Não poderíamos ter
um início mais auspicioso com o nosso golo logo aos 2’ numa boa combinação
atacante pela esquerda, com o Gaitán a desmarcar o Eliseu, que temporizou muito
bem e assistiu o Talisca na marca de penalty para um desvio precioso sobre o
guarda-redes. Para um jogo difícil, nada melhor que um começo destes, que aliás
se prolongou durante a primeira meia-hora. O Braga estava completamente às aranhas, o Lima proporcionou ao
guarda-redes Matheus a primeira de uma série de defesas decisivas, o Talisca
teve um bom remate fora da área que também criou perigo, o nosso domínio era
total. O problema é que não conseguimos marcar o (merecido) segundo golo, que
nos daria outra tranquilidade. Aos 28’, num contra-ataque nosso muito mal
resolvido pelo Lima, a bola aliviada pela defesa do Braga encontra um jogador
deles no meio-campo que dá origem a um contra-ataque que terminou com o Éder a
fazer a igualdade. Foi um balde de água
fria muito imerecido naquela altura. Até ao intervalo, o Salvio e o Talisca
ainda tiveram remates que poderiam ter tido melhor destino.
Nestes jogos após
as competições europeias, as nossas segundas partes costumam não ser tão boas
como as primeiras e ontem não foi excepção. Ainda para mais, este ano há a
agravante de não termos um banco à altura. O Braga entrou muito melhor que nós
e foi aproximando-se da nossa baliza, com alguns remates que o Artur foi defendendo.
Cerca da uma hora de jogo, o Jesus fez entrar o Jonas para o lugar do amarelado
Samaris e o jogo virou a nosso favor. Acelerámos os processos atacantes e fomos
começando a criar perigo para a baliza do Braga. O problema é que o Lima está
muito fora de forma e não temos matador
à altura neste momento. O Braga lá ia contra-atacando com menos frequência, mas
num desses lances aos 81’ deu a volta ao marcador num remate da esquerda do
Salvador Agra, que passou por entre as pernas do Maxi e bateu no poste antes de
entrar na baliza do Artur. Em directo pareceu-me frango, até porque a bola entra no ângulo mais próximo, mas na
repetição vê-se que o remate é muito puxado e com força. Poderia ser defensável
se o Artur fosse mais rápido, mas não o qualificaria como frango. Até final, quase não houve jogo, como é habitual naquele
sítio e com o inevitável sururu perto do banco do Braga, mas mesmo assim mesmo no último minuto de compensação, o Matheus fez
duas defesas impossíveis no mesmo lance a uma cabeçada do Gaitán e à recarga do
Maxi. A sorte não quis mesmo nada connosco.
Em termos
individuais, gostei do Talisca naquela primeira meia-hora e também a espaços do
Gaitán e do Eliseu. O Salvio está muito individualista e precisa de soltar mais
a bola, o Enzo Pérez é bom que se mentalize que a época já começou, e o Lima
convinha que melhorasse rapidamente, porque precisamos de um avançado que
marque com regularidade. Todos os outros estiveram a um nível mediano e é
significativo que num jogo que perdemos o Jesus só tenha feito uma
substituição.
O grande objectivo
que era chegar a Mordor com os quatro pontos de vantagem já não vai ser
conseguido. Marcámos passo na primeira deslocação difícil, num jogo em que até
nem jogámos mal, mas em que sofremos em dois contra-ataques. Agora é manter a
cabeça fria e tornar este desaire fortuito com vitórias nos próximos jogos.
P.S. – O Sr. Marco
Ferreira teve uma arbitragem muito habilidosa (aliás na senda do que já tinha
feito no jogo frente aos lagartos ao Boavista). O
Danilo do Braga teve três(!) lances para amarelo na 1ª parte e só viu um.
Acabou o jogo com cinco(!) lances para amarelos, só vendo o segundo já no
período de compensação. O Ruben Micael agride o Jonas com os pitons e só vê
amarelo. O Braga fez o dobro(!) das nossas faltas, deu trancada à moda antiga e amarelos só a muito custo. Para além do
aspecto disciplinar que nos condicionou muito, há uma placagem clara na área ao
Gaitán na 2ª parte, num lance onde está a bola(!), portanto nem se pode dizer
que o árbitro não estava a olhar para lá, e penalty nem vê-lo. O Braga queixa-se
de dois penalties a favor deles, mas o primeiro é uma jogada embrulhada entre o
Eliseu e o Pardo, e no segundo há falta do Lisandro, sim senhor, mas o que eles
se esqueceram de referir é que o
avançado arrancou de um metro(!) fora-de-jogo, que não foi assinalado.