Vencemos a Juventus em Turim na 4ª feira (2-0) na última jornada
da Champions e qualificámo-nos para o play-off como cabeças-de-série.
Depois do descalabro frente ao Casa Pia e do vendaval que o áudio do Bruno Lage
provocou, não poderíamos ter dado uma melhor resposta em campo. A qual
confirmou que, nesta época, somos autenticamente uma equipa bipolar.
Com o Carreras castigado e o Beste prestes a ser vendido
(mas a estar no banco), o Lage colocou o Bah na lateral-esquerda. O jogo
começou em alta rotação e aos 6’, já poderia estar 1-3 para nós! O Di María
centrou de trivela muito alto e o Pavlidis, que só tinha de encostar, não
conseguiu chegar à bola, o Schjelderup rematou cruzado ao lado quando estava
cara-a-cara com o guarda-redes, o Mbangula de cabeça colocou o Trubin à prova e
novamente o Schjelderup, desmarcado muito bem pelo Pavlidis, permitiu a defesa
com o pé do Perin. E só tinham passado literalmente meia-dúzia de minutos de
jogo! Estávamos bastante melhor do que a Juventus na partida e colocámo-nos muito
justamente na frente aos 16’ num alívio do Aursnes, a seguir a um canto, que o
Bah dominou muito bem e isolou-se, tendo dado para o lado para o Pavlidis só
ter de encostar (no entanto, o remate do grego passou muito perto do guarda-redes,
pelo que ele acabou por ter alguma sorte por ter conseguido marcar; com uma
baliza tão grande, não se percebe como é que ele não desviou mais a bola para não
correr riscos...). A Juventus não conseguia responder, sendo o parvalhão do
Francisco Conceição o jogador mais perigoso deles, e foram do Pavlidis as duas
melhores oportunidades até ao intervalo, com um cabeceamento que deu a sensação
de golo, mas o Perin defendeu, e, em cima do intervalo, estando completamente
isolado(!), rematou à figura... Inacreditável! (Mas a dar razão àquela
minha impressão de que o remate do golo também não foi nada bem feito...)
Na 2ª parte, remetemo-nos um pouco mais à defesa, mas sem
deixar os italianos criar assim tantas oportunidades. Para isso, muitos
contribuíram algumas intercepções que o Otamendi e o António Silva foram
fazendo. No ataque, o Kökçü teve um remate ao lado logo nos primeiros minutos,
mas os italianos só criaram verdadeiro perigo com um disparo do Kenan Yildiz à
malha lateral. O Lage foi fazendo substituições, tendo entrado o Leandro
Barreiro e o Aktürkoğlu para os lugares do Di María e Schjelderup, e foi o luxemburguês
a aparecer bem na frente, mas a não conseguir desviar convenientemente um
cruzamento da esquerda do turco. A dez minutos do fim, demos a estocada final
através do Kökçü com um remate colocado já na área, depois de uma assistência
do Pavlidis com o Aktürkoğlu a ter um papel importante, ao deixar passar a bola
entre as pernas para o seu compatriota. O empate teria chegado para a qualificação,
mas a vitória saberia muito melhor e, com tão pouco tempo para jogar, não seria
crível que os italianos conseguissem dar a volta ao jogo, como não conseguiram.
O prémio suplementar de termos ganho foi o facto de sermos cabeças-de-série no
sorteio, o que nos permite ter a 2ª mão do play-off na Luz.
Em termos individuais, óbvio destaque para o Pavlidis, com
um golo e uma assistência. Mas quem encheu verdadeiramente o campo foi o
Florentino, que prova mais uma vez a sua imprescindibilidade neste tipo de
jogos. Não deixou os adversários descansarem um só minuto! O Schjelderup voltou
a ser um perigo à solta na esquerda, mas tem de melhorar o seu remate com o pé canhoto...
O Di María passeou classe nalguns pormenores, embora não tenha estado envolvido
nos golos. Boa partida igualmente de toda a defesa, com especial menção para o
Bah numa posição que não é a sua. O Trubin esteve igualmente bastante seguro.
Altura de mudar o foco para o campeonato, algo que não tem
sido muito apanágio desta equipa. Iremos à Amadora defrontar o Estrela no
domingo e não podemos correr o risco de perder mais pontos para a lagartada.
A Liga dos Campeões é muito boa para o prestígio, mas eu quero é títulos!
P.S. – Entretanto, aconteceu esta manhã o sorteio do play-off
e só tínhamos dois adversários possíveis: Mónaco ou Brest. Eu teria preferido
este, mas iremos voltar a defrontar os monegascos, que derrotámos já nesta Champions
numa partida em que tivemos bastante sorte. Toda a atenção é pouco, até porque
eles quererão desforrar-se disso...
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