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sexta-feira, dezembro 12, 2025

Finalmente!

Vencemos o Nápoles na Luz por 2-0 na 4ª feira e mantivemo-nos na luta pelo play-off da Champions. Depois da desilusão do campeonato, arriscávamo-nos a ficar com a época muito comprometida neste jogo, mas a resposta da equipa foi à altura da importância da ocasião. Já não era sem tempo!

O Mourinho surpreendeu ao dar a titularidade ao Tomás Araújo e Ivanović, ficando o António Silva e o Pavlidis no banco. Ao contrário da partida frente aos lagartos, a nossa entrada foi muito boa, tendo tido logo duas enormes chances para marcar, com o Ivanović a permitir a defesa do guarda-redes Milinkovic-Savic, quando estava só perante ele, e o Aursnes a fazer ainda pior, com um remate atabalhoado ao lado, estando numa posição ainda melhor do que o croata. Isto já depois de, na continuação do lance do Ivanović, rematado para fora, quando também estava em boa posição. No entanto, aos 20’, inaugurámos mesmo o marcador num desvio do Ríos depois de uma assistência de cabeça do Ivanović, na sequência de um centro do Dahl para a área. Depois de tanto falhanço, estávamos por fim na frente de um encontro onde só tínhamos uma opção: ganhar. A partir daqui, baixámos o ritmo na tentativa de controlar a resposta contrária, o que até conseguimos, dado que os italianos não criaram assim grande perigo. Da nossa parte, na sequência de um canto, o Otamendi teve duas oportunidades no mesmo lance, com um remate acrobático que bateu no Ivanović e tendo a recarga saído muito por cima.

A 2ª parte não poderia ter começado melhor, com o 2-0 logo aos 49’, numa óptima jogada entre o Ivanović e o Ríos, com o colombiano a assistir o Leandro Barreiro um desvio de calcanhar, surpreendendo o guardião contrário. A partir daqui, e é uma das grandes vantagens do Mourinho, quando é preciso trancar a baliza, ele sabe como o fazer. O Nápoles bem tentou, mas só num remate do David Neres é que colocou à prova o Trubin e, mesmo assim, sem grandes problemas para defender para canto. Do lado contrário, num contra-ataque já no último quarto-de-hora conduzido pelo Barrenechea, o entretanto entrado Pavlidis rematou para defesa para canto do Milinkovic-Savic. O mesmo Pavlidis, noutro contra-ataque, ficou frente-a-frente com o guarda-redes, mas o gigantismo dele (2,02cm) impediu o grego de ser feliz. No entanto, felizmente, não precisámos desse golo para nos mantermos a salvo, porque, apesar de ir pondo avançados, o Nápoles não conseguiu criar perigo, também porque o Moutinho, quando foi preciso, não teve pejo em colocar um terceiro central (António Silva).

Em termos individuais, o Ríos foi outra vez o melhor em campo e está a subir a olhos vistos. Bom jogo igualmente do Dahl, apesar de o Neres o ter posto à prova especialmente na 1ª parte, e do Ivanović, que espero ter aqui adquirido uma segunda vida no Benfica. É um jogador para jogar em profundidade, que era o que precisávamos neste jogo (e cheira-me que precisamos também nos dois que faltam, em Turim e na recepção ao Real Madrid). O Dedic foi o toiro do costume e o resto da defesa também esteve muito bem. 

Champions só regressa daqui a um mês e, até lá, temos jogos muito importantes no calendário nacional, incluindo uma Taça (da qual somos detentores) para atribuir, pelo que espero que o boost de energia e confiança que tivemos nesta partida se prolongue o mais tempo possível.

quarta-feira, dezembro 10, 2025

Finito

Empatámos com a lagartada (1-1) na passada 6ª feira e, com a vitória do CRAC (2-0) em Tondela, estamos agora a oito pontos deles e mantivemos os três de distância para o 2º lugar. Quer isto dizer na prática que, no início de Dezembro, estamos com o campeonato já perdido. Bestial...!

Num jogo em que não havia outra opção que não fosse ganhar, o Mourinho colocou a sua equipa Champions, o que quer dizer o Leandro Barreiro a 10 e apenas o Pavlidis como opção declaradamente ofensiva (vá, OK, o Sudakov também pode ser incluído como médio mais atacante). Foi outra vez pouco, muito pouco. Entrámos pessimamente na partida, muitíssimo nervosos e a lagartada só não marcou logo a abrir num erro do Aursnes, porque o Trubin defendeu com o pé um remate do Luís Suárez. Continuámos a andar aos papéisaté que sofremos mesmo um golo num péssimo passe à queima do Trubin para o Barrenechea, que perdeu em bola logo à saída da área para o inimputável Hjulmand, que depois a deu para o Pedro Gonçalves fazer um passe para a baliza... Mas nem assim o Trubin defendeu... Estávamos no minuto 12 e o panorama era muito negro. A lagartada continuou por cima, com dois remates do Maxi Araújo que, apesar de não terem acertado na baliza, criaram perigo, mas fomos nós a marcar, completamente contra a corrente do jogo, aos 27’, numa óptima abertura do Ríos para o Dedic centrar e o Sudakov à segunda atirar lá para dentro. O golo caiu-nos do céu, mas a tendência do jogo virou nesta altura. Começámos a pressionar melhor a lagartada, que deixou de manobrar tão à-vontade no nosso meio-campo, embora não tivemos criado grandes oportunidades. O Pavlidis atrapalhou o Dedic que estava em boa posição para alvejar a baliza contrária e, do outro lado do campo, foi o Otamendi a fazer um corte fabuloso ao Suárez, quando este se aprestava para rematar.

A 2ª parte foi totalmente nossa. Só no reatamento é que houve um centro do Catamo que criou algum frisson, mas ninguém tocou na bola e a partir daí dominámos completamente a lagartada, mas, lá está, sem conseguirmos criar muitas situações de perigo. Um remate rasteiro do Sudakov ou outro à meia-volta do Aursnes foram defendidos pelo Rui Silva, um livre para a área em que o Suárez tirou o pão da boca do Leandro Barreiro, depois de uma assistência de cabeça do António Silva, e um remate do Ríos ao lado foi tudo o que conseguimos. Destes lances todos, só o do Ríos é que deu a sensação de golo, especialmente a quem, como eu, estava do lado contrário do campo. O Mourinho mexeu pela primeira vez só aos 81’, mas tirou o Sudakov para colocar o Prestianni, quando se esperava que arriscasse um pouco mais. E, quando resolveu colocar o Ivanovic, também tirou o Pavlidis pouco depois. O nosso eventual assalto final às redes lagartas foi por água abaixo com a expulsão do Prestianni, que cortou um contra-ataque perigoso contrário de uma forma mais impetuosa. Se fosse ao contrário, se calhar o Sr. António Nobre ter-se-ia ficado pelo amarelo, mas enfim... Não percebi a opção nos minutos finais de, quando a bola estava no Trubin, não tentar um pontapé para a frente para tentar aproveitar o Ivanovic, que tem esse perfil de atarcar a bola em profundidade... Dir-se-ia que estávamos satisfeitos com o empate, porque não acelerámos nem um pouquinho...

Em termos individuais, o Ríos foi de longe o melhor e até que enfim que começa a justificar a fortuna que pagámos por ele. Com o excesso de jogadores de tendências defensivas, os desequilíbrios são causados pelo Dedic, que também esteve em relativo destaque. O Sudakov fez uma péssima 1ª parte, mas estava a subir na 2ª, quando foi substituído. O Aursnes continua na sua pior fase desde que chegou ao Benfica e o Barrenechea ainda me está para provar que é um upgrade em relação ao Florentino... Desta vez foi dele o erro, mas o nosso histórico até agora é oitavo ponto perdido em casa, oitavo ponto perdido graças a clamorosos erros defensivos...

Enfim, com o sorteio da Taça de Portugal a colocar-nos em Mordor se eliminarmos o Farense e passarmos aos quartos-de-final, com a Champions muitíssimo complicada e o campeonato perdido sem termos chegado ao Natal, não será a Taça da Liga (se acontecer) que irá salvar uma temporada que se perspectiva tenebrosa. Depois de tanto dinheiro gasto do Verão, continuamos com evidentes lacunas no plantel, que, aliás, é bem mais fraco do que na temporada passada. Há coisas muito difíceis de entender, mas a maioria dos benfiquistas votou pela continuidade desta modorra muito recentemente...

sexta-feira, dezembro 05, 2025

A ferros

Há quase uma semana, no passado sábado, vencemos o Nacional na Choupana por 2-1. Tendo sido esta uma semana de loucos em termos de trabalho, só hoje consegui postar sobre este jogo, mas não queria deixar de o fazer. Dado que aos 88’ estávamos a perder por 0-1, dá bem para perceber as dificuldades que tivemos para vencer.
 
O Rodrigo Rêgo mereceu a titularidade com o impedimento do Richard Ríos por amarelos. Fartámo-nos de dominar, tivemos diversas ocasiões, mas nunca atinámos com a baliza contrária. Remates do Leandro Barreiro e do Sudakov permitiram defesas ao guarda-redes Kaique, assim como uma cabeçada do Pavlidis a centro do Rêgo, talvez a melhor oportunidade que tivemos, tendo o avançado grego visto ainda um golo anulado por claro fora-de-jogo. Do lado contrário, o Trubin foi um mero espectador.
 
Na 2ª parte, o Nacional percebeu que existia uma baliza do lado contrário e o Ramírez obrigou o Trubin a uma boa defesa para canto num remate de longe. Todavia, à passagem da hora de jogo, o Leandro Barreiro teve um dos falhanços do campeonato, ao trocar os pés na altura de encostar para a baliza deserta, depois de um centro da esquerda... Inacreditável! Pouco depois, aos 60’ aconteceu um balde de água fria, com o 0-1 do Nacional depois de um falhanço clamoroso do Otamendi, que falhou um passe e colocou a bola num adversário, apanhando-nos em contrapé e proporcionando ao Ramírez a inauguração do marcador. A partir do golo sofrido, fomos para cima deles e o Pavlidis voltou a pôr à prova o guarda-redes com um remate de pé esquerdo, tendo o Aursnes atirado rasteiro ao lado pouco depois. A 15’ do fim, o António Silva teve uma soberana chance para marcar, antecipando-se ao guarda-redes num centro do Sudakov, mas cabeceando por cima. E tiveram de ser dois suplentes a dar a volta ao jogo a nosso favor. Aos 88’, o Prestianni, desmarcado pelo Dedic na direita, conduziu a bola e fuzilou o guarda-redes, num remate ao ângulo já dentro da área. Com as perdas de tempo nojentas do Nacional, principalmente desde que se viu em vantagem, o árbitro deu nove minutos de compensação e foi aos 95’ que fizemos o 2-1, numa óptima jogada do Schjelderup pela esquerda, tabela com o Otamendi e assistência para um desvio do Pavlidis na pequena-área para dentro da baliza. Foi o delírio completo e uma vitória muito merecida. Apesar do golo e dos festejos, o Sr. Iancu Vasilica não estendeu o jogo para lá dos nove minutos. Acho muito bem que não se premeie o antijogo de uma equipa, dando-lhe minutos adicionais quando se vê em desvantagem!
 
Em termos individuais, destaque para os dois substitutos (Prestianni e Schjelderup), que foram essenciais para a vitória. Convinha o Mourinho perceber que, frente a equipas que se fecham imenso, o Leandro Barreiro como segundo avançado pura e simplesmente não resulta. Foi principalmente a partir das substituições que começámos a amassar o Nacional. Outro problema actual que temos é a evidente fora de forma do Aursnes, que já vem de há uns jogos para cá. E o Barrenechea que ainda me está para provar que foi um upgrade em relação ao Florentino...
 
Tivemos uma semana para preparar o derby frente aos lagartos, em que qualquer resultado que não uma vitória nos afastará na prática do título.