Uma óptima 2ª parte permitiu-nos derrotar o Spartak Moscovo (2-0) e
conseguir assim a primeira vitória na Liga dos Campeões deste ano. O que não
estava no programa foi o triunfo do Celtic frente ao Barcelona (2-1), que
tornou mais complicada a nossa qualificação para os oitavos-de-final.
Apesar do bom entendimento com o Lima e dos dois golos no passado Sábado, o
Jesus resolveu deixar o Cardozo no banco, promovendo a titularidade do Rodrigo,
que desde o jogo frente ao Nacional, a 2 de Setembro, basicamente desapareceu.
Portanto, jogámos a 1ª parte com dez e criámos apenas uma grande oportunidade,
quando o Salvio numa recarga atirou ao lado tendo só o guarda-redes pela
frente. O Spartak também teve uma excelente ocasião salva pela perna do Artur.
Na 2ª parte, o Jesus resolveu fazer entrar o melhor marcador estrangeiro da
história do Glorioso e a coisa piou mais fino. Pouco depois de ter entrado, o
Cardozo meteu logo a bola na baliza, mas o fiscal-de-linha assinalou mal fora-de-jogo.
Aos 56’ foi o próprio Cardozo a começar e finalizar a jogada: abriu bem na
esquerda para o Ola John, que desmarcou o Melgarejo para um cruzamento perfeito
na direcção da cabeça do Tacuara. Grande jogada e grande golo! Se até então,
o Spartak ia sempre espreitando o contra-ataque, a partir daí deixou de
existir. Até porque nós fizemos o 2-0 aos 69’ novamente pelo Cardozo num remate
de primeira depois de uma boa iniciativa do Ola John pela esquerda culminada
num centro milimétrico. E o Tacuara poderia ter feito um hat-trick se não
atirasse à barra um penalty que ele próprio provocou, com expulsão do
adversário. Até final, ainda deu para o Artur fazer uma óptima defesa com os
pés, que salvaguardou a nossa vantagem no confronto directo com os russos, e
para o Cardozo atirar ao lado de pé direito quando só tinha o guarda-redes pela
frente.
Em termos individuais, óbvio destaque para o Cardozo: três golos (um
anulado), um penalty conquistado e falhado, e duas perdidas em excelente
posição (a outra foi num canto em que ele cabeceou contra a parte superior da
barra). Ou seja, poderia ter marcado seis golos(!), o que lhe permitiria ter
ultrapassado o Nené como segundo melhor marcador do Benfica nas competições
europeias (está a dois golos de o igualar). O Jesus pode vir dizer as vezes que
quiser que a titularidade do Rodrigo foi “estratégia” para o Cardozo entrar com
mais “intensidade” na 2ª parte, mas o que é facto é que somos uma equipa com o
paraguaio em campo e outra sem ele. E, se essa “intensidade” fosse mesmo assim,
então o Cardozo só marcaria golos nas primeiras partes quando jogasse os 90’,
algo que acho que não acontece… Outro grande destaque vai para o Ola John, que
abriu autenticamente o livro na 2ª parte. O defesa-direito russo vai ter
pesadelos com ele durante uns bons tempos… O André Almeida, que substituiu o
castigado Matic, não destoou o que é dizer muito num jogo da Champions e o
Garay esteve irrepreensível na defesa. Última referência para o Artur, que
voltou a ser fundamental para garantir o nosso terceiro nulo consecutivo.
Resta-nos ganhar ao Celtic na próxima jornada e esperar que o Barça ganhe
na Rússia para ficar já com o 1º lugar garantido. Pode ser que assim jogue com
uma equipa mais ou menos B em Nou Camp e nós tenhamos hipóteses de ir lá
ganhar. Caso contrário, será muito difícil prosseguirmos na Liga dos Campeões. Mas,
de qualquer maneira, essa vitória frente ao Celtic garante-nos no mínimo a Liga
Europa, e seria inconcebível que ficássemos fora das competições europeias
antes do final do ano.
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