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sexta-feira, abril 19, 2024

Auf Wiedersehen!

Perdemos ontem em Marselha (0-1 e 2-4 nos penalties) e fomos eliminados ingloriamente da Liga Europa. Ou seja, iremos terminar uma temporada em que investimos fortemente com apenas um título e o menos importante deles todos (Supertaça). Não só por isso (aqui defendi a continuidade do treinador, mesmo não tendo ganho nada), mas principalmente pelo que (não) mostrámos a nível exibicional e por decisões absolutamente incompreensíveis, espero que o Sr. Roger Schmidt tenha a hombridade de colocar à disposição o seu lugar no final da temporada.

Perante o Casa Pia da Liga Francesa, nós fizemos de Vizela durante 79’ (sem ofensa para nenhum dos clubes, apesar me cinjo à respectiva classificação). E isso é absolutamente indesculpável no Benfica! Somos muitíssimo superiores ao Marselha e tivemos a atitude de uma equipa pequena, a jogar para o empate. E o Sr. Roger Schmidt já tem suficientes anos de futebol para saber o que geralmente significa jogar para o empate... Resultou em Toulouse (com bastante sorte e Trubin à mistura), não resultou em Marselha. Aliás, estou convencido que só passámos o Rangers, porque empatámos a 1ª mão em casa e não fomos para a Escócia jogar para o empate. É escusado o Sr. Roger Schmidt colocar o David Neres, Di María e Rafa juntos no onze, se depois vai jogar para não sofrer... A nossa exibição foi patética a maior parte do tempo, raramente tivemos sequer transições atacantes, o Tengsted fez um óptimo papel enquanto defesa adversário (não conseguir segurar uma única bola!) e deixámos que o Marselha nos fosse empurrando para o nosso meio-campo, raramente conseguindo sair a jogar. Só alguma aselhice do outro lado fez com que chegássemos ao intervalo empatados. Quanto a nós, só um remate de trivela do Rafa, a centro do David Neres, deu a sensação de perigo.

A 2ª parte manteve-se igual. Apesar estarmos a jogar com dez desde o início, o Tengstedt ainda conseguiu ficar 61’ em campo...! O Marselha intensificou a pressão apenas porque nós deixámos, dado que perdemos quase todas as segundas bolas, devido ao facto de eles serem sempre mais agressivos do que nós. Com a entrada do Kökçü e do João Mário para os lugares do Tengstedt e David Neres, conseguimos equilibrar um pouco o meio-campo, mas deixámos de ter um ponta-de-lança na frente e tirámos o nosso jogador mais perigoso (o brasileiro, obviamente). Com o Di María e o Rafa muito apagados, não se percebe esta decisão do Sr. Roger Schmidt. Melhor dizendo, percebe-se, o que a torna ainda pior! O Trubin ia oferecendo um golo, mas depois corrigiu, e fez outra excelente defesa quase em cima da linha. No entanto, aos 79’ o Marselha igualou a eliminatória pelo Moumbagna, depois de um cruzamento à vontade do Aubameyang na esquerda. O António Silva, por não ter parado este, e o Aursnes, por se ter deixado antecipar por aquele, não ficam nada bem nesta fotografia. Depois de estarmos em desvantagem, assumimos as rédeas do jogo e manifestámos a nossa superioridade perante uma equipa que vinha de cinco(!) derrotas consecutivas. A pergunta legítima que se impõe é: porque é que não fizemos isto logo desde o início?!?! Este jogo era para ganhar, nem sequer falo da passagem da eliminatória! O Di María teve duas boas ocasiões, ambas de cabeça, para marcar, mas em ambas permitiu a defesa do guarda-redes Pau Lopez. Com a ida para prolongamento, o Marselha fez as seis substituições permitidas, enquanto nós fizemos... três! O Arthur Cabral entrou no final da 1ª parte do prolongamento (saiu o Rafa), o que significou que jogámos quase uma parte inteira sem ponta-de-lança...! Quando precisávamos de marcar durante grande parte desse período! O brasileiro também teve uma ocasião, mas permitiu igualmente a defesa do Pau Lopez. Os jogadores do Marselha iam acusando o esforço físico, mas o Sr. Roger Schmidt, do alto da sua habitual teimosia, continuou a deixar o Di María em campo durante duas horas, ele que mal aguenta uma... Seria para os penalties, mas, azar dos Távoras, ele foi o primeiro a marcar e atirou ao poste... Quem também falhou foi o António Silva, enquanto os franceses marcaram os quatro, atirando-nos sem honra nenhuma para fora das competições europeias.

Não vou fazer destaques individuais, vou apenas dizer o seguinte: é um crime colocar o Benfica a jogar como um Vizela, ainda para mais perante um Casa Pia francês! Aliás, a nossa campanha europeia desta temporada foi uma absoluta vergonha! Eu não preciso de um treinador que seja genial no banco e que tire coelhos da cartola constantemente. Eu só preciso de um que veja o que toda a gente vê: 1) que o Di María não pode jogar todos os minutos de todos os jogos; 2) que o plantel é suficientemente grande para fazer alguma rotação, especialmente quando os titulares estão desinspirados e/ou cansados, 3) que fazer substituições aos 88’ para alterar o jogo é simplesmente ridículo; 4) que a ganhar por cinco ao Vizela ao intervalo, e no meio de uma eliminatória europeia, é inconcebível que se tire o Rafa para colocar o... Di María! (Com o Rollheiser no banco...). E já nem falo de ir jogar ao WC e a Mordor com o João Mário no meio-campo, em vez do Florentino, mas apenas daquelas outras cuja evidência salta à vista.

Por tudo isto, resta-me agradecer ao Sr. Roger Schmidt o campeonato do ano passado e felicidades para a sua carreira a partir da próxima época. Longe do Benfica, por favor!

quinta-feira, abril 18, 2024

Rotação

Vencemos o Moreirense por 3-1 no passado domingo e estamos com 11 pontos de vantagem para o CRAC no 3º lugar, que empatou em casa com o Famalicão (2-2). Quanto à lagartada, goleou em Barcelos (4-0) e venceu aquele mesmo Famalicão no jogo em atraso (1-0), e já pode encomendar as faixas, dado que ficou com sete pontos de avanço a cinco jornadas do fim.
 
No meio da eliminatória com o Marselha, o Roger Schmidt lembrou-se que o plantel tem mais de 11 jogadores e deu a titularidade a oito(!) habituais suplentes. Incluindo o guarda-redes Samuel Soares, que causou bastantes calafrios na 1ª parte com mais do que um lance em que demorou a aliviar a bola, quase permitindo a intercepção de um adversário... Apesar de revelarmos alguma falta de ligação, o que é normal dado que eram jogadores que não só não jogam muito, como não jogam entre eles, inaugurámos o marcador aos 18’ através do Kökçü, depois de assistência do Tiago Gouveia, num remate em que o guarda-redes Kewin poderia ter feito muito mais. O Moreirense tentava responder e criou bastante perigo por volta da meia-hora, com um remate ao poste, seguido de recarga que foi defendida pelo Samuel Soares numa boa saída da baliza. Pouco depois, foi o Arthur Cabral a permitir uma defesa do Kewin para a barra, num remate de longe, Kewin, esse, que também desviou para canto um remate do Álvaro Carreras de pé direito de fora da área. Já em tempo de compensação surgiu o nosso segundo golo num canto da direita, com o Tomás Araújo a cabecear para defesa do guarda-redes para a barra, o Arthur Cabral e um defesa a atirarem ao poste e na, segunda recarga, o nº 44 a fazer o 2-0. Era uma vantagem muito importante para levar para o intervalo, porque permitia gerir o jogo de outra maneira.
 
Na 2ª parte, o João Neves e o David Neres ficaram nos balneários e entraram o Florentino e Rollheiser. (Ena, ena duas substituições ao intervalo, o Schmidt deve ter bebido algo...!) E o que é facto é que a equipa melhorou. Houve mais dinâmica e velocidade e o Moreirense deixou de conseguir passar tão facilmente para o nosso meio-campo. (Cá está a vantagem de ter o Florentino em campo...!) Fomos criando mais algumas oportunidades, nomeadamente num livre do Kökçü e num slalom do Tiago Gouveia que terminou com um remate de pé esquerdo ao lado, mas só conseguimos fazer o terceiro golo aos 78’ numa boa assistência do Tiago Gouveia para o Rollheiser se estrear a marcar com o manto sagrado. Até final não faltaram as alterações perto dos 90’, com a estreia do Diogo Spencer, e nada de mais relevante se passou.
 
Em termos individuais, destaque para o Tiago Gouveia com duas assistências, o Rollheiser mostrou pormenores interessantes e a sua pouca utilização (pagámos 1M€ a mais para ele vir já em Janeiro!) não se percebe, para o Álvaro Carreras que, perante estas equipas, pode perfeitamente ser titular, e para o Florentino que foi o habitual garante da estanquicidade do nosso meio-campo. O Kökçü marcou um golo e não esteve mal, mas ainda precisa de pedalar um bom bocado para ganhar o carinho do terceiro anel (e não festejar o golo, nem saudar os adeptos que o aplaudem na altura da substituição, não ajuda...). Quanto ao Samuel Soares, tem excesso de calma olímpica na altura de aliviar a bola. Ou é isso ou então é para dar um pouco mais de emoção ao jogo...!
 
Ficou provado que espremer os titulares até ao tutano era perfeitamente escusado e vai causar-nos uma época frustrante (a não ser que ganhemos a Liga Europa...). O plantel tem mais jogadores que já deveriam ter muitos mais minutos em campo. Infelizmente, temos um treinador que nunca conseguiu ver este facto óbvio. Razão pela qual espero que tenha os dias contados na Luz. A não ser, lá está, que nos dê a ganhar aquilo que já não ganhamos há mais de 60 anos.

domingo, abril 14, 2024

Desperdício

Vencemos o Marselha (2-1) na Luz na passamos 5ª feira e estamos na frente dos quartos-de-final da Liga Europa. No entanto, pelo que se viu no jogo, perdemos uma ocasião soberana de, quiçá, resolver já a eliminatória ou, pelo menos, ir ao Vélodrome muito mais descansados.

O Roger Schmidt utilizou a mesma equipa do jogo frente à lagartada, com o Tengstedt na frente. Os franceses vinham com algumas baixas e mostraram-se muito menos perigosos do que eu estava à espera. Adiantámo-nos no marcador relativamente cedo, com um golo do Rafa aos 16’, de biqueiro, depois de uma assistência do Tengstedt, num lance em que o David Neres também participou. O ritmo nunca foi particularmente elevado, razão pela qual também não criámos muito mais chances de golo. Um livre em que a bola sobrou para o David Neres, que resolveu centrar de primeira em vez de dominar, quando estava sozinho na área, terá sido a nossa melhor oportunidade.

Ao intervalo, aconteceu o momento da noite, mas vou deixar isso para o fim do post. A 2ª parte não poderia ter começado melhor, com o 2-0 a surgir aos 52’ num óptimo contra-ataque, com combinação entre o David Neres e o Di María, com este a marcar depois de assistência do brasileiro. O Marselha não mostrava nada e, sinceramente, passou-me pela cabeça que deveríamos aproveitar para deixar isto já resolvido. No entanto, infelizmente, baixámos ainda mais o ritmo e a baliza contrária tornou-se uma miragem. Aos 66’, aconteceu um erro individual do António Silva, que permitiu que o Aubameyang se isolasse e batesse o Trubin. Cinco minutos depois, o Schmidt lá se resolveu a mexer pela primeira vez na equipa, mas o Marcos Leonardo e o João Mário (saíram o Tengsted e o David Neres) não trouxeram nada de novo. Só mesmo o Schmidt para pensar que seria o João Mário, e a sua velocidade estonteante, a dar um safanão no jogo... Convinha muito termos marcado mais um golo, mas, claro, que com três jogos muito intensos, os titulares não tiveram a frescura necessária na parte final. No entanto, infelizmente, para o nosso treinador, as substituições nunca são para esgotar, mesmo que se tenha mais de 50 M€ de jogadores no banco...

 

Em termos individuais, o João Neves foi outra vez dos melhores (começa ser repetitivo, mas não há nada a fazer...) e o David Neres acabou por estar nos dois golos. Ao invés, o Florentino fez a exibição menos conseguida dos últimos tempos, o Di María marcou um belo golo, mas começa a acusar desgaste e não deveria jogar sempre até ao fim, e o Aursnes também não esteve particularmente feliz. O António Silva cometeu um erro que se poderá a revelar decisivo no desfecho desta eliminatória.

 

Para a semana, no Vélodrome, vai ser muito complicado, também porque, ainda por cima, o Marselha não irá jogar para o seu campeonato este fim-de-semana, e estará certamente mais fresco do que nós, mas temos mais do que equipa para ultrapassarmos este adversário e chegarmos outra vez a umas meias-finais europeias. 

 

P.S. – Ao intervalo, aconteceu um dos momentos mais emocionantes desde que o estádio novo foi inaugurado: a homenagem ao ENORME Sven-Goran Eriksson! O primeiro treinador do que me lembro ver no Benfica e o melhor de todos eles. Foi muito bonito vê-lo rodeado de antigos jogadores e poder proporcionar-lhe este tributo tão merecido nesta fase tão complicada da sua vida. Muito obrigado por tudo, Mister!


P.S. 2 – Eu sei que estivemos longe de fazer uma boa exibição, mas assobiar a equipa depois de uma vitória nuns quartos-de-final de uma prova europeia...?! Tenham juízo, pá!

terça-feira, abril 09, 2024

Finito

Perdemos no WC no passado sábado (1-2) e será praticamente impossível voltarmos a ser campeões, dado que estamos com potencialmente sete pontos de desvantagem, com seis jornadas para jogar. O que nos valeu foi que o V. Guimarães foi ganhar a Mordor (2-1) e manteve o CRAC a nove pontos de nós.

Depois da boa exibição na Taça de Portugal, o Roger Schmidt repetiu a equipa, mas não poderíamos ter começado pior, com um golo sofrido ainda antes do primeiro minuto! Passe de risco do António Silva para o Bah, este e o Florentino a serem comidos pelo Pedro Gonçalves, que centrou para o Trubin voltar a aliviar mal a bola (tal como na Taça...) e o Catamo rematar com sucesso. Impensável! Não reagimos mal e dominámos a 1ª parte, sem, no entanto, ter grandes oportunidades de golo, dado que o Rafa rematou por cima quando estava em boa posição e, em mais do que uma ocasião, o último passe ou não saía ou saía mal. No entanto, já em tempo de compensação, conseguimos chegar à igualdade numa óptima cabeçada do Bah a um livre do Di María. Era importantíssimo chegarmos ao intervalo sem estarmos em desvantagem, dado que só a vitória nos interessava.

Na 2ª parte, a posse de bola foi mais equilibrada e houve oportunidades dos dois lados: a lagartada atirou uma bola à barra pelo suspeito do costume, Gyökeres, enquanto nós tivemos duas soberanas ocasiões pelo David Neres, cortada pelo Coate quase sobre a linha, depois de uma abertura magistral do Di María, e por este num remate que o Israel desviou para a barra e que deu canto. Estávamos já nos dez minutos finais e, mais uma vez, não tivemos a sorte do jogo. Pouco depois, foi o João Neves a ver um remate seu, que ia com boa direcção, ser interceptado por um defesa. Do nosso banco, já se sabe, nunca vem nenhum rasgo para alterar o rumo dos acontecimentos e só houve a entrada do Arthur Cabral para o lugar do Tengstedt a 20’ do fim. A lagartada claro que fez as cinco substituições, uma das quais a saída do Hjulmand, cujo segundo amarelo foi poupado pelo Sr. Artur Soares Dias. Se o empate já favorecia a lagartada, o campeonato ficou decidido no início da compensação com o 1-2 novamente pelo Catamo, que se converteu no Kelvin lagarto: canto da esquerda, alívio de cabeça na área e remate do moçambicano de pé direito de primeira ao ângulo da baliza do Trubin. De um jogador que é canhoto! Se isto não é karma, não sei o que é... O Schmidt lá se lembrou que havia mais jogadores no banco e ainda fez entrar o Kökçü e o Marcos Leonardo, e este ainda teve uma última ocasião, mas o remate em carrinho embateu no Diomande, depois de uma insistência fantástica do João Neves na sequência de um livre para a área. Até final, ainda deu para o Aursnes ver o segundo amarelo e desfalcar-nos perante o Moreirense.

Em termos individuais, o Di María esteve em praticamente todos os nossos lances de perigo (mas tem de ter cuidado com as reacções intempestivas, porque colocou-se à mercê do árbitro para um vermelho por ter atingido o Pedro Gonçalves, apesar de este fazer jus aos últimos números 8 lagartos, sempre a exagerarem nas suas atitudes...), o João Neves foi o monstro do costume, especialmente na 2ª parte, o Florentino, apesar de não ter estado bem no primeiro golo, cada vez prova mais que é uma das maiores razões para a época estar a ser a desilusão que está a ser (não ele, obviamente, mas a sua parca utilização). Ao invés, o Rafa esteve completamente desaparecido, o Tengstedt, lá está, dá luta, mas finalizar não é com ele e o David Neres poderia ter sido melhor a definir alguns lances. Menção também para o bom jogo do Bah, com a excepção do primeiro golo sofrido.

Temos, de longe, o melhor plantel e não vamos ser campeões, nem ganhar a Taça de Portugal. Portanto, ou ganhamos a Liga Europa (pausa para assimilar a improbabilidade da ideia....) ou alguém tem de assumir as responsabilidades pelo enorme fracasso desta temporada.

sexta-feira, abril 05, 2024

Desilusão

Empatámos com a lagartada (2-2) na passada 3ª feira e ficámos fora da final da Taça de Portugal. Foi um desfecho inglório dado que, ao contrário do que seria expectável, fizemos provavelmente a melhor exibição da época até agora. No entanto, acabámos por pagar caro alguma ineficácia em momentos-chave do encontro.

O Tengstedt voltou à titularidade e a presença do Florentino no meio permite-nos utilizar o Di María e o David Neres em simultâneo, porque ficamos ali com um muro quase intransponível. A partida começou um pouco equilibrada, mas durante pouco tempo, dado que a nossa superioridade foi-se acentuando com a passagem dos minutos. Foi essencialmente fruto de uma pressão enorme sobre o homem da bola, n recuperações em zonas altas do campo (a vantagem de ter o Florentino, lá está...!) e resultou em duas grandes oportunidades, que infelizmente não concretizámos na 1ª parte. O Tengstedt atirou à barra depois de uma jogada de insistência do Di María e este falhou um golo cantado depois de cruzamento do Aursnes, permitindo a defesa do guarda-redes Israel. Era fundamental irmos para intervalo com a eliminatória igualdada, mas não conseguimos.

Seria expectável que a lagartada viesse diferente para a 2ª parte, dado que a 1ª foi muito fraca, e o Rúben Amorim fez logo três substituições. A entrada do Catamo para a direita criou-nos problemas, mas foi o Gyökeres a fazer a jogada do 0-1 logo aos 47’ assistindo o Hjulmand para um remate indefensável de fora da área. Reagimos muito bem e igualámos o jogo aos 52’ numa cabeçada do Otamendi depois de cruzamento do Neres na direita, na sequência de um canto do lado contrário do Di María. Infelizmente, aos 55’ voltámos a ficar em desvantagem, com um frango do Trubin, que defendeu para a frente um cruzamento para a área e o Paulinho só teve de encostar. O Gyökeres ainda atirou uma bola ao poste, mas regressámos à disputa da eliminatória aos 64’ com o 2-2 pelo Rafa depois de nova jogada do Neres na direita, que abriu de calcanhar para o Aursnes centrar rasteiro e o nº 27 só ter de encostar. Ainda faltavam uns largos minutos para o final e tivemos uma soberana ocasião, num remate em arco do Di María na direita que o Israel defendeu para canto. Antes desse remate, há uma jogada em que o Coates coloca a sua perna em frente à do Rafa, mas o Sr. João Pinheiro não assinalou nada, nem consultou o VAR. Fosse ao contrário... Até final, ainda entraram o Marcos Leonardo e o Tiago Gouveia, e este teve duas ocasiões em que deveria ter feito bem melhor, ao tentar dominar a bola pisando-a, em vez de rematar com a parte interna do pé, anulando assim uma óptima chance de marcar e numa cabeçada em balão ao lado, depois de cruzamento de letra do Di María. Quanto ao ponta-de-lança brasileiro, deveria ter sido obviamente o Arthur Cabral a entrar, porque é muito mais possante e os centrais da lagartada teriam tido muito mais dificuldades com ele. Mas já perdi a esperança em que o Roger Schmidt perceba estas evidências...

Em termos individuais, o João Neves encheu o campo, especialmente na 2ª parte, o Florentino continua a mostrar que jogamos muito melhor quando ele está a controlar o meio-campo (continuo sem perceber o ostracismo que teve até agora na época, que explica em boa parte como ela tem corrido...) e os laterais (Bah e Aursnes) estiveram num nível altíssimo. O Trubin teve culpas no segundo golo, mas fez uma grande defesa a outro remate do Paulinho já na parte final da partida, permitindo manter-nos em jogo. Os centrais António Silva e Otamendi conseguiram limitar os estragos do Gyökeres. Quanto ao Neres, já lhe vi fazer jogos melhores, mas esteve nos nossos dois golos. O Rafa é sempre imprevisível, mesmo não estando no pico de forma, e do Di María esperamos constantemente lances que decidam os jogos, apesar da exasperação que nos causa quando se agarra demasiado à bola... O Tengstedt dá, de facto, muita luta aos centrais, mas tem um enorme contra para quem é avançado: não tem nenhum faro de golo.

Apesar da melhor exibição da época, ainda não é esta temporada que voltamos ao Jamor e continuamos com o nosso vergonhoso histórico de três taças de Portugal ganhas, agora, nos últimos 28 anos...!

segunda-feira, abril 01, 2024

Ridículo

Vencemos o Chaves na passada 6ª feira por 1-0 e temos agora nove pontos de vantagem para o CRAC (derrota no Estoril – terceira na temporada! – por 1-0), mas mantemos um de desvantagem perante a lagartada (com menos um jogo) que venceu na Amadora por 2-1. Depois da pausa das selecções, já se sabe que a retoma da competição interna é sempre complicada, mas perante o último classificado exigia-se BASTANTE mais.
 
Não há outra forma de dizer isto: fizemos uma das piores exibições da temporada! O problema começou logo na equipa inicial, porque claro que o facto de o Roger Schmidt ter colocado o Di María, vindo na véspera de uma viagem transatlântica, a titular não ajudou nada. Se quanto ao Otamendi ainda há alguma justificação, dado que o António Silva estava castigado e mudar os dois centrais de uma só vez poderia ser problemático, quando ao extremo argentino não há desculpas. O plantel tem outras opções que deveriam ter sido utilizadas, porque como seria de esperar o Di María estava longe de estar a 100% e todo o nosso jogo se ressente disso. O corolário disso foi o penalty falhado por ele aos 26’ (uma cotovelada ao Bah bem assinalada pelo VAR), num autêntico passe ao guarda-redes Hugo Souza. Não há suficientes palavras no mundo que ajudem a evidenciar o quanto eu abomino penalties marcados daquela maneira! De resto, uma cabeçada ao lado do Florentino num canto foi a única sensação de golo que tivemos.
 
Na 2ª parte, a tendência do jogo manteve-se, connosco a abusar da lentidão de processos que não ajudava a desmontar a defensiva contrária. O Bah falhou um ressalto em boa posição, rematando muito por cima, mas tivemos nova grande ocasião noutro penalty assinalado pelo VAR a castigar falta sobre o Di María. Então, aconteceu algo que eu nunca tinha visto o Benfica fazer: o Arthur Cabral conseguiu a proeza de falhar duas vezes! A primeira foi repetida, porque os adversários invadiram a área antes de tempo e na segunda ocasião ele marcou exactamente da mesma forma, proporcionando novamente uma defesa ao Hugo Souza! Três penalties falhados num jogo é algo inaudito para nós, certamente! Isto tinha tudo para deitar a equipa moralmente abaixo, mas felizmente inaugurámos o marcador pouco depois, aos 68’, num ligeiro desvio de cabeça do João Neves a um livre do Di María. Foi um enorme alívio no estádio, porque o jogo estava a tornar-se muito complicado. Até final, ainda apanhámos um relativo susto, numa cabeçada por cima em que o Trubin estava batido, mas lá fomos controlando as coisas sem nenhum brilhantismo.
 
Em termos individuais, destaque óbvio para o João Neves, que é dos poucos em boa forma. Apesar de alguns passes falhados, o Florentino continua a justificar a sua titularidade e sinceramente espero que não a deixe até final da época. O Bah também não esteve mal. Quanto à maioria dos outros, foram de uma mediocridade atroz.
 
Os próximos três jogos definirão grande parte do que será nossa temporada, porque serão decisivos para três competições. Espero enganar-me redondamente, mas a jogar desta maneira não sei como conseguiremos ir muito longe...

quarta-feira, março 20, 2024

Difícil, mas justo

Vencemos o Casa Pia em Rio Maior no passado domingo por 1-0, mas tudo se mantém igual na frente, porque o CRAC já tinha ganho em casa ao Vizela (4-1) e a lagartada goleou o Boavista por 6-1. Foi uma vitória muito importante e justa.
 
Estas partidas a seguir a jornadas europeias são sempre deveras complicadas. Especialmente se forem da Liga Europa, porque geralmente só há três dias entre jogos, e fora de casa, como foi o caso. Em relação a Glasgow, o Roger Schmidt só tirou o David Neres e fez entrar o João Mário. Não se percebe esta decisão dado que o brasileiro é muito mais ofensivo, mas enfim... Na 1ª parte, facilitámos bastante e o Casa Pia em contra-ataque criou-nos alguns problemas, tendo-nos valido a tremenda aselhice dos seus jogadores em pelo menos duas ocasiões. Na terceira, foi o Trubin a safar-nos. Em relação ao ataque, revelámos a lentidão habitual e não tivemos assim grandes ocasiões. Uma cabeçada do António Silva já perto do intervalo, terá sido a melhor delas, já depois de o João Neves ter visto um golo de cabeça anulado por fora-de-jogo.
 
Na 2ª parte, as coisas tinham de mudar, mas o Schmidt não mexeu no onze logo no reinício. Típico. No entanto, acelerámos um pouco mais e começámos a criar ocasiões, com o Rafa a atirar ao lado já de ângulo algo difícil, o Di María a atirar por cima num ressalto e o António Silva a falhar clamorosamente de cabeça, quando estava em boa posição num livre. Entretanto, já tinham entrado o David Neres e o Arthur Cabral para os lugares do amarelado Florentino e do Marcos Leonardo. O Casa Pia deixou de existir em termos ofensivos, mas o Aursnes teve uma paragem cerebral e agarrou a bola com as mãos, com ela já fora do terreno, mas por muito pouco... O tempo ia passando, mas finalmente lá marcámos aos 74’ numa iniciativa individual do Arthur Cabral, bem lançado pelo João Mário na direita num contra-ataque, que depois flectiu para o centro e rematou em arco de pé esquerdo, sem hipóteses para o guarda-redes Ricardo Baptista. Um golão daquele que é, neste momento, o nosso menos mau avançado. O mesmo Arthur Cabral voltou a ter uma oportunidade num forte remate que o guarda-redes defendeu com dificuldade para canto. Até final conseguimos controlar as coisas minimamente, porque só por uma vez o Casa Pia chegou à nossa baliza, mas o Trubin resolveu com êxito.
 
Em termos individuais, destaque para o Arthur Cabral que desbloqueou o nosso jogo. Quando finalmente estava numa senda goleadora e a fazer assistências, o Schmidt mandou-o de volta para o banco. Espero que não volte a acontecer o mesmo, até porque, sim, Sr. Schmidt, o mais importante nos avançados é que marquem golos! O João Neves continua o motor de todo o nosso jogo e voltei a gostar do Florentino enquanto esteve em campo. No entanto, concordei com a sua substituição por causa do amarelo e o João Mário até subiu de rendimento quando foi para o meio. Mas uma coisa é ele jogar no meio contra o Casa Pia, outra é jogar em Mordor ou no WC...! O Aursnes, é bom que não repita mais gracinhas daquelas, porque arriscou imenso...
 
Iremos ter agora a pausa para as selecções antes de voltarmos para a fase decisiva da época. Mas temos de subir o nosso nível exibicional sob pena de não termos alegrias este ano. É que continuamos a jogar muito pouco para o plantel que temos.

sábado, março 16, 2024

Em frente

Vencemos na 5ª feira o Rangers em Glasgow por 1-0 e qualificámo-nos para os quartos-de-final da Liga Europa. Foi um triunfo justo e seria péssimo sermos eliminado por uma equipa é que manifestamente inferior à nossa.
 
Tal como escrevi aquando da 1ª mão, o facto de termos de jogar para ganhar foi melhor para nós, porque senão ir-nos-íamos pôr a defender o resultado, como em Toulouse. Com os titulares de regresso e o meio-campo certo (finalmente!) com Florentino e João Neves, tivemos alguma dificuldade em criar oportunidades na 1ª parte, dado que o Marcos Leonardo foi bem anulado pelos defesas contrários (muito mais fortes fisicamente), e errámos alguns passes que, se tivessem resultado, teriam criado bastante perigo para a baliza escocesa. Do lado oposto, apesar de alguma pressão, o Rangers também não teve assim grandes oportunidades, excepção feita a um quase enorme frango do Trubin, que viu um remate fraco passar por entre as suas pernas, mas ainda conseguiu tocar na bola com a perna direita para canto.
 
Na 2ª parte, o Marcos Leonardo ficou no banco, tendo entrado o Tengstedt, mas o Rangers entrou ainda mais pressionante e teve uma ou outra oportunidade, com a bola a passar invariavelmente ao lado da nossa baliza. Apesar de termos algum espaço, continuávamos a revelar alguma dificuldade em sair rápido, porque os passes teimavam em não sair bem. O Rafa e o Di María andavam muito escondidos do jogo, mas, como acontece com os craques, basta aparecerem uma vez para ficarem na história do mesmo. E isso aconteceu aos 66’, quando num contra-ataque (finalmente!) o Di María isolou de cabeça o Rafa, que correu desde o meio-campo até à área contrária para desfeitear o Jack Butland. O fiscal-de-linha ainda assinalou fora-de-jogo, mas o VAR confirmou que o nº 27 tinha partido antes da linha de meio-campo. Os escoceses sentiram muito o golo e até fomos nós a estar mais perto de resolver de vez a eliminatória, com o António Silva a falhar escandalosamente o desvio num canto. Com a intensa chuva que caiu ininterruptamente desde o início, havia jogadores a começar a acusar o esforço (Di María acima de todos eles), mas já se sabe que o Schmidt é mais teimoso do que sei lá e só o substituiu em cima dos 90’. Aliás, quando resolveu mexer, ainda antes do nosso golo, tirou o David Neres, que estava a ser o melhor dos da frente. Em teoria devia ter sido o Rafa ou o Di María a sair, mas como estiveram envolvidos no golo tudo se lhes perdoa. Com menos sofrimento do que se esperava, conseguimos manter a nossa baliza inviolada e assegurar a continuidade nas provas europeias. Este feito é de realçar, porque o Rangers não só marcava há não-sei-quantos consecutivos, como as equipas portuguesas só tinham uma vitória na Escócia até este jogo e há mais de 40 anos.
 
Em termos individuais, o Florentino foi o melhor do Benfica. As estatísticas que saíram confirmam a quantidade absurda de bolas que ele interceptou no jogo e não percebo esta ostracização de que ele sofre nas segundas épocas dos nossos treinadores, depois de ter sido fundamental na conquista dos campeonatos na primeira. Já aconteceu assim com o Lage, está a ser repetido pelo Schmidt. O Otamendi e António Silva estiveram bem na defesa, já o Aursnes a lateral-esquerdo continua a revelar dificuldades. Menção ainda para o Rafa e Di María por terem construído o golo, apesar de não terem feito praticamente mais nada de relevante. O João Neves voltou a encher o campo e nota-se que fica muito mais liberto com o Florentino por perto.
 
O sorteio decorreu ontem e calhou-nos o Marselha nos quartos-de-final. Mediante os adversários possíveis, era de longe o que era preferível. Cabe-nos demonstrar essa (teórica) superioridade em campo, sabendo que, se passarmos, muito possivelmente defrontaremos o Liverpool (a não ser que a Atalanta faça um milagre...). Mas uma coisa de cada vez e primeiro é preciso tratar dos franceses.

sexta-feira, março 15, 2024

Sofrível

Vencemos o Estoril no domingo por 3-1, mas manteve-se tudo igual na frente, porque os outros dois também venceram (a lagartada 3-0 em Arouca e o CRAC pelo mesmo resultado em Portimão perante a sua equipa B). Uma semana absolutamente infernal em termos de trabalho fez com que só pudesse postar isto hoje.
 
O Roger Schmidt resolveu finalmente fazer alguma rotação nesta partida e o Di Mária, Rafa e João Neves ficaram no banco (só para mencionar os mais utilizados). Entrámos bem dado que marcámos logo aos 15’ num bom remate fora da área do Kökçü a passe do David Neres. No entanto, o Trubin parece apostado em cometer um deslize por jogo e aos 22’ socou para a frente uma bola cruzada e o Rodrigo Gomes fez o empate. Tivemos, então, o nosso pior período que se estendeu quase até ao intervalo, em que a lentidão exasperante de processos não nos permitiu criar oportunidades. Até que, já em tempo de compensação, o David Neres cruzou largo da direita, o Tiago Gouveia amorteceu de cabeça do lado oposto e o Marcos Leonardo, muito rápido, encostou também de cabeça para a baliza. 
 
Se marcámos numa boa altura antes do intervalo, voltámos a fazê-lo logo no reinício, aos 49’, pelo Tiago Gouveia numa boa jogada individual, em que encarou o adversário, rompeu e rematou cruzado sem hipóteses para o Dani Figueira. A partir daqui, começámos a dosear o esforço (que também não tinha sido assim tão grande até então...) e foi o Estoril a pôr à prova o Trubin um par de vezes. Felizmente, não conseguiu marcar nenhum golo, que certamente nos iria deixar com o credo na boca até ao fim. Do nosso lado, só um remate do entretanto entrado João Neves à barra, já em cima dos 90’, é que deu a sensação de golo.
 
Em termos individuais, destaque para o David Neres, que esteve em dois dos golos, e para o Tiago Gouveia, com um golo e uma assistência. O Florentino mostrou novamente que é essencial para que a equipa jogue mais à frente e o Marcos Leonardo, na sua primeira titularidade, voltou a marcar.
 
Com a sobrecarga de jogos que estamos a ter, é bom que o Schmidt vá pensando em repetir esta fórmula, porque felizmente temos um plantel que dá para fazer alguma rotação. No entanto, não se pode dizer que os que jogaram tenham tido um rendimento muito superior aos habituais titulares, antes pelo contrário. Ou seja, continuamos a mostrar um futebol muito sofrível para esta fase tão adiantada da época.

sábado, março 09, 2024

Lei de Murphy

Empatámos com o Rangers na Luz na 5ª feira (2-2) na 1ª mão dos oitavos-de-final da Liga Europa. Depois da semana horribilis que tivemos, todos desejávamos uma vitória que pudesse amenizar o ambiente em torno da equipa, mas, apesar de ela não ter surgido, acho que demos uma resposta razoável e que, em relação à entrega da equipa, não podemos apontar nada.
 
Parece que foi preciso duas derrotas (uma das quais humilhantes) em casa dos rivais para o Roger Schmidt perceber três coisas: 1) o Florentino tem de ser titular; 2) o João Mário tem de ir para o banco; 3) temos de jogar com um ponta-de-lança (que não o Tengstedt). Não entrámos mal no jogo, mas sofremos um golo na primeira vez em que o Rangers se acercou da nossa área, logo aos 7’: dois-um na esquerda, centro para a área e cabeçada do Tom Lawrence à vontade para a baliza do Trubin. Reagimos bem e tentámos dar uma resposta tão rápida quanto possível, mas alguns elementos da frente (Di María e Rafa, nomedamente) não estiveram particularmente inspirados. Assim sendo, pertenceram ao David Neres os dois remates mais perigosos, ambos defendidos pelo guarda-redes Butland, sendo que num deles a recarga do Arthur Cabral foi parar... às mãos do guarda-redes! Num terceiro lance de perigo do Neres, este, em boa posição, atirou ao lado depois de um canto do Di María. O argentino e o Rafa também tiveram as suas chances de visar a baliza dos escoceses, mas, ou devido ao guarda-redes ou a intercepções da defesa, os remates nunca chegaram ao alvo. Até que, em cima do intervalo, o VAR assinalou uma mão na área a nosso favor depois de um canto e o Di María concretizou o respectivo penalty da sua maneira habitual, que tantos suores frios me causa... Felizmente, pensámos quase todos, íamos para os balneários sem estarmos em desvantagem, mas o Sr. Murphy tem razão e, quando as coisas têm a tendência para dar errado, certamente que darão. Num livre no período de compensação, o Trubin tem uma saída disparatada quase ao limite da área, não consegue socar bem a bola, o Neres também não alivia bem e o Rangers faz o 1-2 num centro do Fábio Silva, que foi desviado já na pequena-área pelo Dujon Sterling. Há outro jogador adversário que, em fora-de-jogo, tentou jogar a bola, mas o VAR considerou que não teve interferência no lance. Inacreditável, quanto a mim!
 
Na 2ª parte, o nosso domínio intensificou-se e, ao invés, os escoceses não se acercaram tanto da nossa área. O João Neves subiu imenso de produção e arrastou toda a equipa consigo, enquanto o Florentino construía, como é seu apanágio, o muro habitual no meio-campo, que nos permite pressionar melhor o adversário e jogar mais à frente no terreno. No entanto, continuávamos a evidenciar problemas na finalização, com o Neres a perder tempo de remate em boa posição, o Cabral a não conseguir fugir à marcação dos defesas, o Rafa sem pontaria, o Otamendi à vontade num canto a cabecear por cima e o Di María a falhar inacreditavelmente um desvio de pé esquerdo na área, depois de uma assistência do Rafa num contra-ataque. No meio deste desperdício todo, teve de ser um defesa (Goldson) a fazer o autogolo do 2-2 aos 67’, de cabeça num livre para a área do Di María. Curiosamente, já tinha sido este jogador a marcar um autogolo na Luz neste jogo. (Se calhar, é de contratá-lo para nosso ponta-de-lança...!) Entretanto, já tinha entrado o Marcos Leonardo para o lugar do Cabral, mas a tendência de desperdício não se alterou. Do lado contrário, só por uma vez o Fábio Silva colocou o Trubin à prova. Ainda entraram o Tiago Gouveia e o Álvaro Carreras para a faixa esquerda, mas, apesar de termos feito 22 cruzamentos e 14 remates, não conseguimos marcar mais nenhum golo...
 
Em termos individuais, destaque, como já referi, para a 2ª parte do João Neves, que encheu o campo, e para o Florentino que, apesar de não ter estado perfeito (provocou um desnecessário livre perigoso na 1ª parte), tem de ser titular do Benfica, porque a equipa rende muito mais em termos colectivos com ele em campo. De resto, apesar da entrega, não houve mais ninguém particularmente inspirado. O Trubin voltou a ter culpas num golo sofrido, o Aursnes começa a acusar o facto de estar a saltar sempre de posição e fez dos piores jogos que me lembro (desta feita a lateral-esquerdo), o Di María perdeu 40(!) bolas no jogo (se fosse o Jurásek, deixaria de contar para o Schmidt...) e o Rafa voltou a não acertar na baliza. O Cabral lutou, mas também não esteve feliz.
 
Se é óbvio que teoricamente seria melhor irmos em vantagem para a 2ª mão, não sei se na prática, pelo que vimos em Toulouse, não é preferível que tenhamos de jogar para ganhar em Glasgow. Eles estão longe de ser brilhantes na defesa e, com algum espaço, podemos criar-lhes mossa. É preciso é que os jogadores da frente estejam mais inspirados do que neste jogo...

terça-feira, março 05, 2024

O rei já ia nu

Fomos goleados em Mordor no domingo (0-5) e ficámos com um ponto de desvantagem perante a lagartada (3-2 em casa contra o Farense) com mais um jogo, tendo visto a nossa vantagem perante o CRAC reduzida para seis pontos.
 
Como é bom de ver pelo resultado final, o que se passou foi um completo descalabro, cujos sinais, convenhamos, já estavam presentes desde há muito. Perante a lesão do Bah, o Aursnes voltou para a lateral-direita, com o Morato a regressar à equipa para a esquerda, e o Tengstedt na frente em vez do David Neres. E foi do dinamarquês a nossa única verdadeira oportunidade de golo, ao atirar por cima quando só tinha o Diogo Costa pela frente, com o resultado ainda a zeros. O CRAC abriu o marcador aos 20’ pelo Galeno, que estava completamente sozinho(!) na área num canto, com o Trubin a ficar mal na fotografia, porque ficou a meio do cruzamento. O Rafa teve o nosso único remate à baliza ainda na 1ª parte, defendido pelo guarda-redes, antes de o CRAC fazer o 0-2 em cima do intervalo, também pelo Galeno, num lance em que o António Silva foi demasiado anjinho.
 
Na 2ª parte, entraram o Álvaro Carreras e o Florentino para os lugares do amarelado Morato e do Kökçü, mas o CRAC acabou com o jogo logo aos 55’ com o 0-3 pelo Wendell, numa bola desviada ainda pelo Florentino, em que me pareceu que o Trubin se lançou um pouco tarde. O Schmidt fez mais duas substituições logo a seguir, entrando o David Neres e o Arthur Cabral para os lugares do Di María e Tengstedt, mas o descalabro começou a antever-se quando o Otamendi se fez estupidamente expulsar por duplo amarelo aos 61’ (um capitão do Benfica, especialmente já tendo jogado naquele antro, não pode ser expulso desta maneira!). A partir daqui, estava na cara que o CRAC viria para cima de nós tentar a goleada. Algo que nós nunca fazemos em situação semelhante (basta lembrar o jogo da 1ª volta na Luz...)! Ainda falharam duas bolas de baliza aberta pelo Nico González de cabeça e pelo Galeno, mas aos 75’ fizeram o 0-4 pelo Pepê, num remate em que o Trubin é muito mal batido, com a bola a entrar no poste mais próximo. Em cima dos 90’, fizeram o 0-5 pelo Namaso de cabeça. Ambos estes golos nasceram do nosso lado esquerdo e mostraram as enormes limitações que o Álvaro Carreras tem a nível defensivo.
 
Numa partida destas, claro que praticamente ninguém se salvou. A única excepção foi o João Neves, que foi o único a perceber o que defrontar este adversário significa. Ele e os adeptos do Benfica que estiveram presentes no estádio, que não se coibiram de se fazer (e bem) ouvir quando já estavávamos a perder 0-4.
 
Sem nenhuma ordem de importância, vou então justificar o título do post:
 
1) Sim, tínhamos ganho os quatro jogos frente a adversários directos até à passada 5ª feira, mas convém não nos deixarmos cegar pelos resultados. Na Supertaça, com um pouco mais de qualidade do CRAC, poderíamos ter chegado ao intervalo a perder por 0-3; no jogo frente a eles no campeonato, estivemos com mais um desde os 19’ e ganhámos à rasca; em Braga, foi o Trubin que nos salvou na 2ª parte; contra a lagartada na Luz, estávamos a levar um banho até ficarmos a jogar contra 10 e só demos a volta completa já nos descontos. Já para não falar da vergonhosa campanha europeia deste ano.
 
2) A gestão do plantel pelo Schmidt é verdadeiramente patética. Dou o exemplo do Vizela: 5-0 ao intervalo, jogo resolvido, segundo de seis jogos em 17 dias(!), o que faz o nosso treinador? Tira o Rafa para pôr o... Di María! Jogador jovem a precisar de ter minutos de jogo, certo...?! Quando é que roda mais a equipa? Aos 88’(!) com duas substituições...! O Arthur Cabral estava finalmente a marcar golos e a jogar bem, e o que faz o Schmidt? Mando-o para o banco em Guimarães e utiliza-o intermitentemente desde aí... E há muitos mais exemplo, eu não estou é para escrever os Maias...
 
3) Seis jogos em 17 dias e qual é o nosso meio-campo nos cinco últimos? João Neves e João Mário...! Tirando o frente ao Vizela, em que não podia jogar por estar castigado, em 360’ possíveis, o Florentino jogou... 69’! Claro que, se fosse numa eliminatória europeia fora e na casa dos nossos dois maiores rivais, seria gravíssimo, mas como estamos a falar de jogos fáceis, fez sentido, não foi...?!
 
4) A equipa leva um amasso na 2ª parte em Toulouse e que reacção se vê do nosso banco? Nenhuma. A equipa não consegue sair a jogar na lagartada na 1ª parte e que reacção se vê no nosso banco? Nenhuma. A equipa perde todos os duelos no meio-campo em Mordor na 1ª parte e que reacção se vê do nosso banco? Nenhuma. Não há nada que venha do banco que possa ajudar a equipa. E isto passa-se há n jogos. Mesmo a brilhante ideia de jogar sem um ponta-de-lança frente ao Portimonense em casa só resultou em golos, porque marcámos o primeiro muito cedo na 2ª parte e mais dois em contra-ataque em três minutos. Não esqueçamos que a 1ª parte foi hedionda...!
 
5) No ano passado, podíamos ter colocado o CRAC a 13 pontos e concentrarmo-nos nos quartos da Champions e todos nos lembramos do que aconteceu, depois de inclusivamente sermos os primeiros a marcar! Estão a ver isso acontecer ao contrário...? Pois, eu também não! Trocando as equipas, com uma expulsão aos 20’ como na 1ª volta, estão a ver não sermos goleados...? Pois, eu também não! Esta equipa do CRAC é de longe a mais fraca dos últimos largos anos, mas entrou em campo no domingo da maneira que entra sempre contra nós, ou seja, com os dentes de fora. Estão a ver isso acontecer ao contrário...? Pois, eu também não!
 
6) Isto está a ser igual ao Lage: primeira época a jogar um futebol de sonho, campeões, e segunda um verdadeiro pesadelo (sete pontos de vantagem à 3ª jornada da 2ª volta desperdiçados naquela altura)! O que é que se passa com o Benfica?! Será só culpa do treinador...?
 
7) Parece que, para as redes sociais do Benfica, o jogo ainda não acabou, porque deixaram de publicar o que quer que fosse desde o 0-4... Tenham vergonha na cara, pá! Sejam homenzinhos e assumam o que se passou! O resultado envergonha-nos...? Claro que sim, mas não se esconde (ou deturpa) a história! No ano dos 7-1, ganhámos a dobradinha, só para dar um exemplo. Isto ainda não acabou! (Ou já...?)

8) Não contem comigo para a conversa do "temos de apoiar", "há uma campanha contra o nosso treinador" ou "criticar a equipa e o treinador é fazer o jogo dos nossos adversários". Isso jamais, porque isso seria promover a mediocridade e nunca mudar o que está obviamente mal. Se fôssemos seguidistas a esse ponto, se calhar, ainda teríamos o Vale e Azevedo à frente do clube... É que essa conversa é em tudo semelhante há que havia naquela altura!
 
Sim, se “o rei já ia nu”, não sei até que ponto é só o treinador. Claro que este tem grande parte da culpa, em especial nos cinco primeiros pontos que elenquei, porque o nosso plantel (mesmo sem laterais) é claramente superior ao dos rivais e estamos a apresentar a qualidade futebolística que estamos desde o início da época... Não é justificável o que se está a passar até agora! Tanto o que (não) estamos a jogar, como a maneira como, por exemplo, nos deixámos ser eliminados frente ao Estoril nas meias-finais da Taça da Liga. E esta eliminação é sintoma do ponto nº 6. E é esse que me preocupa mais. Porque se não quero mais uma ‘solução Nélson Veríssimo’ até final da época, também tenho consciência que as coisas não podem continuar como estão até agora...

sábado, março 02, 2024

Desvantagem

Perdemos no WC na passada 5ª feira por 2-1 na 1ª mão das meias-finais da Taça de Portugal. Numa partida em que globalmente a lagartada foi melhor do que nós, uma decisão arbitral bastante duvidosa impediu-nos provavelmente de empatar o jogo.
 
Tal como se esperava, o Roger Schmidt voltou a jogar sem ponta-de-lança, o que se revelou um enorme erro. Não poderíamos ter começado pior o jogo, ao sofrer o primeiro golo logo aos 9’ numa cabeçada do Pedro Gonçalves. E poucos mais lances de monta houve na 1ª parte, dado que a lagartada se fechou muito bem e nós éramos exasperamente lentos a circular a bola, o que lhes dava mais do que tempo para se organizarem na defesa. A jogar sem avançado de raiz, a nossa única hipótese seria apanhá-los em contrapé, tentando aproveitar a velocidade do Rafa, mas a jogar a 10 à hora isso é completamente impossível...! Em termos de oportunidade, só em cima do intervalo houve mais uma flagrante com o João Neves a Aursnes (novamente na lateral-esquerda) a impedir o Edwards de marcar e um canto quase directo do Di María, que o guarda-redes Israel defendeu.
 
A 2ª parte foi bastante mais dinâmica e houve uma alteração logo no reinício com a entrada do Morato para a saída do Bah, tendo passado o Aursnes para a lateral-direita. Aos 53’ sofremos o segundo golo pelo inevitável Gyökeres, que ultrapassou em velocidade o Oramendi e desfeiteou o Trubin. As coisas estavam muito negras para nós, porque não conseguíamos chegar à área contrária e já estávamos a perder por dois. O Schmidt lá se lembrou que tinha três(!) pontas-de-lança no banco e fez entrar o Tengstedt aos 61’ saindo o David Neres. Aos 68’, na nossa primeira jogada de perigo, reduzimos para 1-2 pelo Aursnes depois de um centro do Di María. Até que cinco minutos depois deu-se o caso do jogo, com o Sr. Fábio Melo no VAR a chamar o sr. Fábio Veríssimo para anular aquele que seria o 2-2 do Di María, por pretenso fora-de-jogo do Tengstedt, que teria impedido o Israel de ver o remate. Ora, o próprio Israel não esboçou o mínimo protesto, aliás, nenhum jogador lagarto o fez! Mais, o Israel vê perfeitamente a bola a ser rematada e a trajectória que vai percorrer, porque o Tengstedt não faz a mínima tenção de a jogar, até se desvia dela! A visão do guarda-redes sobre o lance é total! Ficámos todos embasbacados com esta decisão inacreditável. Até final, houve oportunidades de ambos os lados, com uma cabeçada do António Silva, que infelizmente saiu à figura e um golo anulado ao Nuno Santos (seria um golão) por fora-de-jogo anterior na jogada.
 
Em termos individuais, o António Silva foi de longe o melhor do Benfica, ao anular completamente o Gyökeres. O nosso azar foi que, no lance do golo dele, quem disputou a bola com o sueco foi o Otamendi... O João Neves também jogou bem, com especial relevo para a 2ª parte. O Di María estava a passar completamente ao lado da partida e de repente faz uma assistência e marca um golo (mal) anulado. O Aursnes merece igualmente uma palavra por ter deixado a eliminatória ainda em aberto e por manter um rendimento quase constante, apesar de andar sempre a saltar de posição... 
 
Temos um plantel bastante melhor do que a lagartada, infelizmente o nosso treinador é muito pior. Estou convencido de que, com os treinadores trocados, teríamos ganho folgadamente. A nossa 1ª parte é de fugire a melhoria que houve na 2ª resulta mais da mais-valia dos nossos jogadores do que propriamente de um rasgo vindo do banco. Porque, já se sabe, que esse nunca vem. Voltámos a ver substituições aos 88’ e já na compensação, que é algo que nunca perceberei. Acabámos por conseguir um resultado bastante melhor do que a exibição, o que nos permite ainda sonhar com o Jamor.

terça-feira, fevereiro 27, 2024

Fim-de-semana perfeito

Goleámos o Portimonense por 4-0 no passado domingo e beneficiámos dos empates da lagartada em Vila do Conde frente ao Rio Ave (3-3) e do CRAC em Barcelos frente ao Gil Vicente (1-1) para ter agora dois pontos de vantagem perante o primeiro (com mais um jogo) e nove perante os representantes de Mordor. Seria difícil que o fim-de-semana nos tivesse corrido melhor.
 
Confesso, no entanto, que não concordei nada com a táctica que o Roger Schmidt apresentou de voltar a jogar sem um ponta-de-lança perante o (com todo o respeito) Portimonense na Luz. A 1ª parte foi de uma pobreza confrangedora, connosco a não meter velocidade no jogo e assim a não ter grandes chances de marcar, excepção feita a um falhanço incrível do Kökçü logo no início (a bola saiu ligeiramente no centro do David Neres, pelo que o golo seria eventualmente anulado) e a outro do Otamendi, bem desmarcado pelo turco, que o guarda-redes Nakamura defendeu. O Rafa no meio de centrais altíssimos perdia-se frequentemente e nunca revelámos arte para colocar a bola nas costas deles.
 
Para a 2ª parte, o Schmidt insistiu nos mesmos contra todas as expectativas. E desta vez correu-lhe bem, porque marcámos três golos relativamente cedo e em apenas quatro minutos! Aos 55’, o Rafa de trivela inaugurou o marcador depois de uma assistência do Bah, aos 57’ foi o Kökçü com possivelmente o melhor passe longo da época a desmarcar o Neres, que contornou o Nakamura e fez o 2-0 e aos 59’ foi o Di María a fazer o terceiro com um toque de classe depois de uma assistência do Rafa também de trivela. Estes minutos alucinantes resolveram a partida e o Schmidt aproveitou para fazer alguma gestão da equipa mais cedo do que é costume. No entanto, continuámos a procurar a baliza contrária e o Kökçü teve um bom remate de longe, defendido pelo guarda-redes. Entraram o Florentino e o Tiago Gouveia e saíram o João Neves e o Neres, e foi o nº 47 a fazer uma boa jogada pela esquerda aos 75’, com um centro atrasado para o Kökçü assistir (pareceu-me um pouco por acaso) o Rafa para o seu bis. Até final, ainda entraram os dois pontas-de-lança (Cabral e Marcos Leonardo), mas o resultado não se alterou.
 
Em termos individuais, óbvio destaque para o Rafa com dois golos e uma assistência. O Neres também esteve muito bem e não vai sair da equipa tão cedo. O Kökçü veio dizer no final que gosta de jogar mais avançado no terreno e vai ter certamente oportunidade de fazer isso nos dois próximos jogos no WC e em Mordor, porque, como esta táctica resultou agora, não estou nada a ver o Schmidt não a aplicar nas próximas duas saídas. O Trubin não teve grande trabalho, para variar um bocado em relação aos últimos jogos. O Aursnes voltou à lateral-esquerda e de lá não deve sair nas próximas partidas, dado que o Bah está a recuperar a sua forma a olhos vistos na direita. Já se sabe que é muito difícil o João Neves estar mal e o João Mário disfarça melhor no meio a sua incapacidade de imprimir velocidade ao jogo.
 
Iremos na 5ª feira à lagartada para a 1ª mão da meia-final da Taça de Portugal e no domingo a Mordor para o campeonato. Serão dois jogos importantíssimos com apenas 72h entre eles. Veremos com a equipa se portará, porque sinceramente não sei o que esperar dado que a nossa época tem sido uma verdadeira montanha-russa em termos exibicionais. Aliás, basta ver a diferença abissal entre a 1ª e a 2ª parte neste jogo frente ao Portimonense para se perceber isso.

sexta-feira, fevereiro 23, 2024

Inconcebível

Empatámos em Toulouse (0-0) e qualificámo-nos para os oitavos-de-final da Liga Europa. Era o mais importante, mas também é a única coisa de positivo que se pode dizer do jogo de ontem.
 
Com esta sucessão de jogos e poucos dias de descanso, seria expectável que o Roger Schmidt rodasse a equipa, certo...? Errado! Dos 11 jogadores que foram titulares com o Vizela, nove foram-nos igualmente ontem! No meio-campo, o Florentino já não joga há dois jogos e o Kökçü há um, mas o nosso treinador preferiu o João Mário no meio, numa partida em que era importante defender a vantagem e ser agressivo naquela zona do terreno. Mesmo assim, na 1ª parte foram nossas as melhores ocasiões, com o Di María e o António Silva a falharem dois golos certos, e o Rafa a atirar por cima, quando estava em boa posição na área. Jogávamos muito devagar e não parecíamos interessados em fechar de vez a eliminatória, mas ainda tivemos aquelas ocasiões.
 
A 2ª parte foi um descalabro completo. Só não estamos aqui a chorar uma eliminação ou, na melhor das hipóteses, 120’ de futebol em vez de 90’, por causa de Trubin e de bastante sorte. Houve alturas da partida que fazia lembrar o célebre Marselha – Benfica de 1990, com a pequenina diferença que este Toulouse é o 13º classificado do campeonato francês...! O Schmidt colocou logo no reinício o Arthur Cabral e o Álvaro Carreras nos lugares do Tengstedt e do Morato, mas nenhum deles resultou. O espanhol, então, esteve completamente desastrado e a fazer lembrar o Jurásek... A única ocasião em que criámos perigo foi num balão de meio-campo do Aursnes (entrado aos 68’ para o lugar do David Neres), depois de uma má intervenção do guarda-redes, que falhou o passe. Na nossa baliza, só uma tremenda dose de aselhice fez com que não sofrêssemos. Isso e um Trubin que defendeu tudo o que lhe chegava. Perante este verdadeiro horror, o Schmidt mostrou a sua habitual faceta hiperconservadora e mais uma vez não ajudou a equipa em campo. Estava na cara que o Florentino deveria entrar para estancar o meio-campo, mas para além do Aursnes só entrou o Kökçü já nos cinco minutos finais (para variar...!) saindo o Di María. Quando o árbitro apitou finalmente foi um tremendo alívio, mas também, pelo menos para mim, uma irritação enorme.
 
Em termos individuais, o Trubin foi de longe o melhor, bem coadjuvado pelo João Neves, cujo espírito de sacrifício é de louvar, dado que perdeu a mãe esta semana. Todos os outros passaram completamente ao lado do jogo e dizer isto assim é um eufemismo...
 
O sorteio dos oitavos colocou-nos uma prenda no sapatinho, o Rangers, que, olhando para as hipóteses, era dos menos difíceis. No entanto, da maneira como nos estamos a exibir este ano, especialmente nas provas europeias, ainda nos arriscamos a ser eliminados por quem é teoricamente mais fraco do que nós.

terça-feira, fevereiro 20, 2024

Goleada, mas...

Vencemos o Vizela por 6-1 no passado domingo e continuamos em igualdade pontual com os lagartos, que venceram em Moreira de Cónegos por 2-0, mas continuam com um jogo a menos. O CRAC venceu em casa o E. Amadora (2-0) e mantém-se a sete pontos de nós.

Com a eliminatória frente ao Toulouse a meio, o Roger Schmidt rodou a equipa e entraram o Bah, Tiago Tomás Araújo, Morato, David Neres, Tiago Gouveia e Tengstedt em relação à partida frente aos franceses. Com sangue novo na equipa, voltámos a pressionar muito o adversário e abafámo-lo na 1ª parte, fazendo cinco golos: o Neres bisou (16’ e 46’), o Otamendi fez o 2-0 aos 25, o Tiago Gouveia aos 30’ e o Rafa fez o quinto aos 49’. O tempo de compensação na etapa inicial justificou-se, por causa da lesão do guarda-redes Ruberto, que teve de ser substituído mesmo antes do segundo golo. Para a 2ª parte, confesso que sonhei com a reedição do Nacional, ou, pelo menos, ultrapassar os lagartos na maior goleada do campeonato até agora (8-0 ao Casa Pia). Não poderia ter estado mais longe da realidade...!
 
Com o jogo completamente decidido, esperava-se que o Schmidt poupasse os titulares que sobravam ao intervalo, nomeadamente o Rafa. Assim o fez, mas inexplicavelmente, com os dois novos argentinos (Rollheiser e Prestianni) no banco, fez entrar o... Di María! Deve precisar também de rodagem... A 2ª parte foi uma sensaboria total, porque estando tudo decidido e não se poderia esperar que o Di María viesse agitar totalmente as águas, certo...?! Revelámos enorme descontração pelo Trubin aos 48’, ao oferecer o golo ao Essende, mas redimiu-se ao defender um penalty (escusado) provocado pelo Morato aos 71’. Finalmente(!) o nosso guarda-redes atirou-se para a bola só depois de perceber para onde ela ia! Já não era sem tempo, porque com a sua altura, a não ser que a bola vá muito colocada, é quase certo que lhe chega. Tivesse ele feito isto contra o Estoril e, se calhar, teríamos mais uma Taça da Liga no palmarés... Aos 66’, o João Neves teve direito a descanso, entrando o Aursnes para a sua posição de origem no meio-campo. A 15’ do fim, foi a vez de trocar de ponta-de-lança, entrando o Marcos Leonardo, mas inexplicavelmente o Schmidt deixou as duas últimas substituições para os 88’(!), quando era por demais evidente que o Álvaro Carreras e o Rollheiser deveriam ter tido muitos mais minutos para se irem adaptando à equipa... Até porque o Morato continua a demonstrar as suas enormes limitações como lateral-esquerdo... O público estava a começar a mostrar-se impaciente com a pasmaceira habitual no banco e acho que o Schmidt só se livrou de ouvir uns quantos assobios com as substituições tardias, porque no minuto anterior fizemos o 6-1 final pelo Marcos Leonardo.
 
Em termos individuais, destaque óbvio para o David Neres com um bis e duas assistências (canto para o Otamendi e passe para o Marcos Leonardo). O Rafa continua com uma veia goleadora muito acentuada e o Tiago Gouveia voltou a marcar, mas não fez um grande jogo, infelizmente. Quem esteve bem melhor do que é habitual foi o João Mário, que jogou no meio (se calhar, está aí a solução, porque disfarça melhor a sua falta de velocidade). O Tiago Tomás Araújo fez duas aberturas fantásticas na diagonal, mas facilitou num lance, quase isolando um adversário, corrigindo depois o erro.
 
Parece um pouco estúpido eu não ter saído do estádio eufórico com esta goleada, mas aquela 2ª parte foi muito desapontante. Não se tratava aqui de fazer uma cavalgada heróica depois do intervalo, mas apenas de ter dado oportunidades a quem precisa de as ter. Continuo sem perceber a lógica do Schmidt nas substituições e parece-me que não sou o único. Enfim, vêm aí jogos bastante complicados e veremos se a equipa dá uma resposta à altura. Uma coisa é certa: não é por falta de plantel que não a dará.