Empatámos ontem na Luz frente ao V. Guimarães (0-0) e, não só não aproveitámos o empate no dia anterior do CRAC no Jamor frente ao Belenenses SAD (0-0), como nos distanciámos da lagartada, que ganhou ao Marítimo na Madeira (2-0). Com as vitórias igualmente do Braga e Paços de Ferreira, estamos, no final da 1ª volta, num impensável 4º lugar com 34 pontos, a 11(!) da lagartada (nunca na minha vida me lembro de uma diferença destas...!), a cinco do CRAC, dois do Braga e com o Paços de Ferreira com os mesmos pontos do que nós! Ou seja, era difícil prever pior nesta altura da época. Temos o campeonato mais que perdido e ainda só vamos começar a 2ª volta agora!
Com o Jesus ainda retido em casa por causa da Covid-19, a inovação táctica dos três centrais no WC foi sol de pouca dura e voltámos ao habitual figurino do 4-4-2 (gosto sempre da racionalidades destas decisões, sempre bem pensadas e reflectidas...) O problema foi que só tivemos um avançado (Seferovic) na frente, que ainda por cima saía muitas vezes da área, tornando-a uma terra de ninguém. Mesmo assim, não acho que tivéssemos feito uma má 1ª parte, antes pelo contrário, dominámos bastante e tivemos 14 remates à baliza, embora muito poucos com a direção correcta. De qualquer maneira, deveríamos ter saído para o intervalo já em vantagem, dado que o Vertonghen, Seferovic e Everton tiveram mais do que uma situação para marcar.
Na 2ª parte, se era expectável a entrada do Darwin para dar mais peso ao ataque, o que eu não esperava era a saída do Everton, que até estava a ser dos mais interventivos a jogar na ala. O resultado, estava mesmo a ver-se, traduziu-se num afunilamento progressivo do nosso jogo e, consequentemente, a deixar de criar tantas oportunidades como no primeiro tempo. O Gonçalo Ramos entrou mais cedo do que o costume, por volta da hora de jogo, para substituir o inconsequente Seferovic, mas também ele teve a sua quota de golos falhados de forma incrível, com uma cabeçada perfeitamente à vontade que nem à baliza foi (já o suíço, na 1ª parte, não dominou uma bola relativamente fácil, dada pelo calcanhar do Gilberto, que o colocaria frente a frente com o guarda-redes). O tempo ia passando, a equipa ia ficando cada vez mais nervosa e as decisões do banco só a foram piorando, fazendo-a esquecer por completo os corredores: saíram também o Pizzi e o Cervi, entrando o Pedrinho e Chiquinho, o que contribuiu para um aumento exponencial de tentativas pelo meio, que não nos ajudou nada. Mesmo assim, foi no malfadado minuto 92 que tivemos a melhor ocasião da partida (de longe!) com um falhanço inacreditável do Pedrinho praticamente na pequena-área, assistido pela cabeça do Gonçalo Ramos, que por sua vez recebeu um passe também de cabeça do Darwin, depois de um centro do Grimaldo na esquerda. Até final, ainda deu para o entretanto entrado Gabriel (para o lugar do Weigl) fazer uma segunda assistência, ao falhar um passe numa transição ofensiva, para um desperdício contrário, neste caso do Edwards, cujo remate ainda agora estou para saber como não entrou... Seria o culminar do karma negativo em que todo este jogo esteve envolvido.
Não vou destacar ninguém em termos individuais, porque de facto não houve ninguém que se tenha salientado dos demais. A equipa lutou bastante, tentou combater a adversidade, mas falhou clamorosamente na altura de rematar a baliza. Numa altura em que isso não poderia acontecer! O problema não esteve só neste jogo, o problema vem-se arrastando há bastante tempo e a solução, NESTE MOMENTO, não é fácil. Não adianta estar a correr constantemente com treinadores (já é o terceiro e a promessa de “arrasar” conjuga-se agora no particípio passado), não se pode correr com o plantel inteiro e tivemos eleições há pouco mais de três meses. Se eu escrevi ‘neste momento’ em maiúsculas não foi por acaso. Todos os que estão em funções neste momento TÊM OBRIGAÇÃO de fazer a equipa sair desta situação o mais depressa possível. No final da época, far-se-á o balanço, sendo que se as coisas não melhorarem significativamente (leia-se: NO MÍNIMO, o 2º lugar e a Taça de Portugal ganha), espero que quem de direito perceba que, depois do investimento megalómano desta temporada, não tem condições nenhumas para continuar.
P.S. – Completámos uma volta inteira do campeonato sem um único(!) penalty a nosso favor. Se não é inédito, alguém que me diga, sff. Ainda ontem, na 2ª parte, há um empurrão claro do André André ao Pizzi. O Pizzi está com o tronco (que é empurrado) fora da área, mas os pés dentro da área. O Sr. Nuno Almeida, que foi o VAR que não viu a mão do Nacional há duas jornadas, nada assinalou. Assim, de facto, ainda é mais complicado.