Na passada 2ª feira, estivemos à beira de uma enorme
vergonha nos oitavos-de-final do Euro 2024: sermos eliminados pela poderosíssima
Eslovénia! O Diogo Costa tornou-se um herói nacional, porque defendeu três
penalties no desempate, já depois de ter defendido com o pé o remate de um
adversário isolado, em cima dos 120’, por um erro clamoroso do Pepe. Ou seja, se
vamos defrontar hoje a França nos quartos, muito lhe devemos.
O Roberto Martínez esteve bem ao voltar ao 4-3-3, a selecção
até nem entrou mal no jogo, mas foi-se perdendo ao longo do tempo. E aí, parece
que o espírito do Roger Schmidt se abateu sobre o seleccionador. Não só não fez
todas as substituições que se exigiam, perante o descalabro físico de alguns
jogadores, como ainda por cima, quando as fez, tirou quem até estava a ser dos
melhores e a criar perigo (Rafael Leão e, principalmente, Vitinha). Já se sabe que
o Cristiano Ronaldo é inamovível enquanto não se atingir o grande objectivo da
selecção nacional neste Europeu (ele tornar-se o primeiro, e muito provavelmente
único, jogador da história do futebol a marcar em seis Europeus) e teve uma
enorme oportunidade de o fazer nesta partida, mas o Oblak defendeu um penalty
seu aos 105’. Aliás, as lágrimas do C. Ronaldo no intervalo do prolongamento
eram obviamente por causa disto e não pela perspectiva de poder não conquistar
o título europeu (objectivo naturalmente secundário em relação ao outro). Que
ele tenha esse desígnio até se pode aceitar, mas que o seleccionador caucione
isto não o tirando de campo, quando deixa de responder em termos físicos (o que
é mais que natural para alguém que tem já 39 anos...), é que já não se percebe.
Como não se percebe que o Bruno Fernandes e Bernardo Silva, em sub-rendimento
neste jogo, também não tenham saído. É que toda a gente viu que a selecção não
foi pressionante como deveria ter sido, especialmente no prolongamento, caso
tivesse sangue fresco na equipa. E com a qualidade de quem está no banco, é
incompreensível que esse refrescamento da equipa não tenha acontecido.
Enfim, iremos defrontar os franceses hoje à noite e, perante
o que temos visto, será preciso um milagre para passarmos. Como também era
preciso um milagre em 2016. Pode ser que a história se repita.
Sem comentários:
Enviar um comentário