Goleámos o Boavista por 5-1 no regresso à Luz quase um mês
depois do último jogo. Este tipo de resultado não mente e fizemos uma boa
exibição, com o lado ofensivo em natural destaque, dando uma resposta forte depois
da roubalheira de que fomos vítimas na semana passada.
Com o Fejsa e o Jonas ainda de fora, o Rui Vitória [que acto mais que falhado!] Bruno Lage voltou a
apostar na mesma equipa que defrontou o CRAC, exceptuando a troca de guarda-redes.
Não entrámos bem e um erro inacreditável do Gabriel num atraso para o
Vlachodimos quase ia proporcionando o golo ao Boavista, mas o remate saiu ao
poste. Reagimos de pronto e inaugurámos o marcador aos 9’ através de uma
cabeçada do João Félix, a corresponder brilhantemente a um livre do Pizzi devido
a falta sobre o próprio João Félix. Continuámos a insistir e o Seferovic
iniciou a sua senda de golos falhados só com o guarda-redes pela frente, num
passe excepcional do João Félix que o isolou. Pouco depois, foi o Rúben Dias
num livre a atirar ao poste, mas aos 28’ fizemos o 2-0 pelo Pizzi: jogada
iniciada pelo Gabriel, um passe de trivela do Rafa a isolar o Seferovic, o remate
deste a ser novamente defendido pelo Helton Leite e o ressalto em balão a ir
ter ao Pizzi, que atirou de primeira para dentro da baliza. O Boavista quase não
passava do meio-campo, mas teve um canto aos 42’ e reduziu para 2-1 pelo Talocha,
depois de ganhar um ressalto na área, num lance em que a nossa defesa deveria
ter feito melhor para aliviar a bola.
Na 2ª parte, os axadrezados tentaram ser mais perigosos,
ainda tiveram um remate bem blocado pelo Vlachodimos, mas nós voltámos a ter
dois golos de vantagem aos 54’ num óptimo contra-ataque pelo João Félix, que ultrapassou
um defesa, avançou pela direita e depois colocou a bola no único sítio possível
entre o defesa e o guarda-redes para o Seferovic rematar vitoriosamente (não
sem antes a bola ter ainda batido no Helton Leite...!). Pouco depois, o mesmo
Seferovic falhou um desvio relativamente fácil a um remate do Gabriel, mas
conseguimos finalmente descansar de vez aos 73’, ao fazermos o 4-1 no bis do suíço, de recarga, depois de um
remate cruzado do Pizzi que o guarda-redes defendeu para o lado. O Seferovic
cedeu o seu lugar ao Ferreyra minutos depois, mas foi o Grimaldo a destacar-se
até final com o seu golão de fora da área a fazer o 5-1 aos 86’. No último minuto,
uma imprudência do Samaris deu um penalty ao Boavista, mas o Vlachodimos
brilhou a grande altura ao defender o remate do Mateus.
Em termos individuais, destaque para o João Félix, Pizzi e
Seferovic que estiveram presentes em quase todos os nossos golos, sejam
marcando-os, seja fazendo as assistências. Bom jogo novamente do Gabriel (desatenção
inicial à parte), que tem o grande mérito de saber colocar a bola na frente a
30 m. Também gostei do Samaris, embora tenha de ter mais cuidado quando tenta
aliviar bolas dentro da nossa grande-área. Uma palavra final para o
Vlachodimos, que efectuou uma enorme defesa no penalty.
Só não vê quem não quer o que melhorámos em poucas semanas
com o Bruno Lage. A equipa está mais confiante, muito mais subida em campo, o pressing que faz para recuperar a bola é
impressionante, a saída a jogar desde a defesa não tem comparação com o passado,
enfim, estamos finalmente a jogar futebol. Iremos agora ter um duplo confronto
com a lagartada, que irá permitir ver
até que ponto vai esta nossa evolução. Só espero que, caso haja uma estagnação
dessa evolução, ela não se deva a outros elementos que não os jogadores adversários.
É que dava jeito que jogássemos só contra onze.