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terça-feira, setembro 16, 2025

Horroroso

Empatámos em casa com o Santa Clara (1-1) na passada 6ª feira e perdemos desta forma os primeiros pontos no campeonato. O golo do empate surgiu de um erro colossal do Otamendi já na compensação, embora estivéssemos a jogar contra 10 desde os 38’...!

A vontade de escrever sobre esta nossa exibição miserável é muito pouca, como é fácil de calcular. Enquanto esteve 11 para 11, tivemos sempre muitas dificuldades em quebrar a muralha defensiva do Santa Clara (que não fez antijogo, atenção) e as (escassas) oportunidades foram repartidas. Depois da expulsão, dominámos completamente, mas também sem criar muitas situações de finalização. No entanto, já na 2ª parte, aos 59’, fizemos o 1-0 numa recarga do Pavlidis a um cabeceamento do Otamendi defendido pelo guarda-redes na sequência de um livre para a área. Estava feito o mais difícil e, contra 10, não estava no programa de ninguém não ganharmos este jogo. Pura ilusão... Não o conseguimos fechar em tempo útil e, já depois do 90’, veio o tal erro inacreditável do Otamendi: tentou atrasar uma bola de cabeça, quando o poderia ter feito com o pé, falhando clamorosamente e permitindo ao Vinícius Lopes desfeitear o Trubin. Voaram dois pontos de uma forma absolutamente inconcebível. (E não esqueçamos que foi o empate frente ao Arouca em casa que nos fez perder o campeonato da época passada...)

Se é certo que o empate se deve ao lance infeliz do Otamendi, o que não se deve a ele é a exibição absolutamente miserável que fizemos. Não se pode dizer que tivesse sido uma surpresa, dado que já na Amadora e em Alverca prometemos isto, mas não se compreende que o plantel que temos apresente um futebol deste calibre. Iremos daqui a pouco ter a jornada inaugural da Champions, em casa frente ao Qarabag, onde tudo o que não seja uma vitória tornará o ambiente insustentável.

domingo, setembro 14, 2025

Arménia e Hungria

Na semana passada, o campeonato parou para a qualificação para o Mundial 2026 e, em apenas dois jogos, a selecção nacional praticamente garantiu o bilhete. Inserida num grupo com somente quatro equipas, por via da participação na final four da Liga das Nações, e com o Mundial a ter pela primeira vez 48 selecções(!), convenhamos que seria um escândalo se Portugal não se qualificasse.
 
Tendo ambos os jogos fora, no primeiro jogo, frente à Arménia (na 5ª feira anterior) goleámos por 5-0 com um bis do João Félix (10’ e 62’) e outro do Cristiano Ronaldo (21’ e 46’), tendo o João Cancelo (32’) feito o outro golo. Com o primeiro a surgir aos 10’, o jogo desbloqueou-se muito cedo e ao intervalo já ganhávamos por três. A Arménia mal conseguia passar do meio-campo e praticamente não criou perigo.
 
O segundo jogo (nesta 3ª feira que passou) afigurava-se bastante mais complicado, perante supostamente o adversário mais difícil. O Roberto Martínez inventou, colocando só um central de raiz (Rúben Dias), com o outro Rúben (o Neves) a fazer-lhe companhia. E foi por aí que a corda começou a quebrar, com a Hungria a inaugurar o marcador aos 21’ pelo Varga, de cabeça, na sequência de um contra-ataque, em que fomos apanhámos em contrapé e foi o Vitinha(!) a disputar o lance com ele... Empatámos aos 36’ pelo Bernardo Silva e na 2ª parte passámos para a frente com um penalty do Cristiano Ronaldo (58’). Como o Martínez deixou tudo na mesma, a Hungria empatou novamente pelo Varga, novamente de cabeça, perante um Rúben Neves que não se fez ao cruzamento... Estávamos no minuto 84’ e parecia que uma vitória importante ia voar pela janela... No entanto, reagimos muito bem pouco depois e o João Cancelo fez o 3-2 aos 86’. Livrámo-nos de boa, mas se calhar para a próxima é aconselhável colocar jogadores nas suas posições de origem... Digo eu... Ah, e já agora, se calhar, um jogador de 40 anos não deveria jogar 87’ num segundo jogo (ainda por cima fora de casa) em três dias, não...?
 
Em Outubro, teremos dois jogos em casa (Irlanda e Hungria) e duas vitórias selarão definitivamente a qualificação.

sexta-feira, setembro 05, 2025

Sofrido

Vencemos em Alverca no passado domingo por 2-1 e mantivemo-nos 100% vitoriosos no campeonato. Chegámos ao intervalo a ganhar por 2-0, mas a 2ª parte foi quase toda do adversário e, com o golo sofrido já perto do final, tivemos de sofrer para obter a vitória.

Infelizmente, excesso de trabalho impediu-me de postar mais cedo e, por isso, isto vai ser um pouco mais curto, dado que já passou quase uma semana do jogo. Não poderíamos ter começado melhor com o 1-0 logo aos 6’ pelo Schjelderup, que aproveitou um mau corte de um defesa depois de um cabeceamento para a área do Barrenechea e desfeiteou o guarda-redes. O golo deu-nos alguma tranquilidade, mas o Alverca também não descurou completamente a baliza do Samuel Soares, que teve de se aplicar numa ou outra ocasião. Em cima do intervalo, uma boa jogada do Dedić terminou com um bom golo da sua parte e fomos para o descanso com uma vantagem que nos deveria ter permitido ter um resto de jogo calmo. Revelámos uma grande eficácia com dois golos em três remates à baliza.

Na 2ª parte, já se esperava que abrandássemos (ainda) mais o ritmo, mas foi um pouco demais. Só numa boa jogada do Schjelderup, culminada com um remate ao poste, estivemos perto do terceiro golo, de resto foi basicamente ver o Alverca jogar. Os ribatejanos já tinham criado perigo logo no reinício num livre bem defendido pelo Samuel Soares e aumentaram ainda mais a pressão com o (estúpido) segundo amarelo ao Dedić (puxou um adversário quando já tinha um, parecido com o que o Florentino fez na Turquia). Aos 85’, fizeram o 2-1 pelo Davy Gui, depois de um mau corte do Otamendi, no primeiro golo sofrido por nós na temporada e até final ainda trememos, mas conseguimos manter a vantagem.

Em termos individuais, o Schjelderup foi o melhor do Benfica, mas ainda não se livrou de ser sempre o primeiro a ser substituído. Nem a venda do Aktürkoğlu aparentemente deu para mudar isso. O Dedić também estava a ser dos melhores, mas aquela expulsão idiota acabou por manchar a sua exibição e vai fazê-lo perder a recepção ao Santa Clara. O Ivanović foi titular em vez do Pavlidis, mas continua a revelar alguns problemas em dominar a bola (especialmente ao primeiro toque). Depois do jogo europeu, o Bruno Lage rodou um pouco a equipa, mas a frescura não esteve lá. Menção ainda para o último jogo do Florentino pelo Benfica, que foi depois vendido ao Burnley. Era um dos patinhos feios do plantel (“não sabe passar uma bola” e afins), mas ainda vamos ter saudades dele...

Os campeonatos europeus param esta semana por causa dos jogos de qualificação das selecções para o Mundial, mas quando voltarem estaremos já em vésperas de início de Champions.

quinta-feira, agosto 28, 2025

Cumprido

Vencemos ontem o Fenerbahçe por 1-0 e qualificámo-nos para a Liga dos Campeões. O grande objectivo da fase inicial da época foi atingido de uma forma categórica e não há como não ficar muito contente com isso. A nossa superioridade foi mais do que evidente e devo dizer que esperava mais da equipa turca treinada pelo José Mourinho.

Confesso que, numa partida em que precisávamos de ganhar, iniciar o encontro com apenas dois jogadores de tendência ofensiva (Pavlidis e Aktürkoğlu) me deixou um pouco apreensivo, mas poderíamos (e deveríamos) ter inaugurado o marcador logo aos 3’, quando o Leandro Barreiro permitiu escandalosamente a defesa do Livaković num desvio na pequena-área, depois de uma assistência do Pavlidis, num contra-ataque venenoso da nossa parte. A estratégia do jogo foi essa: chamar os turcos para o nosso meio-campo e lançar transições ofensivas muito rápidas. Metemos a bola na baliza por volta do minuto 10’ num canto, mas o Leandro Barreiro em fora-de-jogo perturbou o Nélson Semedo (que saiu lesionado do lance), impedindo-o de disputar a bola convenientemente com o Pavlidis, que concretizou ao segundo poste um desvio de cabeça do António Silva no primeiro. O VAR demorou imenso tempo a invalidar o golo, o que acabou por enervar bastante tanto o estádio como os nossos jogadores. À passagem dos 20’, novo golo anulado ao Benfica, numa bola parada por pretensa falta do Leandro Barreiro antes de cabecear vitoriosamente. Foi um escândalo inacreditável, porque o esloveno Sr. Slavko Vincic apitou assim que a bola entrou, impedindo deste modo a acção do VAR. E não houve falta nenhuma! Um falhanço inacreditável, dois golos anulados e o resultado mantinha-se a zeros, quando a eliminatória já deveria estar decidida. Jogávamos bem e o Pavlidis falhou um desvio depois de boa jogada do Aktürkoğlu na direita, mas aos 36’ marcámos finalmente noutra transição ofensiva rápida com bela assistência do Leandro Barreiro para o Aktürkoğlu, que rematou sem hipóteses para o Livaković. Até ao intervalo, o Leandro Barreiro teve mais duas ocasiões para marcar, mas não tentou o remate na primeira delas e falhou o desvio a centro do Dahl na segunda. Do outro lado, não se viu nada dos turcos em termos atacantes.

Na 2ª parte não fomos tão intensos como na 1ª, mas mesmo assim o António Silva num cabeceamento num canto proporcionou ao guarda-redes Livaković um boa defesa. A única verdadeira ocasião do golo do Fenerbahçe foi a cerca de 15’ do fim, num cabeceamento do marroquino En Nesyri à barra, depois de um centro da direita. Pouco depois, o Talisca atirou ao lado num remate rasteiro, mas ajudou-nos ao ver dois amarelos em 2’ e reduzir os turcos a 10 jogadores aos 82’. O Lage já tinha lançado o Schjelderup e o Ivanović aos 76’, talvez até um pouco tarde dado que estávamos a perder o controlo da partida e alguns dos nossos jogadores mostravam alguma fadiga, mas depois da expulsão nunca mais o Fenerbahçe conseguiu criar perigo e a nossa qualificação foi mais do que justa, tendo o resultado sido muito escasso para o que produzimos, especialmente na 1ª parte.

Em termos individuais, o meio-campo com o Ríos e Barrenechea exibiu-se em bom plano, o Leandro Barreiro, apesar de ter sido importante na primeira fase de pressão, não pode falhar um golo daqueles logo no início, a defesa esteve toda ela muito segura, com destaque para o capitão Otamendi, e o Pavlidis foi essencial para reter a bola à espera do apoio dos médios. O Aktürkoğlu, não obstante o golo, não teve das suas melhores exibições, assim como Aursnes, que me pareceu um pouco fatigado.

Sete jogos, seis vitórias, zero golos sofridos, um troféu conquistado e uma qualificação para a liga dos Campeões não poderíamos almejar muito melhor do que isto. Iremos no domingo a Alverca tentar fechar esta primeira fase da temporada com mais uma vitória, antes da paragem para as selecções. Veremos se a equipa consegue manter este nível competitivo nos jogos fora para o campeonato, dado que aquele na Amadora esteve longe de ser brilhante (para ser simpático). No entanto, mesmo sem grande nota artística, conseguimos até agora o que era essencial.

terça-feira, agosto 26, 2025

Ensaio

Vencemos o Tondela no sábado na Luz por 3-0 e tudo correu de feição antes de um jogo decisivo para a entrada na Champions. Já se sabe que estes jogos nacionais antes de compromissos europeus podem ser uma fonte escusada de stress, mas desta feita resolvemos as coisas da melhor maneira e ainda antes do intervalo.

O Bruno Lage rodou a equipa, mas só na baliza e defesa, dado que na frente a única alteração em relação a Istambul foi a entrada do Schjelderup e a saída do Aktürkoğlu. O Obrador estreou-se na lateral-esquerda, o Samuel Soares foi para a baliza e o Tomás Araújo voltou após lesão. A 1ª parte, apesar do nosso ritmo a espaços lento, foi um festival de oportunidades perdidas. Concretizámos duas, pelo Ivanović depois de uma jogada fantástica do Dedić aos 32’, e pelo Aursnes depois de uma brilhante assistência do Schjelderup aos 42’, mas tanto o Ivanović como o Pavlidis poderiam ter feito mais dois golos cada um, com o guarda-redes Bernardo Fontes a defender a maior parte dos remates, um dos quais com a cabeça! Do outro lado, o Tondela só se mostrou antes de sofrer o primeiro golo, mas o Samuel Soares resolveu a contento as (poucas) bolas que foram à baliza.

Com 2-0 ao intervalo, já se esperava que a 2ª parte fosse a uma rotação bastante mais baixa e isso aconteceu. De tal forma, que só voltámos a criar uma grande oportunidade já perto do final, quando uma bola picada pelo Pavlidis foi atirada para a barra por um cabeceamento de um defesa. Em termos defensivos, estivemos bastante bem com o Tondela a nunca conseguir chegar perto da baliza do Samuel Soares, excepção feita a um lance logo no reinício, em que o Obrador é batido por um defesa e fez falta no limite da área, com o Sr. Anzhony Rodrigues a assinalar penalty num primeiro momento e depois o VAR a corrigir, porque foi fora da área. Mas foi muito mal jogado pelo Obrador... Já na compensação, o entretanto entrado Prestianni fechou o marcador em 3-0, numa recarga a um remate seu, que tinha sido interceptado por um defesa.

Em termos individuais, e apesar de não ter feito os 90’, o Dedić foi quem mais sobressaiu, sendo um autêntico cavalo na direita e teve o extra nesta partida de fazer a assistência para o primeiro golo. O Ivanović estreou-se a marcar no campeonato e, não obstante revelar ainda alguns problemas no domínio de bola, é um perigo dentro da área, com um remate muito fácil. O Aursnes marcou um golo, jogou o que é costume nele (ou seja, bastante bem) e não percebi porque é que não foi poupado pelo Lage na altura das substituições, tendo acabado a lateral-direito. Por sua vez, o Obrador ainda tem de pedalar um bom bocado para chegar aos calcanhares do Dahl e o Tomás Araújo acusou um pouco a (natural) falta de ritmo. O Schjelderup fez uma boa assistência, mas jogue bem ou mal é sempre o primeiro a sair... Outro que acho que deveria ter sido poupado é o Barrenechea (e atenção que se exibiu em bom plano), porque ainda por cima o Florentino está castigado por causa do duplo amarelo, mas o entendimento do Lage foi outro.

Dois jogos no campeonato, duas vitórias era o que se pedia. Com ou sem brilhantismo. Mas teremos amanhã um dos momentos-chave da época, com a hipótese de chegar à Fase Liga da Champions. Porém, teremos de derrotar o Fenerbahçe. Haja competência para isso, se faz favor.

quarta-feira, agosto 20, 2025

A zeros

Empatámos hoje em Istambul com o Fenerbahçe (0-0) na 1ª mão do play-off de acesso à Champions e será na próxima semana na Luz que tudo se irá resolver. Depois do jogo pavoroso na Amadora, tivemos inevitavelmente de subir o nível e controlámos a partida durante a maior parte do tempo, embora não tenhamos sido muito afoitos em termos ofensivos.

Como seria de calcular, o Bruno Lage não foi à Turquia jogar com dois pontas-de-lança, tendo deixado o Ivanović no banco e colocado o Florentino para povoar o meio-campo. A outra alteração foi a saída do Schjelderup (claro...) para a entrada do Aktürkoğlu. O jogo foi sempre muito dividido, connosco a tentar controlar a posse de bola, sem acelerar muito o que resultou em pouquíssimas oportunidades da nossa parte. O lado positivo foi que defendemos bem e não demos igualmente muitas chances aos turcos. Um livre do Aktürkoğlu, um cabeceamento do marroquino En-Nesyri e um remate de fora da área do Oosterwolde foram os lances mais perigosos, mas ambos os guarda-redes defenderam.

A 2ª parte não diferiu muito da primeira, mas pouco depois dos 60’ o Lage resolveu arriscar, colocando o Ivanović no lugar do amarelado Barrenechea. Infelizmente, o Florentino viu dois amarelos em dois minutos (imperdoável!) e a estratégia do Lage foi por água abaixo. O Mourinho colocou o Talisca e foi o brasileiro que sacou o amarelo ao Florentino, mas o Fenerbahçe acabou por não ter grandes oportunidades de desfeitear o Trubin, excepção feita aos 82’ quando o Trubin deu um grande frango e viu a bola posteriormente entrar na baliza num cabeceamento na recarga, mas felizmente o avançado que marcou estava em ligeiro fora-de-jogo. O Lage colocou o Leandro Barreiro pouco depois da expulsão e o luxemburguês foi importante para cortar o ritmo dos turcos. O objectivo, claramente assumido depois da expulsão, foi conseguido sem dificuldades de maior.

Em termos individuais, o Dedić foi dos melhores, mostrando grande personalidade e alguma qualidade na saída de bola. O resto da defesa esteve em geral muito segura, bem comandada pelo Otamendi. O Trubin mostrou-se seguro durante grande parte do jogo, mas teve um falhanço clamoroso, que só graças a um fora-de-jogo não foi golo. Do meio-campo para a frente, não houve grandes exibições, antes pelo contrário. O Florentino até nem estava a fazer um mau jogo, mas não pode pura e simplesmente levar dois amarelos em dois minutos! É indesculpável! O Pavlidis também esteve a léguas do que costuma fazer, mas o Aktürkoğlu não se exibiu em mau plano, enquanto teve pernas. O Richard Ríos continua com o andamento do Brasileirão, que é manifestamente pouco para o futebol europeu, além de ter falhas gritantes no capítulo do passe. Por 27M€, espera-se muito mais.

Daqui a três dias, receberemos o Tondela na Luz antes do jogo da 2ª mão. É expectável que o Lage faça algumas alterações e espero que isso aconteça mesmo, dado que a equipa titular tem sido basicamente igual e é preciso um pouco de descanso para a recepção aos turcos.

domingo, agosto 17, 2025

Imerecido

Vencemos ontem o Estrela da Amadora na Reboleira por 1-0 e estreámo-nos com uma vitória no campeonato. É isto que vai ficar para a história e é o mais importante. Mas é bom que tiremos ilações deste jogo, porque o resultado é muito mentiroso e estivemos a léguas de merecer esta vitória.

O Bruno Lage voltou a repetir o onze das últimas partidas, mas nunca nos conseguimos encontrar em campo. Campo, esse, que há que frisar estava um autêntico batatal, o que é de difícil compreensão, ainda por cima estando nós em pleno Verão e no início da temporada... O Estrela fechou-se sempre muito bem na 1ª parte e nós nunca acelerámos convenientemente o nosso jogo. Um remate de fora da área do Dahl, que passou ao lado do poste, e um calcanhar falhado do Pavlidis, depois de remate do Aursnes, com o mesmo destino, foram as nossas duas ocasiões. As do Estrela foram bastante mais perigosas, com um desvio na pequena-área do Chernov que saiu inacreditavelmente por cima e uma defesa do Trubin a remate do Gastão, que desviou a bola para o poste. Em cima do intervalo, o Schjelderup dominou bem a bola na área depois de um centro do Aursnes, mas um defesa interceptou o remate.

Quando lhe esperava uma melhoria exibicional da nossa parte depois do intervalo, nada disso aconteceu. A partida continuou muito dividida, mas o Estrela esteve muito perto do marcar num livre directo, muito mal defendido pelo Trubin, que socou a bola para a frente, com o Godoy a falhar clamorosamente o cabeceamento, quando tinha tudo para inaugurar o marcador. Ao invés, fomos nós que o fizemos, com um penalty caído do céu, aos 60’: empurrão indiscutível ao Ivanović, quando este se preparava para receber um centro largo do Dahl, e o Pavlidis marcou o respectivo penalty com força para o meio da baliza, não dando hipóteses ao guarda-redes Renan Ribeiro. Estando em vantagem no marcador e com o expectável avanço no terreno dos anfitriões, esperava-se que nós tivéssemos mais espaço e produzíssemos melhor futebol, mas mais uma vez as expectativas saíram defraudadas. A 20’ do final, lá saiu o do costume (Schjelderup), que desta vez nem fez uma exibição por aí além (aliás, como a maioria da equipa), e entrou o Prestianni, que assistiu o Ivanović para a nossa outra grande ocasião da 2ª parte, já dentro dos últimos 10 minutos, com um remate de pé esquerdo, superiormente defendido pelo Renan Ribeiro. Por incrível que possa parecer, no tempo de compensação, o Estrela teve duas enormes oportunidades(!), com o Kikas a atirar por cima depois de um erro clamoroso do António Silva, que proporcionou uma jogada rápida do adversário, e num livre do Rodrigo Pinho ainda muito longe da área, que o Trubin ficou a olhar(!) com a bola a passar muito perto do poste. Àquela distância, não se compreende que o nosso guarda-redes não se tenha ao menos feito ao lance.

Em termos individuais, não vou destacar ninguém, porque a exibição colectiva foi má demais para ser verdade.

Sim, conseguimos algo inédito no nosso clube, que foi ganhar os primeiros quatro jogos da temporada sem sofrer nenhum golo, mas fizemo-lo sem brilho absolutamente nenhum e com uma elevada dose de sorte nesta partida. Na 4ª feira, iremos ao inferno de Istambul defrontar o Fenerbahçe e a melhoria exibicional tem de ser substancial, sob pena hipotecarmos logo ali o acesso à Champions.

sábado, agosto 16, 2025

Tranquilo

Voltámos a vencer o Nice pelo mesmo resultado (2-0) na passada 3ª feira na Luz e iremos defrontar o Fenerbahçe no play-off de acesso à Liga dos Campeões. Realizámos uma boa exibição, especialmente na 1ª parte, em que conseguimos os dois golos, e não demos a mínima chance aos franceses.

O Bruno Lage repetiu a equipa da 1ª mão, mas não entrámos muito bem na partida, apresentando-nos algo desconcentrados e tendo permitido aos franceses os primeiros sustos à baliza do Trubin, que se revelou atento, nomeadamente numa saída a punhos. No entanto, a primeira vez que criámos perigo foi fatal para o Nice, com o Aursnes a fazer um 1-0 depois de assistência do Schjelderup, brilhantemente desmarcado pelo Enzo Barrenechea. Estávamos no minuto 19 e aos 27’ os papéis inverteram-se, com o Aursnes a centrar atrasado para o Schjelderup fazer o 2-0 num remate rasteiro sem hipóteses para o guarda-redes. Estava resolvida a eliminatória ainda antes da meia-hora. O único lance de verdadeiro perigo do Nice aconteceu precisamente aos 30’ com um remate de primeira ao poste, com o Trubin batido. Perto do intervalo, foi o Otamendi a fazer um cruzamento-remate com defesa para canto do guarda-redes Diouf.

A 2ª parte decresceu bastante em termos de qualidade, dado que nós estávamos satisfeitos com o resultado e o Nice nunca mostrou argumentos para colocar a baliza do Trubin em real perigo. Até porque, quando esteve perto disso, havia sempre um jogador do Benfica a cortar o lance, como aconteceu com o António Silva. Na baliza contrária, o Schjelderup esteve à beira de bisar, mas o remate de pé esquerdo bateu na trave, depois de jogada do Pavlidis. Claro está que o nº 21 foi dos primeiros a sair, pouco depois, quando o Lage começou a fazer substituições e o Prestianni, que entrou para o seu lugar, mexeu bastante com as águas. O pequeno argentino ia fazendo um golão, com um remate em arco do lado esquerdo a passar perto da trave. O Leandro Barreiro também não entrou mal e teve uma ocasião para marcar, todavia perdeu tempo na altura do remate. O último a entrar foi o Aktürkoğlu, que deste modo, se for transferido para o Fenerbahçe, não poderá jogar contra nós. Gosto bastante quando a estrutura do Benfica está atenta a estes pormenores. O Henrique Araújo, entretanto entrado, foi o protagonista da derradeira oportunidade, mas não conseguiu ter velocidade quando ficou isolado e deu hipótese ao defesa de recuperar a posição.

Em termos individuais, o Aursnes e o Schjelderup, cada um com um golo e uma assistência, foram os maiores destaques. Do Aursnes, já nada há mais a esperar, é fundamental e ponto final, mas finalmente que o Schjelderup está a ter oportunidade de mostrar a qualidade que quase todos nós víamos nele. Só falta agora ao Lage deixá-lo jogar mais tempo e não o escolher sempre que tem de fazer a primeira substituição... O Enzo Barrenechea a meio-campo está a consolidar-se, especialmente com os seus passes a rasgar, e o Dedic na direita está a revelar-se um autêntico cavalo. O Ivanović não esteve tão em destaque como em França, mas não há dúvidas de que é grande jogador.

O último obstáculo para chegar à Champions, o Fenerbahçe, vai ser complicadíssimo, mas antes disso temos hoje a estreia no campeonato frente ao E. Amadora na Reboleira. Dado que estamos com um jogo em atraso, é ainda mais importante entrarmos bem na Liga, que, convém nunca esquecer, é sempre o principal objectivo da temporada.

segunda-feira, agosto 11, 2025

Superioridade

Vencemos em Nice na passada 4ª feira por 2-0 na 1ª mão da 3ª pré-eliminatória de acesso à Liga dos Campeões. Perante o 4º classificado do campeonato francês, em teoria o mais difícil que nos poderia calhar nesta fase, demos uma boa resposta e temos a eliminatória bem encaminhada para o nosso lado.

Houve uma grande surpresa no onze inicial que foi a inclusão do recém-chegado Ivanović, em detrimento do Leandro Barreiro, e, com a lesão do Aktürkoğlu, avançou igualmente o Schjelderup. Logo desde o apito inicial, demos mostras de que somos bem melhores do que os franceses, que também estavam com problemas de lesões e de transferências dos melhores jogadores. Tivemos duas excelentes ocasiões na 1ª parte, com uma insistência do Schjelderup a bater um defesa contrário e atirar para defesa do guarda-redes Yehvann Diouf para canto e outra jogada do norueguês pela esquerda, com um centro para o Pavlidis, que só tinha de encostar, mas acertou mal na bola e o guarda-redes defendeu com o pé. Um livre directo do Ríos, ainda a uma certa distância da baliza, também foi defendido com alguma dificuldade pelo Diouf, enquanto do outro lado só houve um lance do ponta-de-lança que bateu o Otamendi, mas rematou ao lado da baliza do Trubin.

Na 2ª parte, foram os franceses os primeiros a criar perigo, com o lateral-direito Clauss a passar por dois defesas nossos, mas felizmente a rematar fraco para as mãos do Trubin. No entanto, aos 53’ fomos nós a inaugurar o marcador num golo à ponta-de-lança do Ivanović, a desviar na área um centro do Aursnes na direita, depois de jogada do Dedić. Bom cartão-de-visita do avançado croata! Os franceses acusaram o golo e nunca mais foram capazes de criar perigo para a nossa área. Por seu lado, o Ivanović teve uma boa chance de fazer um hat-trick logo na estreia, mas um remate em boa posição saiu muito por cima e noutro lance foi o guarda-redes a impedi-lo de ser feliz. O Bruno Lage ia refrescando a equipa e foi um dos substitutos, o Florentino, o outro herói improvável a fazer o 2-0 aos 88’ num remate de fora da área!

Em termos individuais, o Ivanović fez-se notar (e bem) e poderemos ter uma boa dupla de pontas-de-lança com ele e o Pavlidis, pelo menos na maioria dos jogos em que temos de atacar. Também gostei bastante do Schjelderup, que foi o nosso melhor jogador na 1ª parte, ao levar a equipa para a frente. No entanto, para (não) variar, foi o primeiro a ser substituído... A dupla de meio-campo (Barrenechea e Ríos) começa a pegar de estaca, mas o Florentino promete dar luta e o golo que marcou não deixará de o tornar mais confiante. O Aursnes, já se sabe, não consegue jogar mal e o Dedić também se exibiu em bom plano. A defesa esteve segura e o Trubin não teve muito trabalho.

Amanhã, voltaremos a defrontar o Nice no Estádio da Luz, onde se espera mais uma vitória e confirmação da ida ao play-off, onde já sabemos que nos irá calhar (outra vez) o pior adversário possível (Feyenoord ou Fenerbahçe).

terça-feira, agosto 05, 2025

Lisonjeiro

Vencemos a lagartada no Estádio do Algarve na passada 5ª feira e conquistámos a 10ª Supertaça do nosso historial. Foi uma vitória feliz da nossa parte, mas o que conta são os troféus que levamos para o museu. E, ao contrário da Taça de Portugal em que fomos claramente melhores e merecíamos ganhar, mesmo que o jogo tenha sido muito mais equilibrado, neste caso ganhámos com absoluta lisura.

Com três reforços no onze (Dedic, Barrenechea e Ríos), não entrámos nada bem na partida e a lagartada foi bastante melhor e mais perigosa na 1ª parte. Teve um golo invalidado por fora-de-jogo logo aos 7’, mas conseguiu desmontar a nossa defesa um bom par de vezes, enquanto nós praticamente não criámos perigo, dado que o nosso meio-campo tinha bastante tracção atrás, com os dois reforços já referidos juntamente com o Aursnes e Leandro Barreiro. Faltou (falta...) claramente magia e rasgos de génio ofensivo naquela zona.

Na 2ª parte, entrámos melhor, com as linhas mais juntas e a lagartada não pôde jogar tão à vontade. Claro que o facto de marcarmos relativamente cedo, aos 50’, num remate do Pavlidis e um enorme frango do Rui Silva ajudou a que tivéssemos controlado melhor as coisas. No entanto, pouco mais fizemos, dado que só noutro remate do Pavlidis, defendido para canto pelo guarda-redes, é que voltámos a criar perigo, enquanto do outro lado o António Silva foi um gigante a segurar a nossa muralha defensiva. A lagartada ainda ameaçou (aquele Luis Suárez parece-me bom jogador e o último avançado do Almería que veio para o futebol português chamava-se... Darwin), mas felizmente o resultado manteve-se até final.

Em termos individuais, o António Silva foi de longe o melhor em campo. É muito bom que comece assim a temporada e esperamos que tenha continuidade ao longo dela, para confirmar a qualidade que revelou no seu ano de estreia e que andou algo apagada nos últimos tempos. O Pavlidis merece menção por ter sido o protagonista dos nossos momentos de perigo. O Ríos fez uma 1ª parte péssima (só passes transviados e más conduções de bola), mas subiu exponencialmente na 2ª e a jogada do golo começou nele. O Barrenechea é um pêndulo a meio-campo, mas o Dedic precisa de treinar melhor os cruzamentos.

Começamos a jogar amanhã grande parte do que será a nossa temporada com o início da qualificação para a Champions frente ao Nice. O plantel ainda não está fechado (espero eu) e precisamos urgentemente de alguém com magia para o meio-campo e eventualmente outro extremo, fruto da lesão do Bruma na Eusébio Cup. Foi óptimo ganhar o primeiro troféu oficial da temporada, mas o jogo esteve longe de me encher as medidas. Aqueles reforços precisam-se e com urgência.

domingo, junho 29, 2025

Burrices

Perdemos com o Chelsea por 1-4 após prolongamento e estamos fora do Mundial de Clubes. Depois de uma vitória histórica frente ao Bayern, esperava-se que isso inspirasse o Benfica a também derrotar os ingleses, mas ao invés aumentámos o nosso registo para quatro derrotas em quatro jogos com eles. No entanto, se há algo a dizer sobre este jogo é que a nossa derrota é merecida, mesmo que seja fruto de vários erros individuais da nossa parte.

Com o Florentino de regresso ao onze, o Bruno Lage manteve o Aursnes na lateral-direita (também não há outro...!), o Leandro Barreiro no centro e o Schjelderup na esquerda, com o Kökçü a entrar para o lugar do “fatigado” (segundo o treinador) Renato Sanches. Um lance do Pavlidis semelhante ao que teve frente aos alemães, em que também não conseguiu rematar foi o nosso único ataque com algum perigo na 1ª parte. De resto, limitámo-nos a defender, não conseguíamos sair a jogar, e mal passámos do meio-campo, numa partida, em que durante a maior parte dela, fez lembrar esta de má memória. Parecíamos uma equipa pequena, de tal maneira que até ao intervalo não fizemos um único remate! Do lado contrário, o António Silva salvou de cabeça uma bola em cima da linha e o Trubin fez novamente bem uma mancha desta vez ao Cucurella.

Na 2ª parte, o sacrificado do costume (Schjelderup) lá saiu, embora ninguém estivesse a jogar nada, e entrou o Aktürkoğlu, que passou também ao lado do jogo... Grande vantagem na substituição, sem dúvida nenhuma...! Até aos 64’ continuámos sem nos lembrar que havia uma baliza do outro lado do campo, excepção a um centro do Aursnes que o guarda-redes Robert Sánchez ia deixando escapar. Se o Trubin tinha sido um dos destaques até esta partida, borrou a pintura toda no tal minuto 64’ ao permitir que o James, num livre lateral, conseguisse meter a bola na baliza, dado que o ucraniano estava mal colocado à espera do cruzamento. Erro de principiante! A partir daqui, lembrámo-nos finalmente de que o objectivo do futebol é meter a bola naquele rectângulo com redes no outro lado do campo e o Di María desmarcou bem o Pavlidis, mas este perdeu no corpo-a-corpo com o Badiashile, quando o tentou fintar para ficar isolado. Entretanto, o Bruno Lage foi fazendo substituições e colocou o Belotti e Prestianni a 20’ do fim, e foi o argentino a ter uma soberana ocasião para empatar, depois de uma óptima jogada do Aursnes na direita, mas falhou de forma clamorosa o remate quando praticamente só tinha o guarda-redes pela frente. Quando faltavam só cinco minutos para terminar o jogo, a organização deu ordens para o interromper por causa do mau tempo. Sendo que, com a previsível compensação de outro tanto, dez minutos depois ainda não tinha caído uma única pinga de água e trovões nem vê-los. Ou seja, em qualquer outro país do mundo, o jogo teria terminado sem problemas. Mas nos EUA não, tivemos à semelhança do Auckland outras duas horas(!) à espera desta vez para jogar 10’...! Inacreditável! (Vão fazer isto no Mundial de selecções para o ano, vão... Vai correr muitíssimo bem...!). Quando finalmente voltou a haver jogo, já depois dos 90’ tivemos um penalty a nosso favor caído do céu, por mão do Gusto num livre para a área. O jogador estava de costas e o braço levantado por causa do salto. Para mim, estes lances não são penalty nenhum, mas as regras agora são estas e beneficiámos dela. O Di María marcou pessimamente o penalty, rasteiro e para o meio da baliza, mas felizmente conseguiu enganar o guarda-redes e fazer o 1-1. Íamos para prolongamento sem saber bem como...

Logo no início do tempo suplementar, o Prestianni que, para além daquele falhanço, tinha errado praticamente todas as acções que tinha feito no jogo, incluindo um cartão amarelo por falta dura, falha outra intercepção e acerta de sola num adversário vendo naturalmente o segundo amarelo. Imperdoável! Curiosamente, foi com dez e durante a 1ª parte do prolongamento que melhor jogámos em toda a partida. Num contra-ataque, bem conduzido pelo Belotti, o Aktürkoğlu rematou à figura do Sánchez e noutro o Di María também permitiu a defesa do guarda-redes. Com alguma sorte, poderíamos perfeitamente ter chegado à vantagem. Em termos defensivos, fechámo-nos bem e não permitimos chances do outro lado. Só que na 2ª parte do prolongamento, tudo descambou. O Leandro Barreiro perdeu a bola no meio-campo, o Chelsea contra-atacou, o Trubin teve o segundo enorme erro do jogo ao deixar que o remate passasse por baixo do corpo, a bola ficou perto da linha, o Otamendi tentou aliviar, mas a bola ressaltou no Nkunku, que se conseguiu virar e fazer o 1-2 aos 108’... Aselhice e muito azar neste lance! Pouco depois, o entretanto entrado Tiago Gouveia tem uma boa iniciativa pela direita, mas centrou mal e um defesa atirou para canto. Aos 112’, o jogo acabou com o 1-3: perda de bola do Di María na zona de meio-campo, equipa descompensada, contra-ataque rápido e o Pedro Neto isolado frente ao Trubin não falhou. Aos 116’, o Chelsea fez o 1-4 final pelo Dewsbury-Hall, aproveitando igualmente o facto de estarmos completamente perdidos em campo.

Em termos individuais, o António Silva e o Otamendi foram os melhores do Benfica. Aliás, o António sai valorizado deste Mundial de Clubes o que é muito bom, dado que a temporada não lhe correu especialmente bem. O Di María marcou quatro penalties e foi o nosso melhor marcador na competição. Despede-se do Glorioso de uma forma mais positiva e consentânea com a sua valia, do que seria a seguir à final da Taça de Portugal. Do lado negativo, está indiscutivelmente o Prestianni que colocou em causa toda a equipa com a sua expulsão. Eu gosto dele, acho que tem potencial para se afirmar, faz coisas diferentes em campo, mas muito possivelmente colocou em cheque a sua permanência no Benfica com este jogo. Não se pode falhar desta maneira quando está todo o mundo a ver! O Trubin também acabou por estar em evidência pela negativa, depois de estrondosas exibições anteriores. Foi pena.

Conseguimos os serviços mínimos nesta competição, que era chegar aos oitavos-de-final, mas, depois de ficarmos em 1º lugar no grupo do Bayern, sinceramente esperava mais. Há muito para reflectir em relação ao plantel antes de começar a nova época, em que teremos logo no início a Supertaça e os jogos de qualificação para a Champions. Com este calendário disruptivo do Mundial de Clubes, não se avizinham tarefas nada fáceis.

sábado, junho 28, 2025

Trubin show

Vencemos o Bayern Munique na passada 3ª feira (1-0) e não só nos qualificámos para os oitavos-de-final do Mundial de Clubes, como o fizemos no 1º lugar no grupo. Ao fim de 14 jogos perante os alemães, conseguimos finalmente vencê-los!

Com a qualificação garantida, o Bayern entrou em campo sem alguns titulares, o que acabou por ser decisivo para o resultado. Quanto a nós, o Bruno Lage manteve o Prestianni a titular, colocou o Schjelderup na esquerda e o Aursnes na lateral-direita, voltando o Renato Sanches à equipa inicial e com ambos os turcos no banco. A partida disputou-se às 15h de Charlotte, perante uma temperatura de 39ºC, o que a condicionou bastante. Entrámos bem no jogo, com um remate do Di María para defesa do Neuer e inaugurámos o marcador logo aos 13’ num remate rasteiro do Schjelderup já dentro da área, depois de uma boa combinação atacante entre o Di María e o Aursnes na direita, culminada com centro atrasado deste para a entrada de rompante do norueguês. Pouco depois, o Pavlidis conseguiu isolar-se, mas dentro da área preferiu esperar pelo encosto do Upamecano em vez de tentar rematar... Imperdoável, porque poderia ter feito o segundo golo! Até ao intervalo, conseguimos controlar bem os alemães, que não colocaram a baliza do Trubin em perigo, também por causa da falta de pontaria do Sané e Muller, em particular.

Para a 2ª parte, entraram os pesos pesados do Bayern (Kimmich, Kane e Olise) e a história foi outra. Nos primeiros dez minutos, praticámos não saímos do nosso meio-campo, com o Trubin a começar a evidenciar-se, defendendo com mestria um remate do Sané isolado e outro do Muller. O Bruno Lage, vendo-nos perder gás, colocou os turcos no lugar do Prestianni e Schjelderup, e conseguimos sacudir um pouco a pressão com uma boa iniciativa do Leandro Barreiro e um bom movimento do Aktürkoğlu, que proporcionou ao Neuer uma excelente defesa. Foi a nossa única oportunidade na 2ª parte. O resto do tempo foi defender o melhor que pudemos e assistir a um verdadeiro “Trubin show”! O ucraniano defendeu tudo e mais alguma coisa, incluindo outra vez um lance com o Sané isolado à frente dele...! Inacreditável! O Bayern conseguiu meter uma vez a bola na baliza, mas o Kane passou à frente do Trubin no momento do remate do Kimmich e o golo foi naturalmente invalidado pelo VAR. Também atiraram uma bola ao poste, mas novamente em fora-de-jogo. Beneficiámos igualmente de falta de pontaria do Bayern num ou dois lances, mas tivemos capacidade de sofrimento para aguentar uma vitória muito preciosa.

Em termos individuais, destaque inteirinho para o Trubin, como é óbvio! Terá sido das melhores prestações de um guarda-redes neste Mundial e chamou certamente a atenção de muitos dos tubarões... Menção igualmente para o Schjelderup pelo bom remate que deu o golo da vitória. Toda a equipa esteve muito bem pelo empenho que colocou em campo, com o Renato Sanches a ter feito a melhor exibição desde o seu regresso.

Iremos defrontar daqui a uma horas outra besta negra com quem temos três derrotas em três jogos: o Chelsea. Uma delas imensamente sofrida e outra que foi dos maiores roubos a que já assisti em competições europeias, mas três derrotas. No entanto, temos agora uma óptima chance de matar outro borrego e seguirmos para os quartos-de-final desta competição. Veremos se temos capacidade para tal, mas pode ser que esta vitória saborosa frente ao Bayern nos inspire.

domingo, junho 22, 2025

Goleada escassa

Vencemos o Auckland da Nova Zelândia por 6-0 na 6ª feira e, com a vitória do Bayern Munique perante o Boca Juniors (2-1), estamos no 2º lugar do grupo, com os alemães já apurados. Portanto, um empate frente ao Bayern na última jornada qualificar-nos-á para os oitavos-de-final do Mundial de Clubes, mas se perdermos corremos o sério risco de sermos eliminados pela diferença de golos.
 
Parece um oxímoro falar de uma goleada de 6-0 escassa, mas o que é facto é que, caso tivéssemos feito uma 1ª parte decente, provavelmente teríamos conseguido um resultado ainda mais volumoso, o que seria mais vantajoso nas contas do grupo. O Bruno Lage promoveu algumas alterações na equipa, com a entrada dos turcos, do Leandro Barreiro e do Prestianni em vez do Florentino (lesionado), Renato Sanches, Dahl e Bruma. No entanto, só conseguimos marcar o primeiro golo já na compensação num penalty do Di María por derrube ao Prestianni. Este argentino foi o único a fazer alguma coisa de diferente durante este período, em que nos fartámos de complicar o jogo, não utilizando a intensidade necessária para desmontar a defesa contrária.
 
A 2ª parte começou 2h20(!) depois do que era suposto por “condições climatéricas adversas”. O que se viu foi uma chuvita e ouviu-se alguma trovoada, mas se os americanos vão parar o campeonato do mundo de selecções em 2026 cada vez que aconteça uma coisa destas, boa sorte para cumprir o calendário... No recomeço, entrou o Dahl para o lugar do Carreras , que tinha levado um amarelo bem escusado que o vai impedir de jogar contra o Bayern. Não foi certamente por causa dessa substituição, mas voltámos completamente diferentes para a etapa complementar. De tal forma, que começámos a marcar golos em catadupa. Logo aos 53’, o Pavlidis numa boa jogada individual fez o 2-0. O Renato Sanches, que tinha entrado para o lugar do Kökçü (que saiu bastante chateado e discussão de forma veemente com o Bruno Lage), marcou o seu primeiro golo desde o regresso aos 63’, num remate fora da área ainda desviado por um defesa. O Leandro Barreiro fez um bis em dois minutos (76’ e 78’) e o Di María também fez o seu bis, novamente de penalty e novamente na compensação, por uma falta sobre ele. Chegávamos assim aos 6-0, que poderia ter sido o dobro, caso a 1ª parte tivesse sido igual à 2ª.
 
Perante uma equipa de amadores, o Pavlidis foi dos melhores, com um golo e participação directa noutros, o ‘homem do jogo’ foi o Di María, mas sinceramente não percebo a razão, o Leandro Barreiro é dos nossos melhores médios a entrar na área para concretizar e o Prestianni provou mais uma vez que merece mais tempo de jogo, porque a 1ª parte foi dos poucos a fugir ao marasmo.
 
O Boca Juniors irá certamente golear esta equipa e, portanto, julgo que a nossa qualificação está dependente de não perdermos frente ao Bayern. Seria bom para o nosso prestígio que seguíssemos em frente, embora eu tenha muito receio que esta competição vá atrapalhar (e bastante) a preparação da nova temporada em que, ainda por cima, teremos de ir às pré-eliminatórias da Champions...

quinta-feira, junho 19, 2025

Livrámo-nos de boa

Empatámos com o Boca Juniors (2-2) na passada 2ª feira na estreia no Mundial de clubes. Dado que aos 28’ perdíamos por 0-2 e a partir dos 70’ ficámos a jogar com dez, o resultado acabou por não ser nada mau.

O Bruno Lage surpreendeu ao dar a titularidade ao Bruma e Renato Sanches, ficando os turcos no banco, com o Dahl na lateral-direita, porque o Tomás Araújo ficou em Lisboa (e aparentemente ainda não tivemos tempo para arranjar um substituto para o Bah...). Nem entrámos mal no jogo, com o Renato Sanches a perder uma soberana ocasião com um remate ao lado , estando em óptima posição. O Bruma atirou ao poste pouco depois, mas o lance foi invalidado por fora-de-jogo. O problema foi que o Boca Juniors marcou na primeira vez que foi à nossa baliza, aos 22’, com o Florentino a ser mal batido na esquerda e o respectivo cruzamento a ser bem desviado pelo Merentiel. Seis minutos depois, aos 28’, os argentinos voltaram à nossa área e fizeram o 0-2 pelo antigo lagarto Battaglia de cabeça num canto, em que nós andámos aos papéis. Sentimos (e de que maneira!) ambos os golos e deixámos de conseguir ligar o nosso jogo. O Boca Juniors usava da agressividade típica dos argentinos e nós nunca conseguimos igualar isso. Quando num canto perto do intervalo o Otamendi se antecipa a um adversário e leva um pontapé, e o VAR a assinala o penalty, foi algo que caiu literalmente do céu. Tínhamos uma excelente ocasião para reduzir a desvantagem sem ter feito nada para a merecer. O Di María enganou o Marchesín na marcação do penalty, fazendo o importantíssimo 1-2 antes do intervalo, o que nos dava alguma esperança para a 2ª parte.

Depois do intervalo, o Bruno Lage fez entrar o Belotti para o lugar do Dahl, mas curiosamente jogar com dois pontas-de-lança não resultou... Sinceramente, não percebo esta insistência do Lage nesta táctica, que NUNCA resultou esta época! No entanto, o facto mais saliente deste segundo tempo foram os pouquíssimos minutos jogados, porque o jogo foi cheio de quezílias, muito físico e com imensas interrupções. A vinte minutos do fim, o Belotti levantou demasiado o pé, atingiu a cabeça de um adversário e foi expulso pelo VAR, porque o árbitro lhe tinha mostrado um amarelo. A partir daqui, confesso que pensei que já tínhamos ido... No entanto, aos 84’ outra bola parada, desta vez um canto do Kökçü na direita, propiciou ao Otamendi uma entrada de rompante de cabeça, fazendo o 2-2 sem hipóteses para o guarda-redes contrário. Logo a seguir, o Carreras poderia ter- nos dado a vitória, mas o remate de pé direito foi defendido pelo guarda-redes. Até final, menção ainda para a expulsão de um jogador do Boca Juniors por entrada violenta sobre o Florentino e para os incompreensíveis 5’ de compensação (a 1ª parte teve... 7’!).

Em termos individuais, o Otamendi foi o único a merecer destaque por ter estado nos nossos dois golos. E mais ninguém se salientou por aí além, porque, se até sofrermos o primeiro golo, até nem tivéssemos estado mal, a partir daí decaímos bastante e nunca nos reencontrámos exibicionalmente.

O golo do Otamendi permitiu que não estivéssemos já praticamente eliminados e amanhã iremos defrontar o Auckland, com o objectivo de marcar o maior número de golos possível, porque a diferença de golos pode ser um factor decisivo no apuramento para o oitavos-de-final.

terça-feira, junho 17, 2025

Vitória na Liga das Nações

No início de Junho, a selecção nacional conseguiu o seu terceiro troféu a nível internacional, ao conquistar a sua segunda Liga das Nações na Alemanha. Numa final four com a Alemanha, França e Espanha, não deixa de ser um feito notável, que merece todos os elogios, porque no final o que conta mesmo são os resultados e os troféus.

No dia 4 de Junho, vencemos a anfitriã Alemanha por 2-1, depois de estarmos a perder já na 2ª parte com um golo do Wirtz aos 48’. O avançado que estorvou a acção defensiva do Rúben Dias, não o permitindo disputar o lance, estava em fora-de-jogo, mas o árbitro nada assinalou. No entanto, a resposta da selecção foi muito boa, a virar o resultado em apenas cinco minutos. O substituto Francisco Conceição marcou um golão de fora da área aos 63’ e aos 68’ o inamovível do onze, Cristiano Ronaldo, fez o 2-1, depois de uma combinação entre o Bruno Fernandes e o Nuno Mendes na esquerda, com assistência deste. Fomos bafejados pela sorte, porque se o último defesa alemão calçasse o 42 em vez do 45, teria sido fora-de-jogo... (Não acabem com esta estupidez milimétrica do VAR que não é preciso...! Como se fossem menos de 10 cm a fazer diferença alguma...) Para este jogo, o Roberto Martínez arriscou (e de que maneira) ao deixar o Vitinha no banco até à hora de jogo e a colocar o João Neves a defesa-direito... Claro que só começámos a jogar, quando aquele entrou em campo...

Quatro dias depois, a 8 de Junho, defrontámos a super-favorita Espanha (que tinha ganho 5-4 à França na outra meia-final, mas chegou a estar a ganhar por 5-1...!) e eu esperava que a nossa selecção fosse trucidada. No entanto, nada disso aconteceu. Os espanhóis estiveram sempre na frente do marcador, mas nós conseguimos ir repondo a igualdade. A Espanha foi melhor no início do jogo e inaugurou o marcador aos 21’ pelo Zubimendi, mas o Nuno Mendes (o melhor jogador do torneio!) fez a igualdade aos 26’. Em cima do intervalo, o Oyarzabal recolocou os espanhóis na frente, porém aos 61’ o Cristiano Ronaldo saiu momentaneamente do marasmo em que se encontrava (veio dizer no final que estava um pouco tocado, mas, quando assim é, o melhor é não jogar mesmo, como aconteceria com qualquer outro jogador que não ele...) e fez o 2-2 aos 61’, num golo à ponta-de-lança. Na parte final do jogo e prolongamento, fomos melhores, a entrada do Rafael Leão resultou bem, mas o jogo teve de ir a penalties e aí o Morata foi o único a falhar (defesa do Diogo Costa), com o Rúben Neves a marcar o penalty decisivo. O Roberto Martínez voltou a queimar o João Neves na direita, que sofreu bastante com o Nico Williams na 1ª parte, mas acaba por sair por cima deste torneio, com o lugar seguro, ele que estava a começar a ser muito contestado.

Também estivemos longe de deslumbrar no Euro 2016, mas o caneco está lá na vitrine. A Liga das Nações é uma espécie de Taça da Liga das selecções, mas é uma competição oficial. Além disso, nós não só vencemos a edição inaugural, como fomos a primeira selecção a bisar o triunfo, portanto, parabéns à seleçcão!