Pela primeira vez não saímos derrotados de Barcelona, mas o empate (0-0)
não serviu para nos qualificarmos, porque o Celtic venceu o Spartak Moscovo por
2-1. Perante a equipa B do Barça, falhámos inúmeras ocasiões claras de golo.
Dizer que merecíamos ter ganho é um pouco relativo, porque a este nível quem
falha desta maneira e nesta quantidade acaba por ser fortemente penalizado.
Se na equipa que o Barça apresentou, só o Puyol é titular de caras (o Villa
e o Tello são muito utilizados, mas não são indiscutíveis), nós também tivemos
baixas de vulto, nomeadamente o Salvio e o Enzo Pérez (para além dos crónicos
Carlos Martins e Aimar). Entrámos muito pressionantes e o Rodrigo teve um
desperdício clamoroso logo aos 12’, quando ficou isolado, com o Nolito ao lado,
e rematou para fora. Como disse o Carlos Manuel na Sport TV no final, no tempo
dele, um jogador isolado que não passasse para um colega em melhor posição e
não fizesse golo era trucidado pelos companheiros. Outros tempos…! Se eu fosse
presidente do Benfica, o Rodrigo não receberia ordenado este mês. E poderia
ficar muito contente para não nos ter que pagar do bolso dele os 3,5M€ que nos
custou a eliminação por causa do seu egoísmo. Até ao intervalo, foi um fartote
de desperdício, com o Lima num cabeceamento ao lado e um remate defendido pelo
Pinto para o poste, e o Ola John também isolado a permitir igualmente a defesa
do guarda-redes habitualmente suplente do Barça.
A 2ª parte começou com outra grande oportunidade do Nolito, que rematou a
rasar o poste, mas depois o Barça foi crescendo e, com a entrada do Messi aos 58’,
veio para cima de nós. O Jesus demorava a mexer na equipa e esta parecia muito
fatigada, não conseguindo chegar à frente com o mesmo perigo do 1º tempo.
Depois do Artur ter feito duas magníficas intervenções no mesmo lance que
tiraram ao Messi a oportunidade de este igualar o recorde do Gerd Muller de 85 golos
num ano civil, o argentino lesionou-se e jogámos em superioridade numéricas os
últimos 5’ (mais 5’ de compensação). E foi quase no final que o Maxi Pereira em
óptima posição rematou para as nuvens, impedindo-nos de conseguir uma
qualificação que esteve perfeitamente ao nosso alcance.
Em termos individuais, gostei muito do Matic e do Ola John: enormes
exibições! O miúdo André Gomes não engana ninguém e, especialmente, na 1ª parte
fez um jogo soberbo e cheio de personalidade. Outro que também o fez foi o
Garay, absolutamente intransponível. O Artur também merece referência pelas
intervenções frente ao Messi e por outra na 1ª parte, cuja rápida saída
resolveu uma fífia do Luisão, que esteve longe do seu nível habitual, assim
como o Maxi Pereira, que apesar de várias tentativas conseguiu sair do jogo sem
um amarelo. O Nolito manteve o pouco rendimento que vem apresentando e o
Melgarejo esteve também uns furos abaixo do habitual, talvez resquícios da
lesão que teve no treino da véspera. O Lima fez uma partida esforçada e teve
azar na bola ao poste. Finalmente, o Rodrigo, cuja presença em campo nos fez
jogar com 10 até ao momento da sua substituição e cujo falhanço eu nunca lhe
irei perdoar (todos nos lembramos do do Simão naquele mesmo estádio, certo? Não
teve 1/10 da gravidade deste). O Bruno César não fez melhor, antes pelo
contrário, e continuámos a jogar com 10. (O Gaitán deve estar mesmo muito mal
para ter ficado no banco o tempo todo…)
Sinceramente, eu estaria menos chateado se tivéssemos levado três. Perder
(no fundo, foi o que aconteceu) desta maneira deixa-me sempre um amargo de
boca. E, principalmente, desperdiçar uma óptima oportunidade de fazer história
ao ganhar em casa da melhor equipa de futebol de todos os tempos (sim,
desfalcadíssima, mas as camisolas eram as mesmas e a derrota seria sempre
contabilizada a este Barcelona). Resta-nos recuperar fisicamente (os jogadores
acabaram de rastos!) para 2ª feira. Esse, sim, é um jogo importantíssimo para
nós e convém não esquecermos que, do outro lado, estarão a jogar a final da
Champions.
P.S. – O golo da vitória do Celtic surgiu num penalty muitíssimo duvidoso
aos 81’. Penalty esse em que a bola bate na barra, cai sobre a linha de golo e
quando volta para cima bate na parte interior da rede. Falando de sorte…
Não contando com Puyol, Messi e Pique, há muitos jogadores que parece que são suplentes mas não é tanto assim.
ResponderEliminarO Barcelona tem um plantel que lhe permite ter politica de rotatividade de jogadores bastante grandes, sem alterar a qualidade e fio de jogo.
Tem um nucleo duro de jogadores (Xavi,Iniesta,Messi,Pique,Puyol,Busquets) mas até esses passam muito tempo no banco (lembro-me que Iniesta foi suplente na Luz, por exemplo).
Dos que entraram ontem em campo, há jogadores com uma grande rotatividade esta época:
Montoya 13 jogos (669 min)
Adriano 15 (961 min)
Tello 15 (644 min)
Villa 17 (578 min)
Song 16 (920 min)
Como comparação, esta época Iniesta tem 1100 minutos feitos, Fabregas 1200, Puyol 500, Dani Alves 1000, Pique 990, Alexis 800.
Song e Villa custaram 60M€, os 14 jogadores do Benfica que jogaram hoje foram adquiridos por sensivelmente 50 milhões...
Tudo bem, mas, se ambos os plantéis tivessem todos os jogadores disponíveis e em forma, a nós faltavam-nos três (Salvio, Pérez e Aimar) e a eles... dez! Independentemente da rotatividade.
ResponderEliminarE podemos conquistar um troféu europeu já esta época, e aí quem se lembrará do jogo de Barcelona?
ResponderEliminarVamos a isso Benfica!
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