate do grego que foi alvo de um desvio, mas o Farense também teve uma boa ocasião num corte falhado do Otamendi, que o Trubin resolveu depois, beneficiando de um remate fraco do Poveda, quando estava em boa posição. Aos 54’, o Pavlidis meteu finalmente a bola na baliza, depois de nova assistência do Aktürkoğlu, desta vez na direita. Apesar de termos muito mais posse de bola, não conseguimos matar o jogo e apanhámos um calafrio já nos descontos, ao ver uma bola passar à frente da nossa baliza, mas felizmente sem ninguém conseguir fazer o desvio.
Em termos individuais, destaque para os autores dos golos, Carreras e Pavlidis, e para o Aktürkoğlu com as duas assistências. No entanto, a exibição deixou muito a desejar, com o Kökçü, por exemplo, a ter feito dos piores jogos pelo Benfica. O Otamendi continua com falhas comprometedoras, que só não tiveram pior consequência porque o Trubin não esteve mal. O Aursnes acabou a defesa-direito, com a saída do Bah, mas é um jogador que continua a não saber jogar mal.
Estamos numa semana muito complicada, porque iremos a Munique para a Champions amanhã e receberemos o CRAC na Luz no domingo. Espero que este jogo menos conseguido seja só devido ao cansaço, porque seria preocupante se estivéssemos a baixar de produção neste preciso momento.
sexta-feira, novembro 01, 2024
Em busca da oitava
Vencemos o Santa Clara na passada 4ª feira por 3-0 e qualificámo-nos para a final four da Taça da Liga. Foi uma partida que não foi assim tão fácil quanto o resultado dá
a entender, dado que ao intervalo estava 0-0 e só marcámos o primeiro golo aos
71’. No entanto, a justeza da nossa vitória é inquestionável.
O Bruno Lage fez menos alterações do que eu tinha pensado, já que só colocou o Cabral, Amdouni, Renato Sanches e António Silva em relação à partida anterior. A 1ª parte foi completamente desperdiçada, dado que raramente criámos perigo, muito por causa da lenta circulação de bola. Uma cabeçada do Beste e um remate em força do Cabral foram as únicas situações de golo que criámos, contra uma do Santa Clara já perto do intervalo, em que o Safira atirou para as nuvens em excelente posição. Claro que à fraca qualidade exibicional da 1ª parte não é alheio o facto de o Santa Clara ter feito muito antijogo, com sucessivos jogadores no relvado e muita demora na reposição da bola em jogo.
Para a 2ª parte, o Bruno Lage apostou logo na artilharia pesada, com Di María e Kökçü para os lugares do Amdouni e Renato Sanches. E a equipa melhorou logo imediatamente, com uma circulação muito mais célere. No entanto, por volta da hora de jogo apanhámos um grande susto com o Trubin a hesitar numa saída de bola e o Gabriel Silva a felizmente falhar o chapéu. Empurrávamos o Santa Clara para o seu meio-campo, mas estava difícil conseguir meter a bola na baliza. Até que aos 67’, o Lage lá se decidiu pela entrada do Pavilidis para o lugar do Beste (e não do Cabral, como tem sido habitual), ficando nós a jogar com dois pontas-de-lança. E a substituição deu logo efeito aos 71’, com um jogada do grego na esquerda e centro para o Di María marcar um golão de primeira (já tinha tentado aquele movimento frente ao Rio Ave, mas um defesa interceptou a bola). O Pavlidis entrou endiabrado e fez o seu primeiro bis com o manto sagrado: aos 76’ a corresponder de cabeça a um centro do Carreras na esquerda e aos 80’ a rematar de pé direito depois de uma assistência do Otamendi de cabeça. Até final, ainda houve a oportunidade de o António Silva dar o corpo à bola e safar o golo de honra dos açorianos.
Destaque óbvio para o Pavlidis com uma assistência e dois golos. Esperemos que este jogo seja o seu ketchup. O Di María e o Kökçü foram muito importantes para a melhoria exibicional na 2ª parte, com o Carreras a revelar igualmente um nível acima da média, como tem sido habitual nele. Ao invés, voltei a não gostar particularmente do Beste na extrema-esquerda, ainda por icma havendo outras opções válidas no banco para aquele lugar. O Trubin esteve muito pouco confiante nas saídas fora da área e é algo que deve rever no futuro. O Bah e o Aktürkoğlu pareceram revelar alguma fadiga resultado porventura da sequência de jogos seguidos.
Iremos defrontar o Braga em Janeiro para tentar o acesso à final. Apesar de sermos a equipa com mais troféus nesta competição, já não a ganhamos há sete anos, pelo que este é o ano de finalmente quebrar esse enguiço.
O Bruno Lage fez menos alterações do que eu tinha pensado, já que só colocou o Cabral, Amdouni, Renato Sanches e António Silva em relação à partida anterior. A 1ª parte foi completamente desperdiçada, dado que raramente criámos perigo, muito por causa da lenta circulação de bola. Uma cabeçada do Beste e um remate em força do Cabral foram as únicas situações de golo que criámos, contra uma do Santa Clara já perto do intervalo, em que o Safira atirou para as nuvens em excelente posição. Claro que à fraca qualidade exibicional da 1ª parte não é alheio o facto de o Santa Clara ter feito muito antijogo, com sucessivos jogadores no relvado e muita demora na reposição da bola em jogo.
Para a 2ª parte, o Bruno Lage apostou logo na artilharia pesada, com Di María e Kökçü para os lugares do Amdouni e Renato Sanches. E a equipa melhorou logo imediatamente, com uma circulação muito mais célere. No entanto, por volta da hora de jogo apanhámos um grande susto com o Trubin a hesitar numa saída de bola e o Gabriel Silva a felizmente falhar o chapéu. Empurrávamos o Santa Clara para o seu meio-campo, mas estava difícil conseguir meter a bola na baliza. Até que aos 67’, o Lage lá se decidiu pela entrada do Pavilidis para o lugar do Beste (e não do Cabral, como tem sido habitual), ficando nós a jogar com dois pontas-de-lança. E a substituição deu logo efeito aos 71’, com um jogada do grego na esquerda e centro para o Di María marcar um golão de primeira (já tinha tentado aquele movimento frente ao Rio Ave, mas um defesa interceptou a bola). O Pavlidis entrou endiabrado e fez o seu primeiro bis com o manto sagrado: aos 76’ a corresponder de cabeça a um centro do Carreras na esquerda e aos 80’ a rematar de pé direito depois de uma assistência do Otamendi de cabeça. Até final, ainda houve a oportunidade de o António Silva dar o corpo à bola e safar o golo de honra dos açorianos.
Destaque óbvio para o Pavlidis com uma assistência e dois golos. Esperemos que este jogo seja o seu ketchup. O Di María e o Kökçü foram muito importantes para a melhoria exibicional na 2ª parte, com o Carreras a revelar igualmente um nível acima da média, como tem sido habitual nele. Ao invés, voltei a não gostar particularmente do Beste na extrema-esquerda, ainda por icma havendo outras opções válidas no banco para aquele lugar. O Trubin esteve muito pouco confiante nas saídas fora da área e é algo que deve rever no futuro. O Bah e o Aktürkoğlu pareceram revelar alguma fadiga resultado porventura da sequência de jogos seguidos.
Iremos defrontar o Braga em Janeiro para tentar o acesso à final. Apesar de sermos a equipa com mais troféus nesta competição, já não a ganhamos há sete anos, pelo que este é o ano de finalmente quebrar esse enguiço.
segunda-feira, outubro 28, 2024
Redenção
Goleámos ontem o Rio Ave na Luz (5-0) numa excelente resposta ao desaire europeu do meio da semana. Perante uma das equipas que mais me tinha impressionado no ano passado, tinha curiosidade sobre como seria a nossa reacção ao Feyenoord e não poderia ter sido mais convincente. Anulámos completamente o Rio Ave, que foi uma sombra do que mostrou na época transacta.
Em relação ao onze, o Bruno Lage só fez sair o Florentino e entrar o Beste para extremo-esquerdo, passando o Aktürkoğlu para as costas do Pavlidis. E o turco foi mesmo o destaque do jogo ao fazer um hat-trick na 1ª parte! Tudo começou aos 12’ com uma insistência depois de um centro na direita do Aursnes, que não chegou ao Pavlidis, porque o guarda-redes interceptou, mas a bola sobrou para o Aktürkoğlu, que rematou sem hipóteses. Quatro minutos depois, aconteceu o 2-0 num fantástico desvio de cabeça do Aktürkoğlu de uma bola bombeada pelo Di María. Pouco depois, o guarda-redes Miszta impediu um dos hat-trick mais rápidos da história, mas em cima do intervalo ele surgiu mesmo, num remate colocado do Aktürkoğlu de uma bola que sobrou na área. Pelo meio, o Pavlidids teve mais do que uma ocasião para também marcar, mas os remates ou eram interceptados ou fracos.
Na 2ª parte, não houve sequer resposta do Rio Ave e nós fomos tentando aumentar a vantagem. Uma das grandes vantagens deste Benfica do Lage em relação ao do Schmidt é que parece que os jogos estão sempre 0-0, tal a pressão que fazemos de uma forma praticamente constante e a procura pelo golo. O Pavlidis lá meteu finalmente a bola na baliza, mas estava em claro fora-de-jogo. Um centro da esquerda do Kökçü daria um golão do Di María, mas um defesa interceptou o seu remate de primeira sem deixar a bola cair no chão. A partir dos 63’, o Lage começou a rodar jogadores e o Arthur Cabral, que substituiu o Pavlidis, teve logo um remate de fora-da-área, que foi defendido a custo pelo guarda-redes. E foram mesmo dois suplentes a marcar os dois últimos golos: o Schjelderup fê-lo aos 79’ a corresponder de pé esquerdo a um centro do Carreras, que o Kökçü deixou passar, para o norueguês se estrear a marcar com o manto sagrado. Dois minutos depois, foi o Amdouni a fechar a contagem, aproveitando um ressalto depois de uma tentativa de remate do Schjelderup, na sequência de uma jogada do Kökçü na esquerda. Até final, o Cabral ainda teve mais uma oportunidade, mas o guarda-redes Miszta defendeu com o pé para canto.
O homem do jogo foi obviamente o Aktürkoğlu, que, a continuar assim, tenho bastante receio que só fique seis meses na Luz...! O Kökçü também esteve muito bem, com participação directa em mais do que um golo, assim como o Aursnes que só no papel é que substituiu o Florentino, tal o envolvimento atacante que teve. Na defesa, o Otamendi tentou calar os críticos depois da sua exibição mais fraca frente ao Feyenoord, mas foi o Bah que esteve em melhor plano naquele sector. Aliás, a equipa apresentou-se em geral muito bem, com excepção do Pavlidis, que precisa desesperadamente de começar a marcar para que a pressão lhe saia de cima. Os companheiros tentaram servi-lo mais do que uma vez até quando estavam em boa posição para rematar (Otamendi e Kökçü, por exemplo), mas nem assim... Eu gosto do grego, acho que é bom jogador e espero que resulte no Glorioso, mas precisa de descomplicar um pouco antes de rematar à baliza. Também não fiquei especialmente impressionado com o Beste a extremo-esquerdo.
Termos o segundo jogo dos três em sete dias já nesta 4ª feira, na recepção ao Santa Clara para a Taça da Liga. É um jogo a eliminar, que dará acesso à final four em Janeiro, mas onde se espera que o Lage faça mexidas. No entanto, é preciso ter cuidado, porque o Santa Clara está a fazer um óptimo campeonato.
sexta-feira, outubro 25, 2024
Falta de pedalada
Perdemos na 4ª feira passada frente ao Feyenoord (1-3) para a Champions, na primeira derrota do Bruno Lage neste seu regresso ao Benfica. Foi um balde de água fria em relação ao que vínhamos demonstrando e perdemos uma boa oportunidade de, com três vitórias, quase selar a nossa ida ao play-off de acesso aos oitavos-de-final.
Depois da rotação na Taça, voltámos a apresentar a equipa habitual, novamente com o Tomás Araújo no lugar do António Silva. E logo desde início ficou muito perceptível a diferença de andamento dos holandeses para nós. Eram sempre mais rápidos e mais agressivos na disputa dos lances, conseguiam sair a jogar desde trás com relativa facilidade, sendo quase imunes à nossa pressão. Não espantou, por isso, o primeiro golo sofrido logo aos 12’ pelo Ueda, depois de uma jogada na esquerda que nos apanhou em descompensação defensiva. À passagem dos 20’, tivemos a primeira e melhor oportunidade da etapa inicial, com uma cabeçada do Bah à barra, depois de um cruzamento do Di María, quando já estava dentro da pequena-área...! Mas logo a seguir vimos o VAR anular um golo ao Feyenoord devido a uma falta prévia sobre o Otamendi, que provavelmente não seria marcada em Portugal. Pensei que nos tivéssemos livrado de boa, mas foi por pouco tempo, dado que aos 33’ o Feyenoord fez mesmo o 0-2 através do Milambo, depois de ter feito uma cueca ao Otamendi e outra ao Trubin. Antes do intervalo, o Pavlidis ainda colocou a bola na baliza, mas infelizmente o Aktürkoğlu estava fora-de-jogo no início da jogada.
terça-feira, outubro 22, 2024
Pevidém
Vencemos no passado sábado o Pevidém em Moreira de Cónegos (2-0) e seguimos em frente, como se esperava, na Taça de Portugal. Não me cansarei de referir que esta prova é o melhor exemplo da nossa degradação futebolística dos últimos (largos) anos, dado que temos o vergonhoso histórico de três taças conquistadas nas últimos 28 temporadas, a última das quais já há sete épocas! Urge corrigir isso rapidamente!
Depois da fantochada do nevoeiro na Choupana, que nos fez adiar o jogo do campeonato antes da pausa para as selecções, apresentámo-nos nesta partida perante um adversário do Campeonato de Portugal basicamente com suplentes. Neste tipo de jogos, o primeiro golo costuma desbloquear as coisas e marcámo-lo logo aos 3’ através do Beste (a jogar a extremo-esquerdo), a corresponder bem a um centro do Kaboré na direita. Nem houve tempo para ficar nervoso, com este golo madrugador, que, no entanto, não nos galvanizou para uma boa exibição. A maioria dos jogadores não aproveitou para se constituir verdadeiramente como opção para o Bruno Lage. Até ao intervalo, ainda tivemos um bom remate do Arthur Cabral de fora da área, defendido pelo guarda-redes, e uma cabeçada do Tomás Araújo por cima num canto, que nos poderiam ter feito aumentar o marcador.
Na 2ª parte, o Bruno Lage colocou o Schjelderup em vez do apagado Amdouni e o norueguês teve uma ou outra boa iniciativa. Mas foi novamente o Beste a marcar, num lance em que o Arthur Cabral acabou por lhe fazer uma assistência involuntária para um remate colocado do alemão aos 75’. Púnhamo-nos assim a salvaguardo de qualquer imprevisto até final, porque já se sabe que um golo pode sempre surgir a qualquer momento (e todos nós nos lembramos do Caldas há duas épocas...). Até final, ainda deu para estrear o Gerson Sousa na equipa principal.
Em termos individuais, óbvio destaque para o Beste com um bis. O resto da equipa apresentou-se a um nível mediano, com o Samuel Soares a nem tocar na bola e o Arthur Cabral a desperdiçar a oportunidade de marcar pontos na discussão com o Pavlidis por um lugar na equipa.
Teremos amanhã a Liga dos Campeões de regresso, mas antes o sorteio da próxima eliminatória de uma caminhada que se espera que termine no Jamor com a taça.
P.S. – As competições nacionais pararam duas semanas por causa da Liga das Nações. Portugal terá feito das melhores exibições na era Martínez ao ganhar na Polónia por 3-1, com um grande jogo do Rafael Leão, mas três dias depois voltou à modorra do costume com um empate a zeros na Escócia. De qualquer forma, apurando-se duas selecções para os quartos-de-final, essa nossa qualificação só muito dificilmente nos fugirá.
quinta-feira, outubro 03, 2024
De gala
Goleámos o Atlético de Madrid por 4-0 e estamos no grupo da frente da fase da liga da Champions com seis pontos. Foi um verdadeiro recital o que assistimos ontem, com um cheirinho das grandes noites europeias do passado na velha Luz. Perante uma equipa que é conhecida por defender bem, conseguimos desbaratá-la por completo especialmente na 2ª parte.
Com o regresso do Bah, houve alguma surpresa no facto de o Bruno Lage ter preterido o António Silva em favor do Tomás Araújo, que assim fez companhia ao Otamendi no centro da defesa. Entrámos a todo o gás, com o Di María a desmarcar o Pavlidis, que rematou para intercepção de um defesa para canto. Na sequência do mesmo, o grego proporcionou ao Oblak a melhor defesa do encontro numa cabeçada quase à queima-roupa. Não tirávamos o pé do acelerador e inaugurámos o marcador aos 13’ através do inevitável Aktürkoğlu, assistido pelo Aursnes, depois de uma boa recuperação nossa em zona atacante. O Atlético de Madrid tentou reagir e nós tivemos de recuar as linhas quase até ao intervalo, mas os espanhóis só tiveram uma verdadeira oportunidade num centro-remate do Samuel Lino que bateu na barra (pareceu-me sem querer, mas deu para assustar...). Em cima do intervalo, tivemos nova grande oportunidade num lançamento lateral do Bah que isolou(!) o Di María, cujo remate desviou num defesa e encontrou o Pavlidis em boa posição, só com o Oblak pela frente, mas o desvio do grego bateu caprichosamente no poste...
Na 2ª parte, o Simeone tirou os principais jogadores do Atlético (Griezmann, De Paul e Koke), o que muito me espantou, e, coincidência (ou talvez não...), os espanhóis deixaram praticamente de existir. Claro que, para isso, também contribuiu o nosso segundo golo logo aos 52’, num penalty do Di María a castigar duplo pisão ao Pavlidis. Apesar de fazer aquela corridinha que me irrita tanto, o nosso nº 11 colocou muito bem a bola, não dando hipóteses ao Oblak. Pouco depois, o mesmo Di María conseguiu isolar-se, mas ao invés de dar para o lado, onde estavam tanto o Pavlidis e o Aktürkoğlu sozinhos (só tinham de encostar), resolveu rematar para defesa do Oblak... Imperdoável! O Atlético ia tentando empurrar-nos para trás, mas o Florentino a meio-campo fez um sem-número de intercepções e os centrais também deram conta do recado, nunca permitindo colocar a baliza do Trubin em verdadeiro perigo. O Bruno Lage começou a refrescar a equipa e as entradas do Amdouni, primeiro, e Beste e Rollheiser, depois, para os lugares do Pavlidis, Di María e Aktürkoğlu surtiram o efeito desejado, porque imprimiram uma nova dinâmica à equipa e arrumaram de vez com as pretensões do adversário. Aos 75’ aumentámos para 3-0 noutra bola parada, desta feita um canto, apontada pelo Beste e com cabeçada do Bah no meio de uma série de jogadores de tal maneira que, num primeiro momento, nem percebi quem é que tinha marcado o golo. E aos 84’ fizemos o resultado final de 4-0 com novo penalty, desta vez a castigar rasteira ao Amdouni, que se isolou bem, mas que eventualmente poderia ter rematado antes de ser derrubado. O Kökçü foi encarregue da marcação e bateu o penalty como eu gosto: tiraço indefensável com a bola a entrar e sair da baliza! Até final, ainda deu para o Oblak salvar uma humilhação maior, ao defender um remate bem colocado do Beste de pé direito, e para o Amdouni atirar de pé esquerdo ao lado, quando estava em boa posição.
Em termos individuais, o Carreras foi dos melhores, cada vez com mais confiança, a defender bem e sair a jogar ainda melhor. O Florentino foi o muro habitual no meio-campo e é um dos imprescindíveis da equipa. O Bah regressou em grande estilo, imprimindo uma aceleração na direita que nos faz sempre muita falta. Mas em geral toda a equipa esteve em altíssimo plano, incluindo os que entraram que não destoaram em nada, ao invés, fizeram subir o nível da equipa. E é isso que se pretende nos suplentes. O Bruno Lage também esteve bem nas substituições, esgotando-as e permitindo assim ao Barreiro e ao António Silva também participarem nesta grande vitória. É assim que se ganha um balneário, fazendo todos sentirem-se úteis.
Iremos agora à Choupana antes da interrupção para as selecções. Não temos margem de manobra no campeonato e espera-se naturalmente que esta boa fase seja para continuar. Viva o BENFICA!
P.S. – Há coisas que eu não consigo mesmo perceber! Nós estamos sob o olhar da Uefa por causa do comportamento dos adeptos, especialmente nos jogos fora, a correr o risco de ter o estádio interditado mais dia, menos dia, e há quem continue a insistir em deflagrar tochas nos jogos europeus... Só me questiono se essas pessoas deixam o cérebro em casa antes de irem para o jogo...!
terça-feira, outubro 01, 2024
Desnivelado
Goleámos o Gil Vicente na Luz no passado sábado por 5-1 e manteve-se tudo igual na frente, porque os outros dois também ganharam (a lagartada 3-0 no Estoril e o CRAC 4-0 em casa ao Arouca, num jogo em que mais uma vez ficou a jogar contra dez quando ainda estava tudo empatado...). O resultado foi bastante mais desequilibrado em relação ao que se viu em campo, embora a nossa vitória não sofra contestação.
À semelhança da partida frente ao Santa Clara, entrámos a perder logo aos 8’ num golo do Félix Correia, que aproveitou o facto de a nossa defesa estar completamente a dormir... A grande vantagem agora em relação à altura do Schmidt é que não nos desconcentramos com os golos sofridos e continuamos a tentar fazer o nosso futebol. E revelámos grande eficácia nesta partida com a viragem do resultado ainda na 1ª parte através de golos de cabeça do Otamendi (17’), depois de um centro do Di María num canto, e do Aktürkoğlu (25’), na sequência de um centro do Aursnes. Ou seja, marcámos nas duas primeiras verdadeiras oportunidades que tivemos. Na terceira oportunidade, o mesmo Aktürkoğlu atirou por cima de pé esquerdo quando estava em boa posição.
Na 2ª parte, desacelerámos consideravelmente a ponto de me fazer chegar a pensar que, só com a vantagem mínima, iríamos sofrer na parte final como tantas vezes aconteceu no passado. No entanto, o Gil Vicente não foi tão acutilante no segundo tempo como no primeiro e raramente se aproximou da nossa baliza. O Lage fez uma tripla substituição a cerca de 20’ do final e dois desses substitutos foram essenciais para nos tranquilizar, dado que marcaram dois golos. Aos 78’, o suíço Amdouni, depois de dois estouros no poste em partidas passadas, estreou-se finalmente a marcar com o manto sagrado num óptimo remate de pé esquerdo de fora da área. Em cima dos 90’, foi a vez do Florentino voltar a marcar num canto depois de desvio ao primeiro poste do Otamendi. Cinco depois de ter marcado, já vai com dois golos nesta época...! E quatro minutos depois da hora, foi a vez de outro substituto, o Rollheiser, também se estrear a marcar esta temporada, aproveitando uma enorme fífia do guarda-redes Andrew.
Em termos individuais, com um golo e uma assistência, o Otamendi merece obviamente destaque, o Aktürkoğlu está a ter uma entrada triunfal no Benfica, o Florentino cimenta a sua posição de indiscutível, ainda por cima agora com uma certa veia goleadora, e o Carreras solidifica-se na lateral-esquerda. O Amdouni também promete não dar descanso aos titulares para se imiscuir na luta e ainda temos neste momento o Rollheiser, Prestianni e Schjelderup como suplentes...! É de longe o melhor plantel da liga portuguesa e é quase um crime lesa-pátria que já tenhamos uma desvantagem de cinco pontos para o 1º lugar...
Amanhã voltará a Champions, com a recepção ao Atlético de Madrid. Será um óptimo teste para ver se esta subida de forma da equipa tem continuidade perante um adversário de um nível superior.
quinta-feira, setembro 26, 2024
Melhoria
Vencemos o Boavista no Bessa na passada 2ª feira (3-0) e mantivemos
a distância de dois pontos para o CRAC (3-0 em Guimarães) e cinco para a lagartada (também 3-0 ao Aves). Ao fim
de três jogos do Bruno Lage, parece-me que já podemos tirar algumas ilações,
sendo a mais evidente de todas, de facto, a melhoria substancial do nosso
futebol em relação ao que vimos no último ano e meio do Schmidt.
Com o Aursnes no lugar do Rollheiser e o Tomás Araújo em vez do lesionado Bah, voltámos a entrar muito fortes na partida e o Aktürkoğlu deveria ter conseguido desviar a bola do guarda-redes nos primeiros minutos. No entanto, antes disso, houve um contra-ataque perigoso do Boavista, mas felizmente o Salvador Agra atirou ao lado, quando estava em boa posição. Aos 11’, colocámo-nos na frente numa óptima jogada do Aktürkoğlu pela esquerda, que assistiu o Pavlidis para um desvio à ponta-de-lança. O Trubin defendeu bem um remate de fora da área e, à passagem da meia-hora, elevámos a contagem para 2-0 através do Kökçü num remate de fora da área, depois de receber um passe do Aktürkoğlu. Pouco antes do intervalo, o mesmo Aktürkoğlu teve um perigoso remate igualmente de fora da área, mas a bola saiu a rasar o poste.
Nos segundos 45’ a tendência do jogo não se alterou, porque o Boavista não conseguia criar situações de golo e nós ficámo-nos a dever mais uns quantos. Logo no reinício, o guarda-redes Tomé Sousa defendeu dois remates seguidos, uma cabeçada do Tomás Araújo e a recarga do Otamendi, quase em cima da linha de golo, na sequência de um canto. Por volta da hora de jogo, teve-se a certeza de que não era dia do Aktürkoğlu marcar, quando este se isolou, aproveitando um mau passe de um defesa, mas fez um chapéu por cima do guarda-redes. A única ocasião em que o Boavista esteve relativamente perto de colocar a bola na nossa baliza aconteceu já nos últimos cinco minutos, com uma cabeçada num canto que o Trubin blocou bem (não se percebe é como é que um adversário cabeceia tão à-vontade na nossa área num canto...). Já em tempo de compensação, o entretanto entrado Artur Cabral fez o resultado final ao ganhar bem a bola a um defesa, que foi bastante anjinho (diga-se de passagem...), e rematar com a parte exterior do pé direito para um golo muito saudado por todos os colegas.
Em termos individuais, apesar de não ter estado feliz na concretização, o Aktürkoğlu esteve presente nos dois primeiros golos e merece destaque. Fiquei bastante contente com o golo do Pavlidis, porque precisava dele como ponta-de-lança que é, apesar de não ter estado nada mal nos últimos jogos. Mas o jogador que é um exemplo perfeito da melhoria que estamos a revelar é o Kökçü: parece outro, muito mais solto, alegre, decisivo, rematador, toda uma série de vantagens que não se percebe porque é que estiveram tanto tempo escondidas. Mas toda a equipa parece que saiu do espartilho em que estava presa, o que se nota particularmente na (muito mais rápida) circulação de bola, na variação de flancos e na velocidade com que saímos para o ataque.
Temos motivos para estarmos muito mais satisfeitos do que há umas semanas e, pessoalmente, estou a adorar o facto de o Bruno Lage estar a dar cabo do meu pessimismo acerca do seu regresso. Iremos receber o Gil Vicente e depois o Atlético de Madrid, e deseja-se que esta subida em termos exibicionais se mantenha constante.
Com o Aursnes no lugar do Rollheiser e o Tomás Araújo em vez do lesionado Bah, voltámos a entrar muito fortes na partida e o Aktürkoğlu deveria ter conseguido desviar a bola do guarda-redes nos primeiros minutos. No entanto, antes disso, houve um contra-ataque perigoso do Boavista, mas felizmente o Salvador Agra atirou ao lado, quando estava em boa posição. Aos 11’, colocámo-nos na frente numa óptima jogada do Aktürkoğlu pela esquerda, que assistiu o Pavlidis para um desvio à ponta-de-lança. O Trubin defendeu bem um remate de fora da área e, à passagem da meia-hora, elevámos a contagem para 2-0 através do Kökçü num remate de fora da área, depois de receber um passe do Aktürkoğlu. Pouco antes do intervalo, o mesmo Aktürkoğlu teve um perigoso remate igualmente de fora da área, mas a bola saiu a rasar o poste.
Nos segundos 45’ a tendência do jogo não se alterou, porque o Boavista não conseguia criar situações de golo e nós ficámo-nos a dever mais uns quantos. Logo no reinício, o guarda-redes Tomé Sousa defendeu dois remates seguidos, uma cabeçada do Tomás Araújo e a recarga do Otamendi, quase em cima da linha de golo, na sequência de um canto. Por volta da hora de jogo, teve-se a certeza de que não era dia do Aktürkoğlu marcar, quando este se isolou, aproveitando um mau passe de um defesa, mas fez um chapéu por cima do guarda-redes. A única ocasião em que o Boavista esteve relativamente perto de colocar a bola na nossa baliza aconteceu já nos últimos cinco minutos, com uma cabeçada num canto que o Trubin blocou bem (não se percebe é como é que um adversário cabeceia tão à-vontade na nossa área num canto...). Já em tempo de compensação, o entretanto entrado Artur Cabral fez o resultado final ao ganhar bem a bola a um defesa, que foi bastante anjinho (diga-se de passagem...), e rematar com a parte exterior do pé direito para um golo muito saudado por todos os colegas.
Em termos individuais, apesar de não ter estado feliz na concretização, o Aktürkoğlu esteve presente nos dois primeiros golos e merece destaque. Fiquei bastante contente com o golo do Pavlidis, porque precisava dele como ponta-de-lança que é, apesar de não ter estado nada mal nos últimos jogos. Mas o jogador que é um exemplo perfeito da melhoria que estamos a revelar é o Kökçü: parece outro, muito mais solto, alegre, decisivo, rematador, toda uma série de vantagens que não se percebe porque é que estiveram tanto tempo escondidas. Mas toda a equipa parece que saiu do espartilho em que estava presa, o que se nota particularmente na (muito mais rápida) circulação de bola, na variação de flancos e na velocidade com que saímos para o ataque.
Temos motivos para estarmos muito mais satisfeitos do que há umas semanas e, pessoalmente, estou a adorar o facto de o Bruno Lage estar a dar cabo do meu pessimismo acerca do seu regresso. Iremos receber o Gil Vicente e depois o Atlético de Madrid, e deseja-se que esta subida em termos exibicionais se mantenha constante.
sexta-feira, setembro 20, 2024
Dupla face
Entrámos muito bem no novo formato da Liga do Campeões, ao ganhar 2-1 ao Estrela Vermelha em Belgrado. Com oito jogos para disputar, a Uefa considera que duas vitórias e dois empates (8 pontos) serão suficientes para se ir ao play-off de acesso aos oitavos-de-final e, portanto, um triunfo fora é sempre fantástico.
Perante um estádio em efervescência, entrámos muitíssimo personalizados no jogo. Algo que não se via na Europa há dois anos! Controlámos perfeitamente os minutos iniciais, o Aktürkoğlu atirou a rasar ao poste pouco depois do apito inicial e inaugurou o marcador aos 9’ num desvio ao segundo poste, depois de um centro do Bah na sequência de uma jogada envolvente com o Di María. Melhor início não poderíamos desejar! O Estrela Vermelha reagiu, mas conseguimo-los conter, apesar de terem chegado uma ou outra vez à nossa baliza e aos 29’ elevámos para 2-0 num livre directo superiormente executado pelo Kökçü. Que golão! No entanto, cinco minutos depois tivemos o contratempo da lesão do Bah, que proporcionou a estreia (nada feliz, diga-se de passagem) do Kaboré. Até ao intervalo, conseguimos controlar os ímpetos dos sérvios, que só num remate de fora da área é que criaram algum perigo.
A 2ª parte foi bastante diferente, porque entrámos completamente a dormir, o que fez um contraste abissal com o que se passou no primeiro tempo. O Estrela Vermelha instalou-se no nosso meio-campo, atacando principalmente pela nossa direita (claro está...), onde o Kaboré estava aos papéis e o Di María não defende. Só que o Bruno Lage tem a vantagem de ser mais rápido a perceber as coisas do que o Schmidt e a reagir em conformidade, e fez entrar o Aursnes, vindo de lesão, logo aos 56’ para o lugar do apagado Rollheiser, trocando depois os extremos. Vindo o Aktürkoğlu para a direita, o Estrela Vermelha deixou de estar tão à-vontade e nós pudemos respirar um bocado. Tivemos uma boa oportunidade de resolver de vez a partida, mas o Kökçü não conseguiu centrar em condições para o Pavlidis, que só tinha de encostar. Os sérvios voltaram a insistir, mas o Otamendi e o António Silva estiveram irrepreensíveis no centro da defesa, principalmente nas bolas aéreas. O Lage hesitava no momento das últimas substituições e um dos candidatos a sair, o Di María, ainda teve um bom remate de fora da área, que passou a rasar a barra. Aos 86’, os nossos centrais tiveram a única falha da partida e o Milson reduziu para 1-2. O estádio voltou a acordar, o Lage lá meteu o Barreiro, Beste e Amdouni no lugar dos três da frente e o suíço ainda teve tempo para um fantástico remate de pé esquerdo, de ângulo complicado, ao poste! Dois jogos, pouquíssimos minutos em campo, e duas bolas no barrote! Os últimos momentos da partida foram um sufoco, com bolas bombeadas para a nossa área, mas a nossa defesa revelou-se à altura e conseguimos sair de Belgrado com uma importante vitória.
Destaque individual para ambos os turcos e não só pelos golos que marcaram. O Aktürkoğlu definitivamente não engana ninguém, tendo, ainda por cima, uma óptima relação com a baliza. Quanto ao Kökçü, parece outro em relação à temporada passada e constitui-se cada vez mais como o patrão da equipa. O Florentino foi outro a fazer uma boa exibição e a equipa é sempre melhor com ele em campo, já que consegue defender muito mais à frente, graças ao tampão que ele é. Já falei do bom jogo dos centrais e o Carreras também esteve em bom plano. Quanto aos menos, o Rollheiser passou muito ao lado do jogo e não colaborou nas marcações a meio-campo, como era suposto. Quanto ao Kaboré, assustou-me bastante em termos defensivos, sendo consecutivamente batido pelos adversários. E estamos a falar, com o devido respeito, do Estrela Vermelha...! Esperemos que a lesão do Bah não seja grave, porque o internacional do Burkina Fase até pode dar para a maioria dos jogos nacionais, mas os internacionais são outra coisa...
Iremos agora ao Bessa na 2ª feira e espera-se que a equipa continue na sua senda de crescimento, alimentada por estas duas importantes vitórias. Uma coisa é certa: deu bastante gozo ver aquela nossa 1ª parte. Foi um cheirinho do Benfica que todos nós desejamos: entrar sem medo, para ganhar, em qualquer campo.
quinta-feira, setembro 19, 2024
Charme
Vencemos no passado sábado o Santa Clara na Luz por 4-1 no primeiro jogo do Bruno Lage neste seu regresso ao Benfica. Quando aos 21 segundos(!) de jogo, a bola entrou na nossa baliza, cheguei a temer o pior, mas conseguimos reequilibrar-nos a meio da 1ª parte e o mérito do triunfo é indiscutível.
O meu cepticismo acerca da vinda novamente do Bruno Lage está bem plasmado no post anterior, mas nada me dará mais prazer do que eu vir aqui daqui a uns tempos dizer que estava completamente errado, ao contrário do que sucedeu com o Roger Schmidt. Como seria de esperar, apesar do pouco tempo de treino, o Bruno Lage fez algumas alterações, nomeadamente do esquema táctico, ao passar para um 4-3-3, com o Kökçü e o Rollheiser no meio-campo, e a estreia absoluta do Aktürkoglu (vindo de um hat-trick pela Turquia) na esquerda. O tal golo madrugador pelo Vinícius, depois de uma tentativa de corte do Otamendi clamorosamente falhada, lançou a dúvida, mas depois houve uma reedição da anterior estreia do Bruno Lage, com uma reviravolta goleadora. Ainda nos demorámos um pouco a recompor, mas aos 27’ chegámos ao empate na estreia do Aktürkoglu, com um desvio fabuloso depois de uma abertura do Kökçü. Era fundamental não chegarmos ao intervalo a perder, mas até chegámos a vencer, porque aos 34’ o Florentino marcou o seu segundo golo como profissional, de cabeça, depois de uma assistência também de cabeça do Otamendi na sequência de um centro largo do Di María num canto curto. Mesmo em cima do apito do árbitro, ainda apanhámos um grande susto com um remate ao poste, estando o Trubin completamente batido.
P.S. 2 – As provas nacionais pararam duas semanas por causa da Liga das Nações. Portugal jogou duas vezes no Estádio da Luz e obteve o mesmo resultado contra a Croácia e Escócia: 2-1. Contra os croatas, o resultado foi feito ainda na 1ª parte e foi um jogo menos problemático do que contra os escoceses, em que fomos para o intervalo a perder e só conseguimos o golo da vitória aos 88' através do Cristiano Ronaldo (que também marcou no primeiro jogo). As exibições forma na sendo do Europeu, ou seja, ainda nada convincentes. O Roberto Martínez parece que nunca consegue que a equipa renda mais do que o somatório individual dos jogadores.
Etiquetas:
Campeonato 2024/25,
Liga das Nações 2024/25
quinta-feira, setembro 05, 2024
Bruno Lage ou o prego no caixão
Mais logo deverá ser oficialmente anunciado o nome de Bruno Lage como o próximo treinador do Benfica. Armei-me em Zandinga no final de Maio e, infelizmente, quatro meses depois a realidade veio dar-me razão. Mas também convenhamos que não era muito difícil acertar naquele vaticínio. Toda a gente antecipou aquele desfecho logo na altura... menos o presidente do Benfica. Pois, bem, o nome que o Rui Costa escolheu agora foi aquele que na anterior passagem pelo Benfica em 2020, terminou-a com um registo de duas vitórias em 13 jogos(!) e cinco jogos seguidos sem ganhar na Luz, coisa que não acontecia desde ... 1931! Portanto (e muito prazer me daria, lá para Maio, vir aqui fazer o mea culpa e dizer que estava redondamente enganado), esta contratação possivelmente vai representar o triste fim do percurso do Rui Costa como presidente do Benfica, porque ou muito me engano ou teremos mais uma época completamente falhada e que se irá arrastar penosamente até final. E para o ano haverá eleições, onde duvido muito que isto seja perdoado.
Não, eu não tenho memória curta. Estarei eternamente agradecido ao Bruno Lage pelo milagre de 2018/19. Como estou eternamente agradecido ao Jorge Jesus pelos três campeonatos que ganhou. Ou ao Rui Vitória pelo tri e pelo tetra. Mas não os quero agora de volta ao Benfica. Tal como não queria o Bruno Lage. Acho que é um erro enorme, por estas razões:
1) Porque, se é verdade que aconteceu o tal milagre em 2018/19, aconteceu uma verdadeira hecatombe em 2019/20. Será que toda a gente já se esqueceu disto? É que não são só os registos que referi no parágrafo inicial. É o facto de termos dado cabo de sete pontos de vantagem à 3ª jornada da 2ª volta, em apenas quatro jornadas (três aqui, outros três aqui e dois aqui). É o facto de, quando voltámos da pandemia, termos tido oportunidade de passar novamente para a liderança isolada e não o termos conseguido, porque não ganhámos em casa ao... Tondela!
2) Escrevi o seguinte no seu penúltimo jogo pelo Benfica, na derrota em casa contra o Santa Clara: “Claramente a mensagem do Bruno Lage deixou de passar e ele não consegue dar a volta à situação”. OK, o seu percurso depois de sair do Benfica poderia desmentir-me e ter dados provas da indiscutível valia como treinador, mas o que temos? Um 10º lugar pelo Wolverhampton em 2021/22 e o despedimento no início de Outubro da época seguinte, depois de uma vitória em 15 jogos(!) para a Premier League (contabilizando ainda a temporada anterior, claro). Três meses no Botafogo em 2023, em que encontrou a equipa no 1º lugar com 13 pontos de vantagem sobre o 2º classificado, mas só teve cinco vitórias em 16 jogos e deixou-se com a vantagem reduzida para sete pontos (vira a perder o campeonato). Teve assim tanto sucesso nos clubes em que treinou depois de sair do Glorioso para justificar o seu regresso agora ao Benfica...?!
3) Porque, da mesma maneira que não se ligou nenhuma ao histórico do Schmidt (foi despedido dos dois clubes em que começou uma terceira época a meio desta), agora também não se está a dar atenção ao facto de que os regressos de treinadores vitoriosos poucas vezes tem resultado na história do Benfica (a tal história do “nunca voltes a um lugar onde foste feliz”...) e temos o Jesus como o último exemplo (o enorme Eriksson foi um caso à parte, mas mesmo a sua saída no final do quinto ano, em 1991/92, era inevitável e não foi muito chorada na altura).
Não, infelizmente, não espero nada bom desta contratação. Obviamente que não tenho nada contra o Bruno Lage enquanto pessoa (antes pelo contrário), mas ainda não ultrapassei o trauma da parte final da sua passagem pelo Benfica. E acho que ele não deu provas nenhumas posteriores que me levem a superar isso.
Por outro lado, em relação ao Rui Costa, tenho de dizer que é um dos dois únicos jogadores do Benfica dos quais tenho uma camisola personalizada (o outro é o grande Nuno Gomes), adquirida aquando do seu regresso ao Benfica. Admirava-o profundamente enquanto jogador e essa admiração será sempre imutável. Mas o seu percurso enquanto presidente está a deixar muito a desejar e em queda vertiginosa de popularidade. O final do seu mandato tem uma grande probabilidade de ser muito agonizante.
P.S. – Em relação a treinadores, eu teria optado de caras pelo Leonardo Jardim, que está livre, já foi campeão em três países e ganhou uma competição continental. Quanto a quem achava que o inenarrável Sérgio Conceição seria (sequer) um nome a considerar, deixo-vos uma sugestão: vão estudar a história do clube, para perceberem o que é o ser do Benfica! Caso, mesmo assim, achem que era uma hipótese... eh pá, mudem de clube, porque vocês claramente não percebem NADA sobre os valores que se devem ter para representar o Benfica!
* Publicado em simultâneo com a Tertúlia Benfiquista.
segunda-feira, setembro 02, 2024
Fim de linha
Empatámos na passada 6ª feira em Moreira de Cónegos (1-1),
no último jogo de Roger Schmidt enquanto treinador do Benfica. Com a vitória da
lagartada frente ao CRAC (2-0) no sábado, estamos agora a cinco pontos
do 1º lugar, com apenas quatro jornadas decorridas. Não era fácil um pior início
de temporada, mas nada que não fosse já antecipável na malfadada hora em que o
Rui Costa decidiu manter o Roger Schmidt no banco do Benfica. Claro que, depois
destas quatro jornadas, dos resultados e do futebol(?) apresentado, o alemão jamais
poderia resistir e foi despedido no sábado. Perdeu-se demasiado tempo e provavelmente
outro campeonato.
Sobre a saída do treinador e a contratação de um novo, haverá um texto à parte, mas em relação a este jogo também não há muito para dizer de diferente ao que já foi dito e redito no passado: exibição paupérrima do Benfica, a revelar os mesmos defeitos de há séculos (afunilamento do jogo, ausência de acelerações, menor agressividade que o adversário, poucas oportunidades de golo), o que obviamente não é de espantar, dado que o treinador é (era) o mesmo. O Di María entrou no onze e foram dele as melhores jogadas na 1ª parte, mas mesmo assim sem uma clara situação de golo. Quanto ao Moreirense, marcou na nossa baliza, mas o golo foi posteriormente anulado pelo VAR por pisão sobre o Leandro Barreiro no início da jogada.
Na 2ª parte, entrou logo o Renato Sanches, que esteve uns bons furos acima de frente ao E. Amadora, mas continuámos a não conseguir produzir grande jogo ofensivo. O Pavlidis teve um bom remate defendido pelo guarda-redes Kewin, o Di María viu um defesa a safar quase sobre a linha, porém foi o Moreirense a abrir o marcador aos 84’ pelo Ofori, num remate que desviou no António Silva e traiu o Trubin. Tínhamos permitido menos veleidades atacantes ao Moreirense do que no primeiro tempo, pelo que este golo foi um castigo um pouco pesado, mas resultou de um erro clamoroso do Carreras na saída de bola no nosso meio-campo. No último minuto da compensação, o Leandro Barrreiro é pisado na grande-área, num lance em que o Moreirense protestou sobre uma eventual mão na bola do Marcos Leonardo, e o mesmo Marcos Leonardo empatou o jogo, mas já era impossível resgatar a vitória.
Destaque individuais é escusado fazer, mas deixo só esta nota de completo desnorte do Benfica actual: quem marcou o penalty na compensação foi um jogador, cuja saída para a Arábia estava iminente, e que se confirmou no dia seguinte. Jogador, esse, que já tinha falhado um penalty decisivo na meia-final da Taça da Liga no ano passado. Por acaso, foi golo, mas foi nitidamente brincar com o fogo.
Foi um fim de linha muito triste para o Roger Schmidt, mas o que me preocupa mais foi esta incapacidade de ver o óbvio que o Rui Costa revelou. Resta-nos aguardar pelo nome do novo treinador e esperar que consiga ainda fazer alguma coisa desta temporada. Mas não tenho esperanças nenhumas nisso, especialmente se for o nome mais forte de que se fala...
Sobre a saída do treinador e a contratação de um novo, haverá um texto à parte, mas em relação a este jogo também não há muito para dizer de diferente ao que já foi dito e redito no passado: exibição paupérrima do Benfica, a revelar os mesmos defeitos de há séculos (afunilamento do jogo, ausência de acelerações, menor agressividade que o adversário, poucas oportunidades de golo), o que obviamente não é de espantar, dado que o treinador é (era) o mesmo. O Di María entrou no onze e foram dele as melhores jogadas na 1ª parte, mas mesmo assim sem uma clara situação de golo. Quanto ao Moreirense, marcou na nossa baliza, mas o golo foi posteriormente anulado pelo VAR por pisão sobre o Leandro Barreiro no início da jogada.
Na 2ª parte, entrou logo o Renato Sanches, que esteve uns bons furos acima de frente ao E. Amadora, mas continuámos a não conseguir produzir grande jogo ofensivo. O Pavlidis teve um bom remate defendido pelo guarda-redes Kewin, o Di María viu um defesa a safar quase sobre a linha, porém foi o Moreirense a abrir o marcador aos 84’ pelo Ofori, num remate que desviou no António Silva e traiu o Trubin. Tínhamos permitido menos veleidades atacantes ao Moreirense do que no primeiro tempo, pelo que este golo foi um castigo um pouco pesado, mas resultou de um erro clamoroso do Carreras na saída de bola no nosso meio-campo. No último minuto da compensação, o Leandro Barrreiro é pisado na grande-área, num lance em que o Moreirense protestou sobre uma eventual mão na bola do Marcos Leonardo, e o mesmo Marcos Leonardo empatou o jogo, mas já era impossível resgatar a vitória.
Destaque individuais é escusado fazer, mas deixo só esta nota de completo desnorte do Benfica actual: quem marcou o penalty na compensação foi um jogador, cuja saída para a Arábia estava iminente, e que se confirmou no dia seguinte. Jogador, esse, que já tinha falhado um penalty decisivo na meia-final da Taça da Liga no ano passado. Por acaso, foi golo, mas foi nitidamente brincar com o fogo.
Foi um fim de linha muito triste para o Roger Schmidt, mas o que me preocupa mais foi esta incapacidade de ver o óbvio que o Rui Costa revelou. Resta-nos aguardar pelo nome do novo treinador e esperar que consiga ainda fazer alguma coisa desta temporada. Mas não tenho esperanças nenhumas nisso, especialmente se for o nome mais forte de que se fala...
terça-feira, agosto 27, 2024
Sven-Göran Eriksson (1948-2024)
Faleceu ontem o primeiro treinador de que me lembro no
Benfica e o melhor de todos eles. Portanto, ontem também partiu um bocado do Benfica
que eu aprendi a amar. A dimensão da revolução que ele trouxe ao nosso clube só
alguns anos mais tarde é que percebi verdadeiramente, porque com seis anos tudo
aquilo que os Bentos, Humbertos Coelhos, Nenés, Carlos Manueis, Chalanas, Manniches,
Diamantinos, Josés Luíses, Strombergs, Filipovics, Pietras, Velosos, Álvaros,
Shéus, Alves e tantos outros faziam parecia a coisa mais natural do mundo.
Jogar bem, dar espectáculo e ganhar. Aquelas épocas de 1982/83 e 1983/84 foram
o meu primeiro Benfica e o melhor de todos. E havia um maestro que fazia com
que o todo de toda aquela gente fosse (ainda bem) maior do que a soma das (valiosas)
partes. A seguir a dois títulos de campeão foi tentar a sua sorte em Itália,
mas deixou um vazio que todos sabíamos que teria de voltar a ser preenchido
mais cedo ou mais tarde.
O seu regresso em 1989 não foi tão vitorioso nas três épocas que se seguiram, mas trouxe igualmente grandes memórias, como a última ida a uma final da Taça dos Campeões Europeus, depois da meia-final épica com o Marselha em 1989/90, e o título no ano seguinte, com o célebre jogo do César Brito num Mordor em pleno auge.
Para além de um enormíssimo treinador, foi alguém com um conjunto de qualidades que gosto de ver sempre associadas a quem representa o Benfica: cortesia, humildade, simpatia, educação e respeito pelos adversários e pelo jogo em si. A maneira como nesta última fase anunciou a sua doença é muito reveladora da sua grandeza. Em boa hora, conseguimos aplaudi-lo em Abril na Luz numa das inúmeras justíssimas homenagens que lhe foram feitas pela Europa.
Descanse em paz, Mister, e muito obrigado por tudo!
O seu regresso em 1989 não foi tão vitorioso nas três épocas que se seguiram, mas trouxe igualmente grandes memórias, como a última ida a uma final da Taça dos Campeões Europeus, depois da meia-final épica com o Marselha em 1989/90, e o título no ano seguinte, com o célebre jogo do César Brito num Mordor em pleno auge.
Para além de um enormíssimo treinador, foi alguém com um conjunto de qualidades que gosto de ver sempre associadas a quem representa o Benfica: cortesia, humildade, simpatia, educação e respeito pelos adversários e pelo jogo em si. A maneira como nesta última fase anunciou a sua doença é muito reveladora da sua grandeza. Em boa hora, conseguimos aplaudi-lo em Abril na Luz numa das inúmeras justíssimas homenagens que lhe foram feitas pela Europa.
Descanse em paz, Mister, e muito obrigado por tudo!
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