As ligas nacionais pararam no passado fim-de-semana por
causa da última jornada de qualificação para o Mundial de 2026. Tal como era
esperado, Portugal qualificou-se embora tenha precisado do terceiro match-point para o conseguir, dado que
perdemos na Irlanda por 2-0 e a qualificação só tenha surgido na goleada (9-1) frente
à Arménia.
O jogo frente aos irlandeses foi parecido com o que houve em
casa, com eles a defenderem muito bem, muito agressivos e nós a termos grandes
dificuldades em entrar na muralha
contrária. Só não foi igual, porque eles foram muito mais perigosos quando
contra-atacavam, tendo atirado uma bola ao poste antes de nos marcarem dois
golos ainda na 1ª parte, ambos pelo Troy Parrott (17’ e 45’). A perder por dois
ao intervalo, o Roberto Martínez não se lembrou de mais nada do que...
substituir dois defesas...! Na 2ª parte, as esperanças de mudarmos o resultado
foram arruinadas aos 59’, quando o Cristiano Ronaldo deu um murro nas costas de
um defesa e foi naturalmente expulso. A primeira vez que aconteceu ao serviço
da selecção, mas ao menos teve o mérito de não jogar o jogo seguinte, até
porque o Gonçalo Ramos, que só entrou a 12’(!) do fim, fez mais remates nesse
tempo do que o Cristiano Ronaldo no outro todo.
Frente à Arménia, em casa, era só o que mais faltava se não ganhássemos.
Nem mereceríamos ir ao Mundial nesse caso. Inaugurámos o marcador logo aos 7’
num cabeceamento do Renato Veiga na sequência de uma bola parada, mas deixámo-nos
empatar aos 18’, quando fomos apanhados em contrapé num contra-ataque. No
entanto, chegámos ao intervalo com a qualificação resolvida (5-1) mercê de um bis do João Neves (30’ e 41’) e de golos
do Gonçalo Ramos (28’) e Bruno Fernandes (nos descontos, de penalty). A 2ª
parte foi apenas um proforma, com mais quatro golos, tendo o João Neves (81’) e
o Bruno Fernandes (52’ e noutro penalty aos 72’) chegado ambos ao hat-trick. O último golo foi apontado
pelo Francisco Conceição já nos descontos (92’).
Que esta qualificação seja olhada de maneira honesta para
que não tenhamos ilusões: dos seis jogos, só frente à Arménia é que passeámos. Nos outros quatro, ganhámos
dois nos minutos finais (Hungria fora e Irlanda em casa), empatámos outro (Hungria
em casa, com o golo sofrido também nos minutos finais) e perdemos um (Irlanda
fora). É uma performance muito fraca, perante adversários bastante secundários,
para quem almeja ser campeão do mundo. A selecção padece de vários problemas (vacas sagradas que raramente são
substituídas, tudo andar à volta de um jovem
de 40 anos e opções tácticas e de escolha de jogadores muito discutíveis) e não
se está a ver o Roberto Martínez com capacidade de os resolver (antes pelo
contrário...). Mas pode ser que tenhamos uma surpresa (e alguma sorte) como na
Liga das Nações.
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